O vento solitário a uivar

As folhas ressecadas a agitar

O fogo em vermelho a queimar

As chamas mortíferas a crepitar

Para trás deixado um último olhar

Um último suspirar

Um último alento

Levado ao relento

A fome, a sede, a dor.

Eles jamais veriam em sua face amor.

Fora deixado

Abandonado

Ao relento

Com um último alento

Ao cerrar os olhos desejou

Que a alma tomar-se fosse pela escuridão.

Então um anjo lhe levou

Em seus braços lhe tomou

O corpo frágil e abandonado

Os lábios secos a ressecarem

Os traços brancos a preservarem.

Tomou-lhe a fadiga

Abraçando-o como velha amiga

Pôs-se imensamente a desejar

Que de apenas um sonho aquela dor não passar.

Ouviu o crepitar

Não era ali o seu lugar

Mas para onde iria o pequeno rapaz?

Observou em volta com um olhar fugaz

Um velho e bom homem a lhe observar

Em sua face um sorriso a desenhar

Queria tanto lhe confiar

Queria tanto lhe mostrar

Que se importava

Que amava

Que algo sentia

Mas apenas a escuridão o consumia

Em branco

Em cinza

Em negro.

Alguns lhe olhavam

E cochicHavam

Lhe julgavam

Não o entendiam

Lhe ignoravam

Lhe feriam

A fome, a sede, a dor.

Eles jamais ouviriam de sua boca clamor.

O som oco do chocolate a quebrar

Um olhar raivoso de um jovem rapaz lhe fitar

Apenas encarou

Apenas observou

E nada falou.

A raiva a aumentar

O desejo de se superar

Contra a insistência em ignorar

Em fingir não importar.

Ele era branco

E cinza

E negro.

Ele era Perto

E era Longe.

Near.

Nate River.