Em teus braços escrita por Isabella Cullen


Capítulo 1
Capítulo 1 O encontro


Notas iniciais do capítulo

Meu presente de natal para minhas leitoras!



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-.. ah mamãe já temos que dormir?

- Sim meus tesouros, é preciso.

O rosto deles na mesma hora se entristeceu. Eu sorri para cada um deles e fui andando na frente sendo seguidas deles.

- Uma história então mamãe. – Olhei para Samar e sorri.

- Uma história de aventura? – perguntou Said animado.

- Não, uma de amor mamãe...

Esperei Said protestar, mas ao contrário ele ficou esperando uma resposta.

- Acho que tenho uma ou duas... não sei...

Samar pulou e rodou enquanto andávamos pelos corredores. Said sempre seria mais quieto e observador, enquanto Samar seria aquela mais expressiva e impulsiva. Abri a porta do quarto deles e eles foram deitando em suas camas, depois do jantar eles já tinham tomado banho e escovado os dentes, eu só daria uma boa noite enquanto Edward ainda resolvia alguns problemas com seus assessores.

- Conte-nos mamãe... uma linda história de amor... – Samar disse animada.

- Toda história de amor tem um começo e todo começo tem suas peculiaridades... essa começa com uma família, há muitos anos atrás em um hospital.

- Um hospital mamãe. – Said perguntou e eu sorri para ele.

- Um hospital sim querido...mas para toda tristeza e lágrima, há uma pequena chama de felicidade e é essa chama que nos alimenta em tempo difíceis. Nunca se esqueçam que ela existe meus queridos.

HÁ MUITOS ANOS ATRÁS – Charlie.

Eu olhei para Isabella sentada quieta ao meu lado. O seu lado calmo sempre vinha a tona mesmo em horas mais complicadas, ela parecia saber que eu não conseguiria explicar o que estava acontecendo. Eram férias, deveríamos estar rindo e sorrindo, mas estávamos em um hospital. Renée estava se aposentando e depois de anos de trabalho seu chefe nos presenteou com uma viagem a qualquer lugar, ela escolheu justo um que não estava nem ao menos na rota turística. Eu ainda lembro dela rindo e falando que sua mãe namorou um rapaz que era geólogo e queria viajar para aqui.Turcomenistão, era um país muito rico encontrado na Ásia central. As imagens que achamos na internet eram irresistíveis, desertos, mares e palácios eram tão encantadoras que não pensamos duas vezes para onde iríamos.

Só que depois de dois dias Renée começou a sentir mal e nós achamos que era o calor que não estávamos acostumados, ela começou a se proteger melhor e beber mais água, queríamos aproveitar cada hora em nossa estadia. Viajamos com viajantes nômades para áreas mais desertas, visitamos palácios que hoje eram museus e ficavam na parte mais central e depois comemos em cada barraca de rua podíamos aproveitando os pães artesanais, as carnes diferentes e até mesmo algumas exóticas. Isabella estava radiante, fazia questão de usar roupas típicas como Renée, as mulheres usavam véus que combinavam com seus lindos vestidos coloridos. Mas ela estava a cada dia um pouco mais abatida e um pouco mais cansada e eu não estava mais achando o brilho nos olhos dela nas últimas noites.

Quando ela desmaiou no café da manhã eu não tinha como imaginar como tudo mudaria de uma hora para outra, o hospital mais perto ficava a três horas do hotel e era o único com equipamentos para atender a essa emergência, e aqui estávamos nós dois sentamos esperando alguém vir nos avisar o que estava errado com ela.

- Senhor Swam? – olhamos para o homem de branco com uma enfermeira que vestia branco e usava véu. – Marish vai levar sua filha para comer alguma coisa enquanto conversamos, ela é enfermeira da ala pediátrica e está aqui para nos ajudar.

Olhei para Isabella, ela olhava com curiosidade para a enfermeira.

- Estou com fome papai, acho que vou aceitar.

Ela tinha dez anos e conseguia lidar com isso muito melhor do que.

- Obedeça ela querida e não se afaste dela, quando terminar de conversar com o médico vou procurar por vocês.

Minha filha levantou e acompanhou a mulher que agora sorria e estendia suas mãos para ela. Eu observei com temor Isabella se afastar sentindo aquele vazio que não havia ali antes, ela e Renée eram meu tudo e por elas eu faria qualquer coisa. Esse pensamento me arrepiou e levantei tentando não pensar nisso. A sala do médico ficava longe e andamos em silêncio pelo hospital que estava a que me parecia um pouco vazio, assim que nos sentamos ele começou a falar.

- Sua esposa está precisando fazer uma cirurgia, nós fizemos uma tomografia e encontramos um tumor.

- Um... como..?

- Ele é um tipo bem silencioso, talvez se ela não tivesse desmaiado nunca teriam percebido e ele é facilmente confundido com outras coisas como cansaço devido há horas de trabalho, emocional caso a pessoa tenha vivido algo traumatizante e também pela anemia é mascarado rapidamente. Vocês tiveram sorte e ela está em um estágio operável.

- Está? – perguntei aliviado e quase chorando.

- Sim, ela ficará em recuperação e faremos novos exames. – ela pausou e me olhou – O seguro viagem e nem seu plano cobrem isso senhor Swam, a cirurgia precisa ser feita o mais rápido possível e mesmo que não seja feito aqui em nosso país precisa ser feito de qualquer forma. O mais rápido possível.

