Quando o carro passou totalmente a barreira e atravessou a linha da cidade, as pessoas que estavam dentro saíram. Regina e Emma já se prepararam para lutar se precisasse. Belle logo reconheceu as três mulheres e não pôde acreditar no que viu. Estava completamente desapontada com Rumple e achava que não poderia estar mais do que antes.

As “Rainhas das Trevas”, como se apresentaram, já tinham feito mal à ela no passado e Belle não conseguia crer que apesar de tudo o que houve, Rumple se juntou à elas.

– Esta cidade é muito pequena para todo o nosso poder, mas já é um começo. – disse com deboche a mais sombria das três, Maleficent.

– Como vocês puderam perceber, nós não viemos em paz. E se for preciso iremos começar uma guerra! Não temos medo, porque sabemos que venceremos caso isso ocorra, então é melhor vocês colaborarem conosco. – Cruella falou autoritariamente para todos que estavam na fronteira da cidade.

Dito isso, apenas pudemos ver uma fumaça roxa que levou os quatro para longe dali. Todos os moradores da cidade que observaram a cena ficaram apavorados, uma vez que ninguém sabia por que esses vilões se juntaram e o que queriam da nossa cidade. Regina e os Charmings acalmaram as pessoas e lhes disseram que dariam um jeito nessa situação, pois ninguém mais iria tentar destruir Storybrooke.

Já Belle não sabia o que fazer. Ficou estática quando o único homem saiu do carro e percebeu quem ele era. Seus instintos estavam certos, no fundo da sua alma ela sabia que um dia ele voltaria, mas não pensava que fosse tão cedo e ainda mais com três mulheres a tiracolo. Mulheres as quais Belle odiava profundamente. Ela achava que não odiava ninguém, mas quando as viu novamente percebeu que estava equivocada esse tempo todo.

As pessoas que assistiram ao espetáculo dado pelas Rainhas e pelo Senhor das Trevas voltaram para suas casas, visto que não havia mais sinal de nenhum dos quatro pelas ruas. Belle não sabia se isso era bom ou ruim, mas preferiu fazer como os outros e voltar para casa.

Quando chegou ao seu apartamento, ela não conseguia tirar aquela imagem de sua cabeça. Ela sentiu alguma coisa no seu coração e algo lhe disse que era ele no momento em que viu o carro chegando e ultrapassando a barreira. Seu coração acelerou levemente, não sabia se era de felicidade ou medo.

Rumple não falou uma palavra, mas ela viu quando ele a olhou pelo canto dos olhos por um breve instante antes de partir com as outras.

Rumplestiltskin estava de volta em Storybrooke. Seu marido havia regressado, mesmo ela o mandando para longe. Como ele conseguiu essa proeza era um grande mistério para Belle, mas isso pouco importava, porque bem lá fundo, ela estava feliz.

O grande problema era que agora ela estava grávida e se ele voltou para ficar, vai acabar percebendo mais cedo ou mais tarde sua barriga crescendo e irá compreender rapidamente o significado disso.

Belle tinha certeza de que quando ele descobrisse sua gravidez, iria gostar de ficar com o bebê, vê-lo crescer e ser pai novamente. E ela não poderia negá-lo uma coisa dessas, já que conhecia de perto todo o sofrimento que Rumple viveu quando perdeu seu primeiro filho, Baelfire.

Pensando no bebê, ocorreu a Belle um devaneio... “E se ele soubesse da minha gravidez e decidisse mudar pelo nosso filho?”. Mas logo perdeu seu otimismo, pois nem por Bae ele foi capaz de fazer isso e talvez por esse novo bebê também não fosse. Com esses pensamentos, Belle finalmente adormeceu.

Na manhã seguinte, ela acordou agitada, ela não queria admitir para si mesma, mas sabia que estava ansiosa para ver Rumple novamente, nem que seja de longe. Ela tomou café e se arrumou para ir à biblioteca, iria fazer o que sempre fazia no dia a dia, não deixaria que a presença dele nem daquelas mulheres a afetassem ou pelo menos não deixaria transparecer...

Logo quando saiu, deu de cara com uma multidão na frente do Granny’s, isso já estava virando rotina, ela pensou. Foi andando mais devagar do que o normal para lá e percebeu o que era. Maleficent e Regina estavam discutindo. Belle rapidamente procurou sinal dos outros três, mas não os encontrou. Deixou as duas mulheres brigando junto à multidão e foi caminhando a passos largos em direção à loja do Gold. Ela não pensou muito enquanto caminhava, na verdade parecia que seus pés estavam levando-a sem que ela tivesse a intenção de ir até lá.

Quando chegou em frente à loja não teve coragem de entrar, considerou até mesmo dar meia volta e retornar à biblioteca, mas sua curiosidade era maior que ela. Belle olhou pelo vidro da janela e o procurou, porém não havia ninguém lá dentro. Ela começou a voltar desapontada, quando de repente ouviu um barulho e logo olhou para trás.

Novamente seu coração parou de bater por alguns milissegundos, ele havia aberto a porta e estava parado em sua frente. Ela o olhou profundamente e desejou ser capaz de dizer-lhe algo, entretanto sua voz havia desaparecido e Belle poderia dizer que a dele também.

Passou algum tempo que poderiam ter sido horas e nenhum dos dois falou alguma coisa, nem ao menos piscaram. Depois de seis semanas separados, ambos sentiram falta de olhar nos olhos um do outro. Belle conhecia cada ruga, cada curva do rosto de Rumple, ele parecia ter mudado, mesmo estando com os mesmos traços. Já Rumple poderia dizer o mesmo de Belle, sua beleza sempre o deixava de queixo caído e ainda que tivesse passado apenas seis semanas, ele poderia dizer que algo nela havia se alterado. Aqueles olhos azuis o olhavam de uma maneira diferente, não com ódio ou raiva como da última vez, mas com uma certa ternura que ela jamais tinha demonstrado antes e ele queria saber o que mudou, então foi o primeiro que falou.

– Oi. – disse ele meio desajeitado, como se estivesse com medo de receber uma resposta hostil.

– Oi. – Ela enfim conseguiu responder.