A Garota escrita por Rana


Capítulo 1
Capítulo 1 - O baile




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Acordei com meu celular tocando, estava morrendo de sono, peguei meu celular e sem olhar se quer no visor do celular, atendi.

– Beatriz falando - falei meio sonolenta.

– Eu sei que é a Beatriz - disse a Viviane rindo.

– Oque você quer agora cedo? - perguntei.

– Educação mandou lembranças, vou passar aí no seu apartamento daqui a quinze minutos, esteja pronta - disse a Viviane.

– Pra que vai vir aqui? - perguntei.

– Queridinha hoje é o baile de máscaras da escola, e ainda não achamos o que vestir, acorda Bia, está em que planeta? - perguntou a Viviane alterando a voz.

– Nossa, desculpa eu tinha esquecido, ok passe daqui quinze minutos, tchau - falei e desliguei em seguida.

Não estava nem um pouco animada pro baile, acontece que agora nas voltas aulas de julho, sempre é comemorado um baile de boas-vindas, iriamos fazer especialmente em julho, a escola tinha entrado em greve por motivos idiotas, e só agora voltamos para o colégio, fui a o banheiro, tomei meu banho rápido, sai, coloquei um vestido solto e uma rasteirinha, fiz um rabo de cavalo em meu cabelo, passei um lápis preto bem forte, passei perfume e sai do meu apartamento, no corredor tinha um espelho de frente pra um apartamento, o 264, parei em frente aquele espelho para passar batom que eu tinha esquecido, quando a porta do apartamento se abre, dou um pulo para trás por causa do susto.

– Que susto - falei, na porta estava um garoto alto, de cabelos castanhos, ele vestia uma bermuda xadrez e uma blusa branca, e estava me fitando enquanto limpava o batom.

– Não sei se você sabe, mas esse espelho é minha propriedade - ele disse ríspido, e eu o encarei.

– Se é da sua propriedade como você diz, deveria estar dentro de seu apartamento, e não no corredor onde todas pessoas podem se ver - falei seca.

– Grossa você - ele disse.

– Trato os outros na mesma educação que me tratam, tchau - eu disse olhando-me no espelho pela ultima vez, e assim saí, que garoto estúpido.

Chegando a recepção, a Viviane já estava lá me esperando, e quando me viu me abracou.

– Amiga que cara feia - ela disse.

– É, eu sei, você me acordou - falei.

– Temos menos de quatro horas para o baile e você quer dormir? - perguntou a Viviane.

– Você é um pé no saco - falei, e rimos.

– Vamos - ela disse me puxando, entramos no carro, Viviane é muito bem de vida, seus pais eram como se fossem os meus, sempre ajudávamos uma a outra, chegando no shopping, o motorista dela abriu a porta para nós, e adentramos em uma loja qualquer, procuramos por vestidos mas nada que nos interessou, saímos e andamos mais um pouco a por fim achamos, eu optei por usar um vestido azul marinho, tomara que caia, que na frente era curto, e atrás era longo na cintura, com um cintinho dourado, passei em uma outra loja, e comprei um salto azul, já a Viviane optou por usar um vestido vermelho longo, com um decote amigável que valorizava muito bem seu busto com algumas pedrinhas, e seu salto era vermelho também, acabamos nossas compras e passamos ao cabeleireiro, fizemos um penteado bonito, e nossas unhas, acabamos eram aproximadamente 19:00hrs, o baile começaria as 20:00hrs, fui para meu apartamento e a Vivi foi para sua casa se arrumar, peguei o elevador, e chegando no corredor dei de cara com o mesmo garoto que tive uma pequena discussão logo cedo, ele me olhou dos pés a cabeça, e ficou em minha frente, impedindo minha passagem.

– Licença, por favor - falei.

– Claro, mas antes queria me desculpar por hoje mais cedo - ele disse.

