Other Time escrita por Langer


Capítulo 6
Fim da noite


Notas iniciais do capítulo

Gente não me matem! Eu achei que já tivesse mandado o capítulo mas olha só! O gloogle sempre da problema no nyah! Nem só de poucos comentários vive o leitor. Espero q gostem!!



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Eu fiquei lá parada sem saber se Ren ia voltar. A brisa era refrescante e parecia acariciar meu rosto. De repente senti uma pontada no corpo como se ele quisesse se mexer. Só então percebi que a música indiana tocava no salão. Ela me contagiava e eu me movia feito uma louca dançando sozinha. Comecei a cantar baixinho em inglês uma letra animada. Era a primeira vez que eu cantei, me surpreendi com minha voz na canção. Eu canto bem!

Movia meus braços conforme o som indiano e quase como por conta própria meu quadril começou a ir de um lado para outro como uma dançarina do ventre. Eu me sentia a Durga em pessoa, movendo os vários braços e corpo todo. Mas então a música mudou. Reconheci que uma jovem cantava uma música indiana muito romântica.

Voltei a me apoiar na grade, meu coração se apertou. Os convidados deviam estar dançando com seus parceiros falando o quanto se amavam e todas aquelas coisas melosas. Sentia que ia chorar, talvez fosse minha culpa, não consegui mudar nada quando meu pai não veio conosco. Ele estaria um andar abaixo de mim, dançando com minha mãe. Eles fariam inveja aos outros casais, nunca conheci duas pessoas que se amassem tanto quanto meus pais. Lágrimas quentes rolaram pelo meu rosto.

Interessante como os seres humanos mudam seu estado de espírito em segundos. Não consigo acreditar que minutos antes eu estava dançando e cantando como louca e agora estou chorando. Resolvi que não era uma boa ideia ficar sozinha no palácio. Me virei para sair e então meu coração disparou.

– Admito, você dança e canta muito bem.

Minha boca se escancarou e uma onda de vergonha me tomou, meu rosto devia estar um pimentão de tão vermelho. Por mais que quisesse me esconder no lugar mais escuro do mundo olhei para o rosto de quem me observava. Era um rapaz, alto, bonito, acima de seus lindos olhos dourados ele mantinha uma sobrancelha erguida. Como se esperasse uma resposta. Meus olhos correram sobre seu traje e soube na hora quem era ele. O irmão de Ren.

– Majestade, desculpa. Me empolguei com a música. Eu já ia descer e ai... bom basta dizer que levei um susto. Desculpa majestade. Hã, estou bem perdida agora – Fiz uma reverência toda atrapalhada- Com licença majestade.

Ele me deu espaço para sair (ainda bem) mas quando eu ia me distanciar ele me chamou.

– Moça, pode me dar a honra de saber seu nome?

– Kelsey, majestade.

– Kelsey, você canta muitíssimo bem. Pensou já em cantar ao público?

– Majestade...

Ele me interrompeu.

– Kishan se preferir.

– Kishan, bem, morro de vergonha, agora mesmo estou me consumindo aqui.

Oque não era mentira. Se não fosse desrespeito eu sairia correndo me esconder.

– Mas você tem que ter até orgulho da sua voz. Nunca ouvi nada assim das nossas cantoras.

Nossas cantoras? Tudo bem que eles são ricos e tal, mas ter cantoras particulares era meio que exagero.

– Na verdade, é a primeira vez que canto.

O rosto dele demonstrava seu espanto. Mas logo ele disfarçou com uma expressão pensativa.

– Não é o que parece- Ele sorriu- Mas Kelsey, se não quer cantar para muita gente eu te convido a cantar para minha família.

OQUE? Eu ouvi isso? Eu, convidada a cantar para a família real do meu reino?! Aquela noite estava louca, além de tudo que já aconteceu eu canto pela primeira vez e já recebo uma proposta.

– Nossa, isso é sério? Eu não sei, e se eu cantar desafinado algum guarda corta minha cabeça?

Ele franziu a testa literalmente confuso.

– Jamais faríamos isso. Me acompanhe por favor senhorita.

Ele deu alguns passos até estar do meu lado e passou o braço pelo meu.

– Aonde vamos?

