Olhos Azuis escrita por MariRizzi


Capítulo 6
Capítulo 6 - O sonho e a vidente


Notas iniciais do capítulo

Não respondi os reviews anteriores por falta de tempo, mas fiquei realmente muito feliz com eles, Obrigada!
Desculpem a demora, e boa leitura!



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(...)
I want your love let's break the wall between us
(Angel)


Os rumores explodiram nos dias que se seguiram a publicação do primeiro número de As Verdades de Hogwarts. É claro que se tratava de um jornal de fofocas criado por alguns alunos e havia histórias sobre muitas pessoas, mas nada causou tanta sensação quanto a matéria principal sobre o time da Grifinória. Nenhum dos integrantes conseguia caminhas pelos corredores do castelo sem ouvir cochichos às suas costas.
Elizabeth foi dormir mais cedo em uma noite de quinta-feira porque de fato não agüentava mais os olhares especulativos das pessoas na sala comunal, visto que seu nome fora um dos principais da matéria. Ela sabia o que as pessoas fofocavam. Enganou três garotos ao mesmo tempo! Peraí, ela nem é tão bonita assim! Deve ter lançado um feitiço neles. Antes que explodisse ali mesmo, resolveu se retirar, e Lily, que também se tornara alvo de boatos, foi com ela. Quando chegaram, o dormitório estava vazio.
- Não sei como as pessoas acreditam naquele lixo! – resmungou Elizabeth.
- É pior do que acreditar, elas gostam disso! – comentou Lily, realista – E então, descobriram quem é a tal Skeeter?
- Sim. Parece que é uma garota do quarto ano da Corvinal, loira, tem queixo grande e usa óculos... Essa é a descrição que conseguiram. Vamos vê-la amanhã a noite, depois da aula. A idéia é encurralá-la no corredor, já que temos esse primeiro tempo livre.
- Nunca pensei que ouviria você falar algo assim! – horrorizou-se Lily.
- Pois, é nem eu. Mas – explicou calmamente – só vamos assustá-la. Embora, ela mereça
mais. Noite, Lily – disse, enrolando-se na coberta, os dentes batendo de frio.

Estava em uma espécie de floresta fechada que cobria a visão do céu, sem saber como parara ali. O barulho de alguém aparatando chamou a atenção de Elizabeth. Ela viu que o autor do ruído era uma bruxa morena, Helen, irmã de seu pai. Aquilo era estranho, porque ela sabia que sua tia estava invisível e ainda assim era capaz de vê-la. A tia andava sem fazer barulho algum em direção a uma colina com escassas árvores, a neve cobria a grama. Liza a acompanhou, sem fazer o esforço que Helen fazia. Afinal, sabia que via o desenrolar da cena, mas não estava nela de corpo presente. Então deram de cara com um casarão; foi quando a bruxa parou. A sobrinha podia sentir a tensão vindo dela em ondas nervosas. Não saberia dizer quando tempo ficaram ali, poderia ser minutos, ou horas.
Anoitecia quando houve outro ruído de aparatação, e dois bruxos de capuzes negros surgiram, os rostos cobertos. Comensais da morte, pensou Elizabeth, tensa. Mas não estavam sozinhos. Seguravam brutalmente um homem mirrado, que gritava por piedade.
- Cale-se, verme – ordenou o Comensal mais alto, a voz fria.
- O que vamos fazer com ele? – perguntou o outro.
- Levaremos à Bella para que se divirta. Quem sabe não extrai alguma coisa dele...
Nesse momento, a tia lançou um feitiço no Comensal mais alto, e ele caiu ao chão, estuporado. O outro revidou, um jato de luz verde lançado na direção em que Helen estava. A bruxa desviou por pouco e dessa vez conseguiu estuporar o outro também. Fez-se visível de repente e antes que o bruxo mirrado percebesse, ela pegou em seu braço, preparando para desaparatar. Mas no exato momento em que girava, uma voz feminina apareceu e gritou um feitiço. Helen conseguiu desaparatar, mas estava sangrando.
Elizabeth acordou suada, tremendo. O que fora aquilo? Só um pesadelo ou uma visão do futuro? Não devia ser isso, já fazia tanto tempo... Tinha que falar com seu pai imediatamente, mas como faria isso? Deveria ser pela lareira, mas não encontraria uma sala vazia em Hogwarts em que pudesse falar que tivera uma visão. Não na sala comunal, ou qualquer área comum... Sala de algum professor? Não, teria que explicar seus motivos... Só poderia fazer isso por coruja e rezar para que chegasse a tempo. Se é que havia uma maneira de mudar o futuro, pensou ela. Era por isso que ela aprendera a bloquear os malditos sonhos. Porque nunca soubera se as visões poderiam ser mudadas,e se não podiam, qual a vantagem de te-las?
Ainda era muito cedo, mas Elizabeth se vestiu apressada. Uma idéia acabara de lhe ocorrer: Dumbledore! Encaminhou-se até a gárgula e disse a senha, pois os monitores a conheciam. Porém, ao subir a escada circular, deparou-se com a sala vazia.
- Suponho que está procurando o diretor? – perguntou o retrato de Amando Dippet.
- Sim, senhor.
- Ele saiu e só retornará amanhã, mas eu sugiro...
- Droga! Não posso esperar até amanhã...
- Mas que garota mal educada! – comentou Fineus Niggelius, ex-diretor da Sonserina – Por acaso, você nasceu trouxa? Qual seu nome?
Ela sentiu raiva, aquele cara só podia mesmo ter sido da Sonserina... Mas ainda assim, cuspiu as palavras, de má-vontade.
- Não nasci trouxa, infelizmente. Sou Elizabeth King.- não esperou a resposta, mas ao sair fechando a porta, pode ouvir Fineus comentando em tom de desagrado.
- Ora, só podia ser dessa família King, o que não é muito melhor que nascer...
Ela não tinha opções, então. Correu até o corujal para mandar sua carta aos pais.

