Dizem que um beijo vale mais do que mil palavras.

Bom, ele não acreditava nisso até aquela noite em questão, quando estavam acabando de sair do clube onde foram comemorar o sucesso do que imaginavam ser o último caso que iriam ter naquele final de ano. Nenhum deles havia bebido o bastante para estar fora de sua sanidade mental, visto que estava nevando e dirigir com uma quantidade inapropriada de álcool no sangue com as estradas daquele jeito era um pedido bem forte para que um acidente ocorra e isso era a ultima coisa que qualquer um deles queria.

Naquele momento o problema não era a bebida ou qualquer coisa do tipo, era simplesmente um ramo de visco pendurado no batente da porta. Sim, ele estava debaixo de um visco com ela, a mulher que há tempos vem povoando o seu pensamento e isso para o homem era um problema, pois, o mesmo ainda era seu chefe e havia toda a questão das regras de confraternização do FBI.

Quando Morgan percebeu a situação, ele cutucou as loiras ao seu lado e isso meio que chamou a atenção dos dois agentes mais a frente, o moreno com um sorriso sapeca falou:

- Lembre-se Hotch, isso é uma tradição! – Ele não ouviu o aviso de Derek, era como se naquele lugar só houvesse os dois, porém, Emily ouviu claramente as palavras do parceiro e isso fez com que suas bochechas ganhassem um tom rosado, afinal, se Hotch decidisse, os dois iram se beijar.

O homem se inclinou até o rosto da bela mulher e sussurrou em seu ouvido que não era preciso se ela não quisesse. Aquele gesto à fez arrepiar e com toda a certeza quando ela ouviu aquelas palavras seu coração falhou uma batida.

Aaron voltou a manter o contato visual com aqueles orbes negros que muito bem refletiam toda e qualquer emoção que a morena sentia. Naquele momento nada importava, ele não ligava se sua equipe estava olhando e a única coisa que passava por sua mente era que o mesmo tinha de provar o sabor daqueles lábios vermelhos. Delicadamente o agente enlaçou a cintura da mesma e a puxou para perto de seu corpo fechando o pequeno espaço que possuía isso sem quebrar o contato visual que possuía com ela, pois, se tinha uma coisa que ele gostava nela eram seus olhos.

- Hotch. – Isso foi à única coisa que ela conseguiu murmurar naquela situação.

- Fique quieta! – O próprio não sabia se aquilo foi uma ordem ou um pedido. Ele não sabia de mais nada naquele momento. Lentamente levou a sua mão livre até o rosto dela e delicadamente acariciou a sua pele aveludada, Emily instintivamente fechou os olhos para apreciar o carinho feito pelo mesmo. Seu coração naquele momento estava a mil por hora e vários pensamentos passavam em sua mente tentando encontrar uma resposta lógica, mas, suas emoções estavam falando mais alto naquele momento.

Dependendo da “plateia” que presenciava aquele momento se alguém pedisse para dar uma palavra para descrever o que viam qualquer um deles iriam dizer que era algo mágico que estava acontecendo com aqueles dois.

Aaron começou a fechar a distancia que havia entre seus rostos, podia sentir seu coração chocar-se contra suas costelas, afirmaria para qualquer um que suas mãos estavam suadas por debaixo de suas luvas e com toda a certeza se tivesse a oportunidade de fugir ele aceitaria de bom grado. Mas, seus instintos mais primitivos estavam o forçando a provar daqueles lábios e acima de tudo aquilo era uma simples tradição. Quando seus lábios se encontraram um choque de emoções percorreu tanto o corpo dele quanto o dela. O beijo que estavam tendo era calmo e com toda a certeza apaixonado, não havia o embate de línguas, porém, aquele simplório gesto não era totalmente irrelevante, pois, era um selo para as duas almas. O casal desejava ficar assim para sempre, só que, a necessidade do oxigênio se fez presente assim ambos tiveram que se separar só por alguns minutos.

O segundo beijo que eles tiveram, porém, foi algo beirado a luxuria. A sede carnal de ambos os corpos. A mente deles dizia que era inapropriado, que não estava na hora certa para aquele tipo de coisa, só que, seus corpos, corrigindo, seus corações não ligavam para o que sua sanidade dizia. Ambos só queriam-se ali e agora. Mas, uma vez, porém, a necessidade do oxigênio se fez presente assim tiveram se separar outra vez.

Hotch encostou sua testa contra a dela, ambos estavam sorrindo, afinal estavam em seu direito. Uns segundos depois ele sussurrou:

- Deveríamos ficar em baixo de viscos mais vezes. – A voz dele estava meio rouca, porém, dava para perceber o tom terno e com toda a certeza alegre naquelas palavras. Emily não pode deixar de rir com o comentário só que respondeu com um tom meio melancólico.

- Eu não quero esperar até o próximo natal para ter que te beijar outra vez. – Dessa vez foi ele que riu, roubando-a um beijo rápido ele respondeu com seu verdadeiro sorriso, aquele que ela amava.

- Acredite querida, você não vai precisar!

Bom, ele não acreditava que um beijo poderia falar por mil palavras, até aquela noite, pois, graças a uma tradição ele pode perceber que a morena que vinha povoando seus pensamentos há meses sentia o mesmo que ele. Sentia amor.