Dreaming Again escrita por Sra Manu Schreave


Capítulo 13
Capitulo 12 - Night Changes


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amores,
Peço que me perdoem. Eu falhei com vocês! Demorei muito para postar - mais de um mês -, e nem respondi os comentários. A unica desculpa que tenho foi que levei pontos no dedo, mas isto foi há uma semana atrás, então, nas outras três semanas... Bem, vamos focar no fato de termos, finalmente, o tão esperado encontro.
Quero agradecer a todos vocês por tudo que fazem por mim. Comentários, acompanhamentos, favoritos... Vocês são demais, e eu não seria nada sem vocês. Eu os amo!
Espero que gostem do capitulo.
Beijos,
Manu Schreave!



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Te enlouquece perceber

A rapidez com que a noite muda?

Tudo o que sempre sonhou

Desaparecendo quando você acorda

Mas não precisa ter medo

Mesmo quando a noite mudar

Ela jamais nos mudará

— Posso dizer que está encantadora ou é contra as regras? — Peeta questiona sorridente.

Estreito meus olhos de forma desconfiada na direção dele, inclino levemente a cabeça para o lado direito, parecendo pensativa e analiso-o. Jeans preto, camisa social com listras verticais finas azuis e um tênis. Simples, bonito.

— Acredito que elogiar uma mulher nunca é contra as regras. — respondo sorrindo, por fim, olhando em seus olhos azuis brilhantes.

— Então, devo dizer que está encantadora e incrivelmente linda. — Sorri meneando com a cabeça. — Agora, se a senhorita estiver disposta, poderíamos entrar no carro e nos encaminharmos para o restaurante, antes que percamos nossa reserva?

Assinto levemente, dirigindo-me para o lado do passageiro, e antes que eu tenha a oportunidade de abrir a porta, as mãos grandes e fortes de Peeta fazem isto por mim. Cavalheiro, uh? Entro e, antes que eu perceba, os cantos de meus lábios se esticam em um pequeno sorriso. Sem sorrisos, Katniss!

O garoto de cabelos loiros e tentativas de cavalheirismo senta-se do outro lado, liga o carro, e, parecendo incomodado com a minha presença, dá a partida. Peeta parece nervoso para este suposto encontro, quer dizer, ele está tentando que tudo seja perfeito, posso sentir. Ele chegou exatamente às 20h em minha casa, não às 20h01 ou 19h59, mas, exatamente, 20h. Sua roupa parece melhor passada que a minha, sua camisa não tem uma dobra fora do lugar, seus sapatos não tem uma micro sujeira sequer. Ele parece perfeito. Mas, se esse fosse um encontro de verdade pela minha parte, eu me incomodaria com outra coisa. Peeta está quieto. Em todo o tempo que estive com ele, pude perceber que seu tique é não ter tiques. Se ele está nervoso, ele fica quieto. Não balança a perna, nem dá respostas afiadas, não puxa assuntos, nem olha fixamente para mim. Ele está quieto, e isso me irrita. Este não é o Peeta com quem costumo conversar, e... Isso não deveria importar, isso não é um encontro. É apenas a consequência de um jogo idiota, Katniss.

Meus pensamentos são desligados quando Peeta liga o rádio do carro e Love Comes soa lembrando-me de Cinna, nossa última conversa e o novo apelido que ele me deu. Ele não parava de me chamar de ‘Love Comes’, e cantarolar trechos da música sobre eu ser pura e o amor estar me pegando e colocando em suas asas. Como se eu pudesse gostar de alguém, há!

— Você parece gostar desta música. — Peeta comenta, fazendo-me perceber que estava a cantarolar.

— Um pouco. Acho que isso é culpa de Cinna que repetiu a música milhares de vezes no meu ouvido. — Reviro os olhos.

— Quem é Cinna? — questiona mais interessado, em um ponto entre o tenso e o curioso.

— Cinna é... Apenas, Cinna, meu melhor amigo. — digo simplesmente, sem saber o que dizer exatamente.

— Acho que essa não é uma resposta muito exata. — Ergue uma sobrancelha, como que indagando.

— Imaginei que fosse.

— Então? —pede por uma continuação, mas eu me faço de tola.

— Então...

— Fale mais sobre Cinna. — pede ao parar no sinal vermelho, sendo o mais direto possível, quase posso ouvir um “Qual seu nível de relacionamento com ele?” em sua voz.

