Nuvens de Sangue escrita por Felipe Araújo


Capítulo 10
Capítulo 10 - Alvorecer


Notas iniciais do capítulo

Bem, espero que gostem!



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O homem segurou a bíblia em sua mão esquerda e com a direita a arma, tremia e suava como se estivesse entrando em colapso. Todos olhamos assustados, levei Clarice para trás de minhas costas. Ele poderia atirar? Está carregada? O que fazer quando um homem que está com sua fé elevada aponta uma arma para você, não sei o que pensar! Torres e João se olharam como se soubessem o que fazer. Maycon teimoso se colocou a frente erguendo os braços e indo em direção do religioso.

— Não atiraria não é?

— Não se aproxime. – Ele deu dois passos para trás, e Maycon dois para frente.

— Seu Deus não gostaria que atirasse em um semelhante, seu doente.

— Eu já disse para se afastar, tenho que cumprir a vontade de Deus. – Torres indagou a seguir.

— Maycon, não seria apropriado se aproximar. – Mesmo escutando o conselho de Torres, Maycon com ousadia colocou sua testa sobre o cano do revólver. Todos gritamos para que ele saísse da mira do homem, mas ele gargalhou olhando com olhos fundos para o calvo que tremia o cano em sua testa.

— Atira seu desgraçado!

— Não me provoque! – Ele fecha os olhos e atira. Mas a arma apenas faz barulho, ela está desarmada?

— Filho da puta, me mataria se a arma estivesse carregada. – Com fúria Maycon dá um soco no rosto do homem que cai no chão. Cuspiu sangue e derrubou tanto a arma quanto sua bíblia. Torres correu, pegou uma algema e prendeu o descontrolado.

— O que está fazendo? Me solte.

— Por enquanto você é uma ameaça para nós, ficará preso. – A cena ainda não fora explicada, aquilo foi muito rápido. Olhei com um ar de medo para Maycon, ele era uma pessoa boa, mas algo dentro dele era sombrio. Ele não tinha remorso em matar aquelas coisas, pelo contrário gosta. E sua atitude diante do homem era doentia, sem mais Maycon se encaminha até a bíblia pega do chão e exclama.

— Isso é mais perigoso do que os Zumbis que estão lá fora, não queremos conflitos entre nós, certo? – Ele abriu a janela e jogou a bíblia fora.

— Deus tenha piedade dessa alma.

— Deus se existir esqueceu nós a muito tempo seu maldito maluco. – Torres levou o religioso algemado e sumiu com ele porta afora. João tentou continuar com o discurso, enquanto todos estavam inquietos pelo ocorrido que acabará de acontecer.

*

Amanheceu por fim, dormi até demais. Achei que não conseguiria adormecer, mas me enganei. Estávamos deitados no chão, Clarice com a cabeça sobre minha jaqueta. Léo deitado ao meu lado e Luiza e Caroline em um sofá em minha frente. Todos ainda dormiam profundamente, levantei-me, observei Maycon e Marry um próximo ao outro, dormiam também. Me lembrei que Torres e João dormiram um em um cômodo debaixo e outro no andar de cima, de guardas.

Fiquei um pouco a olhar aquele sono de Luiza, parecia um anjo dormindo, sua pele lisa e branca me encanta e suas madeixas caídas sobre os olhos, acho que realmente estou gostando dela, mas precisava ficar sozinho. Sorrateiro segui até a porta de saída daquele escritório quente e me deparei com um corredor silencioso e calmo. Fui até o fim dele onde uma parede de vidro de dois metros e meio tomava o lugar de uma parede de tijolos. Puxei uma cadeira com rodinhas e sentei em frente aquela parede de vidro.

As ruas estavam destruídas, asfaltos rachados, carro batidos, casas em chamas e alguns Zoens andando sobre o solo a espreita de qualquer alma viva para devorar. Aquele era o cenário de um mundo dominado por aqueles que não querem aparecer. Levei minha mão esquerda até a altura de meus olhos e observei minha tatuagem, aquela singela homenagem que fiz ao meu pai há anos. Agora eternizada pela sua morte estúpida e sem sentido. Na época lembro-me bem que ele não gostou, e dissera que tatuagens de homenagens eram para gente morta, ironia não meu velho? Aquele céu cinzento não conseguia esconder o brilho do sol que tentou de todas as formas sair por entre as nuvens pesadas, mas era esbarrado pela intensa massa nublada, gostaria de saber o que está por trás das nuvens, descobrir como eles são, saber o que realmente querem. Como devem ser de aparência, será como nós? Serão verdes de cabeças grandes e olhos enormes? Ou serão animais falantes? Tantas ideias malucas que surgem em uma mente perturbada, se não me concentrar acabarei maluco igual aquele homem fanático religioso. Penso diversas vezes se minha mãe está bem, se realmente existe um lugar seguro. O caos se instalou há pouco tempo, mas este tempo fora o suficiente para devastar grande parte das pessoas que estavam nas ruas. Em meio aos meus pensamentos sinto uma mão ao meu ombro. Olhei para trás e me deparei com lindos olhos e um sorriso sincero e acolhedor, Luiza.

