Sempre te amei. escrita por AnaClaudiia


Capítulo 68
Sexo, amor e socos.


Notas iniciais do capítulo

Nunca sei dar títulos pro capítulo, essa é a pior parte, minha criatividade acaba aí! hahaha Esperem que gostem, me deixem suas opiniões! :)



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Por João Lucas

É incrível o poder que Eduarda tem de me tirar da fossa. Há algumas horas atrás eu estava arrasado, agora me sinto o homem mais sortudo no mundo... E nem é porque estamos nos beijando e indo em direção a cama, se ela apenas estivesse me abraçando ou segurando minha mão, tudo já estaria bem. O que importa é tê-la comigo, sentir que tenho seu apoio.
Du: Tira isso logo... - Meus pensamentos são interrompidos pelas mãos de Eduarda desabotoando minha calça.
JL: Que pressa para abusar do meu corpo... - Mordo meus lábios. Gosto de vê-la assim, sentindo desejo por mim.
Du: Quem mandou ser tão gostoso! - Ela beija minha boca.

Eu já estava sem camisa, ela ficou jogada no corredor, e agora estou sem as calças. Du ainda está vestida, mas isso logo vai mudar. Tiro sua blusa e distribuo beijos por toda a parte nua de seu corpo. Sinto ela se arrepiar e isso me arrepia também.

A levo até a cama e, ficando por cima de seu corpo, continuo a beija-la.

Seus lábios macios e carnudos são a minha perdição, poderia beijar sua boca 24 horas por dia e nunca enjoaria ou ficaria cansado disso. Seu beijo tem gosto da sobremesa que acabamos de comer no jantar, musse de chocolate. Se esse já não fosse meu doce favorito, seria agora.

Desso minhas mãos até sua calça e a tiro lentamente... Cada parte nua de sua perna, recebe um beijo meu.

A deixo completamente nua, e volto a beija-la. Desso meus lábios, e também minha língua, por todo seu corpo a fazendo pedir para que eu começasse logo. Também a quero o mais rápido possível, mas não consigo evitar, amo vê-la com desejo!
JL: Gostosa... - Digo em seu ouvido. Ela ri.

Não precisamos nos preocupar com a proteção, agora Eduarda toma regularmente os anticoncepcionais, eu até a ajudo a se lembrar, por mais que ainda queira mais um filho, sei que não é a hora..

Tiro minhas cuecas e me aproximo mais dela, porém sem penetrar.

Acho que sexo é um ato de amor, não foi só feito para dar prazer. Já tive muitas mulheres, mais nem sempre procurava satisfaze-las, não mais que a mim mesmo. Era egoísta, me preocupava somente com que eu sentia. Hoje o prazer de minha esposa é o meu e, sinto que com ela também é assim. Quando estamos nessa cama, somos um só. Não há amostra de maior confiança do que se entregar totalmente pro outro, não só de corpo, como de alma. Ficamos nus, falamos coisas desconexas, mas não há espaço para vergonha. Eu já a conheço como ninguém, ela também me conhece. Tudo que acontece aqui é só nosso, ninguém vê, ninguém sabe. Somos só um casal apaixonado que ama ter um ao outro, que sente prazer em dar prazer, que ama o calor e sentir o suor do parceiro...
Du: Isso é tortura... - Minha esposa me empurra pro lado da cama. Pensei que ela ficaria por cima, mas não, ela simplesmente se levanta da cama.
JL: Que foi? - Me assusto. - Fiz alguma coisa errada?

Ela vira as costas pra mim, e eu fico a olhando entrar no closet... Na verdade, olho outra coisa!

Será que ela ficou brava comigo? Por que foi embora? Não entendo...

Já estava me levantando para segui-la, quando a vejo voltando. Ela tem duas gravatas em sua mão.
Du: Você foi um menino mal... - Ela sorri maliciosamente. - Estava me torturando, vou ter que te colocar de castigo! - Du caminha lentamente até mim.

Eduarda me faz chegar mais próximo do encosto da cama e amarra meus braços ali.

Estou com as mãos presas por duas gravatas, cada uma de um lado.

Ela passa a língua por meu peitoral e sinto que agora é a vez dela de me torturar...