— Bem... Cinna é meu melhor amigo há alguns anos, mora na Inglaterra, sairá do internato em pouco tempo e é gay. — Sorrio com o alivio que se esvai de Peeta.

— Então, o coração da nossa doce Katze está vazio e completamente aberto. — Aí está o Peeta que estou acostumada.

— Vazio, sim. Aberto, nunca. Você deveria estar ciente. — Sorrio cinicamente. — Se você acha que terá algo além de uma boa companhia esta noite, pegue o próximo retorno.

— Vim preparado para isto, querida Katze, vim preparado para tudo, aliás. — Sorri como se eu tivesse dito que ele receberá um beijo de boa noite.

— Aonde estamos indo?

— Sabe que não deveria te contar, não é? —questiona retoricamente, mas eu assinto. —Mas, eu odeio essas regras idiotas de primeiro encontro e vou contar mesmo assim. Conhece o Portofino Curcina Italiana? Estamos indo para lá.

— Um restaurante italiano...

— Não é um restaurante italiano, é o restaurante italiano. Meu favorito. —interrompe-me.

— Parece que o senhor organizou tudo perfeitamente, um encontro perfeito, uh?

— Eu percebi sua tentativa de me zoar, mas vou ignorá-la porque já estamos chegando.

Com essa deixa, olho ao redor e percebo que estamos realmente próximos do restaurante.

— Por que você está indo nessa direção? —questiono após passarmos do restaurante.

— Para estacionar o carro.

— Restaurantes americanos não têm manobristas?

— Têm, mas eu não confio muito. Posso ter seguro e metade do país acreditar nos manobristas, mas para mim nem todo mundo é honesto. — resmunga olhando ao redor em busca de uma vaga.

— Britânicos são mais confiáveis, sabia? Todo mundo confia em manobristas por lá, afinal, não há tantos motivos para desconfiar. — debocho rindo pelo nariz ao ver sua cara de desgosto, ainda concentrado em estacionar o carro.

— Você fala tanto da Inglaterra, não entendo por que voltou. — comenta, terminando de estacionar. — Pronto, estamos há um quarteirão de distância, mas eu tenho a garantia de que meu carro está seguro. Tudo bem por você? —questiona antes de sair com pressa do carro, dar a volta, e, antes que eu tenha a chance, abrir minha porta. — Se tiver algum problema em andar até lá com esses saltos, pode se apoiar em mim.

— Obrigada, mas acho que tenho capacidade de ir até lá sem me apoiar. — agradeço um pouco sem graça com tanta doçura. — Sobre sua primeira questão, eu não vim porque quis.

— Que questão? — Franze a testa, confuso.

— Você falou que não entende o porquê de minha volta. — esclareço. — Eu não queria voltar, mas meu pai não me deixou escolha. Pretendo voltar para a Inglaterra após a formatura. — conto e ele apenas assente, com a face sem expressão.

Prosseguimos caminhando em silêncio, apenas com os sons da rua. Diálogos aleatórios, trânsito, risadas. Nada que ultrapasse minha audição seletiva. Vejo alguns garotos da escola se aproximando, rindo, com o olhar focado em Peeta. Olho para ele, que parece preocupado. De repente, todos os quatro estão em nossa frente.

— Olá, Peeta. — um deles cumprimenta com claro deboche, inclinando a cabeça.

— Marvel. — Peeta acena com a cabeça, desconfortável.

— Interessante te ver por aqui, acompanhado. Indo para o Portofino? Um ótimo restaurante para encontros. — Sorri entre o enigmático e o debochado. — Nós apenas estamos achando engraçado o fato de você estar trazendo-a para jantar, Peetazinho.

Certo, certo! Eu me perdi, eu não entendo. Quer dizer, eles estão debochando do Peeta, isto é fácil de ser entendido, mas... O motivo, o porquê, isto eu não entendo. Se eles falassem assim sobre Cato, está claro, quer dizer, todo dia ele está com alguma garota, mas Peeta...

— Qual foi o problema, Peeta, ela se recusou a ser comida antes de ir à um restaurante caro? — um loiro de sorriso murcho posicionado ao lado do ruivo questiona.

Não, não, não... Ele não está falando isto de mim. Os punhos de Peeta, que estão próximos à mim, se cerram, o que me faz temer uma briga.

— Vamos, Peeta! — chamo-o, tentando evitar que uma catástrofe aconteça. Puxo-o pelas mãos, mas um dos garotos se põe à minha frente, interrompendo nossa passagem.