— Está ai há quanto tempo?

— Não muito, queria ver o sol, mas acho impossível com tantas nuvens tapando o céu azul.

— Posso sentar ao seu lado?

— Claro. – Ela puxou uma cadeira e sentou ao meu lado.

— Sinto muito pelo seu pai, fiquei chocada com tudo que vi. - Ela pegou em minha mão tatuada e acariciou a imagem da coroa de rei desenhada. Senti algo diferente dentro de mim com o tocar de sua pele sobre a minha.

— Ele era muito importante para mim.

— Meus pais estão mortos, eu sei. – Ela deitou sua cabeça em um de meus ombros, olhando fixamente para a janela.

— Muita coisa vai mudar com tudo isso Luiza, muitas pessoas que amamos morrerão. Mas temos que ficar vivos, temos vencer juntos.

— Você mudou muito nessas vinte e quatro horas Nic... - Levei meus dedos até seus cabelos e retirei algumas mechas que caiam em seus olhos, os prendendo em sua orelha. Ela olhou para minha face, lágrimas caíram sobre seu rosto, fixado aos seus lábios levei os meus até eles, e com um beijo doce selamos o momento triste e entramos em um momento carnal e exitante.

Segurei seu rosto enquanto dancei com minha língua dentro de sua boca, o gosto era delicioso. Sem percebemos o beijo calmo de aconchego se tornava mais feroz, ela se escorou sobre meu corpo e acariciou meus cabelos, ainda de olhos fechados e sem sair de dentro de sua boca, aquilo me excitou. Era como esquecer que a paisagem em nossa frente era apocalíptica, que jamais passamos por tudo o que estávamos passando. Levantamos das cadeiras e largamos nosso beijo ardente.

Não dissemos nada um para o outro, apenas nos olhamos. Luiza mordiscou o lábio como se quisesse continuar com o prazer, me puxou para uma sala ao lado de onde estávamos. Entrei junto com ela, na sala apenas uma mesa de escritório com um computador e algumas prateleiras. Tranquei a porta, e ela sentou na mesa de madeira maciça. Ainda sem falar absolutamente nada, parti para um outro beijo, agora mais carnal. Sentia sua cintura sobre a palma de minhas mãos, segurei firme em sua pele saltitando minhas mãos em suas costas, por dentro de sua camisa apertada, sentindo o nu de sua pele. O doce gosto de Luiza me inundou, fazendo meu corpo entrar em uma temperatura alta, nossas peles estavam quentes a ponto de explodir.

Ela me deseja, pois oscilou sua língua dentro de minha boca, chegando a morder delicadamente meus lábios. Abracei Luiza forte pressionando seu corpo sobre o meu, estou em pé e ela sentada na mesa. Senti seus seios espremerem sobre meu peitoral, aquilo me deixou cada vez mais louco. Devagar deitei seu corpo sobre a mesa e me debrucei sobre ela, continuei o prazer do beijo, mas agora largando seus lábios, deslizei suavemente os meus sobre a pele de seu pescoço. Escutei um suspiro como um gemido baixo, ela segurou meus cabelos e acariciou deslizando seus dedos sobre os fios.

Essa altura estou com meu membro ereto. Não queria saber de nada, apenas queria ter Luiza, queria sentir o que tem dentro dela. Com pequenas mordiscadas descia minha boca sobre sua pele quente e lisa. Ela suspirou de prazer e remexeu seu corpo em atos desordenados. Levou suas mãos até minha camisa e a retirou, fiz o mesmo com ela, retirando sua camisa apertada. Seus seios eram fartos e perfeitos. Aquilo era a coisa mais deliciosa que presenciei, com sutiliza, levei minhas mãos até suas costas e encostei meus lábios em seus ouvidos sussurrei enquanto retiro seu sutiã.

— Luiza eu te quero, te quero muito.

