Sempre te amei. escrita por AnaClaudiia


Capítulo 79
"Entre tapas e beijos"


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! :)



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Por Eduarda

Subir uma escada quando se está com uma pessoa no colo, aos beijos com ela e sem olhar os degraus é uma tarefa difícil, ainda mais para Lucas que está com o pé machucado. Eu desci de seu colo e ficamos ali nos beijando por alguns minutos, não queríamos cair e isso seria inevitável se continuássemos daquele jeito.

Fazia tempo que não nos beijávamos tão desesperadamente assim, que não ficávamos sentindo nossos corpos ferverem de forma tão intensa, que não precisávamos tanto um do outro...

"Ainda bem que coloquei meus filhos pra dormir antes de ir na cozinha." Penso, enquanto Lucas beija meu pescoço. Ele sabe que esse é meu ponto fraco, que me derreto inteira só de sentir seus toques ali.

Apesar do desespero para tê-lo, também sinto uma paz imensa dentro do meu coração. Estamos bem de novo, podemos ficar juntos frente a frente e não existirá nenhum clima ruim entre nós, só amor!

Nossos corpos estão colados um no outro, a mão dele me segura para que eu não me afaste, acho que nem um alfinete passaria por nós dois, não há espaço. Sinto que Lucas está excitado, ele me quer tanto quanto eu o quero, devíamos subir logo pro quarto, mas a adrenalina de nos beijarmos em um lugar tão "perigoso", parece agradar nós dois.

Essa escada foi um divisor de águas na nossa vida... "Será que se eu não tivesse caído dela, ele ia perceber que me ama?" Meu pensamento é interrompido por seus braços me puxando... Ele sobe um degrau, ainda com a boca colada na minha, e após isso se afasta dizendo:
JL: Vamos olhar por onde andamos! - Diz, sorrindo.

Há pouquíssima luz nos iluminando, mas consigo ver que seus lábios estão vermelhos... Os meus também devem estar desse jeito, talvez até mais... Sinto minha boca um pouco inchada, por causa do beijo, e a única coisa que quero é deixa-la ainda mais assim.

Damos as mãos e só não subimos a escada correndo pois o barulho certamente acordaria a casa toda, e também porque nosso folego não aguentaria, o meu já está me faltando agora...

Chegamos no corredor e Lucas me imprensa na parede. Ele ergue minha coxa, na altura de sua cintura, e me empurra ainda mais forte contra a superfície dura que divide a casa.

Meu marido começa a morder meus lábios e eu deixo que ele domine totalmente meu corpo. Nos beijamos mais uma vez, até que eu precise desesperadamente de ar, se não fosse tanto, nunca teria o afastado de perto de mim. Empurro Lucas pra longe, e tendo acalmar a minha respiração. Meu folego está tão ofegante que poderia acordar alguém.
Du: O que tá acontecendo com você? - Digo, sorrindo maliciosamente. - Por favor, não pare de ser assim!
JL: Aconteceu que eu to morrendo de saudades do seu corpo, do seus beijos, de você! - Ele fala, vindo novamente me agarrar.

"Se depois de toda briga for assim, vou querer brigar todo dia..." Penso, e acabo sorrindo durante o beijo.

Entramos no nosso quarto e eu fico encarando as costas de Lucas enquanto ele tranca a porta. Apesar de já não parecer o mesmo, esse cômodo foi testemunha da nossa primeira vez... Foi aqui que meu medo de me entregar para ele, e acabar com nossa amizade, foi interrompido por um desejo incontrolável.

Anos se passaram, mas meu corpo e minha mente trabalham igual aquele dia, ambos só querem e pensam no agora, no seu corpo, e dane-se qualquer coisa.

Meu marido me pega novamente no colo e eu me seguro entrelaçando as pernas no seu corpo. Agarro seus ombros e volto a beija-lo.

Ele caminha comigo até a cama, então lhe pergunto:
Du: Isso não faz doer seu pé?
JL: A única coisa que sinto agora é vontade de te ter!

Sou jogada na cama e em seguida ele já está em cima de mim tirando minhas peças de roupas. Eu estava vestida bem confortavelmente e sem sutiã, então assim que ele tira minha blusa já vai com sua boca em direção a meus seios.

Seus lábios e língua passam delicadamente pela parte nua de meu colo e eu aperto os lençóis para controlar minha vontade de gritar, rir, e pedir mais. Fico nua primeiro, e assim que isso acontece, começo a tirar as roupas de Lucas.

As mesmas pessoas, o mesmo quarto, o mesmo desejo mútuo... Tem coisas que o tempo não muda. Não se existir amor!

Assim que eu arranco sua cueca, ele me pega novamente no colo e me coloca no centro na cama, momentos depois, sinto seu corpo invadindo o meu.