O restante do dia Elizabeth passou distraída, a espera de uma coruja. Às vezes os amigos perguntavam se estava tudo bem, e ela dizia que sim. Por que os sonhos começaram de novo? Ela estava descontrolada? Calma, Elizabeth, ela disse a si mesma quando a noite caiu. Ainda não te disseram nada, então nada aconteceu nem acontecerá. Vai ver, foi só um sonho.
Estavam jantando, quando James apontou a mesa da Corvinal. A tal Skeeter tinha acabado de jantar, e saía do Salão sozinha. Era a oportunidade perfeita. Aquilo não tinha a mínima importância para Elizabeth agora, mas ela acompanhou Sirius, James e Pedro, resignada, a fim de manter as aparências. Para que ninguém se perguntasse o porquê da sua desistência, se estivera tão animada no dia anterior. Remus e Lily tinham se recusado a ir.
- Não tenho nada a ver com isso. Não quero saber o que vão fazer...
- Ah, é, esqueci que você é monitor – provocou Sirius.
- Mas Liza também é, e ela vai...
- Só porque disseram coisas absurdas dela. – disse Lily defendendo-a. – Mas eu também não vou, não gosto dessas coisas.
Como planejado, encurralaram a garota em um corredor, e seus olhos estavam arregalados por trás dos óculos agora que se via cercada por quem tinha difamado.
- Olhem, só... Nossa admiradora! – disse Sirius.
- Sabe, Rita, nós não concordamos com algumas coisinhas que você publicou – começou James. Peter soltava risadinhas.
- É, por exemplo, eu não quero meu nome num lixo daqueles.
- Não mesmo, companheiro. Então, viemos avisar que se você sequer nos mencionar mais uma vez... A qualquer um do time ou Evans, você vai se arrepender. – disse James acariciando sua varinha.
- É verdade, Pontas, mal posso esperar para azará-la.
Acabem logo com isso, pensava Elizabeth. Ela só queria ficar sozinha para poder pensar, estava muito ansiosa agora.
- Nem eu. Acho que uma azaração de bicho-papão agora pode servir como aviso... – e James foi apontando a varinha para a garota.
- Ei, vocês! – disse a voz prática de McGonagall. Liza sentiu o coração disparar. Será que ela ouviu algo? Se sim, talvez pegasse uma detenção ou lhe tirassem a monitoria... O coração de Liza estava disparado, mas James e Sirius tinham as caras mais cínicas que se podia imaginar. Calmos, como se estivessem todos conversando.
- Senhorita King, queira me acompanhar. – Elizabeth a seguiu, sem questionar.Podia ouvir passos atrás dela.
- Mas, professora...
- Professora, Elizabeth realmente não...
McGonagall se virou para encarar James e Sirius, os lábios contraídos.
- Creio que fui bem clara quando pedi para a Senhorita King me acompanhar.
- Bem, é que ela não estava fazendo nada, quer dizer...
- Eu não estou dizendo nada disso, Black.- cortou McGonagall
- Não? Então por que a chamou?
- É um assunto familiar, Potter, não que seja da conta de algum dos dois. Ainda que talvez vocês estejam sendo guiados pelo senso de amizade, isso é particular. – Só então eles se afastaram, Sirius lhe lançando um último olhar preocupado.
Elizabeth sentia suas pernas tremerem, e não saberia o quanto mais agüentaria caminhar. Pensamentos de tragédia familiar invadiam sua cabeça, sua tia estaria morta? Quis perguntar a professora, mas não o fez, com medo da resposta. Estavam indo para a sala de Dumbledore, Liza percebeu. Ao subir com McGonagall a escada circular, deu de cara não apenas com o diretor, mas também com Hugo, sentado à sua frente. Assim que viu a filha, ele se levantou, a tempo de abraçar a garota, que tinha corrido em sua direção.
- Pai! Pai! A tia está bem? – McGonagall lançou um olhar triste aos dois antes de fechar a porta.
- Está tudo bem querida, ela foi atingida, mas já está se recuperando. Não corre risco algum.
- Verdade? – ela exigiu – Havia tanto sangue no meu sonho...
- Ela, de fato, está bem, Elizabeth – confirmou calmamente o diretor. – Seu pai está mais preocupado com você, já que voltou a sonhar.
- Foi somente hoje... Acho que me descuidei...
- Mais importante que isso, Elizabeth, é se você fez alguma profecia. – insistiu Dumbledore.
- Não que eu saiba, Professor. Lily Evans fica a maior parte do tempo comigo, e ela nada disse, tampouco meus amigos.
-Ótimo – comentou Dumbledore – Mas você precisa nos comunicar se isso acontecer, Elizabeth. É extremamente importante.

