True Love escrita por Roberts


Capítulo 1
Parte 1 - Elena


Notas iniciais do capítulo

Essa fic originalmente uma one, mas como ficou muito grande, eu decidi dividir em duas partes.
E aqui est o inicio, espero que gostem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/575068/chapter/1

Já estava escurecendo quando eu cheguei a escola de balé e encontrei minha irmã caçula sentada nas escadas em frente a porta. Assim que ela me viu, se levantou.

- Finalmente você chegou – reclamou – Pensei que você fosse me largar aqui.

- Desculpa, Meg, tive que fazer uma coisa inadiável – me ajoelhei para ficar na altura dela, ali estava minha irmãzinha de 11 anos e eu estava sendo totalmente negligente com ela, não pude deixar de me sentir culpada – Não conta para o papai e para a mamãe, por favor.

- Isso vai depender – colocou a mão no queixo, pensativa – O que eu ganho isso?

- Mas que garotinha chantagista – comecei a fazer cócegas nela, que começou a rir – Tudo bem, o que você quer?

- O que acha de irmos lanchar no shopping e depois dar uma volta – sugeriu – Eu estou mesmo precisando de uma sapatilha nova.

Isso certamente ia custar uma grana, mas tudo bem, vale a pena para manter a Meg calada.

- Tudo bem, vamos lá! - acabei concordando.

- Lena! - estávamos a caminho do carro quando ouvi alguém me chamar, me virei a tempo de encontrar o meu namorado – Finalmente te encontrei, você tem me evitado o dia inteiro.

- Como você me encontrou aqui? - perguntei, ignorando completamente o último comentário dele.

- Você me disse que viria buscar a sua irmã no balé, não lembra – deu de ombros – Só tive que vir até aqui e rezar para ser o horário.

- Esse é o seu namorado, Lena? - minha irmã perguntou.

- Claro que não! - apressei-me me responder, afinal, faz quatro meses que eu e Damon estamos namorando escondidos. Eu o conheci juntamente com o irmão Stefan quando fui fazer uma visita a UCLA, faculdade que pretendo cursar o ano que vem; os dois estudam lá, o irmão está no segundo ano de curso, enquanto ele já está há oito anos lá, sem saber exatamente o que fazer, sei que não é o tipo de cara que meus pais aprovariam – Damon é somente um amigo.

Ele ficou me encarando como se não tivesse ficado muito feliz com a minha explicação, mas o ignorei.

- Meg, será que você pode esperar um pouco no carro enquanto eu converso com o Damon? - pedi – Depois disso nós vamos para o shopping.

- Tudo bem – deu de ombros antes de caminhar em direção ao veículo.

Sei que agora estávamos há uma distância segura dela, então pude me virar na direção dele.

- Fico feliz que você queira falar com o seu amigo aqui – comentou, totalmente irônico.

- Damon, você sabe muito bem que meus pais ainda não podem saber sobre nós dois – revirei os olhos – Embora não vá demorar muito para isso acontecer.

- Quer dizer que você, finalmente, está tomando coragem de falar de mim para os seus pais – sorriu – Já estava na hora, não acha, Leninha?

- Isso vai ser necessário – fiquei encarando o chão, não tinha coragem de olhá-lo nesse momento – Damon, eu estou grávida.

Quando criei coragem de me virar na sua direção, ele estava parado parecendo totalmente chocado. Sabia que essa seria a sua reação, mas imaginei que pudesse ser diferente.

- Foi por isso que não falei com você o dia inteiro, fui fazer o exame e confirmei a gravidez – continuei – Eu ia te ligar para contar, mas como você veio aqui...

- E o que você quer que eu faça sobre isso? - seu tom de voz se elevou um pouco – Quer que eu te peça em casamento, assim vamos ter o bebê e seremos felizes para sempre? É isso?

- Não se casar, afinal eu só tenho 18 anos – lembrei, tentei ser o mais cautelosa o possível – Mas podemos criar o nosso bebê e depois que eu estiver formada, podemos nos casar.

- E como você quer que a gente sustente essa criança? - quis saber – Você trabalha de babá, mas isso não dá dinheiro para sustentar uma família. E eu ainda estou na faculdade.

