You're Always Here - Hayffie escrita por F Lovett


Capítulo 25
Capítulo 25 - A Proposta


Notas iniciais do capítulo

OIOIOIOIOIOIOIOI!

Bom, antes que venham me xingar, espancar, matar, vou dar algumas explicações:

1 - Não postei antes por causa dos preparativos pro evento que rolou nesse fim de semana.
2 - Tive um leve bloqueio criativo nesse meio tempo.

MAAAAAAAAAAAAAAAAAS digo logo que tem uma cena mega fofa nesse capítulo que acho que muita gente tava esperando (pelo menos eu) xD

E sim, hoje é meu aniversário e o presente é de vocês, seus lindos! Espero que gostem!

Nos vemos nas notas finais!

Boa leitura! ;)



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CAPÍTULO XV

Abro a porta e dou espaço para que Haymitch entre, e ele o faz rapidamente. Tranco a porta e me viro para encará-lo, notando em como, nesse pequeno intervalo de tempo, ele mudou. Seu olhar está mais atento. Até adquiriu postura, algo raro de se ver nele.

As roupas de dormir daqui são estranhas. São como um uniforme também, só na cor: brancas. Haymitch traja uma calça com uma camisa de manga curta. Ambas folgadas em seu corpo. A única diferença é que ele está usando um casaco preto, o que todos recebem quando chegam aqui - no meu caso, recebi e fui deixada nesse compartimento e até então não me lembro de como foi isso. Tem horas que acho melhor nem tentar lembrar.

– Ainda está com o lenço - murmura apontando para a minha cabeça. Ele se aproxima como se fosse retirar, mas ponho a mão em cima do tecido.

– Não, Haymitch - peço. - Por favor... Meu cabelo está horrível.

– Ei - ele diz e se aproxima ainda mais. Consigo sentir seu hálito e estranho não haver o cheiro de álcool, típico dele. Há apenas o cheiro de pasta de dente. - Está tudo bem.

Suas mãos quentes encontram as minhas, afastando-as da minha cabeça vagarosamente. Cruzo os braços em frente ao corpo enquanto Haymitch começa a retirar, aos poucos, o lenço da minha cabeça. Fecho os olhos e abaixo a cabeça, até que ele retira o tecido por completo e o deixa em cima da mesa. Sinto minhas madeixas caírem levemente nos ombros, mas sei que não estão do jeito que eu quero. Os fios estão quebrados, maltratados.

– Ei - ele me chama. Levanto a cabeça ainda um pouco receosa e o fito. Haymitch me olha fixamente e põe uma mão no meu rosto. À medida que se aproxima, meus olhos vão se fechando e meus lábios abrem um pouco, ansiosos, suplicantes, à espera dos dele. Nossos rostos se encostam e nossos lábios se encontram, dando início a um calmo beijo. É confuso, levando em consideração a ansiedade que sentia até então. Mas ele parece ler os meus pensamentos e então desliza sua mão até a minha nuca e puxa de leve os meus cabelos, intensificando o beijo. Sua mão livre vai até as minhas costas e me puxa para mais perto.

Acabo gemendo baixo em seus lábios quando ele puxa o meu cabelo com mais força. Em resposta a minha reação, Haymitch sorri e morde meu lábio.

Chega a ser estranho tudo o que estou sentindo agora. É como se estivéssemos começando tudo de novo, nos descobrindo novamente. Dois desconhecidos descobrindo algo em comum. Dois conviventes que finalmente resolvem abrir os olhos para o que realmente está acontecendo e se notam. Duas almas perdidas, na esperança de encontrar uma a outra depois de tanto tempo solitárias.

Sei que ele não é o mesmo Haymitch que estava no aerodeslizador. O cheiro de álcool abandonou o seu corpo.

Nos afastamos um pouco para nos observarmos. Ele está tão diferente...

Depois de um ou dois minutos Haymitch me pega no colo e me conduz até a cama. Nos sentamos um ao lado do outro e eu seguro sua mão. Meu polegar faz movimentos circulares nas costas da mão dele.

– Sente falta da bebida - digo. - Não sente?

– Muita - Haymitch responde e suspira tristemente. - Mas isso aconteceria mais cedo ou mais tarde. Por bem ou por mal.

Quando termina de falar, Haymitch olha para mim e assim permanece por alguns instantes, até que eu percebo o que ele quis dizer.

Era por mim.

Sorrio e aperto um pouco mais a mão de Haymitch.

– Obrigada - sussurro. Penso em perguntar sobre a reabilitação, mas não acredito que seja um momento propício para tal pergunta. Haymitch também parece hesitar em falar alguma coisa, o que faz o silêncio se estender entre nós.