— Não tão rápido, gatinha — Marvel diz. —Mudou o estilo, Peeta? Antigamente as vadias não cobravam tanto.

— Não fale assim dela, e saia da frente, Marvel.

— Own... Que bonitinho, ele defendendo a vadia da vez. Está tão difícil assim, Peeta?

Antes que eu tenha noção do que está acontecendo, Peeta avança sobre Marvel, desferindo o primeiro soco. Fico sem reação, ou ideia do que fazer. Peeta está por cima, os punhos em movimentos repetitivos para atingir o rosto de Marvel, e posso ver sangue aparecer no rosto do próprio. Isso não pode estar acontecendo. Merda! Mesmo que Peeta tenha ‘dominado’ a briga com a Marvel, ainda sim, há outros três garotos dispostos a vingarem o amigo sangrando. Um deles, o loiro, tira Peeta, que já tenta se defender, de cima do ruivo e começa a revidar todos os socos, enquanto os outros amigos estão ajudando Marvel.

— Parem, parem! — grito, sentindo-me impotente. Nada que eu tente fazer será útil. Pela primeira vez, sou uma garotinha que não tem condições para lutar pelo que deseja. Não há muitas pessoas na rua, e as que passam fingem não ver a cena para não se meterem em conflitos. Malditos americanos! — Parem!

Não sei o que fazer. Posso tentar sair pedindo por ajuda, mas eles me impedirão ou quando voltar, Peeta já estará muito ferido, ou, possivelmente, nem aqui mais. Peeta está sangrando. Levando golpes e mais golpes, em todas as partes possíveis de seu corpo. Se eu ligar para alguém, até chegar aqui, mesmo que seja a polícia... isso!

— Vão embora ou eu ligarei para a polícia! — anuncio em voz alta, com o celular em mãos e o número discado. Eles olham-me, divididos entre fugir ou me ignorar. — 1 — começo a contar, vendo o pânico começar a tomar conta de suas expressões. —, 2 — um olha para o outro sem saber o que fazer. —, 3. — Pressiono o botão de ligar e começa a chamar no viva-voz, enquanto os garotos disparam em corrida.

Covardes.

Desligo a ligação, antes que seja atendida e vou até Peeta, caído na calçada. Ele está todo sujo, sangue no nariz e o rosto inchado. Mal, mas não tanto quanto eu imaginava que estaria. Graças a Deus!

— Acho que perdemos nossa reserva. —comenta quase gemendo, ainda caído no chão, e eu sinto vontade de socá-lo.

— Você consegue se levantar? — Sem responder minha pergunta, ele se impulsiona, firmando a mão no chão, para levantar-se, com sucesso.

— Levantar, eu consegui, mas acho que não conseguirei chegar ao carro. — ele resmunga num tom de voz como se estivesse pedindo desculpas.

— Se apoie em mim.

— Em você? — repete o que acabei de afirmar, mas assinto.

Ele se encosta em mim, e eu equilibro nós dois. Sei que ele não está colocando todo seu peso em mim, até porque eu não aguentaria, mas, ainda assim, é difícil me equilibrar apoiando-o em cima deste salto. Na metade do caminho, faço uma parada e os arranco. Foda-se o conceito sobre andar descalço ou arrancar os saltos antes de chegar em casa. Andamos mais um pouco, e me arrependo de não ter tirado os sapatos antes. Quando avisto o carro de Peeta, um alivio nunca sentido antes me bate, e um desespero, também. Nas condições que Peeta está, eu terei de dirigir.

— Está tudo bem com você? — Peeta questiona.

— Você está realmente me perguntando isso? — pergunto, sentindo vontade de gritar mil injúrias a ele, mas o próprio apenas dá de ombros.

Quando, finalmente, chegamos ao carro, ele me entrega a chave e ainda resolve fazer uma gracinha, abrindo a porta do motorista para mim, antes de dar a volta e sentar-se no passageiro. Sento-me e observo o carro. É fácil, Katniss! Ele é automático, você consegue! Não vai morrer no caminho.

— É igual aos carros britânicos, você só faz tudo do lado contrário. — Peeta fala, tentando tranquilizar-me, mas apenas piora a situação.

Foco meu olhar no nada, controlando o choro. Mesmo que tenha sido um momento de profunda tensão, não posso me permitir chorar.

— Onde você estava com a cabeça? — questiono em murmuro para Peeta, controlando-me para não gritar e colocar toda a tensão que sinto para fora.

