Em teus braços escrita por Isabella Cullen


Capítulo 6
A recepção


Notas iniciais do capítulo

Desculpa os erros meninas,estou passando mal e não deu para revisar direito.



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Um homem veio até mim assim que desci e se curvou em uma reverência discreta. Eu o olhei sem saber o que deveria fazer ou o que falar, ele falava inglês?

– Vou levá-la até o carro senhora.

– Obrigada.

Ele foi andando na minha frente e eu o segui pelo pátio do aeroporto vendo então uma limusine parada a uma distancia. O calor estava grande e eu tive vontade de retirar o véu e me abanar, mas eu realmente não queria causar problemas. Quando chegamos e eu entrei senti alívio que o ar gelado da limusine me trouxe, esse país era muito quente. Retirei o véu e vi minha mala sendo carregada por mais dois homens. Eu olhei para os bancos e vi uma rosa e um bilhete, peguei ela e cheirei. Depois de sentir o cheiro maravilhoso eu comecei a ler o bilhete.

Quando o amor o chamar
Se guie
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados
E quando ele vos envolver com suas asas
Cedei-lhe
Embora a espada oculta na sua plumagem possa feri-vos
E quando ele vos falar
Acreditai nele
Embora a sua voz possa despedaçar vossos sonhos como o vento devasta o jardim
Pois da mesma forma que o amor vos coroa, assim ele vos crucifica
E da mesma forma que contribui para o vosso crescimento
Trabalha para vossa poda
E da mesma forma que alcança vossa altura e acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol
Assim também desce até vossas raízes e a sacode no seu apego à terra
Como feixes de trigo ele vos aperta junto ao seu coração
Ele vos debulha para expor a vossa nudez
Ele vos peneira para libertar-vos das palhas
Ele vos mói até extrema brancura
Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis
Então ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma no pão místico do banquete divino
Todas essas coisas o amor operará em vos para que conheçais os segredos de vossos corações

Eu estava sem palavras no final e respirava com dificuldade tentando entender tudo que ele queria dizer com aquelas palavras. Eu quase chorei pensando que seriam os dois anos mais loucos e esperava que passassem rápido para que minha vida voltasse ao normal. Olhei a paisagem, percebendo que agora eu estava em movimento, era uma cidade limpa e magnífica. Grandes construções, estátuas grandes e que pareciam ser de ouro ostentando sua riqueza vinda do petróleo e das minas que eu tinha pesquisado. As mulheres andavam em grupos, algumas vestidas de maneira mais rígidas e outras não, a modernidade parecia estar em todos os lugares, mas ainda assim havia na cidade grande, provas de sua história com prédios antigos e feiras que pareciam ainda ser aquelas dos tempos das caravanas e suas preciosidades vindas de terras distantes.

Nós paramos para abastecer e percebi uma garrafa de água e a bebi me condenando por não ter olhado nada antes, eu estava com muita sede. Continuamos a viagem a paisagem urbana foi desaparecendo, a limusine não balança como eu tinha esperado quando entramos em uma estrada mais afastada, o que me deu a entender que elas eram adaptadas para esse tipo de estrada. Passamos por uma vila que parecia antiga pelo material que as casas eram feitas, mulheres, homens e crianças estavam por toda parte e algumas sorriam e acenavam sorridentes, no final da estrada o grande palácio surgiu. Sua construção era grande e quase parecia uma ilusão. Ele rodeou e entrou por uma entrada lateral, depois que entramos era magnífico. Um verdadeiro oásis com jardim bem planejados, um lago artificial no meio e uma grande porta em que haviam várias mulheres sorridentes. Ajeitei meu véu, peguei a rosa e o poema e então respirei fundo quando o carro parou. Uma das mulheres abriu a porta sorridente e eu saí me sentindo tímida com a felicidade e a presença de todas elas.

– Ahlan-Wa-Sahlan! – ela gritou e as outras repetiram com entusiasmo.

– Ahlan-Wa-Sahlan – respondi sabendo que era uma pronuncia diferente por mais que eu tivesse treinado. Significava bem vindo e eu imaginei queria adequado aprender mais sim e não.

– Você fala nossa língua? – ela perguntou surpresa e encantada. – Ele nos disse que você teria que aprender e que fôssemos pacientes. Ele gosta muito de você.

Ele deveria ser meu marido não é mesmo? A mulher parecia encantada com o suposto carinho que ele tinha por mim e ao mesmo tempo eu fiquei impressionada cm suas palavras.

– Falo só algumas coisas, aprendi... em pouco tempo...

Elas começaram uma fala em sua língua e eu não entendia.

– Venha, deve estar com fome e querendo um banho, onde mora não tem esse calor não é mesmo?

– Não mesmo...

