Sempre te amei. escrita por AnaClaudiia


Capítulo 54
Capítulo 54: Super mulher!


Notas iniciais do capítulo

Eu escrevi esse capítulo de madrugada, e corrigi ele cedo. Tudo isso porque hoje terei uma tarde bem ocupada... Mas enfim, espero que tenha ficado bom! :)



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Por João Lucas

Já faz mais de 20 minutos que Eduarda subiu para buscar as nossas escovas de dentes e nada dela voltar. Começo a ficar preocupado, desse jeito vamos nos atrasar!

Penso em apertar a buzina do carro, para apressa-lá, mas isso certamente iria assustar os bebes que dormem tranquilamente em suas cadeirinhas.

Pego meu celular e fico conferindo as notificações, até que escuto a porta do carro se abrindo.
Du: Desculpa a demora... - Ela diz, sem me olhar. Sua voz está estranha, alguma coisa parece ter acontecido.
JL: Passou mal de novo? - Pergunto.
Du: Não, tá tudo bem... Vamos logo!

Não sei porque, mais não sinto verdade em sua voz. Ela parece preocupada, triste...
JL: Por que você tá assim?
Du: Assim como? - Ela finalmente me olha, e posso ver que esteve chorando.
JL: Cara, o que aconteceu? Você não quer ir mais?
Du: É claro que quero, não aconteceu nada Lucas... - Ela fica me olhando por alguns segundos, e quando vou ligar o automóvel, me diz: - Se a minha memória não me falha, eu te proibi de dirigir meu carro... - Ela tenta sorrir.

Du não está legal, alguma coisa aconteceu lá em cima. Eduarda tenta esconder, mas eu a conheço bem. Sei que está mal por algum motivo...

Abro a porta do carro, e vejo ela fazendo o mesmo. Trocamos de lugares e logo estamos indo em direção a casa de meus pais.
JL: Não vai dar nem tempo almoçarmos... Vamos ter que comer no aeroporto!
Du: Tudo bem... - Ela apenas diz isso.

No caminho até a mansão dos Medeiros, Du não abriu a boca. Até tentei puxar assunto, mas ela apenas balançava a cabeça. Acho que nem estava prestando atenção em mim...

Quando chegamos em minha antiga casa, ela estaciona o carro e desce para pegar Martinha. Eu pego Alfredinho e vamos rumo ao elevador.
JL: Já tá sentindo saudades antecipadamente?
Du: Sim. - Ela responde.

Chegamos no nosso andar, vamos até a porta e tocamos a campainha. Silviano nos atende e logo toda minha família vem mimar nossos filhos. Du dá algumas instruções a Claraide, e logo nos despedimos. Minha mãe até tentou convencer a gente á ficar pro almoço, mas nós a explicamos o quão atrasados estávamos e então ela nos liberou.

Descemos até a garagem, e no caminho até o carro fico impaciente. Du não está nem um pouco animada, muito menos feliz!
JL: Parece que eu to te obrigando a ir.. - Digo. - Se não quiser, ainda dá tempo de desistir. É só falar!
Du: Não é isso. Eu não quero desistir. Eu preciso ir pra esse lugar, me distrair um pouco e parar de pensar em... - Ela faz uma pausa. - Parar de pensar nos problemas!

Eu paro de caminhar e a seguro, olho em seus olhos e digo:
JL: Então me dá um sorriso!

Ela fica me olhando fixamente, até que decide fazer o que lhe peço. Du abre um enorme sorriso, e logo em seguida me dá um selinho.
Du: Agora a única coisa que importa é Veneza, o resto deixa pra lá. As coisas ruins vão ficar aqui no Brasil. Ok?
JL: Ok! - Digo, sorrindo.

Eduarda pega a chave no bolso, e começa a correr.
Du: Quem chegar por último é mulher do padre.
JL: Assim não vale, você começou antes. - Digo, acelerando meus passos.

Corremos até nosso carro, e Eduarda chega primeiro.
Du: Perdendo para uma mulher?! - Diz, rindo.
JL: Perdendo pra uma super mulher!
Du: "Super mulher..." Até parece! - Diz, entrando no carro.
JL: É sim Du... Você é a melhor esposa, a melhor amiga, a melhor mãe! Isso é super... - Digo, já colocando o cinto.

Ela não responde. Apenas fica me olhando... Depois de alguns segundos, vejo seus olhos se encherem de lágrimas.