Seus cabelos longos e vermelhos passam por meu corpo me fazendo sentir cócegas... Como eu os amo, a cor deles... Não que eles sejam essenciais, não são, a amaria até careca, mas essa cor me faz refletir!

Vermelho é cor que pintamos corações em desenhos, da paixão, do sangue, do fogo, da minha fruta favorita, morango, e é a do seu cabelo. Tudo que me lembra vermelho, me lembra a ela. E tudo que me lembra Eduarda, me faz feliz.

Estar preso nesse momento é uma coisa engraçada, sinto vontade de agarra-la, passar a mão por seu corpo, mas não posso. Estou paralisado, amarrado e no final até gosto disso. Du é quem decide o que faz comigo, e me sinto totalmente seguro. Será bom pra nós dois... Sexo também é confiança.

Meu peitoral está um pouco vermelho, posso ver, Eduarda deu algumas mordidas nele.
JL: Tá Du, agora é você quem está exagerando nessa tortura. Preciso de você! Por favor...

Ela para de beijar meu corpo, vem até meu ouvido e sussurra.
Du: Essas são as únicas vezes que gosto de te torturar, de te ver implorando...

Ela aproxima seu rosto do meu e entra com sua língua em minha boca. Du segura meu rosto, indicando para que lado devo gira-lo durante o beijo, e quando paramos para respirar, sinto Eduarda me colocando dentro dela.

Soltamos um gemido quase que simultaneamente.

Ela faz os movimentos de entra e sai e eu tento me desamarrar da cama, quero aperta-la, joga-la por debaixo de mim... Mas não consigo, fui muito bem amarrado.

Eduarda tenta não fazer muitos barulhos, mas é inevitável, se estiver tão bom para ela quanto pra mim, sua vontade é gritar! Ela beija minha boca, tentando calar seus próprios gemidos, e assim cala os meus também.

Sempre que a beijo é como na primeira vez. Sinto um friozinho bom na barriga, uma vontade de sorrir no meio, de continuar fazendo isso para sempre...

Ela continua os movimentos e vejo que está suada, seus cabelos estão grudando em suas costa, mesmo assim Du não diminui o ritmo.

Quando chegamos ao ápice, ela sorri, respira fundo e se joga sobre meu peito. Ficamos em silêncio por alguns minutos, ela por estar cansada, eu por me encontrar ainda nas nuvens, até que consigo falar.
JL: Cara, eu te amo...
Du: Eu também te amo... - Ela responde, saindo de cima de mim e deitando a meu lado. - Muito!
JL: E eu não estou falando isso por causa da noite maravilhosa... - Digo em seguida. - Te amo porque tu é incrível, faz eu me sentir um homem melhor, me inspira a ser uma pessoa melhor... Sei que se eu estiver bem, você também estará, que tu me ama como eu te amo... Com a mesma intensidade! Obrigada por não ter desistido de mim quando eu era um idiota, quando só te chamava de amiga... Valeu por me apoiar em tudo, por estar comigo em todos os momentos e... - Paro de falar, Eduarda não está mais prestando atenção, ela dormiu.

Confesso que isso não me deixa feliz, gosto de conversar depois desses momentos, mas hoje foi um dia tão cansativo, corrido... Um sábado que pareceu ter durado a semana toda. Fico velando seu sono e penso em acariciar seus cabelos... "Cacete, não dá! Ainda estou amarrado." Só agora me dei conta!

Deveria, acorda-la, pedir para me desamarrar... A posição não está mais confortável, meus ombros e braços estão começando a doer. Porém, não farei isso, deixarei ela descansar... Provavelmente amanha acordarei acabado, mas dane-se, me importo mais com ela do que comigo mesmo, e sei que Du também é assim.

Olho para minha esposa e vejo bem seu rosto, além das janelas estarem abertas e a lua bem luminosa no céu, o abajur está aceso. A noite vai ser longa, mas mesmo que não consiga pegar no sono, poder olha-la durante toda a madrugada não será nenhum sacrifício!

