ONE-SHOT O Desejo de Voar. escrita por Zephy


Capítulo 1
Eu queria voar como a minha mãe...




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Desde que os famosos Exoesqueletos foram criados, eu comecei a ver o mundo de outra forma... Começando pela minha Mãe...

Quando eu era uma criança, eu costumava ver os pássaros cantando na árvore próxima a minha casa, a cada dia vinha uma espécie de pássaro diferente a cantar naquela árvore, minha mãe uma vez disse que o nome daquela árvore era Pau-Brasil, naquela época eu não entendia, afinal o tronco da árvore era ruborizado, mas na época aquilo não me importava, eu só queria ver os pássaros, era impossível eu não sentir inveja quando eles batiam as suas pequenas asas e voavam para o infinito horizonte. Minha mãe era uma famosa militar americana, nós vivíamos em um país que me cativou muito por sua Fauna e Flora, Brasil, ela sempre saía para trabalhar e só voltava depois de algumas semanas, pois bem eu acabava passando a maior parte do meu tempo lendo a biblioteca de minha mãe, eu adorava ler sobre os animais e, até mesmo um pouco, lia sobre a guerra, afinal a minha mãe era fã da Arte da Guerra, não havia escapatória eu tinha de ler o livro quando ela estava por perto. As memórias que tenho sobre a minha mãe são aconchegantes e calorosas, ela me levou a vários lugares do mundo desde os meus três anos de idade, se bem que era a trabalho e eu tinha que ficar no hotel vendo de longe a Muralha da China.

Até meus cinco anos eu vivi em uma casa perto do Pão de Açúcar no Rio de Janeiro, essa casa parecia ter sido construída por um Barão do Café e restaurada diversas vezes, não tenho muitas lembranças da casa em si, só da árvore que havia falado, ela era como a minha alma segundo a minha mãe, "Essa árvore foi plantada pelo seu Tataravô, até hoje essa cor avermelhada vibrante reflete a nossa vontade de viver, nós somos como essa árvore, Nathan! Aqueles que buscam superar a si mesmo e o destino!". Aquela frase até hoje é a memória mais preciosa que tenho dela, pensar nela, ás vezes me faz chorar, mas não de tristeza e sim de alegria por ela ter sido minha mãe.

Quando fiz seis anos, minha mãe comentou comigo que iríamos nos mudar para a Alemanha, onde um Exoesqueleto poderoso, o Infinite Stratos, fora construído a mais de um ano. Ele me disse que quem pudesse usá-lo poderia voar pelos céus mais rápido que um avião e mais gracioso que um pássaro, meus olhos brilharam enquanto ouvia de minha mãe sobre essa nova tecnologia, de repente minha mente se movia como engrenagens de uma máquina para tentar processar como seria aquela máquina, só que o que me deixou mais intrigado foi poder voar com os pássaros, ser livre... Na maioria das estórias que lia nos livros, elas contavam a aventura de determinadas pessoas em busca de encontrarem a si mesma, tenho certeza que o céu irá me responder.

A vida na Alemanha não foi tão difícil assim, por causa dos vários trabalhos da minha mãe, já havia me acostumado com diversas línguas dentre elas o Alemão, o Mandarim, o Frances, o Português, o Italiano e, é claro, minha língua materna o Inglês. Vocês devem ter ficado intrigados ao lerem isso, mas minha família incluindo eu sempre fomos pessoas dinâmicas ao aprendizado, nós absorvemos o conhecimento de uma maneiro tão rápida que não tem como não nos destacarmos dentre a Maioria. A Alemanha se tornou meu lar durante dois anos, porque minha mãe ficou encarregada dos projetos IS's e eu era o único membro da família que ela considerava como família, os outros foram corrompidos pela ganância, eles queriam cada vez mais conhecimento e junto dele o dinheiro vinha aos montes, seus cargos era na maioria de executivos, engenheiros e médicos. Meu tio, por exemplo, ainda é o primeiro ministro do Japão. A Alemanha era fria, mas ao meus tempo calorosa, todos me tratavam bem e a reciprocidade fluía, mas esse tempo iria acabar, eu sabia disso, quando fomos embora de avião de volta para os Estados Unidos.