Mordo meu lábios, para tentar manter baixo os gemidos que insistem em sair de minha boca, e Lucas me beija novamente abafando meus sons. Seus movimentos rápidos de entra e saí são cada vez mais intensos, minhas mãos doem de tando que aperto os lençóis.

Quem me dera que as paredes fossem mais grossas, ou se houvesse um isolamento acústico aqui...

Se antes eu pensava que ele seria a cura da minha insônia, agora já sei que passarei essa noite em claro. Mas será por um ótimo motivo...

Paramos algumas vezes para descansar e controlar nossas respirações, mas continuamos nos amando o resto da madrugada.

Quando eu saí de cima de Lucas, nós trocamos de posição algumas vezes, e me deitei a seu lado na cama, ficamos os dois olhando pro teto, como na primeira vez...

"Agora sim isso podia ter acontecido, e ainda bem que aconteceu!" Penso, olhando pra ele.

Meu esposo está com um sorriso no rosto, seus dentes lindos e brancos estão totalmente à mostra.
Du: Eu te amo... - Digo, me deitando mais próximo dele.
JL: Eu também te amo! - Ele responde, quase sussurrando.

O dia vai amanhecer daqui a pouco, não vamos ter muito tempo pra aproveitar o sono que agora nos consome, mas tudo bem, no fundo não tenho pressa para dormir, ficar de olhos abertos é tão bom agora.
Du: Obrigada por ter me perdoado! - Digo, passando a mão por sua barba. Estou gostando dele deixa-la crescer, sua aparência fica ainda mais sexy.
JL: Du, amanhã temos que conversar! - Ele responde. - Te amo, mais ainda estou um pouco zangado com você! É difícil de explicar...

Me sento na cama, com o lençol tampando meus seios, e fico o encarando brava. Pensei que já estivéssemos de boa!

Vejo Lucas se virando na cama, pro lado contrário ao meu, e então há silêncio... Se isso não foi uma reconciliação, o que aconteceu aqui? Acho que acabei de ser usada, sei lá... Fico com essa impressão!

Lá na cozinha tudo parecia tão lindo, aqui tão quente, mas agora só há um clima gélido entre nós dois.

Deito novamente minha cabeça no travesseiro e fico encarando a nuca de meu marido. Ele ainda deve estar acordado, ninguém dorme tão rápido assim, eu podia perguntar o que se passa por sua cabeça, mas prefiro manter o minimo de alegria que ainda me resta.

Fecho os olhos, e me viro pro outro lado.

Agora estamos os dois um de costas pro outro...

O que está acontecendo agora?

( no outro dia, de manhã)

Ao acordar, sinto minhas pálpebras pesadas de sono, meu corpo cansado e um vazio na cama. Escuto o barulho do chuveiro e então me levanto e caminho até o banheiro.

Ao me aproximar da porta, que está apenas entreaberta, o barulho da água caindo cessa. Vejo Lucas saindo detrás do box, já com a toalha enrolada em sua cintura e falo:
Du: Bom dia! - Digo, entrando no banheiro.
JL: Bom dia... - Ele responde e em seguida cruza os braços. - São 11:00 da manhã, acho que devíamos ter acordado mais cedo, nossos filhos agora já devem estar brincando pela casa!
Du: A noite de ontem foi bem cansativa, foi inevitável não ter conseguido acordar antes... - Sorriu e ele faz o mesmo.
JL: Enquanto tu toma seu banho, eu vou me vestindo... Demora não, vamos resolver isso antes de descer!

Ele sai e após seus pés passarem pela saída eu fecho a porta.

"Resolver isso..."

Amarro meus cabelos em um coque e depois ligo o chuveiro... Não sei se enrolo para sair, pra demorar a ter essa conversa, ou se tomo banho o mais rápido possível para tê-la.

Fico no meio termo, nem muito tempo, nem pouco.

Saiu no banho e enxugo meu corpo, me enrolo na toalha e então caminho até perto de minhas roupas. Elas ainda estão na mala, não tive tempo de coloca-las no cabide.

Olho pra cama e vejo Lucas sentado nela, já vestido. Ele usa uma camisa cinza com uma estampa esquisita e um shorts jeans.
Du: E então? - Digo, soltando meus cabelos. - Pode começar a falar!
JL: Você não quer se trocar antes?

Me sento na cama, e o encaro.
Du: Não Lucas, eu quero entender o que tá acontecendo nessa sua cabeça! Depois de ontem, achei que tudo voltária a ser como era antes!
JL: Nem eu sei o que tá acontecendo... Só estou um pouco bravo com você, não queria estar, mas estou! - Ele me diz, olhando para suas mãos. - Acho que preciso contar a você o que aconteceu em NY, quero que tu saiba qual foi seu erro e...
Du: E que eu me sinta culpada?