- Você deve ter créditos o suficiente para se formar em alguma coisa em, no máximo, um ano e meio – sugeri – Enquanto isso, tenho certeza de que meus pais vão nos ajudar – claro que eu estou com medo de contar a verdade para eles, com certeza ficaram bravos no inicio, mas sei que não deixaram a mim ou ao neto desamparados – E quanto aos seus pais?

- Você só pode estar brincando? Se meus pais souberem que eu engravidei minha namorada vão cortar o dinheiro que me mandam toda semana e me obrigar a arrumar um emprego – revirou os olhos – Não estou pronto para ser pai, Elena.

- E acha que estou pronta para ser mãe? - perguntei – Damon, eu só tenho 18 anos, ainda nem terminei o Ensino Médio, estou totalmente apavorada com tudo isso.

- Então faça um aborto? - disse como se fosse a coisa mais casual do mundo – Eu pago, podemos ir a um lugar que não vai fazer muitas perguntas. Resolvemos isso rapidinho.

- Meu filho não é um problema – coloquei a mão, protetoramente na minha barriga – Não vou tirá-lo. Sei que disse que não estou preparada, mas eu já o amo e vou criá-lo, mesmo sem a sua ajuda.

- Ótimo! - completou – Por que você não vai mesmo ter nenhuma ajuda minha.

Ele se afastou de mim e eu fui para o carro aonde Meg já estava me esperando. Sentei em frente ao volante e quando percebi já estava chorando descontroladamente, sei que o Damon é um pouco irresponsável e não faz nada do que faz, mas nunca pensei que fosse negligenciar o nosso bebê desse jeito.

- Lena, você está bem? - minha irmã colocou a mão no meu ombro, totalmente preocupada.

- Sim, Meg, eu estou bem – me virei na sua direção e dei um fraco sorriso – Bom, vamos logo para shopping antes que fique tarde.

Liguei o carro e sai em direção a rua. Vou dar um jeito, ainda não sei qual, mas eu darei.

***

Acordei totalmente assusta e passei a mão na testa, aonde tinham algumas gostas de suor, aquela não era a primeira vez que eu tinha esse sonho. Ele tem atormentado a minha vida há sete anos, embora tenha acontecido com bastante frequência nas últimas semanas.

- Está tudo bem, meu amor? - meu marido perguntou, provavelmente o acordei quando me sentei na cama.

- Sim, Stef, está tudo bem – afirmei com a cabeça – Volta a dormir.

- Você teve aquele sonho de novo? - passou a mão pelo meu braço, eu apenas balancei a cabeça afirmativamente – Acho que esse almoço te deixou mais preocupada do que eu pensei. Talvez não devesse ter...

- Que isso, Stefan, é dia de Ação de Graças, um dia para se passar com a família – lembrei – Nós sempre vamos para a casa dos meus pais, esse ano a sua mãe precisa de você. Tenho certeza de que será um dia maravilhoso, eu vou ficar bem.

- Se você diz – deu um longo suspiro.

A porta do quarto estava aberta, então pude ver uma sombra se aproximando, logo ela foi e definindo e eu pude ver a minha garotinha parada embaixo do batente e segurando um ursinho de pelúcia com o qual ela gostava de dormir desde bebê.

- Zoe! - a chamei – Está tudo bem, meu amorzinho?

- Eu tive um pesadelo – sua voz era totalmente manhosa – Acordei e não consegui voltar a dormir.

- Foi só um sonho, princesinha – me aproximei e me ajoelhei para passar a mão no seu cabelo – Não tem que se preocupar, você está em casa e segura.

- Posso dormir aqui com vocês hoje? - pediu. Dei uma rápida olhada em Stefan e ele afirmou com a cabeça.

- Tudo bem, vem aqui – eu a peguei no colo com bastante dificuldade, a verdade é que minha filha já uma mocinha, sinceramente, não sei quando foi que ela deixou de ser o meu bebê, o tempo, simplesmente passou e eu não me dei conta – Tudo bem, agora vamos dormir que amanhã temos um longo dia pela frente.

Coloquei Zoe na cama entre mim e Stefan e ela imediatamente abraçou o pai, deitando a cabeça no seu peito. Ele beijou a cabeça da nossa filha e passou a mão pelo seu cabelinho.

- Boa noite, mamãe! Boa noite, papai! - ela murmurou.

- Boa noite, princesinha – foi Stef quem falou – E não se preocupe e foi como a sua mãe disse, não vamos deixar que nada de mal aconteça com você.

