No caminho de volta minha mãe olhava de lado para minha expressão feliz.

– Como foi a conversa com o príncipe?

Oque responder? Que eu tive uma quedinha por ele? Não ela não vai acreditar, vai pensar que eu estou louca. Eu, uma simples ex-camponesa da América, e um divino príncipe? Sem chances.

– Eu me apresentei do jeito que você ensinou, e ele me falou sobre a história do reino. – É, eu menti, parecia a melhor forma de explicar a conversa adorável que eu tivera a poucos minutos.

Havia alguma coisa em Dhiren que me chamou a atenção, ele era diferente. Não tinha o rosto cheio de cobiça e vaidades de outros príncipes que vi ou ouvi falar. Ele tinha o rosto puro, quando olhei em seus olhos pude ver que ele era uma pessoa que lutava pelos sonhos de quem amava, que ajudava a todos antes de ver suas vontades. Era um homem corajoso, sincero, honesto. Em resumo, era um homem bom. De verdade.

– Humm. – Sussurrou ela, alheia ao fato de que eu havia mentido.

Chegamos em casa e eu ainda pensava em Dhiren, e o que ele faria para eu ir ao tal baile.

POV DHIREN:

Preciso descobrir um modo de aquela garota adorável vir para o baile. Ela era diferente de todas as outras. Tinha uma beleza angelical, sua voz era música para meus ouvidos, logo que olhei para ela, senti uma conexão estranha, nunca me sentira assim com outra pessoa.

Uma ideia maluca surgiu na minha cabeça .

Esperei até mamãe e papai voltarem de sua visita ao reino que tínhamos feito as pazes. Fiquei esperando no palácio e não na casa, pois era lá que eles iriam antes.

Assim que papai sentou em seu trono para conversar com nossos guardas, chamei mamãe para uma conversa.

– Mãe, acho que seria mais agradável acrescentar alguns doce e petiscos ao baile.

– Talvez...sim seria melhor, vou providenciar com Madison vários de seus melhores doces. – Ela sorriu e saiu, sei que ela fica feliz quando sabe que vai melhorar algo.

Logo, um guarda foi mandado para enviar a mensagem para a mãe de Kelsey.

POV KELSEY:

Algumas horas depois que chegamos em casa, um guarda real nos trouxe uma mensagem da rainha Deschen:

‘’ Minha querida confeiteira, receio que nosso baile ficasse neutro sem seus deliciosos doces, peço a você uma nova encomenda de seus mais deliciosos doces. Pode comparecer a nossa cozinha se quiser ajuda de nossas serviçais, já que é grande o número de doces. Eu prefiro que faça alguns também no baile, para que estejam bem frescos. A recompensa será grande, e sua filha está convidada para o baile. Atenciosamente, Deschen.’’

Minha mãe sorriu para mim e eu retribui, mas os motivos eram diferentes. Dhiren conseguiu.

Olhamos uma lista que acompanhava a carta. O pedido de doces era enorme. E só tínhamos 2 dias.

Fomos para a feira comprar os ingredientes que faltavam. Assim que voltamos começamos a fazer os doces. Os biscoitos eram os mais demorados para assar no fogãozinho a lenha. Sunil chegou em casa de seu trabalho nas lavouras do rei. Mamãe pediu que ele fosse buscar mais lenha, ele resmungou algo como ‘’eu nunca descanso’’ mas foi. Naquele dia fizemos metade da metade do pedido, minha mãe estava exausta e eu também. Meus braços doíam de tanto mexer massa com a pequena colher de madeira. Mas a amanhã vai ser pior. E melhor. Fui relaxar meus músculos na pequena cachoeira que havia perto de casa. Me sequei e fui deitar.

Amanhã as oito da noite eu vou revê-lo. Adormeci com esse pensamento.

Acordei cedo com os gritos de minha mãe, estava na hora de começar o trabalho. E depois vou comprar um novo vestido. Motivada, fiz o meu trabalho rápido e com determinação. O meio-dia chegou, almoçamos atrasadas, e depois continuamos o trabalho.

Era 3:00 da tarde quando terminamos a maior parte, o resto mamãe ia fazer com ajuda das empregadas do rei durante o baile. Ela pegou uma grande quantia de dinheiro e fomos para as barraquinhas que vendiam roupas. Desta vez eu não resisti e comprei uma fita de cabelo azul.

– Nossa, você gosta mesmo de azul. – Minha mãe disse enquanto eu olhava os vestidos dessa cor.

E de repente, o vestido perfeito estava na minha frente.

O choli azul bordado com linhas dourado e contas minúsculas não mostrava minha barriga, a saia era estilo sereia do mesmo bordado. O lehenga em forma de véu era tão bonito. Minha mãe notou a afeição em meu rosto pelo vestido e o comprou na hora, apesar de ser caro. Comprou também um sapatinho de tecido azul incrustado em contas douradas que pareciam pedras preciosas.

Não tínhamos dinheiro para as joias mas minha mãe me emprestou seu colar de ouro e safira que ganhara de seu avô, era um conjunto com brincos também dessas pedras. Nossa sorte era que o lehenga já vinha com o enfeite que caia na testa, tinha lindas pedras falsas de ouro e safira. Quando me olhei em um espelho perdi o fôlego.

Uma verdadeira princesa indiana. Era isso que eu havia me transformado.