Antes de nascer, eu já ouvia e enxergava, mamãe ainda não tinha percebido que eu estava lá.

 Eu não estava sozinha, ela estava ali do meu lado, não sei quando comecei à chama-la de minha "Irmã" e ela, me chamava assim também.

 Eu queria ter um nome, mas minha Irmâ disse que eu tinhaque esperar pela decisão de mamâe. Se ela tava dizendo né, quem era eu pra discordar.

 Não demorou muito pra nossa mãe nos sentir. Tudo graças a mim, claro, eu me mexia tanto, minha Irmã era muito calma, eu pelo contrário era bem agitada.

 Mamãe estava tão feliz, ela passava a mão na barriga, aquilo era como um carinho na gente...

...Ela fez umas coisas esquisitas naquela manhã, eu não entendia nada, minha Irmã muito metida à esperta, me disse que aquilo era pra provar que nós duas estavamos ali na barriga dela.

 Ela podia estar tentando me acalmar, mas confesso, não gostei nada daquela mulher de cabelo rosa apertando a gente.

 Mamãe estava eufôrica, não sei se é essa a palavra, tava aprendendo tanta coisa com ela. Era comum agora, que mamãe sabia sobre nós, passarmos a sentir -Minha Irmã e eu- tudo que mamãe sentia.

 Ela andava de um lado pro outro, mas fazia ao mesmo tempo carinho e conversava conosco:

(Mamãe) -Aí por Kami_sama! O que vou fazer agora, heim? Eu não esperava isso, desconfiava que tinha alguém aqui -fazendo mais carinho ainda- mas grávida, ainda mais de dois bebês? É... é muito complicado.

Minha Irmã começou a ficar nervosa, nunca tinha visto ela daquele jeito, começou a achar que mamãe não nos queria mais. Minha vontade era de abraça-la, mas aquela placen... sei lá o que era aquilo, não deixava a gente se tocar, só podia sentir a minha mão na dela atrávez daquela parede flexível e transparente.

 Acho que mamãe sentiu o nosso nervosismo, respirou fundo e disse:

(Mamãe) -Não se preoculpem, vai dar tudo certo. Eu estou tão feliz, o pai de vocêis também vai ficar -fez mais um carinho- vamos contar pra ele? Vamos!

 Papai, eu nunca tinha reparado muito na presença dele, não conhecia seu rosto de perto, só sabia que sempre estava perto de mamãe. Minha Irmã adorava ele, achava bom o carinho que ele demonstrava pela nossa mãe. Eu não, não gostava nem um pouquinho dele, até o ponto de fazer a mamãe passar mal quando ele estava por perto, só par esse baka se tocar e ficar longe.

 Durante o tempo que mamãe levou pra chegar no apartamento do baka/pai, não parei de reclamar, e quando mamãe deu sinais de que iria passar mal de novo, minha Irmã brigou comigo:

(Irmã 2) -PARA COM ISSO IRMÃ!!

(Irmã 1) -Parar por quê? Sabe que eu não gosto daquele baka.

(Irmã 2) -Mas ele é nosso PAI. E não chama ele de baka.

(Irmã 1) -Por que não? A mamãe chama ele assim. Aprendi com ela.

(Irmã 2) -Só que ela diz isso como forma de amor, você como ofensa. Ele é tão bonzinho, e como eu disse é NOSSO pai.

(Irmã 1) -Grannnnnnnnde coisa. O que isso de pai quer dizer?

(Irmã 2) -Hum... o papai nos fez junto com a mamãe, ele é importante também.

(Irmã 1) -Importante nada. Estamos na barriga DELA e não DELE, ele não fez nada.

(Irmã 2) -Eu... eu não entendo muito bem como isso funciona, mas vê se dá uma chance pra ele vai... olha a gente já chegou, vê se fica quietinha e ver o que vai acontecer. Tá bom?

 Depois de um certo tempo, descobrimos como esse lance de pai funcionava, digo, como foi que ele nos fez, ficamos bem envergonhadas, principalmente a "sabe_tudo" da minha Irmã. Bem ... isso fica pra outro capítulo.

 Mamãe tocou a campanhia. O bak... digo nosso "paaaaai" atendeu.

 Ao entrar os dois se beijaram, minha Irmã ficou muito feliz com isso, eu não, quando eles faziam isso, o corpo dele tampava nossa visão, já era difícil enxergar ali dentro, e aquele, aquele BAAAAAAAAAAKA... deixava tudo escuro.

(Papai) -E então, se sentindo melhor?

(Mamãe) -Hai, estou muito bem agora.

(Papai) -Fiquei preocupado. Você anda passando mal quase todos os dias.

 É por sua culpa seu baka. Quem manda ficar tão perto.

(Mamãe) -Eu fui ao hospital e a Sakura_chan me atendeu.

(Papai) -Então, descobriu o que é?

 Mamãe se afastou dele. Ufá até que enfim, se sentou no sofá e o chamou:

(Mamãe) -Naruto_kun, senta do meu lado.

 Ele obedeceu, chegando perto demais pro meu gosto.

(Naruto) -Hinata deixa de suspensse. Diz logo, dattebayo...

(Hinata) -Bem... eu estava desconfiada do que poderia ser. Estava bem na cara né? Sabe, os enjôos, as dores de cabeça, a fome fora do normal, a... menstruação muito, mas muito atrasada, só precisava de um médico pra confirmar.