Essa é a parte em que minhas memórias estão mais confusas, de manhã eu não me contentava em voar dentro do avião, que bom que minha mãe entreteu-me com algumas histórias sobre nosso enorme família... Algumas trágicas como o do Tio Adolf que morreu enquanto salvava os cidadãos de um ataque terrorista, ele foi um herói... E assim a viagem se seguiu até chegarmos na fronteira entre Portugal e Espanha, nesse ponto que minhas memórias se embaralham, me lembro de ter visto na janela uma mulher vestida com uma armadura negra, um IS, voando ao lado do avião e do olhar de espanto de minha mãe ao vê-la, foi a primeira e única vez que vi minha mãe mostrando uma cara de pavor, seus lábios bem abertos e seus olhos arregalados... Na época, eu não tinha entendido... Nesse momento eu não me lembro de nada, tudo um preto que faz minha cabeça doer cada vez que tento solucionar esse quebra-cabeça. Até que uma parte foi revelada e por isso a escreverei. Eu ainda estava na cabine do avião e estava vendo minha mãe do lado de fora também com um IS lutando contra aquela armadura negra, minha mãe parecia ganhar, até que começaram a vir mais e mais IS's, nisso lágrimas começaram a cair incessantemente de meus olhos, eu grita e batia nos punhos no vidro em vão enquanto minha mãe se feria do lado de fora. "Mãe, eu quero ajudá-la, me deixe sair, por favor! POR FAVOR...", a última coisa que vi foi a bandeira dos Estados Unidos no pé de uma das armaduras negras, depois disso um escuro ofuscante que me impedia de me lembrar do que estava acontecendo. Quando voltei a ver a luz, eu estava em campo esverdeado iluminado pela luz da Lua, não havia árvores, mas um verde sem fim. Olhei para os céus, eu vi duas coisas, uma imensidão de estrelas centrada pela Lua Cheia e o rosto ensanguentado de minha mãe:

–N-Nathan... -, sua voz estava rouca e sua respiração ofegante,- Me desculpe... - a dúvida do motivo em se desculpar batia em minha cabeça - Não vou mais poder protegê-lo...

Os olhos de minha mãe enchiam-se de lágrimas, que não perderam tempo em escorrer. Ela estava com suas roupas militares normais, uma jaqueta verde com um símbolo de uma águia e suas calças camufladas, ela cheirava a ferro, era um cheiro novo para minha mãe que sempre cheirava Jasmim.

–Nós fomos traídos... -, depois de um soluço ela continua - Eles tentaram nos matar... Eles pensam que você também sabe aquelas informações, por isso armaram uma emboscada...

Eu não me lembro como foi minha reação àquelas palavras de angústia e ódio, mas algo me dizia que aqueles eram os últimos momentos que eu teria com a minha mãe, eu temia que isso era verdade ao ver um ferimento profundo em seu peito... Eu não conseguia chorar, me sentia como um peso morto.

–Nathan... Não corra atrás de vingança, não vale á pena - aquelas palavras ressoaram em meus ouvidos - Eu temo que não o verei mais...

Ela desabotoa a parte superior da jaqueta e retira um cruz prateada presa em uma corrente ao redor de seu pescoço, hesitante, ela coloca ao redor do meu pescoço, onde eu pude ver melhor o "acessório". De fato, era uma cruz com cada extremidade sendo dividida ao meio com uma ponta curvada para cada lado, eu não sabia que minha mãe era religiosa.

–Essa cruz protegeu sua mãe naquela batalha e agora eu devo passar para você para que ela também te proteja... - ,suas lágrimas caiam sobre meu rosto manchando de sangue, - Você irá para o Japão, lá você ficará seguro... Eu queria ir com você... - Ela olha para a Lua com olhos distorcidos e cansados - Eu queria ficar com você... Mas meu tempo aqui acabou... Eu te amo... Nathan...

Ele ficou lá imóvel com a cabeça levantada olhando para a Lua, sentada apoiada em uma árvore comigo segurado em seu colo. Quando eu recobrei a consciência e vi minha mãe naquele estado, foi um choque tão grande que minha vida inteira inverteu-se do dia para noite, literalmente. Foi o dia em que eu mais chorei na minha vida, eu pedia para minha mãe responder, mas ela apenas ficava lá parada com algumas mechas loiras de seu cabelo pintado encobrindo seu olho azul esquerdo. A última coisa que me lembro eram de luzes, faróis de um carro.

