– Posso te contar um segredo sr. Frost? – perguntei, e ele fez que sim com a cabeça. – Eu lembrei exatamente de tudo daquele dia.

– Na minha cabeça, relembrei cada momento e toque também, deve ser por isso que consegui fazer exatamente como antes e te ajudei a lembrar. – Jack falou sorrindo.

– Bom, ainda é cedo – falei olhando o relógio na prateleira ao lado da cama – o que temos para hoje?

– Se arrume com uma roupa confortável, de ginástica, por exemplo – o loiro disse piscando para mim.

Fiz uma cara de confusa enquanto Jack se levantava da cama rindo. O acompanhei até o banheiro, tomamos um banho rápido e cada um pro seu closet. Achei um conjunto de short e blusa de ginastica num tom de lilás, clarinho. Vesti e coloquei um tênis, ainda me impressionada em como tudo naquele cômodo me servia perfeitamente. Sentei na cama esperando meu marido.

– Não vai precisar desse tênis – ele falou rindo da minha cara e carregando algo pendurado nas costas.

– E por que não? – perguntei.

Jack me mostra dois pares de patins. Sorri como criança, afinal sempre amei andar de patins. Nos arrumamos e fomos para a pista de caminhada que o condomínio tinha. Apostamos uma corrida primeiramente, 500 metros como mostrava a marcação da pista, Jack ganhou claro, percorremos todo o contorno do condomínio e paramos um pouco no lago que tinha no fundo da nossa casa.

Por volta de sete da noite Rapunzel havia chego em casa e nos arrumávamos para sair. Fomos a um pub que havia na praia. Sentamos numa mesa um pouco afastada.

– Quer alguma coisa meu amor? – Jack me perguntou.

– Aceitaria uma bebida – falei fazendo cara de inocente.

Jack chamou o garçom e pediu duas cervejas um drink do qual não me lembro o nome e um suco para minha irmã.

– Acho melhor ir com calma – eu disse rindo.

– A segunda não é pra mim – disse se referindo a cerveja.

Olhando para a entrada Jack acenou para alguém, alguns segundos depois um moreno surge ao lado de nossa mesa.

– Boa noite – ele diz e Jack se levanta para lhe cumprimentar.

– Meninas ... José. José ... Elsa e Rachel – disse o loiro.

José cumprimenta a nós duas e se senta ao lado de Rapunzel.

– Merida está com a mãe? – perguntou Jack ao moreno.

– Sim, é o final de semana das “meninas” – fazendo aspas com os dedos José falou.

Um tempo depois, alguns drinks depois, eu e Jack fomos para a pista de dança. Nos divertimos ao som de hits do momento e de décadas passadas também.

Hora de ir pra casa, José disse que levaria Rapunzel para um passeio, descobriram alguns amigos em comum, e resolveram se conhecer melhor.

Fui com Jack para casa de taxi já que ele havia bebido, eu também, e tínhamos ido a pé.

Em casa meu marido colocou uma musica e nos serviu vinho. A musica era gostosa de ouvir, mas eu não a conhecia. Ele me guiou numa dança suave, calma, como eu conhecia, não faço a mínima ideia, mas acompanhava-o em todos os passos. No exato momento em que musica acabou Jack me deu um beijo, e tomou um pouco do seu vinho, deixou a taça em cima da mesa e passou para a musica seguinte.

Não acreditei quando começou a tocar. Jack embalou nossa dança ao som de Sing in the rain, uma das minhas musicas preferidas, lembrei-me que uma vez havia mostrado o vídeo e revelado que o que eu sentia por ele era o mesmo que o personagem no vídeo, no nosso primeiro ano de casados Jack fez uma pequena apresentação para os convidados e no final com as seguintes palavras, me vez chorar de emoção “Há alguns anos, essa mulher me disse que o que sentia por mim era como essa musica, e hoje escolher desta forma representar que o que eu sinto por ela, é exatamente o mesmo”.

Nossa dança acabou o vinho também, fomos dormir mais felizes que o normal naquele dia, eu só conseguia pensar em como era boa a sensação de ver alguém se esforçando para te fazer feliz.

Na manhã seguinte, quando desci para o café, ouvi Jack falando ao telefone, parecia preocupado com algo, não consegui pegar a conversa, pois quando me viu descer as escadas saiu para a varanda. Me dei conta que não vi quando Rapunzel chegou e subi de novo para ver como estava. Não a encontrei no quarto, a cama estava arrumada, mas suas coisas continuavam lá. Desci, sentei na mesa e Jack entrava para se sentar comigo.

– Quem era no telefone? – perguntei.

– Bom dia meu amor, como você está? Estou bem loira e você? – meu marido falou irônico – curiosidade matou o gato sabia dona Elsa? Se bem que nesse caso, não chegou a matar literalmente.

– Como assim? – perguntei confusa.

– Rapunzel não dormiu em casa – Jack soltou, direto.

– Isso eu já sei, o que aconteceu?

– Deixe que ela mesma te conte, José está trazendo-a pra cá

Passaram-se uns dez minutos, não consegui comer mais do que alguns pedaços de fruta. Ouvi barulho de um carro, mas fiquei na sala esperando.

Os dois chegaram, tomaram café, e ficamos conversando por um tempo, tentei manter o controle e certa paz no ambiente. Logo depois de José ter ido embora, sentei com Rapunzel em seu quarto para conversar. Ela havia tomado um banho e estava penteando os cabelos.

Peguei o pente de sua mão e comecei a penteá-los para ela. Minha irmã desabou em choro, a abracei e pedi para que me contasse o que havia acontecido. Começou então a contar sua história.

– Menti sobre o pai do meu filho, eu sei muito bem quem é, e o encontrei ontem quando saí com José. Estávamos ficando ha uns meses, quando descobri que era casado, simplesmente sumi, parei de atender telefonemas, e não dei mais noticias, ele desistiu depois de uns dias. Foi então que descobri que estava grávida, mas não o falei sobre isso, preferi colocar na cabeça que não sabia de quem era, e que iria criar meu filho sozinha. Ontem quando me viu, quis saber o que aconteceu, José viu que eu estava desconfortável com a situação e tentou se livrar dele falando que era meu namorado, que eu estava esperando um filho dele. Kristoff não aceitou, insistiu que aquele filho não era de José e sim dele, que queria assumir a criança já que tinha perdido a esposa e que agora não lhe restava nada, me ameaçou, disse que quando meu bebê nascer vai pedir sua guarda alegando que eu escondi isso dele - mais lagrimas – não deixa Elsa, por favor, me ajuda, não posso perder meu filho. – pediu minha irmã em prantos.

A abracei – Calma, vamos cuidar disso juntas, não vou deixar nada acontecer a vocês, assim como eu fazia com quem implicava contigo na escola, quando éramos pequenas.