( no outro dia, pela manha. )

Sinto alguém desamarrando minhas mãos, as coloco pra baixo e fico sem mexe-las por uns momentos. Elas doem, meu braço inteiro formiga. A noite foi difícil, só peguei no sono lá pelas 4 horas da manha. Abro os olhos e vejo Eduarda, ainda com a cara massada de sono, me olhando preocupada.
Du: Caramba, eu te deixei assim?! Desculpa Lucas! - Ela pega minhas mãos, que estão vermelhas no local onde as gravatas apertavam, e dá um beijos nelas. Em seguida pergunta: - Estão doendo?
JL: Não muito... - Minto. - Ta tudo bem, só estou com um pouco de sono... - Olho no relógio, são 9 horas da manha, dormi apenas 5 horas. - Me deixa dormir mais um pouco?
Du: Claro, desculpa tá?! Foi mal, acabei dormindo ontem anoite... Tu devia ter me acordado!
JL: Não consegui, você estava tão linda dormindo... - Falo, me virando pro lado e começando a sentir minha pálpebras pesarem.

Ainda escuto Eduarda se levantando da cama, fechando as cortinas e deitando a meu lado de novo. Percebo sua mão passando por meu rosto, sua boca beijando minha bochecha, e então, depois disso durmo.

( 3 horas depois.)

Me espreguiço, antes mesmo de abrir os olhos, e sinto que meu braços já doem um pouco menos. Levando da cama, escovo bem meus dentes e depois tomo um banho.

Tecnicamente, eu dormi o necessário, 8 horas por noite, mas mesmo assim estou me sentindo mal. Fico no banho por alguns minutos e quando saiu vou procurar algo para vestir.

Pego só roupas confortáveis, bermuda e uma camisa sem manga.

Olho a estampa da blusa que irei vestir, e sorriu: " 50% de bateria" É assim que estou agora, não totalmente carregado, indisposto... Pelo menos é domingo, vou poder ficar em casa o dia todo e... Perai, eu vou poder ficar a semana toda, estou desempregado!

Desço as escadas e encontro Eduarda na sala, mexendo no notebook. Me aproximo e vejo o contrato de Fabiano ao lado dela, ele estava no carro, ela foi lá o pegar...
JL: Pensei que tu queria que eu desistisse dessa história...
Du: E você vai desistir? - Sorriu e balanço a cabeça indicando que não. - Então, só estou agilizando as coisas! Descobri que o endereço que ele deu é de um estúdio de fotografia, pesquisei sobre e vi algumas fotos dele na inauguração, acho que o Fabiano é sócio...
JL: Já que é domingo, não vamos encontrar ele lá...
Du: Não mesmo, mas achei o perfil do Fa... - Ela se corrige- do Fabiano em uma rede social. E adivinha? Ele postou que estava indo tomar uma cerveja e até falou o barzinho.
JL: Que otário... Inteligência não é o forte dele!
Du: Não vamos subestimar o inimigo, ele não sabe que sabemos o seu verdadeiro nome.
JL: Tá, e o que fazemos agora? - Deito no sofá a seu lado, estou morrendo de preguiça.
Du: Não sei, o que tu quer fazer?
JL: Acho que ir lá... - Digo, não muito confiante em minhas palavras. - Não vou descansar enquanto não ter uma boa conversa com ele. - Faço uma pausa para pensar. - Já não estou mais com tanta raiva, não quero bater, nem acho que devemos falar que já sabemos sua verdadeira identidade...
Du: E então? - Ela pergunta.
JL: Quero fingir que o encontrei por coincidência, reparar em toda sua falsidade... Ver até que ponto ele consegue ser fingido!
Du: Então vamos logo, antes que ele vá embora! - Ela se levanta do sofá. - Bora ser cara de pau de novo? Pedir pra Maria cuidar dos bebes...
JL: Bora! - Sorriu. - Pelo menos a gente avisou ontem...

Pegamos nossos filhos e os deixamos na vizinha, eles gostam dela, deram um sorriso ao vê-la. Corremos pro carro e Eduarda dirige até o barzinho que Fabiano disse que estaria.
JL: Tu não acha que eu estou muito mal vestido? - Olho para minhas roupas.
Du: Ta um pouco, mas quem liga? Tanto faz leki...
JL: Nossa. - Encaro Du sorrindo. - Acho que fazia muito tempo que tu não me chamava desse jeito...
Du: É que "Amor" combina mais contigo... Mas se preferir, volto a te chamar assim!
JL: Me chama como quiser, qualquer apelido fica lindo saindo da sua boca!
Du: Como a gente virou um casal meloso, em?! Nunca pensei, mas amo isso...
JL: É, eu também amo...