Lucas fica em silêncio, talvez seja isso mesmo que ele queira.

Tem gente que gosta quando a pessoa que nos fez ficar mal, fique mal também ao perceber seu erro. O sentimento de culpa alheio não dói... Só não entendo porque ele quer que eu me sinta assim.
JL: Eu fui na empresa assinar uns papeis, a minha secretária começou a se insinuar pra mim, eu dei um fora nela e então a louca furou os pneus do meu carro! Eu fiquei desesperado... O machucado no meu dedo é devido a isso, estava tão bravo que chutei meu carro com força e acabei quebrando o dedão... Depois disso, mesmo com o pé machucado corri para procurar um táxi, quando achei mandei ele correr, mas ao chegar no aeroporto seu avião já tinha decolado a 5 minutos! - Eles respira fundo. - Foi isso que aconteceu!
Du: Ual, que sorte a minha por ter um marido tão fiel e devotado a mim, que faz de tudo para me agradar... E eu, idiota, não valorizo o homem perfeito que tenho a meu lado... E agora? Você quer o quê? Talvez eu devesse me ajoelhar e agradecer a Deus por ter você, né?
JL: Hã?
Du: Você não queria que eu me sentisse culpada? - O encaro - Parabéns, to péssima... Ta feliz? - Me levanto da cama, e ele faz o mesmo.
JL: Você tá distorcendo as coisas... Só queria mostrar que faz sentido eu ficar chateado! Um pedido de desculpas não apaga os erros!
Du: E tudo que você me falou ontem? Eu não sou especial entre 100 mil pessoas?
JL: Claro que é, tudo o que eu disse é verdade, sou agradecido por ter você! Mas convenhamos, você pisou na bola!
Du: Claro, daí você fingiu que me perdoou só pra transar comigo e agora quer ser o coitadinho! - Grito.
JL: Eduarda, não to gostando do jeito que você está falando comigo! - Ele responde no mesmo tom de voz que usei, mas logo passa a mão por sua cabeça e tenta se acalmar. - Sei que você tá nervosa assim por causa dos hormônios da gravidez, que isso faz mudar o humor, mas vamos tentar manter o respeito tá?!
Du: Enfia esse respeito no - Ia terminar a frase, mas Lucas tapou minha boca.

Talvez ele tenha razão e eu só esteja assim por causa da gravidez... Não deve ser normal sentir raiva, tristeza, ódio, amor e vontade de chorar tudo ao mesmo tempo.

Meus olhos estão cheios de lágrimas, começo a chorar.
JL: Ta bom vai! - Ele me abraça - Esquece o que eu disse, esquece tudo... Não quero brigar de novo!

Eu o afasto e digo:
Du: Se não quisesse, não tinha começado... To me sentindo usada!
JL: Usada, como assim Du? Meu Deus, não pira... - Ele parece desesperado.
Du: Sim, você dorme comigo e depois joga na minha cara alguma coisa... Parece até a nossa primeira vez!

Ele começa a me dizer algo, mas paro de prestar atenção. O quarto começa a rodar, minhas pernas estão perdendo a força...
Du: Lucas, a minha pressão deve estar abai... - Digo pausadamente e mesmo assim não consigo concluir a frase.

Sinto os braços do meu marido segurando meu corpo, então me permito cair. Percebo que sou carregada até a cama, escuto ele chamando sua mãe e pedindo para que ela ligue para um médico, e então minha consciência finalmente desaparece.


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Notas finais do capítulo

Alguns de vocês devem estar bem bravos comigo, né?! Pois é, eles brigaram de novo... Foi mal! :D
A fic é escrita quase diariamente ( só não aos domingos ) então as palavras digitadas acima dependem do meu humor do dia, hoje não estava muito a fim de meiguice...

Consigo entender o Lucas e a Du, os sentimentos deles...
Minha mãe tem mania de jogar as coisas fora, lembro que quando eu era criança ela jogou um brinquedo que gostava muito. Eu chorei bastante, mas ela me pediu desculpas e então a perdoei... Só que ela não percebeu o quanto aquilo me deixou triste, então todo dia eu falava como eu queria meu brinquedo de volta... Queria que ela se sentisse culpada, não pra vê la mal por aquilo, mas pra minha mãe não fazer novamente. É basicamente isso que o Lucas sente.
Já a Du, pensa que ele apenas a usou para ter prazer, juntando com o fato dos hormônios da gravidez deixam as mulheres mais irritada, foi formada mais uma briga.
Quem disse que em uma relação só amor basta? O maior desafio de todos é conviver com a complexidade da cabeça do outro...



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