Neve no Jardim escrita por Flamingo Azul


Capítulo 3
De Rosas Negras Para Girassóis




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/575530/chapter/3

Luiza estava inconsolável com a morte de Jeremy, seu namorado. Quando cheguei em sua casa ela estava deitada no chão abraçando um travesseira com uma força infinita e derramando lágrimas, sua camiseta estava toda molhada de tanto chorar. Vendo aquela cena, comecei a chorar junto a ela, meu coração mole não consegue ver pessoas tristes ou chorando ainda mais minha melhor amiga.

Minha missão era tentar animar ela, estava meio difícil mas se tem uma coisa que eu sou bom, essa coisa é animar as pessoas e deixar elas mais felizes. Coloquei um CD com músicas divertidas e felizes, fui até Luiza abracei ela com toda minha força.

– Está sendo tão difícil pra mim – Disse Luiza com a voz rouca – Ele era tão jovem, nós tínhamos um futuro pela frente e eu o amava tanto.

– Eu sei, mas agora ele está em um lugar melhor olhando por você.

Luiza e eu deitamos em sua cama e passamos a noite inteira assistindo filmes. Pela manha fomos ao velório de Jeremy, eu fiquei o tempo todo ao lado de Luiza a consolando. Quando o velório chegou ao fim eu e Luiza compramos sorvete e fomos ao “Lugar do Pensamento”, o Lugar do Pensamento era um campo de girassóis e quando alguém do nosso núcleo de amizade precisava pensar ia até lá.

– É tão difícil acreditar que ele não estará mais ao meu lado – Disse Luiza secando as lágrimas que escorriam de seus olhos – Eu nunca mais vou poder abraçar ele, nem falar com ele ou tocar sua pele.

– Ele sempre estará ao seu lado só que você não o verá – Eu disse sorrindo.

– Eu só queria vê-lo novamente, senti-lo e o abraçar com toda a minha força.

– Algum dia você terá o que deseja o que deseja.

– Se eu te contar uma coisa você não ri?

– Eu não vou rir, pode contar.

– Eu achava que ele ia ser o único homem da minha vida, que eu nunca ia amar alguém como eu o amava – Disse Luiza sorrindo.

– Isso é tão fofo e doce, isso prova que você realmente o amava – Eu disse fazendo uma careta fofa.

– Obrigada por estar aqui comigo e por me ajudar a passar por isso.

– É o nosso pacto, lembra? “Sempre juntos, sempre unidos, sempre amigos.”

– Sim – Disse Luiza rindo.

Eu e Luiza sempre fomos amigos, desde crianças. Ela e eu sempre assistíamos filmes de comédia romântica e hoje em dia somos românticos incorrigíveis, acreditamos no amor e na cara metade, acreditamos que há alguém esperando por nós, a pessoa especial.

Voltamos para casa da Luiza e assistimos “A Filha de Netuno”, esse era um dos nossos filmes favoritos.

– Eu queria tanto viver em um filme – Eu disse pensativamente.

– Eu também, um filme com um final feliz – Disse Luiza com uma feição triste.

– Mas o final feliz depende de nós, nós devemos fazer a escolha certa para sermos felizes para sempre.

Depois de conversarmos eu e Luiza decidimos fazer panquecas. Enquanto fazíamos eu contava a ela sobre o Neal e as coisas que havia acontecido comigo na última semana.

– Quando ele me tocou, meu coração disparou e tudo em minha visão embaçou menos ele – Eu disse desesperadamente – Eu nunca pensei que fugiria do amor e foi o que eu fiz naquela noite.

– Da uma chance pra ele – Disse Luiza sorrindo.

– Eu nem sei se ele é gay e ele não pediu uma chance, ele só tocou em mim.

– Ele te chamou para sair duas vezes, certo?

– Certo!

– Então ou ele só quer amizade ou ele quer o seu amor.

– Ele com certeza é hetero.

– Você não sabe, para de ser pessimista. Geeby você sempre foi a pessoa mais positiva que eu conheço e agora você fica com essa negatividade.

– Eu só não quero criar coisas que não são reais.

– Eu vou ir ao banheiro – Disse Luiza com a voz triste.

– Ok!

Luiza estava demorando, passei pela banheiro e ouvi o som do choro dela.

– Luiza? Você está ai?

Entrei no banheiro e ela estava sentada no chão chorando.

– Amiga não fica assim, eu sei que é realmente difícil, mas você tem que tentar se acalmar.

– Eu estou tentando mas é difícil, é mais forte que eu.

– Vem as panquecas estão prontas.

Enquanto comíamos as maravilhosas panquecas consegui tirar alguns risos dela. Quando a noite chegou eu fui embora, Luiza já estava bem melhor e conformada com a morte de Jeremy.

Quando abri a porta da minha casa ouço a voz de Neal me chamando.

– Geeby!

– Neal? Nossa, que susto – Eu digo rindo.

– Desculpa, pode conversar um pouco? – Ele disse sorrindo.

– Claro.

Sentamos nos degraus e começamos a conversar.

– Desculpa se eu fiz alguma coisa de errado aquele dia que nós saímos – Disse Neal meio envergonhado.

– Você não fez nada de errado eu é que passei um pouco mal e tive que ir embora .

– Eu percebi que hoje e ontem você não estava em casa.

– É que o namorado da minha amiga morreu e eu tive que fazer meu papel de amigo.

– Sinto muito pela perda, me lembro muito bem de quando meu pai morreu, foi muito triste, eu só queria me afastar de todos e não queria mais ver a luz do sol.

– Realmente deve ser bem triste.

– Sim, mas a vida continua. Se eu não viver, ninguém vai viver por mim. Aliás, nosso próximo encontro está de pé não é?

– “Encontro”? – Eu disse rindo – Claro, só falta marcar.

– Dessa vez eu prometo que só vai estar eu e você – Neal disse rindo.

Ficamos em silencio e nós olhamos por uns 10 segundo e Neal foi chegando mais perto de mim e da minha boca, ele ia me beijar, eu entrei em desespero, não sabia se aceitava o beijo ou rejeitava, ele foi chegando mais perto. Então eu coloquei minha mão em seu peito e o empurrei para trás.

– Acho melhor eu entrar está ficando meio tarde, até – Eu disse rapidamente com a voz trêmula.

– Boa noite – Disse Neal meio envergonhado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigado por ler e acompanhar!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Neve no Jardim" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.