Perdão escrita por Rayh Bennett


Capítulo 1
Perdão


Notas iniciais do capítulo

Os personagens pertencem a L. J. Smith.

Capítulo Único.


Boa Leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/575252/chapter/1

Maldita hora em que a deixou cruzar aquela porta. Por culpa de sua arrogância e egoísmo, ela estava magoada. Não a culparia se o odiasse. Seria pouco.


Apressou os passos. Precisava impedi-la. Não iria perdê-la. Não mesmo.


Demorou muito para aceitar seus sentimentos. Pouco importava se estava comportando-se como um humano patético e estúpido. Se esse era o preço a pagar por sua burrice. Ah, ele pagaria com certeza.


Parou em frente à grande janela e ficou observando o quarto escuro. Não que isso fizesse alguma diferença para sua visão de vampiro. Abriu a janela com cuidado e entrou silenciosamente.


Escutou os soluços e suspiros que vinham do pequeno corpo feminino deitado sobre a cama. Sentiu seu peito aperta e um gosto amargo em sua boca.


Odiava vê-la chorar. Principalmente se o culpado dessas lágrimas fosse ele.


Ajoelhou-se ao lado da cama e com cuidado tocou os cachos avermelhados. Ouviu o coração dela, começar a bater mais rápido e os soluços – que ela tentava abafar – aumentarem.


— O que es... tá faz... fazendo aqui?


Sua voz era apenas um sussurro. Em nada lembrava o canto melodioso do Pequeno Pássaro Vermelho.


E Damon detestou-se ainda mais por isso. Ele, um vampiro bem vivido, experiente no quesito mulheres...


“Mas Bonnie não é como as outras mulheres. Ela é um pequeno pássaro bebê, que ainda está aprendendo a voar.” Sua mente não cansava de lembrá-lo.


Até sua própria mente estava contra ele.


— Eu... – Por que era tão difícil pronunciar aquelas palavras? Sabia o que falar, mas não sabia como dizer. Nunca em sua vida pediu perdão para ninguém. Todavia, lá estava, ajoelhado aos pés da cama de uma garota, humilhando-se.


— Eu sou uma bruxa idiota e irritante, mas muito medíocre para conseguir ler a mente de alguém. – A voz dela era sarcástica, cheia de dor e mágoa.


Ela não tinha virado o rosto para olhá-lo, mas Damon apostava todo seu estoque de whisky, que não gostaria de olhar nos olhos castanhos nesse momento.


Algo dentro de seu peito doeu forte, fazendo-o fechar os olhos com força, na tentativa de apaziguar aquele aperto sufocante. Não era dor física, era muito pior, parecia vindo de sua alma (isso se ele tivesse uma).


Não conseguia entender. Na verdade, há algum tempo parou de tentar, assim, como também de lutar contra aquele sentimento que crescia desenfreadamente dentro de si, alastrando-se como uma erva-daninha por todo seu organismo.


Necessitava concertar a burrada que fez. Precisava do perdão e dos sorrisos de sua Pequena Passarinha Ruiva. Sua e de mais ninguém.


Possessivo? Sim e jamais mudaria. Bonnie era seu pássaro bebê e ninguém a machucaria.


“Mas você já a machucou, seu idiota!” Uma vozinha murmurou em sua mente, fazendo-o revirar os olhos.


— Você não é nenhuma idiota ou medíocre, Bonnie. – Afirmou, sentando-se ao lado dela na cama. — Um pouco irritante, mas nada que eu não possa suportar.


O que ele não suportava era a frieza, a distância dela. Tê-la ao seu lado era mais crucial e necessário do que beber o sangue de alguém. E ele não conseguia entender o porquê.


— Isso não foi algo legal para ser dito quando está tentando, desculpar-se com alguém. – Ela sussurrou, mirando-o com seus grandes olhos castanhos, que no momento estavam vermelhos e inchados por causa do choro.


— Eu sei. – Levou a mão até o rosto dela, enxugando com as pontas dos dedos as lágrimas. — Assim como você sabe, que eu não sei me desculpar.


— Você me magoou muito, Damon. Você tem noção de como me senti quando você me chamou de “Garota fácil, mimada e inútil? – Bonnie afastou-se do toque dele, olhando-o com mágoa. — Tudo isso só porque o Matt me beijou. O Matt e não eu.


Damon fechou os olhos e respirou fundo. Prometera a si mesmo que não mataria o patético Mutt. O patife Mortal Único Troço Trapaceador. Mas vontade não lhe faltava. Só de lembrar daquele troço tocando Bonnie, seu sangue fervia. Por culpa dele, isso mesmo, do Mutt, tudo aquilo estava acontecendo. Se pudesse... sugaria até a última gota de sangue daquele troço.


— O que você quer de mim, Bonnie? – Questionou exausto.