– De boa, mas toma cuidado com suas palavras - falei tentando passar e ele segurou meu braço, eu o olhei séria e ele me soltou.

– Posso saber seu nome? - ele perguntou.

– Beatriz - falei e sai andando, cheguei ao meu apartamento abri a porta e estava uma bagunça, dei uma ajeitada (mas não resolveu, né) e vi que estava atrasada, tomei um banho, coloquei meu vestido e fiz uma maquiagem bem escura, um batom vermelho rude perfeito, e pela primeira vez me senti linda, A campainha tocou e eu na esperança para que fosse a Viviane, abri a porta, porem ficando só meu tosto amostra era o vizinho, aquele garoto novamente.

– Oi? - falei.

– Oi - ele disse.

– O que veio fazer aqui? - perguntei.

– Posso entrar? - ele perguntou.

– Não exatamente, estou atrasada tenho um compromisso, deixa pra próxima - sorri amigável.

– A ok, olha eu estava na recepção e uma carta chegou pra você, o porteiro pediu para que eu te entregasse - ele disse me entregando uma carta.

– Obrgiada... - falei sorrindo fraco.

– De nada - ele disse saindo, e voltou novamente me olhando - Você esta linda - ele sorriu branco e saiu, fechei a porta, encostei-me ela e vi que a carta era da minha tia Claudia, eu não me dava muito bem com ela, abri a carta que dizia...

"Olá minha querida sobrinha, aqui é sua amada tia Claudia, quanto tempo não é mesmo? Venho por meio desta carta com todo respeito e carinho dizendo-te que preciso urgentemente falar com você, por favor, me ligue, abraços e beijos com muito carinho Claudia."

Falsa - falei revirando os olhos e deixei a carta que tinha o número dela acima da mesa de centro, e a campainha tocou novamente, e era a Viviane.

– Amiga do céu, que perfeição - ela disse entrando e olhando minha roupa.

– Obrigada, você também tá perfeita - falei sorrindo.

– Onde está sua máscara? - perguntou a Viviane.

– Aqui - falei pegando a mascará.

– Então vamos logo!! - ela disse.

– Vamos - falei e saímos do meu apartamento, descemos e não vi o garoto mais, ao chegar a recepção o porteiro me olhou dos pés a cabeça, sorri, entramos no carro e partimos rumo para o baile, Viviane estava super animada, quanto a mim estava engolindo, sem animação, eu estava preocupada com aquela carta.

Chegando a o local, descemos do carro e vestimos nossas máscaras, estava lotado, vários estudantes novos, e alguns velhos também, a o entrar senti uma mão tocar minha cintura, virei para ver quem era e pude ver que era o Bryan.

– O que você quer? - perguntei para o Bryan ( A Viviane já estava dançando no embalo da música eletrônica)

– Você - ele disse tentando me beijar.

– Eu não quero você - falei afastando-me um pouco.

– Por favor, eu te amo me dá mais uma chance - disse Bryan.

– Eu já te dei todas e você desperdiçou todas elas, então não, eu não quero te dar mais nenhuma chance, passar bem - eu disse saindo, e ele me puxou com tudo, fazendo com que nossos corpos colassem um no outro, e me afastei rapidamente.

– Você tá linda, e ainda vai voltar a ser minha - ele disse.

– Não confie tanto - falei seca e sai andando.

Fui até o barzinho ali, olhei pro lado e nada da Viviane, ok ela tinha ido pra pista de dança enquanto eu estava tendo uma "DR" com o meu ex-namorado, que lindo...

