Se o Amor é uma Ilusão, Deixe-me Ser Iludida escrita por snow Steps


Capítulo 27
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas! (acho que posso especificar o gênero a essa altura do campeonato hahah)

Só passando para dizer que, bem, esta fanfiction está chegando ao seus últimos capítulos (buááá). Não é por bloqueio criativo ou falta de tempo, é porque simplesmente está terminando mesmo, como toda boa história deve ter seu ponto final antes que passe do "ponto" (bá du tsi). E só estou avisando para que a surpresa não as peguem de supetão, porque acredito que deve haver um preparo psicológico para o término de uma leitura (assim como a de um livro, quando percebemos que a brochura restante está ficando cada vez mais fina e fina...)
Antes de tudo, obrigada por todo o carinho. De verdade.



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O segundo período da faculdade se transcorre com um pouco mais de dificuldade, ainda mais agora com uma professora de Direito Constitucional totalmente pirada. Quer dizer, uma mulher que faz um teste de múltipla escolha cujas respostas completam as letras da palavra “babaca” não pode ser normal. A minha vida continua a seguir o mesmo ritmo, embora atraia olhares desagradáveis de Renata e Isabella. Marco contou a elas o que fiz por ele, contudo mesmo assim as duas ficaram enciumadas com a minha nova presença que acabou sugando grande parte da atenção do italiano.

A vontade de conversar com Tomas me tomou diversas vezes, e oportunidades não me faltaram. Sem a companhia da prodigiosa Allais, ele permanece o mesmo rapaz tímido de olhares e sorrisos de soslaio. Meu coração se parte em dois ao vê-lo sozinho pelos corredores da faculdade, segurando sua mochila com uma alça só e o rosto voltado para os tênis Reebok impecavelmente brancos. Desde que me uni ao grupo do Lorenzito, ele acabara se afastando dos amigos com o provável motivo de me evitar, e agora não o vejo andando com mais ninguém. É somente ele sentado na primeira carteira da sala, sentado numa mesa vazia de seis lugares na biblioteca, sentado num banco com uma lata de Coca em frente a lanchonete. Quantas e quantas vezes meu coração pediu para sentar ao seu lado, e explicar passo a passo como cheguei àquele ponto. Mas... eu nunca sentei.

Esta situação está se repetindo neste instante, enquanto o observo do outro lado da praça de alimentação. Tom está prostrado numa fila quilométrica cheia de universitários sedentos por coxinha de frango com catupiry, voltado para o seu celular. Não desgrudo os olhos dele, sentada no degrau da escada com o grupo de Marco. Os meninos conversam animadamente sobre o jogo do Barcelona, e eu já me desliguei do assunto há muito tempo. Após muitos minutos desperdiçados, Tomas caminha sutilmente com sua lata de Pepsi – opa, observamos uma mudança aqui – até o último assento de uma mesa completa de hipsters fumantes com cabelos coloridos e raspados. Solto o ar pelas narinas e me volto para Marco, cortando o assunto friamente:

_ Por que Tomas não fala mais com vocês?

Eles se entreolham, aturdidos.

_ Acho que aquela francesinha disse a ele para não conversar com a gente – Supõe Leo, dando de ombros.

_ É, somos uma péssima influência para o bebezinho dela – Debocha Matheus.

_ Ele se afastou, sem dar motivo. – Resume Marco, com os óculos escuros descansados no topo a cabeça e o peito arqueado, igual a um bad boy de um filme americano antigo.

_ E que tipo de amigo são vocês para não saber o porquê? – Retruco, num tom revoltado.

_ Ele sabe se virar... – Continua Matheus, por[em Marco logo o interrompe.

_ Ela tem razão. Irei falar com ele.

E assim Marco desfaz sua pose e caminha com passos relaxados até o outro lado da praça, e vou o seguindo por trás feito um animal aflito. Tomas não percebe nossa aproximação até a sombra robusta do meu pseudo-namorado cobrir a visão do sol sobre sua cabeleira loira, e ele levanta o rosto com semblante surpreso.