Chegamos na frente do bar e de cara vemos Fabiano sentado em uma mesa de frente para a saída. Ele está conversando com dois homens fortes e mal encarados. Um dos caras me chama atenção, ele tem uma tatuagem tipica das cadeias, é careca, alto, forte e bem branco. Mas o que mais me intrigou foi a palavra: monstro. Escrita na sua cabeça.

"Que tipo de pessoa faz uma tatuagem ali? Ainda mais com essa palavra..." Penso.
JL: Será que o Fabiano é mais barra pesada do que a gente pensa?
Du: Não sei, mas esses caras com eles são, e muito!
JL: Talvez não Du, não se pode julgar só de olhar...
Du: Ah, pode sim! Principalmente quando vemos uma arma na cintura. - Eduarda aponta para um dos homens. - Quem que anda com aquilo, em plena luz do dia, num lugar público, e ainda é boa gente?
JL: É, você tá certa! - Tiro meu cinto. - Vamos entrar...

Caminho até a entrada do estabelecimento, e antes mesmo de chegar perto de Fabiano, ele me vê! Percebo porque seu rosto fica pálico.
JL: Fábio, meu amigo, tudo bom?
F: Tudo... - Ele responde. - O que fazem aqui?
Du: Viemos nos distrair um pouco, relaxar... - Eduarda responde. - Não tem muitos lugares aberto de domingo, mas ainda assim tivemos sorte de encontrar você aqui! Já estávamos com saudade...
JL: Mas não é estranho Du? - Olho para minha mulher. - O Fábio disse que ia viajar, que já tinha acabado o trabalho dele aqui...
F: É, sim, quer dizer... Não, não acabei! Encontrei outro!
C: Quem são esses Fabiano? Eles estão nos esquema também?
F: Não Carlão, eles são meus amigos...
JL: Fabiano? Ué, mas seu nome não é Fabio? E que esquema é esse? - Eduarda e eu estamos nos fingindo de bobos, isso é até divertido.
F: Nada, ele é meu cliente apenas, o esquema de fotos... - Percebo claramente seu nervosismo. - Os dois podem nos dar licença? Preciso conversar com o Carlão a sós, depois vou lá com vocês!
Du: Claro, desculpa interromper...

Nós nos afastamos, mas nem tando assim. Tem dois homens na mesa do Fábio, mas um deles parecia ser o "fodão", apenas ele fala...
JL: Eu vou pedir um energético, colocar esse 50% no 100... - Olho para minha blusa. - Me acompanha?
Du: Não, já estou com bastante energia... Me pede uma água sem gaz mesmo!

Faço os pedidos e nossas bebidas logo chegam.

Há uma música tocando, as pessoas falam alto, mas mesmo assim escutamos algumas partes da conversa de Fabiano e dos homens mal encarados.
"F: Não tem como Carlão..."
"C: Mermão, se vira! Tu tem que dar um jeito, não vou ficar no preju."
"F: Eu vou tentar..."
"C: Tu sabe o que acontece com quem me dá o calote né?" Carlão grita.

Depois de quase meia hora de conversa, os homens saem deixando Fabiano com um aspecto medonho. Até cheguei a sentir pena dele...

O que mais ele esconde?

Meu falso amigo se levanta da sua mesa e vem até nós soltar toda sua falsidade. Dessa vez, percebo claramente que ele fingi um sorriso enquanto se aproxima...
F: Amigos, desculpe a demora, cliente chato sabe?!
Du: Ele quer que você fotografe o que? - Eduarda pergunta. - Não consigo imaginar que tipo de negócio os dois tem...
F: Prefiro não falar sobre meus clientes, fotógrafos também tem ética. - Ele sorri, ou melhor, fingi outro sorriso.
Du: Ok, então do que tu quer falar?
F: Ah, não sei... Como vai o trabalho de vocês? Ta tudo bem lá na Império?