(Naruto) -Eu sabia! Você anda comendo demais, é isso que te faz passar tão mal, tanta pizza e bolinho de canela, não fazem bem pra ninguém.

 Viu só porque não vou com a cara dele.

 Pizza e bolinho de canela? (As duas Irmãs juntas) -"EU AMO TUDO ISSOOOOOOO!!!"

(Hinata) -Ai, ai... sabe meu amor, você é tão saidinho pra umas coisas... e é tão baka pra outras...

 A última parte eu concordo.

(Naruto) -Não precisa ofender também. Dattebayo.

 Os dois riram muito nessa hora. Não me perguntem porquê???

(Hinata) -Tá bom, tá bom, vou falar sério agora... hum... Uzumaki Naruto, parabéns!!!

(Naruto) -Parabéns? Por que Hyuuga Hinata?

(Hinata) -Parabéns, porquê... porque você vai ser pai.

 Meu coração disparou. Até aquele momento, eu não me importava com que aquele baka pensava, se é que ele pensava, só me importava mamãe e minha Irmã, mas naquele momento, fiquei muito anciosa com a reação dele.

 Naruto, esse era o nome do nosso pai. Naquele momento ele ficou mudo, era algo raro nele, falava pelos cotovelos, isso me deixava ainda mais brava com ele, minha Irmã dizia, que eu era igualzinha à ele. Pra uma "sabe-tudo", ela falava muita bobagem.

(HInata) -Naruto? Naruto_kun você, etá bem?

 Ele se levantou, e nós três -mamãe, Minha Irmã e eu- esperamos ele falar.

(Naruto) -É sério? Digo tem certeza, você... você tá grávida, mesmo?

(Hinata) -Sem a miníma dúvida.

(Naruto) -.............

 O que ele fez?

 Foi algo surpriendente. Ele pegou Hinata, esse era o nome da nossa mãe, pela mão e a levantou. Diante dele se ajoelhou, ergueu a blusa que ela usava, era bem melhor enchergar assim e ficou olhndo pra barriga dela, como se nos procurasse ali dentro.

(Naruto) -Então... tem um bebê aqui dentro?

(hinata) -Bem... na verdade. Têm DOIS bebês aí dentro.

 Ele sorriu mais ainda. Naquele instante, vendo aqueles grandes e vivos olhos azuis olhando pra mim e pra minha Irmã, algo mudou. Não tinha mais vontade de chamá-lo de baka, na verdade sim queria chamá-lo de baka, mas cdo jeito da mamãe, de forma carinhosa. Não entendia o porquê daqueles olhos me deixarem tão fascinada.

 Depois que nascesse, e crescesse um pouco mais, iria descobrir que eu tinha os mesmos olhos grandes e azuis como os do meu pai. Mas naquele momento eu não sabia de muita coisa, só descobria a alegria que aquele olhar passava pra mim e minha Irmã. Ele os fechou e se aproximou bem devagar e beijou a barriga da nossa mãe, sendo assim, nos beijando também.

 Agora nós duas fechavamos os olhos também. Agora sim eu entendia o que minha Irmã dizia e sentia, quando nossos pais se abraçavam ou se beijavam.

 Era AMOR.

 Algo que até aquele momento eu não entendia. Ficou tudo mais bonito, quando sentimos mamãe chorar, não era choro de tristeza, era de alegria. Ela abraçou papai sem mudar de posição, fazendo com que ele a envolvesse, e ao mesmo tempo, nós duas também num gostoso abraço. O calorzinho que vinha dele dava um soninho tão bom...

(Naruto) -Mas... Hina_chan? Eu não quero te preocupar, mas será que vai ficar tudo bem com eles? Afinal, eu sou um "jinchuriki". Será que jinchurikis podêm ter filhos?

(Hinata) -Na verdade, era isso que deixava um pouco preocupada. Sakura_chan disse que antes de mais nada, eu deveria conversar com Tsunade_sama. Só ela pode nos ajudar agora.

(Naruto) -A Ba_chan vai saber o que fazer, mas depois a gente vê isso, agora deixa eu curtir meus filhos mais um pouquinho.

(Hinata) -Só seus filhos, meu amor?

(Naruto) -Nossos filhos, meu amor, nossos filhos.

 É isso ai pai, mas só pra constar, somos FILHAS, só que somos pequenas demais pra vocêis e aquela Sakura_chan perceber.

 Depois vocêis falam com essa tal de Ba_chan e esse lance de jinchu... não sei o quê. Agora fica assim pertinho da gente. Tudo Que importava, erams nós quatro naquele momento.

 Muitas coisas aconteceram depois daquilo, descobrimos várias coisas.

 Sobre a vida lá fora.

 Como nossos pais nos amavam e como eram capazes de fazer tudo, mais tudo mesmo por nós duas.

 Sobre as pessoas além deles, umas muito felizes e outras nem tanto com a notícia de que eu e minha Irmã iriamos nascer.

 Como saber o que era a dor de se ser um jinchuriki.

E o mais importante de tudo, o fato que mudou nossas vidas e de todos ao nosso redor...

... de que eu e minha Irmã, não eramos as únicas no ventre da nossa mãe...  

                                      Continua...