How about...Us? escrita por Alexy


Capítulo 8
Capítulo 8 – As eleições.




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Quinta-feira era o dia em que, tradicionalmente nossa campanha eleitoral seria feita. Hoje meu peito apertava e eu não aguentava mais todo esse teatro.
—Castiel…eu tomei uma decisão.

[…]

Castiel olhava pra mim, misturado com a multidão. Ele sorria e me encarava, confiante.

—Hoje é um dia muito especial, galera! Eu não vou fazer um discurso hipócrita, como sempre faço, cheio de promessas pra vocês votarem em mim. Aliás, não votem em mim, por favor!

Todos me olhavam com espanto, e olhavam uns para os outros, confusos.

—Eu faço questão que todos vocês saibam da verdade por detrás dessas eleições.

Hoje, vesti uma roupa fácil de despir para facilitar minha vida, meu discurso e me ajudar a ganhar confiança.

—Uma das pessoas que me fez…vulgarmente chamado de meu pai, “doa” quantias bem gordas para essa escola…pelo menos era o que eu achava até uns dias atrás.

Vi a Ambre ir na direção de Castiel, entretanto eles começaram a conversar.

—Aí, caíram uns documentos em minhas mãos. Nossa, fiquei arrasado. Todo dinheiro caía na conta da nossa querida e exemplar Diretora, uma senhora cheia de ética. Mas isso não era suposto acontecer.

O suposto era cair na conta da escola. Parece até mentira, mas olha só…

Comecei a folhear a pasta dos documentos. Pedi ela novamente pra Melody, que por sorte, ainda a tinha.

—Acho que podemos começar: Em Dezembro, Janeiro e Fevereiro foram depositados 170 mil reais , em Março 90 mil. Em Abril e Maio 180 mil e o suborno de Junho ainda está por chegar. Esses são só desse ano.

O silêncio predominava no auditório. Minha voz e alguns segredos no ouvido de fulano e fulana eram as únicas coisas que você podia escutar.

—Mas calma. Não tenham pressa porque ainda não terminou.

Tirei o moletom quente que trouxera vestido e virei costas.

—Eu sei que é falta de educação não olhar na cara das pessoas ao falar com elas, mas essas marcas também são falta de educação. Não tem nada a ver com esporte. Nossa, quem dera.

—A coleção de cintos de couro do papai é impressionante. Tem fino, tem grosso, tem preto, cinza, marrom, e sabe quem mais? Provavelmente não tem nenhum que nunca encostou em minhas costas!

Ambre abraçava Castiel. Eu conseguia escutar as fungadelas baixas dela.

—Do jeito que estou falando, pode até parecer que não considero nada disso importante, eu sei.

—Mas imagina você chegar em casa uma hora mais tarde e seu pai arrastar você pelos cabelos até seu quarto, tirar o cinto e te encher de porrada por horas…Não vou nem falar que isso dura até o dia de hoje, até por motivos mais idiotas que esse.

As vozes de todos ecoavam na sala. Dava pra escutar gritos e pessoas indignadas. Uns mandavam calar os outros, outros olhavam para mim com certa repulsa e ainda com preocupação.

—Mas chega de falar de mim. Só vim aqui mesmo informar que por todos esses motivos que citei, eu estou renunciando, PARA SEMPRE, o cargo de representante.

Vesti meu moletom, arrumei meu cabelo e coloquei o microfone no suporte.

—Obrigado.

Escutei aplausos, assobios e pessoas gritando meu nome, mas o que mais ecoava em minha cabeça era o choro de Ambre.

Ela continuava escondida entre a multidão. Castiel continuava abraçando ela. Arrumando sua franja e em voz baixa ele falou pra ela:

—…Seu irmão tá aqui.

Ao dizer isso, Ambre soltou Castiel e correu em minha direção. Ela enterrou o rosto em meu peito e me abraçou com força.

Eu nunca tinha visto a Ambre chorar tanto quanto hoje. A cara e os olhos dela estavam vermelhos, e estes estavam inundados como uma cachoeira. 

—Porque você nunca contou isso pra mim, seu idiota?!


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