Sempre te amei. escrita por AnaClaudiia


Capítulo 45
Capítulo 44: Pai.




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Por Eduarda

Já está anoitecendo. Lucas e eu passamos praticamente o dia todo na cama. Só saímos quando as necessidades fisiológicas nos chamaram.

Lucas está com seu notebook no colo e eu estou com o meu. Nós dois estamos competindo em um joguinho online e, mais uma vez eu estou ganhando.
Du: Mas você é muito ruim mesmo em... - Digo assim que o jogo acaba e eu venço.
JL: Não acredito... Tu ganhou de novo?!
Du: Qual é a novidade em? - Falo sorrindo.
JL: Tu só venceu porque eu estou com um braço quebrado, não dá pra apertar os botões rápido...
Du: Aham, tá bom. E todas as outras vezes em que eu ganhei em?! Admite aí, eu sou a melhor!
JL: Depois eu que sou convencido! - Lucas ri e depois me diz. - Du, me bateu uma fome agora...
Du: Quer que eu traga alguma coisa pra gente comer?
JL: Quero sim...

Como eu estava apenas vestida com a camisa de Lucas, pego um hobby no closet e desço até a cozinha.

Peço a uma das empregadas para preparar algo para Lucas e eu comermos e, enquanto espero, escuto os passos de meu sogro descendo as escada.

Vou até ele, e quando o encontro, José Alfredo já está na porta.
Du: Comendador.. - O chamo.

Ele se vira para me olhar e diz.
JA: Que foi? Precisa de alguma coisa? Da minha ajuda com Lucas?
Du: Não, eu só queria perguntar uma coisa...
JA: Pois pergunte menina!
Du: Quando é que você vai aparecer pra todos em? Voltar pra sua vida normal...
JA: O que você quer dizer com isso? Eu estou incomodando aqui? - Me Pergunta.
Du: Não! - Respondo. - Não é isso! É que a dona Marta sente tanta saudades do senhor, e a empresa já está de volta ao topo, seus filhos estão se dando bem na medida do possível... Não entendo porque tu não aparece!
JA: Tem muita coisa nessa história que você nem meu filho sabem. Não posso aparecer. Muita gente me odeia, corro risco de morrer de verdade!
Du: Como assim?
JA: Agora não posso falar, estou atrasado pra uma coisa...
Du: Vai na Ísis?
JA: Hoje não... Tenho que ir! - José Alfredo abre a porta e verifica se não tem ninguém na rua, quando ele vê que não, vai em direção ao carro de Josué, que já o esperava.

Fico ali pensando em tudo que ele me disse e, confesso que fico preocupada.

Como assim risco de morte? Quem iria matar o Comendador?
A: Ta tudo bem?

Me assusto ao ouvir a voz de Ana, e me viro para olha-la.
Du: Tá sim...
A: Vim trazer o lanche que a senhora pediu!
Du: Ótimo! - Falo pegando a bandeja de suas mãos. - Olha, você pode avisar pras outras empregadas que elas já podem ir. Eu e o Lucas não vamos jantar, só esse lanche já está bom...
A: Sim senhora...

Subo as escadas com cuidado, para não derrubar nada, e logo chego em meu quarto.

Lucas está na cama e, quando me vê diz:
JL: Finalmente! To morrendo de fome...

Coloco a bandeja sobre a cama, e assim que ajudo Lucas a se sentar, me perco em meus pensamentos.

Aquele papo de morte realmente me deixou pensativa. Se uma pessoa quer mesmo acabar com meu sogro, quem não me garante que pode fazer alguma coisa contra minha família... Esse negócio de virar mãe me deixou paranoica.
JL: Tu ta estranha... Aconteceu alguma coisa? - Diz Lucas.
Du: Não, nada... - Tento disfarçar. - Mas deixa eu comer também, porque daqui a pouco fico sem! - Falo tentando esboçar um sorriso.

Estou preocupada, nem sei direito porque. Será intuição de mãe? Não sei. Só acho que não preciso incomodar Lucas com isso.
JL: Sabe o que eu tava pensando? Assim que os bebes crescerem um pouquinho mais, a gente podia fazer uma viagem de lua de mel...
Du: Ah, sei lá Lucas. Acho que não consigo deixar eles sozinhos...
JL: Por favor Du... Ia ser tão legal, só uns dias!
Du: Vou pensar no seu caso.

Dou um selinho em Lucas, e continuamos a comer.

Quando acabamos, desço para levar os pratos até a pia, e quando volto encontro Lucas se escorando na parede do corredor.
Du: Aonde você vai? Ta fugindo de mim? - Digo sorrindo.
JL: É que eu ouvi os bebes chorando, queria ver o que é...

Também escuto o choro, e digo.
Du: Deve ser fralda suja! Volta lá pro quarto que eu cuido disso.
JL: Mas eu quero te ajudar Du...
Du: Magina Lucas, tu não pode!
JL: Caramba, eu to me sentindo um inútil. Não posso fazer nada, to dependendo da sua boa vontade... - Meu marido faz bico, e eu não posso evitar de rir daquilo.
Du: Para de drama... - Falo chegando mais perto. - Não é boa vontade, depois vou cobrar tudo isso com juros. - Digo com um sorriso malicioso no rosto.
JL: Cobrar como? - Fala também sorrindo.
Du: Com serviços sexuais!

João Lucas começa a rir, quase gargalhar, e quando ele para, nós nos beijamos.

Os bebes voltam a chorar e eu me afasto de Lucas e vou ver o que acontece.

Conforme eu havia dito, fralda suja é realmente o problema. Troco e limpo meus filhos e os coloco novamente no berço. Canto algumas musiquinhas, e depois de um bom tempo, eles finalmente dormem.