Anos se passaram e os Infinite Stratos haviam se tornado uma sensação mundial, só que feminina, agora com 15 anos, eu cumpri o pedido de minha mãe e fui morar com o meu Tio Shirazaki que me acolheu em sua casa, foi ele que havia me buscado naquele carro anos atrás, parece que minha mãe havia conversado com ele antes de... Vocês sabem... Para ele mudar meu nome, o pedido foi aceito mesmo comigo recusando. Meu "novo" nome é Shirasaki Noah, como tradição japonesa o sobrenome vem primeiro que o nome. Eu pensei que teria uma vida comum como um estudante aspirante e ser Engenheiro quando soube que havia a Academia Infinite Stratos, uma medo e uma meta. Meu tio foi totalmente contra naquele ano, mas ele não me disse porque, pois bem a única escolha foi fugir de casa para tentar me matricular. Ele sempre me escondia vários tipos de informação.

Me lembrar de um Exoesqueleto me dá náuseas depois de tudo que eu consigo lembrar daquele dia, mas mesmo assim é como ele fosse uma parte da minha mãe que eu estou rejeitando e uma parte da minha infância, "Eu quero voar, quero ser livre". Quando cheguei para tentar me matricular, a secretária caiu nas gargalhadas que a cada segundo tiravam cada vez mais minha paciência.

–Impossível! -, disse ela depois de mais algumas risadas - Só existe um homem capaz de pilotar um IS, Orimura Ichika, e olha para você, um mestiço querendo ser igual a nós.

Era verdade, eu era um mestiço, um adolescente loiro de olhos esverdeados, porte físico um pouco acima da média e eu era bem alto comprado ao resto dos adolescentes japoneses, 1,8 metros era muito elevado. Eu queria esmurrar a cara daquela mulher, em nenhum momento eu falei de igualdade, pouco me importa se aquele Ichika era o único homem, eu queria tentar, não quero desistir, eu quero ver a mesma realidade que minha mãe.

–Aliás, não estamos matriculando alunas mais. - Ela fala com um tom de gozação - Pode ir embora, vamos, chispa!

Serro o punho, eu não queria ir embora, eu vim aqui para concluir o meu sonho, eu não irei embora até conseguir. Na hora que eu iria retrucar, as luzes se apagaram e os vidros ao redor foram cobertos com paredes de segurança. A reação da secretária foi de pânico, seus olhos confusos mostravam que algo grande estava acontecendo. O que era?

–Akame! - A secretária gela - Estamos sendo hackeados e a cidade está sendo atacada. Precisamos de você. - disse uma mulher vestida de preto.

–Sim, Senhora! - Ela faz posição de reverência.

–Não podemos perder tempo. O primeiro ministro Shirasaki está como refém! E as nossas estudantes estão indo para a realidade virtual.

Eu gelo, "Por que meu tio está sendo atacado?", minha mente começa a doer e meus pensamentos começam a ficar confusos. Eu queria, não eu quero fazer algo! Eu deixei tudo que estava ao meu redor de lá e corri sem rumo.

–HEY! - gritou a secretária impaciente, não sabendo em qual dos lados se focar - Onde você está indo?

A secretária tenta correr atrás de mim, mas é parada por aquela mulher, depois eu tenho que agradecê-la pelo que fez. Um problema a menos, um problema a mais, eu estava perdido em uma academia imensa, estava ofegante por causa da corrida, mas não perdi o ritmo eu ia de corredor em corredor até que eu me deparei com uma garota também correndo. Ela vestia o uniforme da academia, é claro, mas o que remexeu com minhas memórias foi seus cabelos prateados e seu olho avermelhado, quando eu vivi na Alemanha me lembro de ter me encontrado com ela em algum momento de lá.

Nós passamos um do lado do outro correndo em direções opostas, ela não me notou, mas eu pude verificar seus cabelos, são os mesmos da... Coloco a mão na minha testa e levanto meus cabelos lisos. Eu me lembrei, fazia muito tempo que não a via, meus olhos enchiam-se de lágrimas, minha amiga de infância...

