Dreaming Again escrita por Sra Manu Schreave


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Heeey... Sejam Bem Vindos à Dreaming Again, espero que gostem...Este é apenas um prologo, para vcs compreenderem a hist, ou algo assim...Kisses and Enjoy!



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Novamente Califórnia, penso ao observar minha casa. Abro a porta e dou de cara com meu pai agarrando uma mulher loira no sofá, eles se assustam e se levantam todo tortos, com a roupa e cabelo bagunçados, lábios inchados, corados e ofegantes.

— Kat-katniss — gagueja. —, é tão bom te ter em casa novamente, vem cá dar um abraço no seu velho pai. — Meio contrariada, abraço-o, vejo a loira o olhar desesperada. — Ham.. Kat, aquilo que você viu não é... Hum... Quer dizer, preciso conversar co...

— Por favor, pai! — interrompo-o, revirando os olhos. — Eu sei como as coisas funcionam. Não sou uma criança de 7 anos, que vai fazer bico, chorar e perguntar se não ama mais minha mãe. — Se é que já amou, penso. Ele dá um sorriso de puro alivio e abraça a loira de olhos verdes pela cintura.

— Querida, esta é minha filha, Katniss... — apresenta. — Kat, esta é MaryAnne, minha namorada.

— Oh, finalmente a tão falada, Katniss. — Abre um sorriso, eufórica. Uma pena eu nunca ter ouvido falar de você, penso irônica, talvez seja porque na única ligação que recebi do meu pai no último semestre, ele apenas falou que eu viria embora para Califórnia, sem chances de ser contrariado. — É um prazer.

— O prazer é todo meu, MaryAnne.

— Oh, Mary apenas, querida! — Assinto.

— Hum... Pai, vou subir com minhas coisas, okay? Meu quarto ainda é o mesmo? — questiono, ansiosa para sair daqui.

— Pode deixar que eu subo, Kat... Converse um pouco com a Mary. — sugere. Valeu, pai! Como se eu tivesse vontade de conversar com a nova namorada do meu pai. E, é nessas horas que agradeço as aulas da Sra. Woodart.

— Claro, pai! Obrigada!

— Vamos para sala de convívio, Katniss? — convida Mary, assinto. Sala de convívio, nem me lembro disto, sigo-a e logo damos numa sala com vários sofás. A antiga sala de Tv, que atualmente nem tem Tv mais.

— Então, Mary... — começo. — Você namora com meu pai a quanto tempo?

— Dois maravilhosos anos. — responde sorridente, será que essa mulher não tira o sorriso da cara? — Desde o começo, sempre quis te conhecer, mas você sempre passava as férias por lá.

— Ah, férias para mim, sempre foi sinônimo de ficar em um lugar que eu goste, com as pessoas que eu gosto, e não tem lugar que eu goste mais que a Europa, principalmente a Inglaterra.

— Oh, sim... Você tem 17 anos, certo querida? — Assinto. — Como era viver no Internato?

— Ah, eu adorava lá. Tínhamos aula o dia inteiro, mas era ótimo. Aprendi tocar violino, violão, guitarra e piano, também tinha aula de canto. — Ela me olha admirada. — Claro que haviam os esportes, eu sempre preferi a natação, mas tinha de praticar os outros, as vezes. E, o que mais amei lá, aprendi outras línguas, principalmente francês e alemão, mas também tenho espanhol na ponta da língua.

— Uau... São muitas coisas. — Percebo que ela está de olhos arregalados e disfarço o riso, dando de ombros. — Não era muito cansativo, não?

— Às vezes, mas eu acostumei, estou lá desde os 13 anos. Também tive aulas de bons modos e fiz testes vocacionais.

— Isto é incrível, impressionante... E, você pretende se formar em quê?

— Estou dividida entre Direito e Psicologia. — respondo, sincera.

— Psicologia. — pronuncia calmamente, como experimentando o gosto da palavra. — Por que pensa em fazer psicologia, direito consigo entender, e ver você como advogada ou algo assim, mas psicologia...

— Eu quero ajudar as pessoas. Eu quero salvar vidas. — respondo o obvio. — Um psicólogo, terapeuta, salvam tantas vidas quanto um cirurgião.

— Isto é interessante mas, de onde tirou este pensamento?

— No internato. No início, eu via pessoas morrendo, pessoas se matando e não sabia, não conseguia fazer nada. Mas, quando eu vi aquilo, eu não sabia como, de que forma, só sabia que eu tinha que ajudar.

— E, o que você viu? — pergunta, cada segundo mais interessada.