- Eu estou tão animada com o jantar de amanhã, papai! - continuou – Vou ver a vovó Salvatore e também vou conhecer o seu irmão.

Antes de mais nada, meu marido uma olhada para mim, preocupado. Sabíamos que não conseguiríamos escondê-lo de Zoe por toda a vida, mas acreditávamos que ainda fosse demorar um pouco para que isso acontece e, sinceramente, não sei se estou preparada para isso.

É que o seu tio Damon não mora aqui em Los Angeles e não tem tido muito tempo para vir aqui nos visitar desde um pouco antes de você nascer – explicou calmamente – Mas agora você vai conhecê-lo e tenho certeza de que ele vai gostar muito de você.

- Eu espero – deu um pequeno sorriso.

Zoe não demorou muito para cair no sono. Stefan estava, da mesma maneira que eu, a olhando dormir.

- Lena... - murmurou depois de alguns instantes – Estou falando, sério, se você quiser, podemos cancelar o jantar de Ação de Graças.

- Não... - neguei com a cabeça – Eu quero esse jantar, nem que seja para mostrar ao Damon o quanto eu estou feliz e que eu e a Zoe nunca precisamos dele.

- Certo – deu um longo suspiro – Só não quero que você se sinta estressada ou qualquer coisa parecida.

- Vou ficar bem – garanti – Eu prometo.

- Então agora tente dormir também – aproximou-se e beijou os meus lábios – Você mesma disse que amanhã vai ser um grande dia e isso também vale para você.

Concordei e fechei os olhos, tentando voltar a dormir. Felizmente, não demorou muito para eu cair na inconsciência.

***

- Amiga, não fica assim, por favor – estava com a cabeça deitada no colo de Caroline e não conseguia parar de chorar, nem que eu quisesse – Não vai fazer bem nem para você, nem para o bebê ficar dessa maneira.

A simples menção do bebê me chorar ainda mais. Obviamente eu e Damon não tínhamos feito planos nesses quatro meses em que estamos juntos e, sinceramente, nem sabia se nosso relacionamento poderia dar certo em um futuro próximo; mesmo assim, é difícil vê-lo nos rejeitar dessa maneira.

- Sinceramente, Car, eu não tenho a mínima ideia do que vou fazer agora – me levantei para poder olhar a minha amiga direito.

Confesso que até pensei em tirar o bebê; eu só tenho 18 anos e não tenho a menor condição de criar uma criança sem o apoio do pai, essa seria a melhor solução para todos. Mas então eu penso que ele ou ela não tem culpa de nada e não pediu para estar no meio dessa história toda...

- Eu sei, Lena – ela passou a mão pelo meu rosto, tentando enxugar as lágrimas nele – Você já contou para os seus pais?

- Não – neguei com a cabeça – Nem sei como fazer isso. A decepção deles vai ser tão grande e eu nunca vou me perdoar por fazer isso.

- Lena, você tem sido a filha perfeita por todos esses anos – ela lembrou – Você cometeu um erro, não podem te culpar por isso.

- O meu único erro pode mudar toda a minha vida para sempre – revirei os olhos – Isso é “brilhante”.

- Bom, aconteça o que acontecer, quero que você saiba que eu vou estar do seu lado para o que for – avisou – E, vou ficar com muita raiva se você não me chamar para ser madrinha desse bebê.

Foi impossível não sorrir. Mesmo em meio a essa crise, Caroline ainda conseguia me fazer sorrir.

- E você acha mesmo que eu poderia pensar em outra pessoa para ser a madrinha desse bebê? - respondi por fim – Sempre combinamos de sermos madrinhas dos filho uma da outra, lembra?

- Claro que eu me lembro – afirmou – Só queria saber se você também se lembrava.

Foi nesse momento que a campainha tocou. Car e eu nos olhamos confusas, não estava esperando visitas, quem poderia ser?

Nós dias descemos as escadas rapidamente e quando abri a porta deu de cara com o meu ex-cunhado. Por sorte nem meus pais nem meus irmãos estavam em casa ou começariam a fazer perguntas.

- Stefan! - olhei confusa para ele – O que você está fazendo aqui?

- Oi, Elena - ele deu um fraco sorriso para mim – É que eu precisava muito falar com você.

Tudo bem, acho que essa era mesmo uma grande surpresa. O que será que o irmão de Damon pode estar querendo falar comigo, ainda mais depois de tudo que aconteceu.