–Laura Bodewig... - falei tão baixo que ela não pôde escutar, ou talvez tenha me ignorado.

Eu não lembrava que ela tinha um tapa-olho, mas tirei de perguntar para ela o motivo. Eu estava tão feliz que eu acelerei o passo, eu ia cada vez mais rápido, nada podia me parar, ela foi a única amiga que tive, revê-la foi o estopim para querer concluir o meu sonho.

Eu não sabia onde eu havia parado em frente a uma porta, eu não sabia o que tinha lá dentro, porém algo havia me guiado até aqui. Pego por um momento a cruz que estava dentro de minha camiseta azul com um Kanji em preto escrito "Esperança", era minha camiseta favorita.

–Mãe... - meu coração parecia querer sair do meu corpo pela minha boca, mas eu consegui me conter

Abro a porto, dela saía um vento frio que batia em meu rosto como uma agulha, em meio verão eu sentia frio extremo, mesmo assim entrei na sala que na verdade era um Laboratório e no centro havia um IS prateado com alguns detalhes em dourado, era lindo, ele detinha quatro asas o que fazia ele parecer um Arcanjo e tinha um protetor de cabeça parecido com uma auréola. Sem hesitar eu me aproximei.

–Quem é você? - a voz de uma garota ecoou pelo laboratório, sua voz era rígida e fria como o gelo.

Na hora que eu pensei em me virar, um leque apareceu em frente a minha cara, o que me certificava que era mesmo uma garota por causa das mãos brancas que estavam segurando o leque. Quando fechado o leque era azul escuro, mas quando ela abriu ele mostrava um kanji que tentei identificar, mas ele o fechou tão rápido que eu não pude ler.

–Seu nome. - ela falou com uma voz fria, parecia que iria me congelar.

–Shirasaki Noah - respondi o mais natural que pude.

–Não, seu verdadeiro nome.

–Me diga o seu então! - retruquei.

–Katana. - a garota respondeu.

–Nathan...

A garota tirou o leque da frente da minha cara e deu uma risadinha que me incomodou. Eu queria saber como era o rosto dela, mas era em vão, quando me virei ela não estava mais lá. Ela havia sumido, ou seja, estava apenas aquele IS acorrentado e um garoto que se perguntava porque ela não fora mandado para casa.

Não demorou muito até eu achar um jeito de entrar nele, foi até que fácil, só subi as correntes até chegar ao lado de dentro e vesti o Exoesqueleto. Nesse momento, eu me lembrei do que aquela secretária havia me falado, apenas um homem podia ser capaz de pilotar um IS, Orimura Ichika. Isso fincou em meu coração como uma espada, eu tentei ligar o IS.

Nada, tentei, tentei e continuei tentando, mas nada o ligava... Eu estava frustrado e triste ao mesmo tempo. Tudo o que passei foi por água abaixo? A morte da minha mãe... Alguém a matou, eu quero saber quem é, mas não por vingança, mas por reconhecimento e depois dar um soco na cara da pessoa e entrega-la para a justiça. Minha mãe era uma lembrança tão boa em minhas memórias, mesmo morrendo, seus ensinamentos estão comigo, ele é a pessoa mais importante da minha vida...

–"Nós somos como aquela árvore. Aqueles que buscam superar a si mesmo e o destino" - as palavras saíram da minha boca sem eu perceber, com um último pingo de esperança, seguro a cruz. - Mãe... Me empreste suas forças! - uma lágrima cai na mão em que estou segurando a Cruz.

No meio do silêncio do laboratório, ouço um barulho conhecido o som de uma máquina ligando, presencio o IS ligando, aquilo havia me deixado tão feliz que até hoje não tenho palavras para descrever o que senti naquele momento. As correntes iam se quebrando uma a uma, eu me sentia diferente, a cada corrente quebrada, eu sentia que o exoesqueleto fazia parte de mim.

–Silver Mercury. - A voz de Katana aparece do lado da minha orelha esquerda, era apenas uma ligação. - Esse é o nome desse IS, ele é da nova geração, em que você não precisa mais pilotar manualmente, só precisa pensar.