— Eu te quero Nicolas. - Soutei o que prendia seus seios, fazendo eles esbanjarem-se para mim. Ainda com os lábios em seus ouvidos, desci até seus pares, segurei-os e apertei com sutileza. Luiza arfou, senti que ela delirava com os toques macios. Suas aréolas e mamilos sentiram meus dedos que brincavam com o prazer da linda garota. Enquanto ela se contorcia de prazer, eu tentava controlar a explosão dentro de mim. Meu pênis entrou em um ponto de quase estourar de tão duro, deitei sobre ela pressionando meu membro em sua intimidade.

— Tira minhas calças Nic! – Implorou enquanto mantinha-se de olhos fechados. Já não queria saber de gentileza a essa altura mandei minha “timidez” para longe de mim. Desabotoei com ferocidade sua vestimenta, violentamente puxei de sua pele jogando-o longe. Ela ficou apenas de calcinha para mim. Tremendo de prazer retirei meus tênis e minha calça. A mesa foi batida na parede fazendo uma prateleira cair quando subi em cima de Luiza. Olhei para a porta e não havia sinal de ninguém, mesmo com o barulho. Continuei.

– Você é minha. – Retirei minha cueca e joguei meu membro ereto sobre a calcinha de Luiza. Novamente a beijei, com ferozes beijos de tesão. Luiza levou suas mãos até meu pênis e ajeitou em sua vagina. Esfreguei enumeras vezes minha ereção sobre seu clítoris fazendo ela arfar de tanto tesão. Senti a umidade de sua intimidade me inundar, e devagar estava dentro dela.

As estocadas começaram leves, abracei seu corpo ao meu e me levantei enquanto ela continuou deitada, suspirando e respirando aceleradamente. Meu suor descia sobre minha testa fazendo meu cabelo molhar e prender sobre minha pele. Depois de algum tempo comecei a acelerar, é explosivo sentir o quente de Luiza em mim, é maravilhoso. Comecei a bombar com mais força, conseguimos ser apenas um corpo em nossa primeira vez. Aquilo era grandioso e magnífico, Luiza gemeu mais forte, e senti que chegava em seu orgasmo, fui ainda mais depressa com as estocadas, os barulhos altos poderiam acordar todos, mas não me importei, batia a mesa sobre a parede derrubando as caixas e tudo que estava sobre ela.

— AAAAH! – Gemi, retirei meu pênis de dentro de Luiza e explodi, gozei como nunca havia gozado. Ela me vangloriou e sorriu enquanto levanta e me dá um beijo.

— Antes de dizer qualquer coisa, obrigado Nicolas. – Apenas retribui com um sorriso abraçando-a junto ao meu peito.

*

Todos estavam acordados, e eu ainda deslumbrado do que acontecerá de manhã. Luiza não me largou mais, sentou ao meu lado e agarrou um de meus braços a manhã inteira. Estava me sentindo melhor, e tudo o que havia feito foi relaxante para tentar enfrentar o que vinha pela frente. Léo e Caroline estavam ainda mais próximos, poderia estarem sentindo algum um pelo outro? Sempre estavam sentados conversando, acho que as coisas estavam se direcionando a um caminho melhor. João aproveitou que todos estavam na sala e começou a dizer.

— Quero que todos prestem atenção, como eu e Torres temos uma experiência melhor com armas, treinaremos. Dentro do último andar existe uma sala de pontaria onde os militares treinavam tiro, então quero que todos, eu disse todos, me sigam para aprenderem as artimanhas da polícia.

— Vamos ficar aqui por quanto tempo? – Vociferou Bruno.

— O suficiente, até a Marry conseguir acertar um Zoen na cabeça. – Marry arregalou os olhos e indagou segurando seu livro.

— Eu odeio armas, e nunca nem peguei em uma. – Maycon riu e indagou.

— Eu sei bem que você vai conseguir. – Marry sorriu para o roqueiro, mas ainda indignada.

— Então vamos subir, quero que todos aprendam a sobreviver, por que não quero perder ninguém. – Torres concluiu dando uma piscadela para mim.

— Vamos, temos que melhorar isso mesmo, ou não conseguiremos chegar a Itapecerica. - Mas assim que terminei de falar, Bruno levantou-se de onde estava, e arregalou seus olhos, pareceu desnorteado e exclamou em um tom alto.

— Itapecerica? Como sabe de Itapecerica?

— Você também está indo para o abrigo do exército Doutor? - Clarice mencionou, mas ele conluio desanimado.

— Não existe mais abrigo...

— O que? Como você sabe disso?

— Desculpem, mas não sou um simples médico...


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Notas finais do capítulo

Agora que leram, que tal um comentário! Digam o que acharam das cenas de NicLui



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