- Vou esperar você lá em cima, Lena – Caroline avisou – Assim vocês dois podem conversar mais a vontade.

- Se eu estiver atrapalhando alguma coisa, tudo bem – Stefan interrompeu – Podemos conversar uma outra hora.

- Não tem problema, Lena e eu só estávamos aqui jogando conversa fora – minha amiga explicou – Qualquer coisa, pode me chamar.

- Certo... - concordei com a cabela. Car colocou a mão no meu ombro e sorriu antes de se afastar

Então ela foram para o andar de cima da casa e só então eu o chamei para ir para a cozinha comigo.

- Você quer beber alguma coisa? - perguntei enquanto abria a geladeira e pegava um pouco de água para mim.

- Vou querer água também, por favor – disse.

Coloquei água em dois copos e entreguei um para ele antes de me sentar na cadeira em frente.

- Damon me contou, tudo – começou a falar depois de um minuto que passamos em silêncio apenas olhando um para o outro – Sobre o bebê e sobre a briga de vocês.

- Não diria que foi uma briga – dei de ombros – Ele apenas deu a sua opinião sobre não querer um filho agora, então eu disse que criaria essa criança sem ajuda e ele foi embora.

E a simples lembrança do que aconteceu há pouco mais de uma semana já fez os meus olhos se enxerem de água. Mas eu consegui segurar, por mais que Stefan parecesse estar sendo legal comigo, não podia desabar na frente dele.

- E esta tudo bem para você? - perguntou – Quero dizer, pretende mesmo criar o bebê sem a ajuda do meu irmão?

- Não é como se eu tivesse muita escolha sobre isso – nesse momento eu estava encarando o copo pousado na mesa bem a minha frente – Eu tenho a Caroline e os meus irmãos, sei que eles vão me ajudar; além disso, os meus pais podem até ficar com raiva no começo, depois que eu contar, mas vão me apoiar no que eu precisar também.

- Só que nada disso substituí o carinho e o apoio do pai do bebê, não é mesmo? - colocou a mão sob a minha enquanto falava.

Agora não teve mais jeito, comecei a chorar descontroladamente. Stefan deu a volta na mesa e se ajoelhou em frente a mim.

- Por favor, Elena, não chora – pediu – Droga! Eu detesto quando choram na minha frente.

- Desculpa, acho que essa gravidez está me fazendo ficar muito emotiva... - sorri, tentando enxugar os olhos – Tenho tentando ser forte, dizer para mim mesma que nós não precisamos dele para nada e que eu basto para esse bebê, mas...

- Mas é muito difícil... - completou – Tudo bem, eu imagino que não deve estar sendo na fácil para você e estou aqui justamente para dizer que não precisa enfrentar tudo isso sozinha.

- E o que você vai fazer? Amarrar o Damon e obrigá-lo a assumir a mim e ao bebê? - foi impossível não soltar uma gargalhada – Sinto muito, Stefan, mas acho que você ainda não percebeu o quanto o seu irmão é teimoso.

- Não estava falando do Damon, mas sim de mim – entrelaçou os nossos dedos, sutilmente – Casa comigo, Elena?

- O que? - me afastei dele, bruscamente – Você só pode estar ficando maluco, Stefan. Como é que nós vamos nos casar?

- Da mesma maneira que você ia se casar com o Damon – respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo – Assim eu posso dar um nome para o seu bebê e ele terá um pai e uma mãe.

- Stef... - fiquei totalmente sem palavras, várias coisas vieram a minha cabeça, mas não conseguia formular uma frase completa – Isso é... Eu não posso aceitar o seu pedido, sinto muito.

- Elena, esse bebê é meu sobrinho e quero tudo de bom para ele ou para ela – colocou a mão sob a minha barriga – Meu irmão não quer assumir as suas responsabilidades, então estou aqui para isso. Essa criança terá o sobrenome Salvatore e todas as coisas que ela merece, estou aqui para garantir isso.

- Isso é mesmo muito fofo, Stefan, e eu estou agradecida por você se preocupar tanto assim comigo e com o bebê – falei – Mas a minha resposta ainda é não.

- E posso saber o porque disso? - perguntou.

- Como você mesmo disse, esse bebê é responsabilidade do Damon, não sua – lembrei – Não posso te deixar estregar a sua vida assumindo algo no lugar do seu irmão.