Chegando no barzinho, pedi uma garrafa d'água, paguei tudo e fiquei sentada em um banquinho, muitas pessoas passavam, várias pessoas com máscaras bem feitas, mas olhando distante apenas uma me interessou, era de um garoto com toda certeza. A máscara era toda preta e branca, ele vestia uma camisa preta e calça saruel branca, desvencilhei meus pensamentos, e continuei bebendo minha água, e quando o olhei novamente ele estava observando o movimento, assim como eu estava, e o DJ colocou uma música muito deprimente para tocar, onde todos dançavam em pares, levantei-me e fui andando até ficar mais próxima para reconhecer-lo, fingi olhar o movimento que as pessoas faziam enquanto dançavam, quando senti uma mão em meu ombro, era ele, meu coração quase sai pela boca, eu estava um pouco nervosa e desconcentrada por ter sentido isso, suspiro.

– Vamos dançar? - ele perguntou, e me deu as mãos, eu conhecia aquela voz, era do garoto que conversei logo cedo, ele me perseguia? e por que me senti assim? Olhei pra ele meio sem entender, e ele estava esperando a resposta.

– Não sou boa pra dança - falei escolhendo as palavras.

– Eu também não, pago mico junto - ele disse sorrindo.

– Tá bom então - falei, e ele sorriu, segurando minhas mãos firmes, ficamos um pouco afastados, ele colocou uma mão na minha cintura, e a outra mãos em uma das minhas mãos, eu coloquei uma mão em seu ombro, e pude sentir seu perfume, começamos comum ritmo devagar, muito devagar, meus pés já não respondiam por mim, só seguia os passos que ele fazia, quando a música acabou começou a tocar Jar Of Hearts da Christina Perri.

– Quer continuar? - ele me perguntou.

– Sim - falei, e continuamos dançando como todos.

I know I can't take one more step towards you

Cause all that's waiting is regret

Don't you know I'm not your ghost anymore

You lost the love I loved the most


I learned to live, half alive

And now you want me one more time


And who do you think you are?

Runnin' 'round leaving scars

Collecting a jar of hearts

Tearing love apart

You're gonna catch a cold

From the ice inside your soul

Don't come back for me

Who do you think you are


Tradução :

Sei que não posso dar mais nenhum passo na sua direção

Pois só o que me aguarda é arrependimento

Você não sabe que não sou mais a sua fantasma?

Você perdeu o amor que eu mais amei

Eu aprendi a viver, meio viva

E agora você me quer mais uma vez

E quem você acha que é?

Andando por aí deixando cicatrizes

Colecionando um jarro de corações

Despedaçando o amor

Você vai pegar um resfriado

Do gelo dentro da sua alma

Não volte por mim

Quem você pensa que é?


Senti meus olhos se encherem de lágrimas ao lembrar de Bryan, aquele brutamontes, que me machucou, que deixou meu coração ferido igualzinho a música,quando a música ia acabando uma garota chega até mim desesperada.

– Você que é a Beatriz? - ela disse chorando.

– Sim, sou eu oque aconteceu? - perguntei assustada.

– Sua amiga a Viviane, esta indo agora pro hospital, por favor, me acompanhe - ela disse e eu entrei em desespero.

– Oque aconteceu com a Vivi? - perguntei chorrando.

– Te contarei no caminho, por favor me acompanhe - disse ela e eu soltei-me do garoto que eu nem sabia o nome.

– Foi ótimo, tenho que ir - falei olhando pro garoto e sai correndo junto com aquela garota, entrei em seu carro e partimos rumo a o hospital - Me conta agora, oque aconteceu ? - perguntei.

– Eu não sei bem oque aconteceu, só sei que ela estava desmaiada no chão, com sangue nos braços, e ela conseguiu acordar te chamou e apagou novamente, o grupo de organização do baile a levaram pro hospital, e mandaram eu te levar pro hospital também - ela disse e eu chorava, pensando no que podia ter acontecido.

Chegamos a o hospital e entrei desesperada e o doutor me barrou.

– Você não pode entrar - disse o doutor

– Não quero saber, eu quero minha amiga - falei desesperada, fazendo show.

– Quem é sua amiga ? - perguntou o doutor.

– Viviane - falei.

– Não conheço, sinto muito - disse o doutor.

– Viviane Inhudes - falei ofegante.