Ele ainda quer tirar mais informações nossas, filho da mãe...
Du: O Lucas foi demitido, acredita? - Eduarda mente. - O Comendador ficou muito bravo com as fotos vazadas...
F: Jura? Sinto muito amigo, quem ia imaginar que uma coisa dessas ia acontecer, né?!
JL: Pois é... - É só isso que digo, minha raiva está voltando, meu sangue ferve de ódio. Como pode alguém ser assim tão baixo?
F: Não fica triste, tenho certeza que a coleção será um sucesso. Eu mesmo vou fotografar, seu pai me chamou.

Aé, tem isso... O que será que o Comendador está tramando? Talvez revelar nesse dia que sabe quem Fabiano é, acabar com sua alegria no dia que a Império estiver em festa...
Du: Aposto que você fará um grande trabalho, se dedicará totalmente...
F: Com certeza, o sucesso da empresa de vocês é o meu sucesso! Vou ficar imensamente feliz em fazer parte disso.

Eu não aguento, acabo explodindo.
JL: Para de ser falso cara! - Grito. - Você me dá nojo, como é possível ser assim? Tu é um idiota, mentiroso, sem caráter...
F: Por que está falando comigo desse jeito? Eu fiz alguma coisa amigo?
JL: Não me chama de amigo! - Levando da mesa e pego no colarinho de sua camisa. - Eu já sei que tu me fez de trouxa, que me enganou, roubou os documentos e vazou as fotos da Império!
F: Como pode pensar isso de mim? - Ele fingi estar começando a chorar. - Você é meu único amigo, não tenho ninguém...
JL: Cala boca, para de se fazer de coitado, isso não cola mais! - Dou um soco em sua cara.

Fabiano caí no chão e logo alguns homens vem me segurar.

Não vim aqui para bater nele, mas me sinto aliviado de ter feito isso. Enquanto Fa se levanta, Eduarda me diz:
Du: Lucas, se acalma... Não faz besteira!
JL: Me acalmar o cacete! - Grito.- Assume aí, fala a verdade de uma vez Fabiano!
F: A verdade é que você é louco, meu único amigo me batendo do nada... Quer saber? Eu te perdoou!

Ele vem até mim e me dá um abraço. Fico tão sem reação que não me movo, não até escutar ele dizendo: "Otário..." Em meu ouvido.

O empurro violentamente contra o chão e vou pra cima dele. Encho sua cara de socos, até que sinto várias pessoas me puxando.
H: Para cara, se controla. Tu tá bêbado? - Um homem que nunca vi me pergunta.
JL: Não, esse aí que é um doente da cabeça!
F: Podem solta-lo, eu ofereço a outra face... - Ele vira o rosto pra mim. - É isso que Cristo nos ensina!

Ele está se fazendo de santo, me transformando no vilão da história. Não sou burro, já entendi.
JL: Eu vou embora, e tu que não se atreva a atravessar o meu caminho. Caso o contrário, eu te mato! Entendeu?! - O encaro. - Seu rosto vai ficar ainda mais ensanguentado que isso! Não chegue perto de ninguém da minha família, some da minha vida!

Saiu do estabelecimento e corro pro carro. Escuto Eduarda vindo atrás de mim. Entro no automóvel, sento no banco do passageiro e tento de acalmar. Meu coração está acelerado, minhas mãos tremendo... Não sentia tanto ódio assim há tempos.

Não bati muito, mas todos os meus socos foram certeiros, coloquei toda minha força ali. Sei que ele está todo machucado, as minhas mãos estão vermelhas e com algumas feridas, imagine seu rosto...
Du: Tu não podia ter feito isso cara, agora todo mundo daquele bar te acha um louco!
JL: Eu não to nem aí! - Grito. - Queria ter batido mais!
Du: Ele se fez de vítima, como sempre!
JL: Eu sei, percebi, não sou o burro que todos pensam... Por que acha que sai de lá? - Estou falando alto, e sendo um pouco grosseiro com ela.
Du: Será que dava pra abaixar o tom de voz?

Faço silêncio, não posso ser idiota assim, vou acabar magoando a pessoa que mais amo na vida.

Me ajeito no banco, coloco a cabeça para trás e tendo respirar com mais calma, ainda estava ofegante. Depois de alguns minutos, só ouvindo nossas respirações, minha esposa pergunta:
Du: Já está melhor?
JL: Acho que sim... - Respondo. - Não queria ter feito isso, mas não consegui me segurar!