Ao todo eram mais de sete mulheres.Eu gravei o nome apenas da que me recebeu e parecia mandar em todas as outras, era Samira e ela tinha um ar jovial e alegre apesar de já parecer ter seus quarenta anos. Ela me mostrou algumas instalações que eram verdadeiras mansões dentro do palácio e depois abriu a porta do meu quarto mostrando como aquilo poderia ser grandioso. Minha cama era enorme e cheia de travesseiros protegida por vários tecidos finos, as janelas eram imensas e davam para um jardim particular que tinha várias rosas parecidas com as que ganhei.

– Ele mesmo disse que plantaria e cuidaria. Até hoje apenas um jardineiro esteve aqui e ele só veio porque houve algum problema com bichos. Ele não deixa ninguém entrar nessa parte.

A olhei admirada. Era um jardim lindo e no fundo havia uma grande porta.

– Aqueles são os aposentos dele. – ela sussurrou. – Ele queria que você tivesse privacidade, ele recebe alguns de seus amigos em seu quarto para comer ou festejar, o barulho talvez a incomodasse, o jardim veio depois como forma de você ter uma vista linda para olhar pela manhã.

– É um lindo jardim. – falei olhando agora os bancos espalhados nas sombras onde eu poderia ler ou até mesmo descansar. Havia uma mesa grande cheia de enfeites.

– Ele disse que você não tem o nosso costume, preparamos uma mesa ali e outra aqui dentro.

Olhei para a mesa no fundo com frutas e sucos. Eu me dirigi até lá sentindo mesmo fome e me sentei.

– Onde ele está? – perguntei me servindo.

– Chega a noite, estão comemorando a sua vinda. Esperamos durante anos para ter aqui conosco.

– Onde ele está?

– Ontem a noite foi servido um grande banquete na cidade e na vila como é de costume se oferece para os mais pobres uma quantidade de comida para que seu casamento seja próspero e feliz. Ele está distribuindo pelas vilas vizinhas agora com alguns homens. Alá deseja que sejamos bondosos com aqueles que não tem a nossa sorte.

– É claro... é claro.. achei que fosse só quando se.. nasce o primeiro filho...

Engoli o medo que essas palavras me causavam. Eu não queria engravidar e ficar ainda mais presa aqui.

– Alguns fazem no casamento também, é visto como uma coisa maravilhosa que se de algo antes mesmo de receber essa benção.

– Si.. sim..

Depois provei mais algumas coisas Samira me mostrou melhor o quarto e andamos pela área que seria só minha, tinha um quarto para me vestir e também outra ara leitura e estudo que Samira garantiu não ser ainda o desejado já que foi feita de ultima hora. Eu tinha um quarto que parecia uma biblioteca inglesa com livros novos e edições antigas invejáveis. O banheiro era como uma outra casa, com suas pias de mármore, banheira, armários com sais e vários produtos que eu usava no meu dia a dia só que em quantidade exagerada e é claro um chuveiro.

– Eu vou sair para que se refresque.

Assim que Samira saiu eu me organizei para tomar um banho. Não tinha vontade de usar aquela banheira, então eu fui somente em direção ao chuveiro e fiquei pensando durante o banho sobre como ele iria estar sempre perto de mim e divida em meus sentimentos de medo e expectativa.

– Senhora? – abri os olhos com a voz de Samira. Eu me dei conta que depois do banho eu acabei dormindo. Me sentei na cama a vendo na minha frente. – Nós... bom.. vocês não tiveram festa de casamento...

– O que foi?

– Nós preparamos algo para você.

Eu queria dizer que não precisava, mas ela parecia tão ansiosa e animada que eu apenas sorri confirmando.

– Vamos senhora, eu separei uma roupa caso quisesse, mas ele sempre diz que você é tão generosa e animada.

Mais uma vez a referência a ele me deixava nervosa e ao mesmo tempo feliz. Ela colocou uma roupa típica e fez algumas tatuagens, brincos e colares de ouro e uma maquiagem me deram a sensação que eu era como ela repetia tantas vezes: a flor do deserto.

A festa acontecia em um pátio e só havia como ela mesmo tinha avisado antes mulheres, elas me cumprimentaram e dançaram me ensinando alguns movimentos com as mãos e outros com os quadris, tudo parecia tão diferente e alegre. Por alguns momentos eu pensei que não seria tão ruim se todos os dias eu pudesse desfrutar dessa alegria e união. Elas eram irmãs, amigas, cunhadas e empregadas. Ali éramos mulheres querendo como em qualquer do planeta se divertir. Provei a comida que consistia em pães e temperos, comi sentada no chão com algumas delas conhecendo mais um pouco de sua história e costumes. Foi fantástico.

– Venha senhora. Ele chegou. – olhei para Samira e tentei me acalmar sem sucesso. Ele e eu finalmente nos encontraríamos.


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Notas finais do capítulo

Amanhã de manhã tem mais meus amores, dois capítulos porque de noite eu não vou postar.