– A sim, não aconteceu nada de grave com ela, só foi uns arranhões - disse o doutor.

– Me deixa ver ela - falei.

– Daqui a pouco venho lhe buscar - disse o doutor.

Fiquei sentada na sala de espera, impaciente, tinha muitas pessoas doentes, muitas pessoas que choravam por receber noticias ruins, nunca fui de demonstrar muito meus sentimentos, mas vi uma mulher já de idade que por sinal chorava muito, e estava inconsolável, ela se sentou em um banco e eu me aproximei dela.

– Posso me sentar aqui com a senhora? - perguntei e ela só assentiu com a cabeça que sim - Oque aconteceu ? - perguntei me sentando.

– Meu filho acaba de falecer - ela disse chorando.

– Meu deus, sinto muito - falei a olhando, e a abracei - Eu perdi meus pais - eu disse me lembrando da cena quando soube da morte deles, eu estava inconsolável igualzinha a essa senhora.

– Dói perder quem a gente ama querida - ela disse secando uma lágrima de seu rosto.

– Dói muito, mas seu filho estava doente? - perguntei.

– Ele tinha câncer - ela disse me olhando, eu tentei confortá-lá, mas por fim estávamos as duas chorando.

– Eu sinto muito mesmo, não sei acho que não existe palavras para descrever essa dor, mas espero que saiba que mesmo eu sendo uma doida desconhecida, quero que a senhora conte comigo pra sempre, pro que precisar, sei como é duro perder alguém, mas nunca pensei que a dor de uma mãe a o perder um filho séria muito pior, mas tudo bem perder quem a gente ama é lamentável, e não há dor que se compara, mas acredite em Deus, ele tem o melhor para a vida da senhora - eu disse e ela me olhava atenciosa, nisso o doutor chegou - tenho que ir, mas aqui está o meu número. - anoto em um papel.

– Obrigada - disse a senhora.

– Vamos lá? - o doutor pergunta.

– Sim vamos - suspiro e o acompanho.

Entramos no quarto e a Viviane estava sorrindo olhando pra tv, coloco a minha mão no meu coração, que alivio.

– Menina, você me deu um susto sua filha da mãe - falei.

– Desculpa - disse a Viviane rindo.

– Desculpa nada, e oque você aprontou? - perguntei.

– Ah eu derrubei um lustre da festa no chão enquanto dançava aí o idiota do meu par foi faltar o lustre e me deixou cair no chão, dai eu desmaiei, e aqui estou - disse a Viviane rindo.

– Ai amiga, você não tem sorte nem pra parceiro de dança - falei rindo.

– Espera aí, o doutor foi pegar um papel e já vai me dar alta, posso ir lá pra sua casa? - perguntou a Viviane.

– Pode - falei e sorri fraco.

– Amiga oque foi aquilo? - perguntou a Viviane.

– Aquilo o que? - falei sem entender.

– Garota, você viu com quem você dançou? - perguntou a Viviane

– Não, só sei que aquele garoto é meu vizinho - falei.

– Amiga você dançou na humildade com Eduardo Campos, querida - disse a Viviane, e eu arregalei os olhos, Eduardo Campos? O Garoto mais cobiçado do colégio em que estudo, como assim dancei com ele? Como fui tão idiota e nem se quer percebi que era ele o famosinho do colégio? Dei um leve tapa em minha testa e quando vi a Viviane estava rindo de mim.

– É, eu sei, foi tudo mágico - disse ela rindo, e o doutor entrou onde estávamos.

– Assine isso - disse o doutor entregando um papel para que a Viviane assinasse.

– Pronto - disse a Viviane entregando o papel a o doutor, já assinado.

– Está liberada, cuidado para não derrubar mais nada moçinha - disse o doutor sorrindo.