— Minha colega de quarto... — Puxo uma grande quantidade de ar. — Ela se cortou, não da forma que fazia sempre, ela simplesmente, pegou duas laminas e enfiou nas artérias, morreu. — Olho para cima, tentando evitar que as lagrimas caiam. — E, sabe o pior? A maior preocupação dos pais era a burocracia que seria para despachar o corpo para o Canadá, então decidiram enterra-la na Inglaterra mesmo, sem nenhum familiar ou conhecido, a única pessoa que apareceu lá, fui eu. — Mary assente, com quem diz para mim prosseguir. — Então, depois de ver isto, eu passei a ajudar... Pessoas que se cortavam, que bebiam, que eram bulemicas, é um tratamento complicado, faze-las perceber o valor delas, e que alguém se importa, e algumas vezes, dava certo, a pessoa se mantinha bem durante um mês, três meses, um semestre, para seu pai ir visita-lo falando palavras horríveis e tudo ir por água a baixo. Esses processos são batalhas, algumas vezes, perdemos... Outras, sobrevivemos, não se pode dizer que vencemos afinal, não podemos parar de lutar um segundo sequer.

— Parece ser cansativo. — diz e eu sorrio.

— Não, se eu fosse caracterizar isto com apenas uma palavra, seria gratificante. É gratificante batalhar com as pessoas, as ver superando a dor, o passado, as pessoas... Vivendo por si.

Ficamos uns segundos em um silêncio pensativo, até que meu pai aparece.

— Hey garotas... Como foi a conversa?

— Muito boa, Robert! — responde Mary. — Nunca me falou que sua filha é tão graciosa.

— Pois é, papai... — Decido aproveitar a deixa. — Nunca me falou que sua namorada é tão incrível.

— Ah, queridas... Eu não podia ficar fazendo propagandas de uma para outra. Kat, suas coisas já estão no seu quarto, é o mesmo de sempre.

— Obrigada, pai.

— Katniss... — me chama Mary, ou loira dos sorrisos, como deveria ser chamada.

— Apenas Kat, Mary... — peço.

— Tudo bem, Kat... Eu vou ao cinema agora, gostaria que você fosse. — convida. Bem, cinema é um programa legal, para se fazer até mesmo com a madrasta.

— Claro, qual filme? — questiono.

— Ah, estão fazendo uma sessão 'Você lembra disto?', ou algo assim — Franze o nariz. —, a questão é que o filme de hoje é 'Diário de Uma Paixão'. — Bate palmas, eufórica.

— Nicholas Sparks? — Ela assente. — Não, não mesmo. Sinto muito, Mary, deixa para próxima. Mas, eu não curto o Sparks, acho as histórias dele muito romance água com açúcar, muito lacrimejante — Reviro os olhos. —, muito dramático. Simplesmente, não faz meu tipo.

— Tudo bem, deixa para próxima, então... — Faz uma pausa pensativa. — Mas, eu posso conversar um pouquinho com você. — Assinto, e vejo-a mandar um olhar para meu pai, que levanta as mãos em rendimento e sai da sala, fechando a porta. — Kat, eu ouvi tudo o que você falou, e peço para não julgar, culpar seu pai por ter te colocado no internato e...

— Eu sei, Mary... — interrompo-a. — Sei que ele não queria isto, mas a morte da minha mãe foi tão ruim para ele quanto para mim, talvez pior por ele se sentir culpado de tê-la deixado sair pela porta naquele dia. E, sei que ele me mandou para lá apenas porque não conseguiria cuidar dos dois filhos, enquanto se recuperava. E, ele ter mandado justamente a mim, foi porque meu irmão era mais velho, pouco mais velho, mas mais velho, e eu sempre fui muito parecida com ela, minha presença aqui não ia ajudar na recuperação de ninguém. — Encolho os ombros. — Não quero ser mal educada... Mas, eu vivi esta história, eu passei por isso, enquanto você ouviu sobre ela, eu sei muito mais do que você se quer poderia imaginar. Eu vi a briga dos meus pais, várias delas na realidade, vi minha mãe saindo porta a fora furiosa como costumava fazer sempre, e lembro-me de ir correndo para a varanda de casa, observa-la sair andando e atravessar uma rua desatenta quando um carro a atropelou. Eu vi isto, não ouvi alguém contar ao seu próprio modo, eu assisti tudo isto e muito mais. Lembro-me das próximas semanas de luto, em que meu pai não conseguia olhar para mim sem pensar nela e se sentir culpado, então, no início do tratamento psicológico, me mandou para outro continente. Essa é a história que eu assisti. Mas, obrigada por tentar ajudar. — Sorrio. — Agora, vou ir arrumar minhas coisas e descansar. — Viro-me e vou saindo.

— Kat... — Viro para trás quando a escuto me chamar. — Fui eu que decorei seu quarto, espero que goste. — Sorrio.

— Tenho certeza que vou gostar.

Finalmente, saio da sala e coloco meus headphones que até agora estiveram no meu pescoço. Habits de Tove Lo toca, e eu só tenho uma certeza, este será um recomeço difícil.


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Notas finais do capítulo

Hey...O que acharam? Vale a pena continuar? Bom? Ruim? Péssimo? Comentem o que acharam...Huum... O prox sai... N sei... Se gostarem... Antes do Natal... Bjs!