_ Olá, Marco – Ele cumprimenta, com um sorriso atônito.

_ E aí queridão, como vai – Não importa quanto tempo tenha se passado, eu sempre irei estranhar o sotaque carioca forçado de Marco.

_ Vou bem, e você? – Ele responde, e logo nota a minha presença que se revela por trás das costas do italiano. Tomas imediatamente abaixa a face novamente, e eu me controlo para não ter um ataque de raiva.

_ Melhor impossível. Como vai namoro?

_ Hã... fine. Quer dizer, bem. Allais está na faculdade também. Agora, neste instante, digo. Ela faz... how can I say... fashion college?

_ Faculdade de Moda. Faz jus à tradução. – Respondo, e o seu olhar azul-claro cruza com o meu por décimos de segundo.

_ Inglês afiado, hein amorzinho – Brinca Marco, dando-me uma cotovelada.

Agora não, Marco... penso, engolindo em seco.

_ Obrigado – Tom agradece, dando uma golada no refrigerante.

_ Então, planos para o fim de semana? – Marco pergunta, sentando no banco marotamente em frente a ele.

_ Por enquanto, não... I think so...

_ Você fez alguma viagem recente à Inglaterra? Não lembro de ouvi-lo falar tanto em Inglês. – Marco observa, deixando Tomas mais constrangido ainda.

_ Ele só fala desse jeito quando está cansado, não é mesmo Tom? – Logo intercepto, e ele assente com a cabeça de forma hesitante.

_ Bom, a gente poderia fazer um encontro de casais neste sábado, o que acham? Em mia casa. Será ótimo, minha empregada acabou de aprender uma receita de salmão com aspargos que é divina.

Fuzilo Marco com o olhar, e sinto que Tomas faz o mesmo. Definitivamente, é uma ideia de girino. Já posso imaginar o clima estranho pairando sobre a sala de jantar, Tomas não sabendo onde enfiar a cabeça e Allais me aniquilando silenciosamente. Sem falar que não teríamos nenhum assunto em comum, e a conversa precisaria ser alavancada totalmente por Marco.

_ Eu adoraria experimentá-la... – Diz Tomas, pausadamente.

É agora que ele deve falar “mas”, seguida de uma desculpa esfarrapada qualquer.

_ Fechado. Às oito, que tal? – Marco continua.

_ Ótimo.

Preciso segurar meu queixo com a mão. Como assim sem “mas”? Quer dizer, estamos realmente marcando um encontro de casais? Com a garota mais nojenta do universo? Com o cara que era apaixonado por mim antes de eu dar um fora? Com o meu pseudo-namorado gay mais galinha da faculdade? Ah, o mundo só pode estar gozando com a minha cara.

_ Sábado está bom para você, baby? – Marco pergunta a mim, com um sorriso acolhedor inteiramente falso.

_ Aah... pode ser. – Concordo, com a voz falhada. – Está bom para você, Tomas? – Interrogo, deixando escapar um timbre desdenhoso.

_ Já disse que está ótimo – Ele repete, desta vez me olhando nos olhos. – É muita cordialidade por parte do seu namorado oferecer este convite. Allais e eu estamos bastante agradecidos.

_ Ok – Finalizo, um pouco perplexa.

_ Ok – Ele devolve.

_ Ok – Repito.

_ Sabe gente, eu vi um filme que tinha muito desses ok’s e ele não acabou muito bem. – Comenta Marco, sentindo um clima de tensão aflorando entre nós. – Até sábado, Tomas.

_ Até. – O inglês se despede, voltando para seu refrigerante calmamente.

Após tomarmos alguns metros de distância da mesa, Marco cochicha para mim:

_ Por que você ficou tão nervosa?

Respiro fundo e tento me controlar. Afinal, Marco não faz ideia de toda a problemática que nos envolve e do tremendo buraco que ele me enfiou. O encaro docilmente e num ar satírico, falo:

_ É porque eu odeio quando você me chama de baby, amorzinho.


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