– Pode deixar - disse a Viviane, e saímos, a o chegar na portaria do hospital lembramos que teríamos que ir para minha casa a pé, porque já passava de uma hora da manhã e não tinha metrô, nem ônibus, nem nada, iriamos andando, e estava muito longe.

– Vamos a pé? - perguntou a Viviane com um certo medo.

– Não temos outra escolha - falei suspirando e olhando pro céu, tiramos o salto para garantir a andada, assim que e assim que fomos para fora do hospital, tinha um carro que parecia nos esperar.

– Amiga!! - disse a Viviane arregalando os olhos.

– O que foi doida? - perguntei.

– Amiga, aquele é o carro do Eduardo - disse a Viviane.

– Era só oque me faltava - falei revirando os olhos.

– Amiga, e se ele estiver nos esperando? - perguntou a Viviane.

– Não viaja Vivi, vamos embora, temos muito que andar - falei andando juntamente com ela, fingi não enxergar aquele carro, era como se ele não existisse e quando estávamos um quarteirão á frente do hospital o mesmo carro estacionou perto da gente, abaixou o vidro e tinha dois garotos, o que dirijia era o Eduardo, meu parceiro de dança, meu vizinho arrogante, não saberei identificar o que senti, mas era como se tivesse borboletas no meu estomago, me mantive firme e ele com o amigo dele nos olhou.

– Querem carona? - o Eduardo perguntou, me olhando.

– Não, obrigada - falei e notei que a Viviane estava fuzilando o passageiro.

– Ela é louca, eu te disse - o passageiro disse para Eduardo, que não tirava os olhos de mim.

– Você que foi salvar o lustre e me derrubou, idiota - disse a Viviane.

– Não tenho culpa se você é desajeitada - disse o passageiro se defendendo.

Isso não justifica - disse a Viviane, parando a mão em sua testa.

– Chega, os dois - falei num tom de voz alto, e o Eduardo me encarou mais fundo, SOCORRO.

– É chega, aceita nossa carona, esta muito longe pra vocês duas irem sozinhas, e está tarde demais também - disse o Eduardo, e nisso ele tinha razão, se acontecesse algo eu e a Viviane não iriamos dar conta.

– Tudo bem, não vai ser tão mal assim - falei e sorri fraco, e o passageiro desceu do carro e deu passagem pra mim e eu notei que ele ficou olhando pra Viviane que estava entrando no carro, o fuzilei com os olhos, e ele corou de vergonha...

– Foi mal - disse o passageiro, eu entrei no carro, e a Viviane olhou pra ele, e ele logo se sentou no carro, e o Eduardo deu a partida.

– Então, como vocês se chamam? - o passageiro perguntou.

– Eu me achamo Beatriz, e ela se chama Viviane - falei.

– Essa doida eu já conheço - ele disse sorrindo, e a Viviane já ia abrir a boca pra dizer algo, e eu a calei com minha mão.

– E você? Como chama? - perguntei com a mão na boca da Viviane, logo tirei percebendo a cena ridícula.

– Mathias, e esse aqui é meu amigo Eduardo - disse o Mathias apresentado-os.

– Já nos conhecemos - falei.

– Já? - perguntou o Mathias

– Sim, conhecemos três vezes ainda - disse o Eduardo rindo, e eu sorri fraco.

– Estranho - disse o Mathias, e o Eduardo foi o caminho todo em silêncio, ao parar no semáforo o Mathias perguntou ; Que foi Duda? Porque tão quieto?.

– Estou pensando... - disse o Eduardo, encostei-me e o sinal abriu, e o Eduardo arrancou dali com tudo, quase me fez cair por cima da Viviane, que estava rindo, chegando ao prédio, o Eduardo entrou no estacionamento, eu desci, a Viviane também e foi á frente e o Mathias foi atrás acho que a noite ainda acabaria em um beijo dos dois, ficamos só eu e o Eduardo no estacionamento pegando as coisas, ele ainda permanecia calado, peguei meu celular que estava no banco e desci, ele pegou algumas coisas também e trancou o carro, e fomos caminhando devagar e em silêncio.