— O quê?

— O que você estava pensando quando começou uma briga em clara desvantagem?

— Eu estava pensando no fato de estarem te chamando de vadia. Eu estava muito irritado, me desculpe, não consegui me controlar. — Respiro fundo, como se estivesse sem ar há muito tempo. — Eu apenas queria te defender, não sei o que aconteceu.

Ele tentou me defender. Isso seria incrível, se não estivéssemos na situação que estamos.

— Obrigada, eu acho. Só... por favor, evite me defender quando você estiver em desvantagem. — Encolho os ombros.

Respirando fundo, coloco a chave na ignição do Azera de Peeta, levanto o freio de mão, coloco-o na função de passar marcha automaticamente, e avanço, saindo do lugar. Permito-me concentrar-me apenas nas avenidas pelas quais passo e as funções que devo realizar para manter o carro em movimento, sem causar acidentes. Peeta fica quieto em seu canto, sabendo que preciso do máximo de concentração possível. Quando chego na rua de minha casa, permito que o incontrolável alivio me domine. Com uma leve dificuldade, estaciono o carro em frente minha casa e, finalmente, desligo-o.

— Viu? Você conseguiu! — Peeta anuncia sorrindo como pode, mas fazendo careta por causa da dor.

— É, nós não morremos, mas o carro morreu um monte de vezes. — Suspiro. — Vamos descer, você tem que fazer alguma coisa com seu rosto, limpar, colocar gelo e passar alguma pomada.

Preparo-me para descer do carro, quando estou com a mão na maçaneta, Peeta me impede.

— Me desculpe.

— Por quase morrer? — questiono, tentando fazer uma piadinha, mas nenhuma risada é dada.

— Por estragar nosso encontro.

— Você sabe, eu... eu não estava levando tão a sério. — gaguejo mesmo lutando contra. Maldição!

— Tudo bem. Então, por te assustar, isso você não pode negar, estava tremendo.

— Eu não... — tento negar, mas acho que nem consegui me concentrar no meu estado de pânico.

— Eu estava apoiado em você, Katze, não adianta o quanto você negue, eu senti o quanto você tremia.

— Eu fiquei preocupada. — murmuro por fim, saindo do carro.

Saio do carro sem olhar para trás, entro em casa, ciente que Peeta está vindo atrás de mim. Ligo as luzes da sala que estavam apagadas e viro-me para ele.

— Fica sentado no sofá, vou buscar a maleta de primeiros socorros. — aviso, e subo as escadas correndo até meu quarto.

Toda a casa está escura e vazia, então, vou passando e acendendo as luzes. Gale ia a um jogo com Cato e Finnick pelo que me lembro, já meu pai foi a uma sessão de filmes antigos com a loira dos sorrisos. Entro em meu quarto, seguindo até meu closet e pego a maleta vermelha com branco em uma das estantes, e desço novamente.

Peeta está sentado, exatamente como mandei, olhando para suas mãos, provavelmente, refletindo sobre os últimos acontecimentos.

— Levante a cabeça. — peço, posicionada de frente para ele, meio ajoelhada no sofá. Com soro em uma gaze, começo a limpar seu rosto e ele estremece. — Deve arder um pouco, mas serei o mais suave possível.

Continuo a deslizar a gaze suavemente pela face dele e observo seus olhos fechados, sua boca de lábios finos, enquanto deslizo por seu nariz e hematomas nos olhos. Quando percebo que estou mais próxima que deveria, afasto-me.

— Acho que está bem limpo, o melhor é colocar gelo agora para desinchar. — comento, levantando-me para buscar.

— Pode deixar, eu pego. — responde, levantando-se. — No lugar de sempre, certo?

— Eu não sei qual é o lugar de sempre. — respondo erguendo uma sobrancelha, ele apenas sorri e segue até à cozinha. Minha atenção é toda concentrada a meu estomago que ronca, imagino que Peeta esteja ainda mais faminto que eu. Decido pedir comida chinesa, há tempos não como. Quando Peeta volta com uma bolsa de gelo em mãos, o pedido já foi feito.

— Pedi comida chinesa, se incomoda?

— Com a fome que estou, poderia dizer que comprou tijolos e eu sorriria e devoraria loucamente. — responde fazendo careta ao pressionar a bolsa de gelos no rosto. — Me desculpe por estragar nosso encontro.