- Eu me sinto responsável por esse bebê desde que Damon me contou sobre a sua gravidez – avisou – E se me deixar fazer isso por vocês, serei o cara mais feliz desse mundo.

- Além disso, como você achar que vamos sustentar a nos dois e a um bebê? - era importante questionar isso, já que esse foi um dos motivos que Damon argumentou sobre não querer ficar comigo.

- Você mesma disse que seus pais podem ficar bravos, mas vão te apoiar – lembrou – E eu vou começar um novo estágio ainda esse semestre, não vai ser muito dinheiro, mas sei que meus pais também vão nos ajudar enquanto eu ainda não me formo.

- E quanto ao fato de não sermos apaixonados e muito menos de não namorarmos? – continuei com os meus argumentos – Não me importo de viver em um casamento sem amor, até porque vai ser mesmo muito difícil de conhecer alguém se acabar sendo mãe solteira; mas você pode conhecer alguém na faculdade, se apaixonar e eu só vou atrapalhar isso.

Ele não disse mais nada, apenas se levantou e puxou meu rosto para poder me beijar, eu correspondi na mesma hora. Claro que não era igual aos de Damon, mas tenho que confessar que fez com que meu coração batesse mais forte.

- Isso pode até parecer um pouco idiota, mas acredito que amor é algo que vem com o tempo e com a convivência – sussurrou quando se separou, embora estivesse mantendo a testa grudada na minha – Talvez o destino queira que sejamos apenas amigos, mas prometo que serei o melhor marido que você poderia pensar em ter.

Stefan se afastou um pouco mais, permitindo que eu visse melhor o seu rosto, ele estava com o olhar cheio de esperança e de expectativas, o que o deixava ainda mais charmoso. Todas as células do meu corpo estavam me mandando dizer sim para aquela proposta, mas por algum motivo, não conseguia abrir a boca para responder.

- Será que ajuda eu dizer que não vou aceitar um não como resposta e vou ficar aqui te enchendo até você dizer sim? - completou e foi impossível não rir.

- Eu aceito com uma única condição – avisei e ele ficou apenas esperando que eu continuasse – A gente se casa, mas se você conhecer alguém e acreditar que ela vale a pena, você vai me avisar e o nosso casamento na mesma hora. Seremos amigos e você vai poder ver o bebê sempre, como qualquer casal divorciado.

- Por mim tudo bem – concordou – Eu aceito a sua condição.

- Então sim, eu aceito me casar com você, Stefan! - finalmente dei a minha resposta e então ele me beijou mais uma vez, embora tenha sido apenas um simples roçar de lábios – Apesar de tudo tenho certeza de que podemos fazer com que isso dê certo.

- E podemos mesmo... - passou a mão pelo meu rosto – Tenho certeza disso.

Sinceramente, não tenho ideia de como será o nosso casamento, se seremos um casal normal ou se poderemos criar esse bebê sem maiores problemas; tudo que eu sei é que estou bem mais animada do que estava mais cedo. Há menos de uma hora eu estava totalmente perdida e agora via uma luz no fim do túnel.

- Agora vamos marcar um almoço com os seus pais e abrimos o jogo com eles – continuou – E depois podemos marcar uma viagem até Savannah para que você conheça os meus pais.

- Claro, vai ser ótimo – concordei. Então ele segurou a minha mão e beijou a ponta dos meus dedos.

***

Terminei de fazer o purê de batata doce e o coloquei dentro da geladeira junto com as espigas de milho. Por sorte minha sogra se ofereceu para trazer o peru e o molho de amoras, esse vai ser o primeiro dia de ação de graças que vou passar longe da minha mãe e não tinha certeza se daria conta de preparar tudo sozinha.

Ouvi o som da campainha e eu fiquei totalmente tensa de repente, quem será que tinha acabado de chegar? Suspirei longa e pesadamente, tomando coragem para abrir a porta, por sorte, era apenas Caroline.

- Eu trouxe a famosa torta de maçã da minha mãe! - começou a falar totalmente animada, mostrando a assadeira que estava segurando – E, é claro, sorvete de creme, a combinação preferida da Zoe.

- Você sempre mimando a minha filha – revirei os olhos.

- Que péssima madrinha eu seria se não fizesse isso, é a minha função, Elena, querida – retrucou – Mas já que estamos falando da Zoe, aonde é que ela está?