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No sonho, Sirius perseguia algo, mas no fundo ele sabia que não podia alcançar... Ele queria gritar Espere, mas sua voz não saía.
- Ei, Sirius, acorda!
Sentia uma angústia enorme, precisava alcançar...
- Vamos, homem, é sábado!
Sirius piscou algumas vezes até o rosto de James entrar em seu campo de visão.
- Anda logo, hoje é o primeiro passeio para Hogsmeade.
Grande porcaria! – ele pensou
- Me deixa em paz! – disse, virando para o outro lado.
James suspirou. Sirius estava muito chato ultimamente. Tudo por causa de Elizabeth. Bem, se ele não tomar uma atitude logo, eu mesmo vou lá e peço para ela sair com ele como um favor a mim.
- Tudo bem se você não quer ir... Digo a Elizabeth que você preferiu ficar dormindo aqui.
- Nem me diga esse nome! – vociferou ele, totalmente acordado agora.
- Posso saber o motivo da sua raiva?
- Estão dizendo que ela concordou em sair com Tibério McLaggen!
- Se ela tivesse, é compreensível, não é? Por que você não a chamou?
Sirius lançou um olhar feio a James, porque ele estava certo. Por qual motivo não a convidara? E ele mesmo já sabia. Tinha medo que ela o rejeitasse, provavelmente faria isso.
- Mas – continuou James – para sua alegria, posso te informar que os boatos são falsos.
- São? – perguntou Sirius com um fiozinho de esperança.
- Sim. Ele perguntou se Elizabeth queria ir a Hogsmeade,ela disse que não queria deixar Lily sozinha, mas que eles podiam ir todos juntos.
Sirius sorriu. Isso era quase como um fora. Muito bem disposto, levantou-se da cama.
- Vamos, onde estão Remus e Peter? Quero ir logo.