– Você dança bem sabia? - perguntou o Eduardo quebrando o silêncio.

– Minha mãe era dançarina - falei com um ar de tristeza.

– Era? - perguntou o Eduardo.

– Sim, ela faleceu, tem nove anos - falei.

– Você tem quantos anos? - perguntou o Eduardo.

– Tenho 16 - sorri fraco - E você? - perguntei.

– 18 - ele disse.

– Legal - falei.

– E você é solteira? - perguntou o Eduardo apertando o botão do elevador que logo chegou, e adentramos.

– Sim - falei.

– Acho que vi um cara pegando em sua cintura no começo da festa - disse o Eduardo.

– Aquele lá era o Bryan, meu ex-namorado, ele me machucou muito e agora quer voltar, porem eu não quero, ainda tento fugir dele dando algumas desculpas, e ele era super machista na frente dos amigos, dizia que eu não mandava em nada e em tudo mais, porém agora apanha de mim e fica quieto - falei.

– A entendi, cada um tem uma cruz que carrega né - disse o Eduardo rindo.

– Você também tem uma cruz? - perguntei.

– Sim, a Sofia - ele disse.

– Oque tem essa Sofia? - perguntei.

– Minha ex-namorada, que me fez sofrer igual a um condenado, um pouco igual a o seu ex-namorado, largamos depois de um tempo porque eu realmente não aguentava, mas eu gostei muito dela, e hoje ela fica no meu pé, ligando-me, mandando mensagem e tudo mais - disse o Eduardo, e assim a porta do elevador se abre e chegamos ao nosso corredor, ao virar-mos encontramos Viviane e Mathias encostados na parede se engolindo (se beijando), eu e o Eduardo se entreolhamos e reviramos os olhos, passamos em frente a eles sem que eles percebessem e paramos em frente a o seu apartamento.

– Quer entrar? - perguntou o Eduardo.

– Pode ser, estou sem sono agora - falei sorrindo, e entrei, ele encostou a porta.

– Não repara na bagunça, senta - ele disse apontando pra um sofá , ligou a TV, eu me sentei, e ele sentou-se a o meu lado, conversamos um pouco apesar de eu parecer uma Marília Gabriela de tanto fazer perguntas né, e minha amiga não sai dos amassos com o Mathias, e a chaves da minha casa está com a Viviane - Você tá linda - disse o Eduardo sorrindo, aquilo me derreteu, mas não deixei transparecer.

– Obrigada - falei sorrindo, até que a Viviane entrou no apartamento com tudo e estava acompanhada de Mathias, que nos olharam com cara de safados.

– Amiga vou ficar por aqui até o meu motorista chegar - disse a Viviane.

– Não acredito que você me fez esperar a toa Viviane - falei.

– Desculpas, mas você estava em uma boa companhia pelo menos - disse a Viviane olhando pra mim e pro Eduardo.

– Para de ser idiota - resmungo e o Eduardo nos olha sem entender, e a Viviane joga pra mim as chaves do meu apartamento, e o Mathias a puxou para a cozinha, o Eduardo estava me fitando, e logo percebi que não tinha mais o por que de eu ficar ali, eu teria que ir embora - Tenho que ir - falei.

– Mas já? - perguntou o Eduardo.

– Sim, aliás, estou com sono - falei mentindo, eu não estava com sono.

– Tudo bem então, te acompanho até a porta - disse o Eduardo sorrindo, ele me levou até a porta e me olhou.

– Tenha uma boa noite - falei.

– Terei sem sombra de dúvidas - disse o Eduardo dando uma piscadinha, me despeço com um beijo no rosto dele, e fui pro meu apartamento, com um sorriso nos lábios, entrei, tranquei a porta, joguei meus saltos pro lado, fui pro meu quarto, deitei na cama, pensei um pouco e assim dormi.


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