Olho para Du e ela está pálida, imagino o quão nervosa deve ter ficado...
JL: Desculpas!
Du: Esquece... - Ela liga o carro. - Vamos para casa.

No caminho trocamos poucas palavras, consigo enxergar que Du está preocupada, só não sei com o que...

Chegamos em nossa rua e Eduarda estaciona o carro na garagem. Ela vai buscar nossos filhos e pede para que eu espere aqui. Entro em nossa casa e vou lavar as mãos. Mais cedo elas doíam por um bom motivo, agora doem porque não consegui me controlar...Há alguns machucadinhos em meus dedos, quando os lavo arde um pouco.

Minha consciência está começando a pesar, por mais que ele merecesse, a agressão nunca é a solução. Tenho que parar de resolver as coisas assim, não quero que meus bebes cresçam com um pai violento...

"Nunca mais bato em ninguém, mesmo que essa pessoa mereça... Vou me conter!" Prometo a mim mesmo.

Estou morrendo de fome, não tomei café da manha e nem almocei, então vou a cozinha e preparo algo para comer.

Faço meu lanche e sento no sofá para assistir televisão. Eduarda está demorando...

Depois de mais de meia hora assistindo um programa pra lá de chato, vejo a porta de abrindo. Minha esposa entra em casa empurrando o carrinho dos bebes, e sorri dizendo:
Du: Dona Maria me fez comer uns bolinhos, depois tomar um chá, e me enfiou goela abaixo todo tipo de comida que tinha na casa dela... Disse que estou muito magrinha! - Ela ri. - Me lembre de não ir lá mais antes do desfile, senão nem entrarei nos vestidos.
JL: Isso é tão coisa de vó né? - Riu. - Sempre tentando engordar os netos...
Du: Sim, eu gosto dela e ela parece gostar da gente. Só não vou muito com a cara da empregada... Mas levanta aí, me ajuda a levar os bebes até o quarto.

Com a minha ajuda, levamos o carrinho até o quartinho deles. Brincamos com nossos filhos por horas, todas as risadas e os "papa" que saem de suas bocas me animam e fazem esquecer do ocorrido mais cedo. A primeira vez que eles disseram isso foi mágico, como imaginava, lágrimas desceram de meu rosto. Martinha disse primeiro, depois foi a vez de Dinho...

Minha esposa faz caretas e barulhos engraçados para Marta, mas apesar de rir, sei que alguma coisa a aflige.
JL: Du, o que tá rolando em? - Pergunto. - Sei que você tá bolada... Já pedi desculpas, juro que não faço mais isso, nunca mais brigo com ninguém!
Du: Não é isso... Quer dizer, é isso, mas não é! - Fico boiando e ela explica. - Estou preocupada com o jeito dele. O Fabiano não gritou, não te ameaçou, só se fingiu... Por quê?
JL: Quando ele me abraçou, falou em meu ouvido que eu era um otário... - Digo. - Por isso o empurrei! Fiquei morrendo de ódio!
Du: Lucas, tinha um monte de gente filmando você batendo nele, testemunhas de que o Fabiano não reagiu... Além do quê, o Merival mesmo estando falindo, ainda é um dos melhores advogados do Brasil! - Ela diz, aparentando estar nervosa.
JL: Do que você está falando?

Eduarda ia dizer algo, quando a campainha toca. Me levanto do chão, onde me encontrava brincando com os bebes, e caminho para fora do quarto.
JL: A gente já continua essa conversa... - Estou começando a entender o que Eduarda insinuou.

Desço as escadas e vou abrir a porta. Dou de cara com dois policiais.
P: Você é João Lucas Medeiros de Mendonça e Albuquerque?
JL: Sim, sou eu. Por quê?
P: O senhor tem que prestar esclarecimentos a polícia, foi acusado de agressão de natureza leve - art. 129, e ameaça, art. 147 do código penal.

Era por isso que ele não reagiu.

Só eu bati, ele não levantou nem um dedo para mim.

Seu pai é um dos melhores advogados do Brasil, se eu não achar um tão competente quanto, estou bem encrencado.


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Notas finais do capítulo

E então? Será que o Lucas vai preso? Vale lembrar que ele não é mais réu primário.. haha