Aparentemente, Elizabeth já devia ter ido, pois Sirius não a encontrou antes de sair. Quando Remus sugeriu uma ida ao Três vassouras, ele concordou. Quem sabe ela não estaria lá? Porém, assim que entrou percebeu que não estava, e se desanimou. Pediram a Madame Rosmerta quatro cervejas amanteigadas, ao que ela atendeu sorrindo como sempre. Se estivesse de bom-humor, Sirius bancaria o engraçado com Tiago para ela rir, mas ele não estava. Olhou em volta, bebendo a cerveja, parecendo entediado. Foi então que viu uma das bruxas mais estranhas que já encontrara.
Parecia alguns anos mais velha que ele mesmo, era pequena e usava óculos que deixavam seus olhos enormes. Mas isso não era o mais interessante sobre ela. Em sua mesa havia uma bola de cristal, e ela aparentemente predizia o futuro para uma jovem sentada à sua frente. James sorriu ao vê-la, alguma idéia estúpida teria ocorrido a ele, provavelmente na tentativa de distrair Sirius.
- Almofadinhas, é uma vidente, vamos até lá.
- Você acredita nessas bobagens? – perguntou Remus, espantado.
- Não, por isso vai ser divertido. Vamos, Sirius? Ou você prefere ir, Aluado?
- Não, mesmo. Estou bem aqui. – recusou Remus.
James e Sirius foram até a mulher, e quando ela acabou de atender a outra, virou-se parar os dois.
- Olá, queridos. Vejo que vocês vem até mim curiosos.
- Ah, sim, estamos. Você é vidente, não?
- Sim, tive a honra de receber esse dom que herdei da minha nobre antepassada, a famosa vidente Cassandra Trelawney. Sou Sibila.- ela tinha um ar sonhador ao falar. James podia sentir Sirius ficando irritado ao seu lado.
- Sou James Potter, e esse aqui é meu amigo, Sirius Black, ele queria...
- Ah, eu sei o que ele quer... Posso ver. Por favor, sente-se aqui na minha frente, Sirius Black.
Ele suspirou ao sentar-se, as pessoas observavam a cena. Não se importava que as pessoas olhassem para ele enquanto jogava, ou nos corredores, ou nas aulas. Mas que o olhassem naquela situação ridícula... James ia lhe pagar.
- Posso ver porque está aqui, meu caro. Vejo garotas na sua vida.
- Ah, é? – ele perguntou, a voz desdenhosa.
- Mas o que incomoda você é apenas uma. – Sirius nem conseguiu evitar a surpresa. Mas sacudiu a cabeça, que droga, ela está só chutando! Peter arregalou os olhos, impressionado.
- Qual o nome dela, então?
- Nada tão específico é assim revelado, Sirius Black. Isso é uma arte e ciência sutil. O que vejo é que ela se tornou a sua maior preocupação. Você tem dúvidas sobre os sentimentos dela...
Dessa vez, Sirius não falou nada, o coração acelerando.
- Mas, tenho algo a dizer sobre isso. Ela tem os mesmos sentimentos por você. Ela é sua, Sirius Black, espiritualmente falando. E mais breve do que você pensa, será em todos os sentidos, sua.
James agora ria sem poder se conter. Sirius lhe lançou um olhar feio, jogou o dinheiro cobrado em cima da mesa murmurando Obrigado e saiu dali. Os amigos vieram logo atrás, chamando seu nome. Ele se virou, sem os encarar:
- Vou caminhar por aí.
- Tudo bem, podemos ir até a Dedosdemel e... –começou James.
- Se não tiver problema, quero caminhar sozinho. – dando as costas a eles, saiu caminhando sem pensar. Maldita hora que fora falar sobre Elizabeth para eles. Até Peter e Remus tinham achado graça. Que se danasse, nada podia ser mais ridículo do que a paixão de James por Lily. Mas ele, Sirius, não queria isso para si mesmo. Ficar obcecado por alguém que não quer saber de você. Ela gosta de você, uma voz na sua cabeça disse. Então ele se surpreendeu. Andando, sem perceber, chegara em frente a Casa dos Gritos. E Elizabeth estava ali, parada no meio da neve, tremendo e encarando o casarão. Sozinha, sem McLaggen, sem Lily, sem ninguém. Muito bom.
- Você parece sentir muito frio, ultimamente, - ele disse às costas de Elizabeth. Ela praticamente deu um pulo e se virou para ele, a mão no coração:
- Sirius! O que você está fazendo aqui?