–Katana? - me assustei com ela falando do meu lado, quase engasguei com a minha própria saliva.

–Silver Mercury é a forma atualizada e melhorada do IS de sua mãe, depois que ela morreu, ele não deu mais sinais de ativação, tentamos transformá-lo, mas nada deu certo, parece que ele apenas responde a você. - sua voz não estava mais rígida, era como se ela me tratava como um igual talvez.

– É só isso? - tentei parecer que estava sério, mas acho que não fui confiante o suficiente.

–Esse IS é conhecido por ser o mais rápido do mundo, mas em quesitos de força e defesa ele é mediano, deve ter alguns ataques a distância e uma espada, se não me engano o nome dela é Caladbolg. - sua explicação fora tão óbvia, quase todo o IS tem uma arma branca e uma de fogo.

Ela havia falado que esse IS se move através do pensamento, sem escolha pensei nos propulsores ligando e eu atravessando as paredes. Assim se fez, sem tomar nenhum dano eu estava do lado de fora da academia, meus pensamentos estavam centrados em salvar meu Tio, não dei mais ouvidos para a Katana e segui em frente.

–Hey está me escutando? - pergunta Katana chateada, pude ouvir um suspiro através da ligação.

–Agora estou. - era difícil controlar o IS, exigia uma concentração que não de onde eu conseguia ter.

–Não tenho muito tempo, parece que tenho intrusos para combater, só irei dizer mais uma coisa. Artemis. Lembre-se disso. - ela fala com uma voz séria como se estivesse pensando que tudo daria errado, mas nada disso importava mais, ela desligou.

A sensação era ótima, agora eu sei como minha mãe se sentiu quando pilotou um IS, o vento batendo em seu rosto a uma velocidade de MACH 3, sim a três vezes a velocidade do som, nunca vi algo tão rápido e potente, que bom que meus tímpanos não foram para o espaço, mas pelo menos a viagem foi boa... ou nem tanto assim, que bati a cabeça no primeiro prédio a minha frente atravessando-o e passando perto de muitas pessoas e formando um buraco por onde passava. Desculpe. Hehe.

O pior é que eu não sabia parar, até mesmo quando eu entrei como um meteoro na casa do meu Tio, quando eu lembrei que eu tinha lembrado que eu tinha que pensar em parar, eu já tinha esmagado uma das três mulheres com Exoesqueleto no chão, ela permanecia inconsciente, enquanto minha cabeça estava em sua barriga pressionando. Recobrei a sã consciência depois de alguns segundos, não era fácil ter sua cara em uma barriga bem treinada de uma assassina. Que foi? Eu sou homem, sabia?

Olhei para as outras duas, exoesqueletos negros, eles não eram tão salientes quanto a maioria que já vi, mas eram perfeitos para movimentos rápidos, típicos de assassinos. Atrás delas estavam meu Tio Shirasaki, minha Tia e minha prima. Eu sabia que elas seriam as primeiras a atacar, já que estavam armadas com semi-metralhadoras. Pensei nos propulsores da minha perna e da minha asa esquerda e assim se fez, deslizei para o lado esquerdo desviando dos vários tiros enquanto elas tentavam me acertar, que bom que o espaço que eu criei foi grande o suficiente para eu poder me mover livremente.

–Caladbolg! - gritei o nome da espada.

Pensei que a Espada iria cair do céu ou algo tipo, mas ela apenas se fez na minha mão, ela lembrava a espada dos livros de lia, afinal Caladbold é o nome alternativo para Excalibur do Rei Arthur, a espada era grande, mas leve, talvez é por causa da força do Exoesqueleto, mas em outra hora eu irei refletir sobre isso. Só estava pensando em uma coisa, salvar a minha família. As balas haviam acabado, esse foi o momento em que eu avancei com tudo, liguei todos os propulsores que pude e avancei contra a Assassina da direita com um corte em diagonal, destruí o IS dela e fiz com que ela caísse de barriga para baixo, inconsciente... Que bom que não feri ela diretamente...

–Não deixarei isso em vão!- grita a da direita tentando me apunhalar.

–Quer brincar de pega-pega? - Olhei para ela com um sorriso perverso.