– É verdade o que você disse? - indago, dando de ombros. Haymitch me olha atento. - Que você gosta mais de mim sem... toda aquela maquiagem?

– Ah - gagueja. - É claro que sim.

Sorrio e sento um pouco mais atrás no colchão, até apoiar as minhas costas na parede. Dois segundos depois Haymitch me acompanha e faz o mesmo.

– Você poderia continuar assim - digo. - Sóbrio.

Haymitch me observa por alguns instantes, estudando-me.

– Posso tentar... com uma condição.

Franzo o cenho. O que ele quer?

– Que condição?

Haymitch se senta de frente para mim e cruza as pernas. Faço o mesmo e ele segura as minhas mãos. Meu estômago parece congelar.

– Vamos morar juntos depois que tudo isso acabar.

Abro a boca, mas nenhum som sai dela. Na verdade não sei exatamente o que dizer a Haymitch. "Morar juntos", ele disse. Não especificou lugar, nem nada. Apenas juntos.

– Juntos, você quer dizer...

– Em qualquer lugar que esteja de pé - ele completa, sabendo da minha repulsa em ir ao Distrito 12.

– No meu apartamento, por exemplo?- sugiro. Haymitch revira os olhos.

– Se for o jeito...

Sorrio e impulsiono meu corpo para frente, caindo por cima de Haymitch. Espalho beijos por toda a extensão do seu rosto e ele desata a rir. Mas então, com facilidade, ele se move e eu fico por baixo.

– Espera - digo. - Isso quer dizer que nós...

– Quer dizer que estou te pedindo em namoro - Haymitch diz. Imediatamente esbanjo um sorriso nos lábios e sei que meus olhos estão brilhando. - Se você quiser, é claro - acrescenta.

– Está brincando, Haymitch? É lógico que eu quero!

Desatamos a rir e Haymitch me abraça, enterrando a cabeça na curva do meu pescoço, o que acaba me fazendo cócegas. Suas mãos passeiam por baixo da minha camisola e eu me arrepio com o seu toque. Haymitch, então, me puxa e me faz sentar no seu colo, de frente para ele, voltando a me beijar com mais intensidade. Suas unhas pequenas esbarram nas minhas costas dando-me uma sensação prazerosa.

Haymitch me abraça e então é a minha vez de enterrar o meu rosto na curva do seu pescoço, tentando identificar o cheiro que ele tem agora. É um cheiro novo. Nada de álcool. É o cheiro dele.

Acredito que se, há dois anos, alguém me dissesse que eu estaria assim com Haymitch um dia, diria que essa pessoa é louca. Mas agora, abraçada a ele, sei que não há nada de errado. Nunca houve, na verdade.

~*~

Aguardo até que alguém mencione o nome "Gale" para me lembrar que esse é o nome do tal amigo de Katniss. Então o acompanho até o aerodeslizador que os levará ao Distrito 8 hoje.

Minhas pernas tremem um pouco. Estou nervosa com o que possa acontecer enquanto eles estiverem lá. Paro para pensar na situação e, de fato, sei que aqui estamos mais seguros.

– Admiro sua coragem - digo enquanto caminhamos. Gale segura uma arma nas mãos e não preciso pensar muito para deduzir que ela é bastante pesada. - É um gesto nobre da sua parte.

Gale sorri e continua olhando para frente.

– É o certo a se fazer - ele diz.

– Ainda gosta muito dela, não é? - indago e me arrependo um pouco. Mas ele continua sereno.

– Muito - responde. - Mas eu sei que o que ela sente por mim não chega nem aos pés do que sente pelo Peeta - ele diz diretamente. Me surpreendo com a forma que ele lida com isso. Talvez tenha aceitado de fato, mas sei que mesmo assim por dentro ele deve estar se sentindo destruído.

O amor não é algo que você pode esquecer da noite para o dia.

Paramos e então eu olho para trás. Vejo Katniss vindo em nossa direção com Boggs. Me viro para Gale e abotoo sua camisa, arrumando-a.

– Está pronto para as câmeras - digo. Gale sorri sutilmente e entra no aerodeslizador. Olho para Katniss e sorrio, vendo-a retribuir rapidamente. - Seu amigo não está lindo?

Katniss olha de mim para Gale e abre a boca, mas nada sai dela. Então Boggs segue seu caminho e Katniss o segue, e logo é a vez de Gale.

– Voltem a salvo - digo enquanto arrumo meu casaco. Os observo por mais alguns segundos e saio, começando a torcer para que nada dê errado.