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Ele estava ali, parado, parecendo tão displicente e lindo como sempre.
- Estava andando sem rumo e acabei parando aqui.
- E os garotos?
- Por aí... – ele disse, acenando amplamente. – E McLaggen?
- Estou fugindo dele. Por isso vim para cá. – ela disse, sentindo-se corar. Sirius se aproximou dela, os olhos brilhantes.
- Que bom, amor. Não sei se agüentaria Tibério como concorrente, além de James e Prewett. – ele falou rindo, e sem mais nem menos, em um único movimento, a abraçou.
- Sirius? – perguntou Elizabeth, perplexa. Percebeu que sua voz saía fraca.
- Sim, querida?
- Preciso falar com você. Me solta, por favor. – ele se afastou dela, mas continuou próximo, encarando-a com aqueles olhos cinzentos, sério agora.
- Também preciso. Está tudo bem mesmo com sua tia? E com você?
- Ela está bem, sim, já está curada do ataque que sofreu... Acho que ela vai morar conosco sabe, é mais seguro... Mas não é sobre isso que eu quero falar.
- Pode falar, Liza – disse Sirius, prestando total atenção a ela. Elizabeth respirou fundo, tomando coragem.
- Sirius, você tem que parar com isso, essas brincadeiras, agora.
- O que você quer dizer? – ele questionou, erguendo as sobrancelhas.
- Isso de ficar me chamando de querida, de amor. Ficar me abraçando, fingir que está com ciúmes. Eu não quero ser brinquedo de nin...- mas ele interrompeu:
- Quem disse que eu estou brincando? Ou que você é um brinquedo? O idiota do Prewett? E infelizmente não estou fingindo... – parecia bravo agora, os braços cruzados, o cenho franzido. Elizabeth sentiu que ficava exasperada.
- Ai, Sirius tenha paciência! – ela meio que gritou, desabafando – Não sei porque você está fazendo isso comigo, tem tantas garotas que você pode se divertir, e elas ficam felizes com isso. Mas eu não..
- Elizabeth, eu não estou me divertindo com você! – disse, elevando a voz também – Que diversão é essa, se eu só converso com você, fico atrás de você o tempo inteiro, me preocupo com você, não ligo para mais ninguém. Você pode me explicar onde está a diversão que eu não estou vendo? – Sirius se sentia furioso agora. Estava preparado para que ela o recusasse friamente, para que dissesse que ele não era bom o suficiente, até para que risse dele... Mas não para aquelas acusações sem fundamento.
- Olha, Sirius, eu te conheço, tá bem? Todo mundo te conhece. Você sempre escolhe as garotas mais bonitas, fica um tempo com elas, enjoa e dá o fora. Não estou dizendo – ele abriu a boca, e ela fez um gesto para que esperasse – Não estou dizendo que você engana alguém, acho que as garotas sabem que você é sincero demais. Então você começa com essas... esses gestos carinhosos... Mas eu estou dizendo para você parar, não gosto de ser tratada assim, ao contrário de algumas que não se importam. Você nem percebe o que está fazendo, então acho melhor se afastar. Quer dizer, não sou um joguinho de conquista, tenho sentimentos e você fica aí brinc...
- De uma vez por todas Elizabeth – ele disse, colocando as mãos firmemente nos seus braços e aproximando o rosto do seu, olhando tão fundo nos olhos dela... Ele parecia muito bravo agora – Eu não estou brincando com você, isso é o que você facilmente poderia fazer comigo. Você não percebe o tanto que eu me preocupo com você? Eu nunca fiquei tanto tempo querendo alguém antes...
- Isso é só porque você não me tem... – ela tentou argumentar, a voz falhando devido a proximidade.
- Não, não é nenhum jogo de conquista, droga. Se você me disesse "Não gosto de você, vai embora", eu iria. E eu não gosto de você por quão difícil você é. Eu gosto de você – ele disse baixinho agora- por tantas coisas que teria de fazer uma lista enorme para dizer. Amo suas qualidades, seu jeito, seus defeitos. Eu...
- Sirius – disse, Elizabeth, os olhos azuis maiores, de perplexidade – eu não acho que isso vai dar cert...
- Quer saber? Você fala demais!- e ele a calou com os lábios de encontro aos dela, envolvendo-a totalmente com seus braços. Sentiu uma alegria no peito por finalmente ter Liza ali, era como alguém que está quase morrendo de frio, e encontra o sol... Ela era o sol. E ao mesmo tempo pensava A qualquer hora agora, ela vai me empurrar, vai bater na minha cara... Então notou que ela movimentava o braço, e vagamente pensou É agora... Mas então ele sentiu a mão de Elizabeth puxar seus cabelos, o corpo dela se grudar mais ao dele. E chegou a sua mente a lembrança de uma voz que dizia Ela é sua, Sirius Black.

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Nunca tinha acontecido nada semelhante a ela com o beijo de qualquer um. Nunca havia parado totalmente de pensar, como parara quando sentiu os lábios dele. Não havia Elizabeth King, nem neve ou Hogsmeade. Não havia ninguém a não ser aquele que a envolvia. Queria sumir, dissolver-se no beijo, queria Sirius mais perto... Já nem lembrava de suas objeções, e seguindo seu instinto, levou a mão ao cabelo dele, e puxou suavemente. O cabelo de Sirius era macio ao toque, pensou ela ao se apertar de encontro a ele, e o cheiro maravilhoso lembrava hortelã.

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Notas finais do capítulo

Estrelinhas?
Reviews?



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