- Saiu com o Stefan, mas daqui a pouco eles devem estar chegando – expliquei – Vem, vamos comigo até a cozinha.

Então fomos para o outro cômodo e eu guardei as coisas que ela trouxe na geladeira.

- Sabe, Car, eu acho que ainda não te agradeci o suficiente por estar fazendo isso por mim – disse, por fim – Não sei se iria conseguir sobreviver ao dia de hoje sem a sua ajuda.

- É para isso que servem as amigas – lembrou – Além disso, sei que você faria a mesma coisa por mim.

- Você tem sido, mesmo, a melhor amiga que eu poderia ter nessa vida – admiti – Sem contar que tem sido a maior defensora do meu relacionamento com o Stefan, quando nem eu mesma estava acreditando que poderia dar certo.

Assim que Stef me faz a proposta de casamento e foi embora da minha casa, imediatamente eu fui buscar os concelhos da minha melhor amiga. Tinha dito sim, mas ainda não estava se ficar com o irmão do meu ex-namorado para que ele pudesse assumir o meu bebê era mesmo a melhor solução, e etão ela me aconselhou a me jogar de cabeça sem nem pensar duas vezes. Hoje tenho que admitir que essa foi mesmo a melhor coisa que eu poderia ter feito.

- Você está feliz com o Stefan e sabe disso, sem contar que ele é um pai maravilhoso para a Zoe, coisa que o pai verdadeiro dela não conseguiu ser – fez uma careta ao fim da frase – Então, tenho certeza, quando você olhar nos olhos do Damon, não vai sentir nada.

- Assim, eu espero... - fiquei olhando para o chão a minha frente. Apesar de confiar no relacionamento sólido que tenho com o Stefan, não estou tão certa assim de que não sinta mais nada por Damon.

- Chegamos...! - ouvi o barulho de chave e, em seguida, a voz do meu marido – Lena? Aonde você está?

- Estamos na cozinha- respondi.

Ouvi passos se aproximando e não demorou muito para ele aparecer, juntamente com Zoe, que veio logo atrás.

- Tia Car! - minha filha correu para poder abraçar a madrinha – Estou tão feliz que você veio passar o dia Ação de Graças com vocês.

- Também estou feliz por passar esse dia com vocês – deu um beijo no topo da cabeça dela – Mas agora me conta como é que está no colégio? Estudando muito?

- Sim! - afirmou – Vem aqui no meu quarto, tia! Quero te mostrar a boneca linda que o papai comprou para mim.

Começou a puxar Caroline antes que minha amiga pudesse dizer qualquer outra coisa. Quando as duas saíram, eu e Stefan ficamos sozinhos dentro do cômodo.

- Bom, eu trouxe o vinho – me mostrou a sacola – Acha que duas garrafas são o suficiente?

- São sim – afirmei com cabeça.

Nesse momento o telefone dele tocou avisando a chegada de uma mensagem, o fazendo retirar o aparelho do bolso para poder lê-la.

- É do Damon – explicou – Está dizendo que teve um pequeno imprevisto e vai se atrasar um pouco, mas vai chegar antes do jantar.

- Então está bem... - foi tudo que eu disse, dando de ombros, deixando bem claro que eu não estava me importando com isso, embora isso não fosse totalmente verdade.

Apesar disso, Stefan permaneceu em silêncio. Guardou o celular no bolso e ficou passando a mão pelos cabelos repetidas vezes.

- Será que eu posso saber o que você está pensando, senhor Salvatore? - me aproximei e segurei o seu pulso.

- Não é nada... - balançou a cabeça negativamente – Apenas bobagem, mas já passou.

- Stef..., eu te conheço muito bem e sei que não é uma bobagem – comentei – Pode começar a falar qual é o prolema.

- Certo... - deu um longo suspiro antes se continuar – Acho que, por momento, imaginei que você poderia ter uma recaída com reencontrasse o meu irmão e abrisse o jogo dizendo que nosso casamento foi uma grande mentira.

Apesar de ele estar sério, foi impossível não sorrir. Era até fofo ver o desespero dele com a possibilidade de que eu o largasse.

- Stefan, coloca uma coisa nessa sua cabeça... - fiquei acariciando a orelha dele enquanto falava – Você não vai se livrar de mim assim tão fácil, por que eu não pretendo ir a lugar algum.