Voei para os céus esperando que ela tenha me seguido e eu estava certo, a sede de vingança dela a fez tomar escolhas erradas. Eu voei o mais alto que pude, eu não tinha percebido que o dia estava tão azul e bonito, estou grato da distância que consegui pegar dela, graças à velocidade do Silver Mercury. Eu sabia que ela estava esperando eu voltar e atacar com a Caladbolg, mas Katana me de um conselho e eu irei usá-lo.

–Venha! Artemis! - Tentei me concentrar ao máximo para fazer a mesca coisa que fiz quando chamei pela espada, o problema é que eu não sabia como era essa arma, eu precisava de uma que estava familiarizado, um arco.

A mesma situação quando chamei a Caladbolg aconteceu, a espada se desfez e a energia se refez em um arco. O Arco me traz lembranças do clube que frequentava na fundamental, adorava atirar em alvos com um arco. Mas Artemis não era um arco comum, ele detinha alguma tecnologia avançada que o diferenciava dos outros arcos, por exemplo não precisar de flechas para atirar, um relâmpago tomava o lugar. Eu hesitei um pouco em atirar, mas sabia que coisas terríveis iriam acontecer se eu não pará-la. Atirei. O som foi como o rugido de um trovão, a Assassina não teve como desviar, a velocidade foi tão alta que ela não teve chance. O bom da Artemis é que ela causa curto-circuito no exoesqueleto inimigo, pelo menos foi o que notei, afinal caiu e caiu e caiu e caiu até que eu decidi salvá-la.

Ao redor da casa de meu tio estavam diversos policiais e IS's, o que não me incomodavam, ser a segunda sensação mundial foi bom enquanto durou, sabia que meus dias estavam contados quando pisei no chão e o Silver Mercury começou a brilhar até que a Cruz em meu pescoço sugou toda a luz até ficar ao normal novamente. Minha família adotiva já estava em pé, o choque parece ter passado, isso faz com que eu abra um sozinho de gratificação por todos estarem bem. Meu Tio se dirige a mim.

–Que incrível! - arquejou meu tio - você nos salvou, é o segundo homem da Terra a pilotar um IS e ainda tem um IS pessoal.

–Tio, você só quer propaganda, né? - Falei bem baixinho

–Bingo! - Um sorriso largo apareceu no rosto de meu tio, de fato ele sabia como aproveitar a situação e levar tudo à seu favor, ele me assustava

Felizmente, pude salvá-los do pior, meu coração se encheu de alegria ao ver minha família adotiva a salvo. Mas o poder que recebi deverá ser controlado, não poderei mais ir para a escola com a minha prima, vou ter que ir para a academia IS. Laura... Enquanto minha casa lotava de estranhos e eu estava lotado com entrevistadores ao redor, meus pensamentos estavam centrado apenas na minha amiga de infância, Laura Bodewig. Ela cresceu bastante, eu quero vê-la.

Burocracia para o meu Tio é uma maravilha, mas coisa boa foi ver a cara de derrotada daquela secretária na hora que fizemos minha matrícula. Dava até para escutar os resmungos que ela fez a cada linha. Gentileza gera Gentileza. O contrário também existe. Amanhã será o dia que eu poderei vê-la. Mal posso esperar...

No dia seguinte, meus pedidos foram atendidos havia um espaço na classe de Laura e eu consegui me encaixar, me senti muito animado naquele dia. Nunca tinha visto tanta garota dando em cima de mim em um dia, foi mesmo gratificante me sentir importante por um dia.

–Vamos! Entre e se apresente! - chama a professora.

Quando entrei na classe, a primeira coisa que vi foi o rosto da professora, era aquela mesma pessoa que desviou a atenção da secretária e, felizmente, agora sei seu nome: Orimura Chifuyu. Dei uma olhada ao redor da sala, duas pessoas me chamaram atenção, obviamente, uma delas é Laura e a outra era Orimura Ichika, ao vê-lo eu senti uma rivalidade entre nós dois, sabia que seríamos bons amigos e rivais. Fiquei do lado da professora.

–Prazer em conhecê-los! Eu sou Shirasaki Noah!


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Notas finais do capítulo

Obrigado por terem lido e espero possam comentar suas opiniões à respeito da minha história.



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