"A segundos atrás ela estava feliz, e agora está começando a chorar. Desde quando Eduarda virou bipolar?" Penso.
Du: Eu não sou uma super mulher. Sou fraca, medrosa, insegura... - Ela está as lágrimas.
JL: Que isso Du?
Du: Eu to tentando ignorar a verdade, esquecer os problemas, mas você fala de mim como se eu fosse perfeita, e eu me sinto uma idiota porque sei que não sou. Eu só queria fugir daqui agora... Ir pra bem longe, chegar em Veneza e ficar passeando de mãos dadas com você, fingir pra mim mesma que a minha vida é ótima!
JL: Du, pelo amor de Deus. Eu não to entendendo nada! Qual é o problema?
Du: O problema Lucas, é que sempre que acontece alguma coisa boa na nossa vida, vem acompanhada de uma ruim! A gente ia viajar, se curtir, e agora... - Ela para.
JL: Agora o que Eduarda? Fala de uma vez!
Du: Agora eu to grávida! - Ela grita. - Tava tentando não pensar nisso, mas não dá! Eu to grávida de novo. Nossos filhos não tem nem um ano, e vamos ter outro! Que merda de vida...
JL: Mas você disse que o teste tinha dado negativo... Du, por que você tentou esconder isso de mim? - Uma coisa horrível está passando por minha cabeça.
Du: Eu não escondi, eu devo ter visto errado, não esperado os cinco minutos.. Sei lá! Só sei que quando fui buscar nossas escovas de dente, vi um teste no chão, e estava lá, 2 linhas! Duas! - Eduarda chora copiosamente. - Eu não te contei de imediato, porque tava tentando negar isso até para mim mesma...
JL: Só por isso Du?
Du: Sim... - Ela me encara, e ao perceber o que passa por minha cabeça, pergunta: - Tu não tá achando que eu escondi isso para poder tirar essa criança né? Que tipo de pessoa você acha que sou?
JL: Sei lá Du, você quis abortar quando ficou grávida pela primeira vez!
Du: Mas a situação era totalmente diferente... Eu achava que tu amava outra, dessa vez sei que você me ama.
JL: É Eduarda, mas eu posso ver nos seus olhos a raiva que tu tá sentindo... - Estou começando a chorar. - Eu acabei de saber desse bebe, mas o que eu sinto por ele já é amor! E você? O que sente?
Du: Não sei... Acho que o amo também! - Ela olha pra suas mãos, e depois de alguns segundos de silêncio, continua: - Não sinto raiva dessa criança! Sinto de mim, de vo... - Ela não termina a frase, mas nem é preciso.
JL: Mas uma vez a culpa é minha, né Du? Essa criança é nosso filho! - Falo, colocando as mãos em sua barriga. - Nós dois o fizemos. É fruto de muito amor...

Ao mesmo tempo que me sinto extremamente feliz com a notícia, também consigo ficar triste por Du. Ela está tão temerosa, como se fosse a primeira gravidez...
Du: A gente vai perder o voo desse jeito.
JL: Não muda de assunto!
Du: Lucas, não tem o que conversar. Infelizmente eu sou a pessoa mais azarada do mundo. Eu to grávida e vou ter esse bebe. Vou enjoar durante meses, engordarei vários quilos, e pararei minha vida mais uma vez. Já você, vai ficar muito feliz e se achando "O touro reprodutor" e...
JL: Chega! - grito. - Sempre o culpado sou eu. Se eu não lembrei de nos protegermos naquela noite, tu também não lembrou. Você quer que eu te peça desculpas?
Du: Não! Eu só não quero você todo felizinho enquanto estou assim! To completamente arrasada, e quando olho pra você percebo que mesmo preocupado, ainda ta feliz!
JL: Sim, eu estou feliz Eduarda. E só to preocupado com você, com o nosso bebe...
Du: Fica tranquilho que a sua máquina geradora de filhos não vai se jogar de nenhuma escada! - Ela grita.
JL: Eu não disse que você faria isso!
Du: Mas pensou! Quer saber? Não quero mais fazer viagem nenhuma... - Ela desce do carro e eu faço o mesmo.

Eduarda sai correndo e eu vou atrás dela.
JL: Onde você vai?
Du: Ta de boa, não vou fazer nada que prejudique seu filho. É só nele que tu pensa...

Seguro seu braço e a impeço de sair.
JL: Para de criancice! Eu te amo, tu sabe disso. Me preocupo com você, e muito! Quer uma prova?! Só não to soltando fogos de artifícios agora, porque sei que tu não ia gostar, porque a minha vontade era essa...

Du dá um tímido sorriso, mas logo volta a me olhar tristemente.
Du: Isso não tava nos meu planos...
JL: Eduarda, você já deveria saber que a nossa vida nunca segue nossos planos. - Sorriu. - O autor da nossa história é muito doido...
Du: Ta mais do que na hora de chegarmos num capítulo feliz!
JL: Sabe Du, na verdade eu não acredito que tudo está escrito... Não rola de eu pensar que todo mundo já tem um destino! A gente que manda nessa parada, é a nossa vida. Coisas ruins acontecem, cabe a nós escolher o que vamos fazer com elas... Eu na realidade, acho essa notícia ótima... Pô cara, mais um bebe pra me chamar futuramente de papai! - Enquanto falo, coloco uma mexa de seu cabelo atrás de sua orelha. - Para você a chegada dessa criança pode ter sido uma notícia ruim, mas agora tu tem que decidir. Vai ficar ai chorando, ou irá entender que não tem mais volta e que só resta aceitar?
Du: Quando foi que você virou tão sábio? - Ela sorri.
JL: Os milagres da paternidade... - Sorriu. - Conhece aquela música que fala: "Ser alegre é melhor do que ser triste"? É meio óbvio isso, mas é verdade. É muito bom ser feliz, e é a gente que decidi! Você pode ficar aqui no Brasil chorando, mas também pode escolher outra coisa... - Faço uma pausa, e pergunto. - Bora ser feliz comigo lá em Veneza?