- Lena, apesar dos altos e baixos eu sei que você e meu irmão tiveram um relacionamento intenso, tanto que você engravidou com quatro meses de namoro – deu de ombros – Sei que não deve ser fácil esquecê-lo, ainda mais olhando para a Zoe todos os dias e inevitavelmente se lembrar de tudo que aconteceu.

Não podia ir contra a esse argumento. Apesar da minha filha se parecer muito comigo, principalmente na cor dos olhos, tem alguma coisa nela que me faz lembrar o Damon.

- Damon e eu podemos até ter uma história, mas foi com você que eu me casei e é com você que tenho construído uma vida nos últimos sete anos – lembrei – E essa é a única coisa que importa, está bem?

Então eu rompi o espaço entrei nós, unindo os nosso lábios. Ele correspondeu a beijo e colocou a mão na minha cintura, me fazendo sentar na bancada da cozinha.

- Stefan, acho que essa não é uma boa ideia.... - murmurei quando ele passou a beijar o meu pescoço e a dar pequenas mordidas na região.

- E por que não? - perguntou, com os lábios ainda contra a minha pele – Estou achando isso aqui ótimo.

- Acontece que nós estamos na cozinha de casa – eu tentei afastá-lo, mas não consegui – E a Zoe pode aparecer aqui há qualquer momento. Você quer mesmo deixar a nossa filha traumatizada pelo resto da vida.

Acredite em mim, ela não vai voltar aqui tão cedo – avisou – Temos todo tempo do mundo.

Estava pronta para argumentar, mas ele voltou a me beijar e colocou uma das mãos por dentro da minha blusa, me fazendo perder qualquer raciocínio lógico que pudesse passar pela minha cabeça no momento. Felizmente, ou infelizmente, fomos interrompidos pelo barulho da campainha, fazendo com que nos afastássemos

- Deve ser a minha mãe – avisou – Acho melhor irmos lá atender, ela não vai ficar muito feliz se a deixarmos muito tempo na porta.

- Com certeza – sorri enquanto ficava de pé.

Fomos até a porta e Stefan abriu a porta e lá estava minha sogra, como nós dois já tínhamos imaginado.

- Olá, meus queridos – entrou ao mesmo tempo que entregava no embrulho que estava segurando nas mãos do filho – Stefan, meu querido, seja bonzinho e leve isso para a cozinha.

- Claro, mãe – concordou, ao mesmo tempo que seguia pela mesmo caminho em que tínhamos vindo para chegar aqui.

- E como é que você está, minha querida? - assim que estávamos apenas nós duas, ela se virou para mim – Sabe, você está com uma cara ótima e com um brilho nos olhos que chega até a ser contagiante.

- Eu estou mesmo muito bem, Edna – avisei – As coisas estão indo muito bem, tanto em casa quanto na faculdade e isso é motivo para que eu fiquei feliz, não é mesmo?

- Claro – sorriu – Mas pense que eu não percebi que você estava vermelha quando o Stefan abriu a porta..., será que eu interrompi alguma coisa quando cheguei?

- Mas é claro que não... - respondi imediatamente, enquanto olhava para o chão, evitando encará-la.

Foi nesse momento que Stefan retornou, já com nada entre as mãos e não pude deixar de me sentir aliviada, assim o assunto, com toda certeza, seria trocado.

- Stef, vai chamar a Zoe para ela dar um “oi” para a avó – pedi – Assim ela também dá uma certa folga para a Caroline.

- Está bem, vou até lá – avisou.

Fiquei acompanhando ele subir as escadas, até que desaparecesse no andar de cima da casa.

- Agora me fale, Elena, como vão os seus pais? - Edna quis saber, logo em seguida – Eles não vem hoje, não é mesmo?

- Os meus pais estão bem – afirmei – E eles não vem hoje, foram junto com a minha irmã passar o dia de Ação de Graças com o irmão.

- É mesmo uma pena, queria muito revê-los – comentou, triste – Mas teremos outras oportunidades para isso, não é mesmo?

- Exatamente – concordei – Agora vamos até a cozinha, vamos pegar alguma coisa para você beber.

Então ela me seguiu na direção ao outro cômodo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai está.
O que vocês acharam?
O que será que vai acontecer quando o Damon chegar?
***
Posto mais antes do natal
***
Agora comentem e digam o que estão achando.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "True Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.