Rubi escrita por Shitake


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Oi, xuxus. ♥
Deixo com vocês o primeiro capítulo! Espero do fundo do meu coração que gostem.
Beijinhos de Limão!
~Shitake



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Deveria ser considerado um crime tirar jovens adolescentes de suas camas em plena manhã, apenas para levá-los para a escola. Tirando o pouco tempo em que podemos passar com nossos amigos do dia-a-dia, não vejo nada de bom em trocar meu colchão macio e sonhos de um mundo perfeito por uma cadeira fria e um quadro cheio de cálculos matemáticos.

Viktor parecia prestar atenção nas explicações do professor Faraize. Na verdade, ele deve ser o único fazendo isso, para comprovar minha teoria secreta que ele, por trás de uma aparência incrível e uma sensual jaqueta de couro, é na verdade um nerd maldito que quer dominar o mundo. Se ele ao menos fosse menos chato comigo, tenho certeza que eu não teria problemas com os planos secretos dele.

Eu, por minha vez, brincava com meus fios de cabelo recentemente tingidos em um tom vermelho bem forte. Há um bom tempo venho planejando a tintura dos mesmos, e só agora consegui finalmente fazê-la. Tentei assumir para mim mesma, por muito tempo, que a cor pode ser a chave para me deixar mais parecida com meu pai e, quem sabe assim, conseguir fazê-lo gostar mais de mim. Se aparentar com minha mãe é o fator para ele me rejeitar tanto, eu farei o possível para mudar.

Castiel é uma boa pessoa em geral. Um homem de trinta e seis anos trabalhador e honesto, por mais que seu (mau) humor seja algo contestável. No entanto, como pai, eu não poderia dizer o mesmo de suas habilidades. Ele não parece me odiar, mas também não parece engolir o fato de eu ser filha dele. No caso, ele odeia minha mãe, Debrah. Pouco depois que eu nasci, ela faleceu em um acidente de carro. Nunca entendi os motivos de meu pai para não gostar dela, mas sempre procurei compreender. No entanto, Castiel não parece me aceitar, segundo ele porque eu lembro muito minha mãe, tanto em aparência como expressionalmente.

— Não que eu tenha a personalidade ou mau-caráter dela — Ele sempre completa. Mesmo assim, nunca senti que ele realmente tivesse firmeza em suas palavras.

Sem reparar por muito bem no tempo, a aula acabou antes mesmo que eu pudesse pensar em fazer algo realmente prestativo no período de Matemática. O senhor Faraize juntou suas coisas e saiu da sala, nos deixando sozinhos para esperar o professor de Literatura.

— Hey, Rubi. — Chamou Viktor, me tirando de meus devaneios. — Você sabe que não basta vir para a escola para aprender os conteúdos, não é mesmo? Você deveria prestar atenção por pelo menos meio minuto. Talvez assim você pudesse ter uma média maior no seu boletim. Um seis, quem sabe? — Falou, debochando da minha cara.

— Nossa Viktor, você é tão engraçado que eu até esqueci de rir. — Reclamei, entediada por ter que aguentar esse pentelho logo cedo. — Se puder me deixar em paz, eu estou meio ocupada com meus pensamentos agora.

— Você pensa? — Ele repetiu, com o mesmo tom sonso. — Agora você me surpreendeu. Não me diga que você também sabe contar até dois?

Meu olhar fuzilador deve ter sido o suficiente para fazê-lo entender que já havia passado a hora de ele calar a boca. Ele sorriu sem jeito, e se agachou na minha frente, usando a mão esquerda para se apoiar em minha mesa.

— Não me olha assim, rabugentinha. Você sabe que eu só te provoco porque gosto de você, não sabe?

— Eu não teria tanta certeza assim. — Bufei, revirando os olhos. — Fora que eu não gosto de você. Então tanto faz para mim.

— Mesmo assim, não me expulsa daqui. — Ele falou, com um sorriso travesso no rosto. — Admita para si mesma que me ama. Podemos ser felizes juntos, só basta você perder essa sua teimosia de égua no cio.

Estava me preparando para responder, ao mesmo tempo em que pensava como seria uma égua no cio. No entanto, foi só abrir a boca com uma resposta nada educada, para que o barulho rangente da porta fosse soado. Viktor deu uma piscadinha e saiu de meu lado, indo em direção para a cadeira dele. Me pergunto por que ainda aguento esse babaca no meu pé todo santo dia.