— Já te disse que não há problemas, Peeta. Mesmo que sinta uma raiva terrível de você por ter se envolvido naquela briga, eu ainda sou um pouco grata. Ninguém nunca me defendeu assim.

— Mas ninguém nunca te ofendeu daquela forma. — constata com as sobrancelhas erguidas.

— Falha sua. — retruco e ele me olha incrédulo. — Quando eu vivia no internato, eu era meio que muito incrível, sabe?

— Tipo, uma Regina George da vida? — lembra da personagem de Meninas Malvadas.

— Não, não mesmo. As pessoas gostavam de mim, eu era legal com todo mundo, e, sempre que conseguia, ajudava as pessoas.

— Se você não era uma Regina George, não vejo motivos para te insultarem tanto. — resmunga, me interrompendo.

— Psiu! — retruco com o dedo indicador em frente a boca, exigindo seu silêncio. — Quando se tem admiradores, se tem odiadores. Isto é um fato, Peeta! E, você sabe disto, mas acho que a sua história é mais legal.

— Que história?

— Bem, nós meio que estávamos sendo ‘atacados’ à meia hora atras, tem de ter um motivo para isto, não? — Faço aspas com os dedos ao dizer atacados.

— É uma história bem...

— Ninguém se importa, apenas conte. — interrompo suas desculpas.

— Hum... Eu era amigo de Marvel, sabe? — Assinto mesmo não sabendo. — Mas, isso mudou quando... — Peeta é interrompido pela campainha. — Acho que nossa comida chegou.

— Vou lá buscar e pagar, e comeremos enquanto você termina de contar essa história.

— Não mesmo. Eu te convidei para um encontro, eu sou o homem, eu pago.

— Isso nem foi machista. — cantarolo. — E, quem encomendou fui eu.

— Porque eu perdi a nossa reserva. — fala enquanto o som da campainha ressoa novamente. — O entregador vai ir embora, prefere discutir e perder a comida ou me deixar pagar?

— Vá logo! — respondo bufando.

Alguns minutos depois Peeta está de volta com duas embalagens em mãos.

— Eu ainda irei te pagar minha parte. — resmungo enquanto ele se senta à meu lado, no chão, e me entrega uma embalagem.

— Eu aceito. — responde e eu o olho, triunfante. — Se você pagar o proximo encontro. — Então, o olhar vencedor pertence a ele.

— Você nunca desiste, não é?

— Hum... não? — sorri brincalhão.

— Você ainda me deve uma história.

— Certo, certo. — resmunga tentando controlar os hashis nas mãos. — Não sou muito bom com esses palitinhos. — comenta quando percebe meu olhar.

— Hashis.

— Como?

— O nome do palitinho é hashi.

— Ah, isso... — Assinto. — Bem, sobre a história. Eu era amigo de Marvel, e, poxa, foi o pior período da minha vida, eu era um desmiolado, um canalha, vivia deixando minha mãe preocupada.

— Traduzindo, você era o Cato? — brinco.

— Não, não. Eu conseguia ser pior que o Cato.

Pela rainha! E, o que te fez mudar?

— Bem, Marvel começou a usar drogas e a incentivar os amigos a segui-lo, todos aqueles garotos seguiram-o, mas eu não. — conta, dando pausas para comer, fazendo caras divertidas de degustação. — Eles me chamavam de maricas por eu não usar, mas, nem morto eu faria uma idiotice daquelas. Tivemos uma briga feia...

— Pior que a de hoje? — questiono com um vinco de preocupação na testa.

— Pior, bem pior. E, foi assim que nos afastamos, eu comecei a andar mais com Finn e Gale, até eles se formarem, claro.

— Uma bela história. — Sorrio.

— Sério? — questiona, brincalhão.

— Bem, você não agiu como um babaca completo, me sinto orgulhosa.

— Muito obrigado, querida Katze.

Então, entre brincadeiras, risos e alemão, terminamos a noite. Com um Peeta sorridente e uma versão não arrependida de mim. Porque, verdade seja dita, Peeta estava certo. Foi o melhor encontro de minha vida.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Gostaram? Sim? Não? Digam-me vossas opiniões. Eu sei que todo mundo queria beijo, mas, lembrem-se que mesmo que o Peeta seja um fofo, a Katze ainda é feita de gelo. Ele está derretendo-a pouco a pouco.
Entrem no grupo do face: https://www.facebook.com/groups/655117534634266/
Até breve.
Beijos,
Manu Schreave