— Eu não sou um brinquedo para ser usado quando você bem entender. – Respirou fundo. Sua feição mais que determinada. — Você age como se eu fosse importante, não suporta que outro cara se aproxime de mim. Age como se fosse meu dono, mas vive correndo atrás da namorada do seu irmão, me beija em um dia e no outro já está agarrando-se com qualquer mulherzinha que aparece pela frente. Você acha que isso não dói?


Ela dizia tudo de uma vez só, sem ao menos respirar. Seu rosto avermelhado e a respiração ofegante. E ele somente a escutava.


— Sou eu que pergunto: O que você quer de mim Damon?


Já que estava na chuva era para se molhar não é mesmo? Seria sincero com ela. Pelo menos uma vez na vida seria sincero consigo mesmo.


— Você merece alguém diferente, Bonnie. – Olhou-a fixamente. Ônix contra ambares. — Eu não sou bom. Na verdade estou longe disso. Mas sou malditamente egoísta para te deixar livre para voar.


Aproximou seus rostos e colou as testas. O calor do corpo dela em contraste com o seu era mais que perceptível. O monstro dentro de si, clamando pelo sangue adocicado dela. No entanto, ele jamais seria capaz de maculá-la.


— Já deixei de tentar entender tudo isso, de lutar contra o inevitável. – Segurou o rosto dela entre as mãos. — Eu não sei o que sinto, Bonnie. Não posso garantir que será um mar de rosas, viver ao meu lado, nem que me transformarei em um príncipe encantado, porque isso não acontecerá.


Jamais fora tão sincero em toda a sua existência, todavia, havia algo que o compelia a dizer toda a verdade para a pequena ruiva. Damon beijou a testa dela, sentindo o perfume de maracujá e jasmim de seus cabelos.


— Eu sinto muito pelas coisas que disse nessa manhã. Só que eu fiquei com muito ódio quando vi aquele... – Trincou os dentes. — Mutt te tocando. Você é minha Bonnie. Só minha e não aceito que nenhum idiota te olhe com segundas intenções e muito menos que coloque as mãos imundas em você.


— E você será só meu? – Ela questionou com os olhos cheios de lágrimas. — Será capaz de abrir mão de todas só por mim? Porque é isso que eu quero Damon, eu quero que você seja meu por completo. Eu não quero a metade. Eu quero o todo. Com defeitos e tudo mais.


Um sorriso torto surgiu na face da Damon, enquanto seus lábios tocaram os dela gentilmente, sentindo toda a doçura dos lábios de Bonnie. Tão doce quanto o mais saboroso sangue que já provara na vida. Beijou-a como o bem mais precioso do seu mundo, porque ela era o bem mais precioso que tinha. Sua pequena pássara ruiva era única, perfeita, doce e delicada.


Logo o beijo tornou-se voraz, avassalador, e a língua dele explorava cada canto da boca doce da ruiva, fazendo suas línguas massagearem-se em um beijo intenso, enquanto suas mãos apertavam possessivamente a carne macia da cintura feminina.


Separou os lábios, pois ela precisava de ar. Acariciou as bochechas rosadas e quentes de sua desgrenhada passarinha, que tinha os olhos brilhantes e um doce sorriso nos lábios avermelhados.


— Acho que posso fazer esse pequeno sacrifício por você. – Murmurou com um sorriso torto, sendo agraciado pela mais bela e melodiosa gargalhada de sua pequena e desgrenhada ruiva.


Voltou a beijá-la como se o mundo fosse acabar naquele exato momento. E prometera a si mesmo que faria o impossível para sempre vê-la sorrindo e feliz. Mas daria uma lição naquele troço do Mutt. Ele nunca mais voltaria a tocar no seu Pássaro bebê. Não mesmo.


Bonnie era sua e de mais ninguém. E ai de quem dissesse o contrário.




“Amar não é ter que ter sempre certeza

É aceitar que ninguém é perfeito pra ninguém

É poder ser você mesmo e não precisar fingir

É tentar esquecer e não conseguir fugir (fugir).

Já pensei em te largar,

Já olhei tantas vezes pro lado

Mas quando penso em alguém,

É por você que fecho os olhos

Sei que nunca fui perfeito,

Mas por você eu posso ser

Até eu mesmo que você vai entender.

Posso brincar de descobrir desenho em nuvens

Posso contar meus pesadelos e até minhas coisas fúteis.


Posso tirar tua roupa,


Posso fazer o que eu quiser

Posso perder o juízo, mas com você eu tô tranquilo (tranquilo)


Agora o que vamos fazer?

Eu também não sei.

Afinal, será que amar é mesmo tudo?!

Se isso não é amor, o que mais pode ser???

Tô aprendendo também.”


(Carta de amor; Jota Quest)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.

Bjs



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Perdão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.