Não me dei ao trabalho de encarar a velha professora de Literatura, que por acaso era a diretora da escola, a sra. Shermansky. Claro que ela não era profissional nisso, mas como ficamos um período sem um professor da matéria, ela havia se tornado a substituta. Estava distraída com uns rabiscos que tendiam a ser algum desenho quando escuto a vibração de uma nova mensagem no celular surgir em meu bolso. Cuidadosamente, pego meu celular para checá-la.

"Você deveria prestar atenção na aula... Acho que você pode ter uma grande surpresa hoje... - Viktor A."

Revirei os olhos, mesmo estando surpresa com o fato de Viktor ter pego o celular dele durante aula para trocar SMS comigo. Quero dizer, ele sempre gosta de ser um exemplo de bom comportamento na classe, e esse tipo de atitude "ia contra os conceitos dele". Ou pelo menos, é isso que ele repete quase todo dia na hora do almoço. Rapidamente, comecei a digitar uma resposta.

"E você devia cuidar da sua vida. Fora isso, me surpreender? Com o romantismo ou qual outro período idiota da literatura? Não, valeu. Prefiro continuar com meus desenhos. 2Bjs, boa aula para você."

No entanto, meus planos de enviar a mensagem foram interrompidos quando vi um par de sapatos marrons bem lustrados em minha frente. Devagarmente, fui subindo meu olhar, que após passar por um corpo masculino incrivelmente escultural, acabou por encontrar um rosto ainda mais belo. Cabelos loiros, olhos dourados. Uma aparência angelical, eu diria, se não fosse a feição irritada voltada para mim.

— O celular, senhorita. — Pediu, ríspido. Hesitante, o entreguei, mesmo sem poder desviar meu olhar de seus profundos e belos olhos. — No fim dessa aula... Continue na sala, sim?

— C-certo... — Disse, abaixando minha guarda. No entanto, quando ele virou as costas, não pude conter minha curiosidade e acabei por perguntá-lo o que eu tanto queria descobrir naquele momento. — Desculpe me intrometer... Mas quem é o senhor?

Na verdade "senhor" era um termo de respeito relativo, já que ele não aparentava ser tão velho assim. No máximo, daria uns trinta e seis anos para ele, aproximadamente a idade de meu pai.

Ele se virou, e me encarou com uma expressão vazia.

— Se a senhorita tivesse prestado atenção em ao menos um instante... — Ele suspirou. — Eu sou Nathaniel Woods, o novo professor de Literatura.

— Ah, sim... Me desculpe pela minha falta de atenção, professor. — Me desculpei, um pouco corada. Não por vergonha ou culpa, mas sim porque, mesmo sem conhecer Nathaniel por meio segundo que fosse, já havia me sentido diretamente afetada por ele. Parece que meu senso de atração física não captou a idéia de que ele é meu professor que está pouco ligando para uma adolescente de dezesste anos.

— Claro. — Respondeu, sem ânimo. — Falaremos sobre isso mais tarde, na sua detenção. Por ora, eu gostaria de começar minha aula. Se a senhorita permitir, claro.

Assenti com a cabeça e fixei meu olhar no quadro, pela primeira vez sentindo um pouco de interesse em tentar aparentar estar prestando atenção na aula. Minha mente brincava de processar a linda imagem masculina que eu acabara de ver, enquanto minha sanidade tentava desintegrar toda essa informação.

Sinto uma bola de papel voar sobre minha cabeça, me tirando de meu foco. Me viro e vejo Viktor me encarando com uma cara feia, enquanto indicava com o olhar para que eu lesse o papel que ele havia lançado em mim.

"Pare de babar no sr. Engravatado."

Me virei para ele, sem ligar muito, e apenas dei a língua, provocativa. Ele revirou os olhos e voltou a atenção para o quadro, um pouco frustrado com minha indiferença aos pedidos dele. Claro, afinal obedece-los seria o mesmo que deixar toda a diversão de lado.

Não iria parar de ficar encantada por Nathaniel. Não iria parar de me divertir. Não agora, que as coisas finalmente começaram a ficar interessantes em Villa Amoris.


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Notas finais do capítulo

O capítulo ficou um pouco curtinho, mas é apenas o prólogo. Os demais capítulos serão um pouco maiores, geralmente entre 2000 e 2500 palavras. ^^
Que tal deixar um comentário? Eles são muito mais que bem-vindos e é sempre um prazer ver a opinião de vocês. ♥



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