- O seguro... e o planos... nenhum dos dois?

-Não, nosso funcionário pesquisou e até mesmo ligou para que tivéssemos uma posição.

- Quanto tempo ela tem? – perguntei desesperado sem refletir se isso faria ou não sentido.

- Se ela não operar pode durar mais alguns anos com sintomas parecidos como esse ou se o tumor tiver um crescimento rápido em média meses há um ano. Ele é um tipo raro...

E a imagem de Isabella me veio a mente, ela aos seus dez anos ficaria sem mãe e eu sem Renée.

- Quanto custa isso?

- 80 mil dólares. Feito nesse país, não sei como serão as coisas no seu país.

Nem se hipotecasse a casa e vendesse o carro. Tínhamos ainda os dez anos de poupança para a faculdade de Isabella, mas nós não tínhamos muita coisa ainda...

-Vou deixar o senhor pensar um pouco. Depois voltamos a nos falar.

Ele se levantou e saiu me deixando ali desesperado por uma saída, eu conseguiria esse dinheiro a tempo de salvar ela ou ela morreria conosco vendendo tudo que tínhamos e mesmo assim não teríamos para os remédios e talvez o acompanhamento. Respirei fundo derrotado e cansado.

- Podemos conversar?

A figura bem vestida e alinhada apareceu na porta e eu levantei achando que era alguém do setor financeiro do hospital.

- Eu... preciso ver minha esposa... depois quem sabe consigo decidir o que fazer...

Ele não se abalou, entrou e fechou a porta.

- Meu nome é Edward e eu estou aqui como um amigo.

- Amigo?

- Sim.

- Por que o senhor estaria aqui como meu amigo?

- Porque eu tenho algo que o senhor precisa e você tem algo muito importante para mim. Preciso da sua ajuda tanto quanto você precisa da minha.

- Do que está falando?

- Veja, eu sou o sucessor de meu pai. Ele está ficando velho e eu tenho que suceder ele assim que possível, dar a ele últimos anos de vida confortáveis em vez de sentado coordenando uma companhia de petróleo e várias indústrias.

- O que posso ter que lhe interesse, entenda que eu não tenho nem dinheiro para...

- Eu vou pagar a operação dela. E quaisquer outras despesas que ela tiver, sua esposa estará muito bem cuidada. Poderá viver anos depois disso tudo.

Eu não podia acreditar no que ouvia. Ele pagaria? Como eu o pagaria de volta?

- O que eu tenho ? – perguntei desconfiado. – Eu não tenho bens no meu país, sou apenas um policial e minha esposa aposentada com um salário que não nos faz ricos de forma alguma.

- Todo homem em minha terra e em minha posição vai para o deserto quando completa quinze anos. Nós aprendemos com o povo nômade a nossa história e muitas outras que nosso povo guarda para aqueles que querem ouvir. Aprendemos a pobreza e a valorizar cada copo de água em nossas mãos. Entenda senhor Swam que se a partir desse ponto não acreditar é algo pessoal, eu acredito e isso para mim é o suficiente. – ele estava convicto seja o que for que fosse acontecer dali por diante – Uma das nômades que conheci era uma mulher sábia e velha, ela me disse que o meu futuro estaria em um par de olhos castanhos. Castanhos que me fariam sentir na mesma hora que as palavras dela eram verdadeiras e isso aconteceria entre uma tempestade, uma tempestade que eu poderia enfrentar ou me esconder, mas que aqueles olhos seriam o meu presente e futuro.

Eu não conseguia acreditar no que ele estava falando. Não queria acreditar.

- Você quer Isabella...

Ele sorriu.

- Ela é só uma menina! – gritei desesperado.

- Não sou pedófilo, mas sim eu a quero.

- Ela tem dez anos por Deus! Uma mulher maluca não pode ditar as coisas. Esqueça isso!

- Sua esposa vai morrer, Isabella ficará sem mãe e tudo que construíram todos esses anos pode desmoronar rapidamente.

- Você quer minha filha, consegue entender isso? Acha que vou dar ela assim para você em troca da saúde de minha esposa? Ficou completamente maluco?

- Eu não estou falando em tirar ela de vocês, eu estou pedindo que quando chegar a hora me dêem a chance de casar com ela.

- Casar? – eu senti meu coração apertar. – Ela tem dez anos... só dez anos...você não a conhece nem um pouco... eu não o conheço... – a dúvida em minha mente. Ele tinha o dinheiro e eu queria tanto Renée que achava mesmo que estava sendo louco em considerar aquela proposta. Eu chorei desesperado vendo que perderia alguma delas de qualquer forma, seja qual fosse a minha resposta.

- Eu sou um homem muito rico, fui criado na Inglaterra porque minha mãe é inglesa e ela não gostava muito de viver aqui. Sou o primeiro filho de seis e eu não vou machucar sua filha como muitos homens nesse mundo estão dispostos a fazer com ela.

- Isso não prova nada, nem ao menos sei os costumes desse país, entenda que o que pede é uma loucura total!

- Não sou nenhum estuprador ou violentador. – ele pareceu muito ofendido – Valorizamos nossas mulheres e não é porque vivemos em um país afastado que somos desumanos. Não nos confunda com bárbaros.

- Eu não tenho com o que confundir, eu não te conheço!

- Por isso mesmo acho que deveríamos conversar melhor.

E depois disso a vida nunca mais foi a mesma de qualquer forma.


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Notas finais do capítulo

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