Eduarda enxuga suas lágrimas, e me diz:
Du: Bora... Mas tem uma condição!
JL: Qual?
Du: Você tem que me prometer que vai fazer vasectomia!

Começo a rir, e dou um abraço apertado em Eduarda.
JL: Eu prometo... Por você eu faço! - Sussurro em seu ouvido.

Saiu do abraço e quando vou lhe dar um beijo apaixonado, escuto alguém buzinando. Estamos parados na frente dá entrada da garagem, nem havia notado.

Saímos do caminho do carro, e começamos a rir.
JL: É assim que eu gosto de te ver! Sorrindo...
Du: É Lucas, mas lembra que grávidas choram muito! Você ainda vai ver muitas lágrimas descendo desses olhos...
JL: Vou enxugar todas!
Du: Sabe, tem uma coisa boa de estar grávida...
JL: Olha, já ta ficando mais positiva! O poder das minhas palavras... - Digo, sorrindo. - Mas fala ae, qual a coisa boa?
Du: Vou poder fazer você levantar de madrugada para procurar comidas exóticas pra mim!
JL: Ah não Du... Por favor, tenta ficar com uns desejos fáceis. Tipo um brigadeiro, leite condensado... Nada de bertalha nem cupuaçu, tá?
Du: Hm... Até que cairia bem agora! - Diz, brincando. - Olha, to com desejo!
JL: Sério? - Digo, ficando preocupado. - Desejo do que?
Du: Do beijo que você ia me dar antes do carro nos atrapalhar...
JL: Tu pode ter mais desejos assim tá?!

Puxo Eduarda pra perto de mim, e lhe dou um beijo apaixonado. Agora que ela já está "mais conformada" me permito demostrar toda minha felicidade. Quando nossas bocas se desgrudam, estou com um sorriso de orelha á orelha. Quero correr para contar pro comendador que serei pai novamente, quero anunciar no blog no Téo Pereira, quero que o mundo saiba!

Fico acariciando o rosto de Du, até que me lembro de um pequeno detalhe.
JL: Nosso voo!

Eduarda pega o celular em seu bolso, e vê que são 13:30, nosso avião sai as 14:00
Du: Cacete, acho que não dá mais tempo. O aeroporto é meio longe daqui!
JL: Ah, dá sim Du! Tem que dar...

Corremos até nosso carro, e Eduarda logo acelera com o veículo. Enquanto ela dirige, eu a fico observando:

Meu filho está lá, dentro de sua barriga... Ele ainda é um grãozinho de feijão, mas mesmo assim ocupa um gigantesco espaço no meu coração. Já estou até vendo os meus 3 filhos correndo por toda a casa.

Du está em alta velocidade,mas nem fico preocupado. Ela é muito pilota, confio plenamente nela.
Du: Será que chegamos a tempo?
JL: Sim, sempre atrasa... Mas caso não chegarmos, não tem problema!
Du: Como assim não? Pensei que estivesse com pressa de ser feliz em Veneza. - Diz, sem tirar os olhos da rua.
JL: Se tu tiver comigo, eu sou feliz até fazendo excursão em Museu!

Eduarda para o carro, já que o semáforo a nossa frente está vermelho, e me olha com um sorriso.
Du: Você ta fazendo isso ser mais fácil... Jura pra mim que toda a vez que eu pirar, tu vai estar comigo me dando apoio, e me mostrando o lado bom das coisas?
JL: Eu juro... Na alegria, na tristeza, na saúde e na doença, e também nos surtos... - Eu riu.
Du: Queria ver se fosse tu. Tenta não surtar sabendo que tem uma pessoa dentro de você!
JL: Dispenso essa sensação! - Após dizer isso, começo a rir. Vejo um duplo sentido na frase de Du.

Ela também percebe, e agora nos encontramos a gargalhadas.

O sinal abre, e ela volta a dirigir.

Sei lá se alcançaremos o voo e, sinceramente: Não to ligando mais.

Seja no Rio, ou em Veneza, qualquer lugar é bom com Eduarda...


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Notas finais do capítulo

Me cotem suas opiniões! O bebe tem que ser menina ou menino? Ela ou ele nasce? Eles conseguem embarcar pra Veneza?
Amo ler o que vocês acham! :)



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