– Para a sala de música. – Ele disse como se fosse óbvio. Novamente eu estava andando pelo corredor do palácio acompanhada por um príncipe. Dia normal esse. Caminhamos até uma porta dupla que ele retirou o braço do meu para abrir, então se virou e me lançou um sorriso radiante. Entramos na sala totalmente escura até ele ascender algumas lamparinas. Eu via alguns instrumentos musicais conhecidos como um bandolim, uma flauta e um piano. Todos os outros eram desconhecidos.

Ele me entregou um pergaminho com escritas em híndi. Olhei confusa para elas.

– Por que as folhas?

– São letras de música.

– Eu terei que cantar?

Ele me dirigiu um sorriso malicioso.

– Sim, tinha em mente outros pensamentos para essa sala?

Naquele momento eu fiquei tão vermelha com a pergunta dele. Eu devia estar parecendo um tomate. Alguém faça salada de mim para eu sumir.

– Não.

Ele riu.

– Tudo bem, pode cantar essa letra?

– Não sei ler híndi. Sou americana.

– Deportada?

Assenti.

– Bom, eu leio e você canta.

– Ok.

Ele começou a ler na sua voz aveludada e incrivelmente sedutora.

‘’ Só uma dança, pode ser proibida, mas é só uma dança.

Com perfeição me conduz, seus olhos transmitem a mais boa luz.

Oh, Oh ninguém disse que eu ia me apegar. Agarrei me em você e não quero soltar.

Era uma simples dança, proibida, mas só uma simples dança.”

O primeiro trecho foi fácil de decorar, respirei fundo e comecei a cantar. Minha voz ecoava na sala quase deserta. O rosto de Kishan mostrava que ele estava aprovando.

Ele passou mais alguns trechos e eu ia cantando, o nervosismo me fazia suar e o fato dele estar me observando, mais ainda. Quando ele disse que tinha acabado eu respirei fundo aliviada. Ele bateu na própria testa e resmungou.

– Mas que péssimo anfitrião eu sou. Vamos para o salão você me proporcionou essa linda música, quer me dar a honra de uma dança?

O pedido me trouxe o príncipe de olhos azuis a mente. Aquela dança provavelmente se repetiria e Kishan não seria ousado para fazer isso. Considerei o pedido e no final aceitei. Descemos de volta para o salão e me surpreendi ao ver que muitas pessoas estavam lá dançando. Seus trajes muito mais refinados que os meus mostravam que era da alta classe. Me senti despojada. Kishan pegou minha mão e me conduziu para um lugar menos lotado. Os músicos cantavam novamente uma canção agitada.

Dançamos muitas músicas e por sorte não houve mais canções românticas. Kishan e eu parávamos as vezes para provar alguns doces que estavam sendo servidos. Ele elogiava e dizia o quanto estavam deliciosos.

Não avistei Dhiren. Talvez estivesse no meio de todos os outros convidados dançando com uma indiana bonita. Nem sei porque Kishan dançava comigo. Deixei de lado tudo isso e percebi que já estava bem tarde. Despedi- me de Kishan e fui para a cozinha. Minha mãe já me esperava.

– Desculpa mãe, eu deveria ter vindo antes.

Ela dispensou meu comentário com um movimento da mão.

– Não. Você tinha que aproveitar a oportunidade.

Ela me chamou para ir embora, iriamos a pé mesmo mas Isha nos impediu e chamou a mesma carruagem que nos trouxera. Agradecemos e nos despedimos.

Resolvi que só contaria a novidade de cantar para a família real em casa. O trote dos cavalos me acalmou e eu quase dormi ali mesmo.

Chegamos em casa e eu já sabia a mentira que contaria a ela.

Disse que eu estava dançando sozinha e o príncipe mais novo se aproximou. Eu não o percebi e comecei a cantar baixinho, ele percebeu e convidou eu a cantar para eles.

Ela começou a dar gritos e disser que essa era uma ótima oportunidade e blá blá. Peguei uma lamparina para ir me lavar na cachoeira ali perto. Quando me sequei e fui deitar meus pensamentos voaram para o começo daquela noite louca. Quando um lindo príncipe me conduziu em uma dança proibida.


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Notas finais do capítulo

Comentem. Favoritem. Se gostaram. Se não comentem oque precisa melhorar ;)



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