Sinto um aperto no peito. O que seria isso? E no momento que o aerodeslizador decola, noto que se trata de medo. Medo que aconteça algo com Katniss e com qualquer um que esteja lá dentro.

Estou mais envolvida nisso do que gostaria de estar.

Volto ao meu compartimento e sento na minha cama. Olho para a programação e vejo que está próximo da hora do almoço. Minha barriga ronca em resposta ao que leio e sei que minha situação referente a comida aqui só irá de mal a pior.

Sinto falta de café.

De repente sou tomada por uma vontade quase incontrolável de tomar café. Tão grande que poderia até sentir o cheiro agora e revirar este lugar até encontrar uma xícara que me satisfizesse. Mas sei que isso seria em vão. Não tem absolutamente nada neste lugar.

Encontro Haymitch no refeitório quando vou almoçar. Ele senta ao meu lado e me sinto corar quando ele sorri.

Olho novamente para o meu prato, mas dessa vez a fome vai embora. Meu estômago parece ter embrulhado. Pego um pouco de arroz no garfo e o levo até a boca. Mastigo devagar e faço força para engolir, empurrando com água. Não consigo sentir o gosto de nada. Talvez seja a ansiedade.

– O que houve? - Haymitch indaga. Vejo que seu prato já está quase vazio.

– Estou sem fome - digo. - Só isso.

– Não me admira que você seja tão magra... quase não come!

Abro a boca para protestar, mas desisto. Meu estômago embrulha novamente. Mas olhando por outro lado, ele não está totalmente errado. Não tenho o costume de comer muito.

– Haymitch - soa uma voz masculina. Dou de ombros e me deparo com um soldado que não me recordo bem de tê-lo visto antes. Ele para ao lado de Haymitch e este o fita também. - A Presidente Coin o aguarda na sua sala para uma reunião extraordinária.

Olho de um para o outro. Haymitch leva alguns segundos até me lançar um olhar e assentir para o soldado. Mas antes de segui-lo, Haymitch vem até mim e se curva um pouco.

– Se não estiver se sentindo muito bem, volte ao seu compartimento. Não se preocupe com sua programação - acrescenta, apontando para o meu braço. - Vou ver o que aquela lá quer e encontro você lá.

Concordo com a cabeça e Haymitch segue o tal soldado para fora do refeitório. Me pergunto o que aquela mulher queria de Haymitch, mas acabo deixando isso de lado antes de começar a cogitar alguma besteira.

Encaro o meu prato por mais um ou dois minutos e percebo que não conseguirei ingerir absolutamente nada. Então volto ao meu compartimento e me deito na cama, olhando para o teto.

Imagino como seria se eu tivesse ficado. Talvez eu estivesse morta a essa altura, mas, se não estivesse, ao menos trajaria roupas melhores. Minhas roupas. Minhas tão amadas roupas. Meus vestidos, minhas cores, minha Capital.

Minha antiga Capital, que agora está do lado oposto ao que me encontro.

Eu tive chance de escolher. E, mesmo assim, nessas condições, se tivesse que escolher agora, ficaria aqui. Não só por Haymitch, talvez não só por mim também. Mas por Katniss. Aquela garota sem jeito, mas corajosa, que conheci na 74ª edição dos Jogos Vorazes, que se voluntariou pela irmã, que mostrou toda a sua determinação, que mudou o rumo dos Jogos, que moveu toda uma população.

Que nos deu esperança.

Ponho uma mão na barriga e percebo que agora estou com fome, mas com muito mais fome do que poderia estar. Olho para o meu braço e a programação aponta o jantar às 19 horas. Terei que esperar bastante até lá.

Haymitch retorna o que acredito uma hora depois, parecendo atordoado, mas também com uma pontada de estresse. Ele fecha a porta atrás de si e vem na minha direção. Sento na cama e o acompanho com o olhar até ele parar de frente para mim e apoiar suas mãos, fechadas em punho, no colchão, uma de cada lado meu.

– O que foi? - indago.

Haymitch ainda leva mais alguns segundos para me responder, como se estivesse escolhendo as palavras corretas a serem usadas.

– Ela quer mandar você de volta para a Capital.


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Notas finais do capítulo

Momentinho fofo de TA NAMORANDO! TA NAMORANDO!
OK, vamos parar.

Então, gente? A Effie agora ta numa enrascada maravilhosa, hein? Ela agora vai ter que provar para Coin que ela tem todo o direito de estar no D13.

Será que vem treta aí?

Façam suas apostas, amorecos!