Quando volto para meu quarto, encontro Lucas deitado na cama. Como será que ele se deitou sozinho? Devia ter vindo o ajudar... Chego mais perto, e vejo que ele está dormindo. Ao olhar o relógio, percebo que ele está mais do que certo.

Vou no banheiro para escovar meus dentes, e decido tomar um banho. Tiro minha roupa e entro debaixo do chuveiro.

Quando eu já estou toda molhada e ensaboada, vejo que não peguei a toalha.

"Droga, vou molhar o quarto inteiro..." Nem ao menos posso pedir pro Lucas, ele está todo travado naquela cama, não pode ficar levantando toda hora.

Quando acabo de tomar banho, desligo o chuveiro e tendo dar alguns pulinhos pra ver se a água escorre. Isso é patético!

Saiu do banheiro, e quando passo em frente a cama encontro Lucas sentado nela.
JL: Ual. - Ele diz.
Du: Já acordou?!
JL: Vem cá vem...
Du: Não Lucas, vou molhar o piso todo!
JL: É que eu to precisando da sua ajuda. - Diz com uma cara de dor.
Du: Que foi? - Pergunto. - Você não devia ter se sentado sozinho, podia ter esperado eu sair do banho... Ta doendo alguma coisa?

Lucas pega na minha mão, e me puxa forte. Eu quase caiu sobre seu corpo, mas consigo me apoiar na cama.
Du: Ta louco? Quase cai em cima de você...
JL: É que eu tava pensando aqui no que você me disse, esse negócio de "Pagar em serviços sexuais..."
Du: Aé? E o que exatamente você pensou?
JL: Pensei que não gosto de acumular dividas!

Lucas não diz mais nada, mais seus lábios parecem chamar os meus.

Eu me sento sobre seu colo, e segurando a sua cabeça, o beijo calorosamente.

Sinto que ele já está animado, e então começo a tirar sua roupa.

Lucas fica nu, e eu continuo a beija-lo, a sussurrar coisas em seus ouvidos e a morder sua orelha sensualmente...

O coloco dentro de mim, e começamos a fazer amor. Entre gemidos de prazer, e palavras desconexas, escuto um "Eu te amo" em meu ouvido. Tento responder, mais a voz me falha.

Não consigo ficar afastada da boca de Lucas nem por alguns segundos, nada de drogas e bebidas, os lábios de meu marido é que são meu maior vício.

Repetimos a dose mais de uma vez essa noite. Uma dose extremamente viciante, e que nos embriaga de prazer.

Quando amanhasse, ainda estamos acordados, passamos a noite inteira trocando carícias, beijos e fazendo outras coisas. É claro que no meio da madrugada paramos um pouco, mas eu tinha gastado tanta energia, que tive fome. Busquei algo para que nós pudéssemos comer, e depois voltamos a nos amar.

Olho no relógio e são 7:50, daqui a pouco os empregados chegam.
JL: Acho melhor a gente dormir...
Du: Eu não acredito na noite de hoje!
JL: Foi incrível, você foi incrível...
Du: Você também foi!

Dou um beijo em meu marido, e nós dois dormimos quase que simultaneamente.
( Algumas horas depois...)

Escuto uma batida na porta, e logo acordo. Levanto da cama, esfregando meus olhos, e me lembro de pegar o hobby.
Du: Que foi? - Pegunto assim que vejo Ana. - Aconteceu alguma coisa com meus filhos?
A: Não, desculpa te acordar... É que tem um homem lá fora querendo falar com a senhora. Eu não deixei ele entrar, porque nunca tinha ouvido falar dele, mas ele disse que é importante...
Du: E como se chama?
A: Fábio! Disse que é seu..
Du: Fábio? Meu Deus... - A interrompo.

Saiu do quarto e desço as escadas correndo. Não acredito que esse cretino está aqui.

Vou em direção a saída, e quando saiu pra rua, dou de cara com ele. Meu pai.
Du: A quanto tempo... Lembrou que tem filha? - Digo.
F: Uns nove meses né? Você estava grávida ainda...
Du: O que você tá fazendo aqui?
F: Vim conhecer meus netos... Sua mãe não veio porque estava muito ocupada, mais qualquer dia desses ela passa aqui!

Diz passando por mim e entrando em minha casa.
Du: Perai, quem disse que você é bem vindo aqui em?
F: Eu disse! Ah, já ia me esquecendo. - Diz assim que vê Ana. - Você tem que demitir essa empregadinha aí, ela não quis me deixar entrar...
A: Desculpe dona Du, é que eu não sabia se ele era mesmo seu pai...
DU: Você não tem que se desculpar, esse senhor não é meu pai. Nunca foi!
F: O sangue que corre nas suas veias diz o contrário!
Du: Eu até posso ter o mesmo sangue que o teu, mas tu não é meu pai. Nunca vou te considerar... Você sempre me tratou como um lixo, me esnobou...
F: E você sempre foi uma mal criada, mimada, nojentinha... Além de tudo preguiçosa, e pelo jeito não deixou de ser! Tava dormindo até agora é? - Diz olhando minhas roupas.
Du: O problema é meu! - Vou em direção a porta e falo - Caí fora!
F: Não antes de falar o porquê da minha vinda...
Du: Não era pra conhecer seus netos? - Digo irônica. Desde o começo sabia que não era isso.
F: Também, mas a verdade é que eu to precisando de grana!

Fico o encarando por alguns segundos, e depois começo a rir.
Du: Pô pai, tu se confundiu... Aqui não é banco não! Mas ó, é só seguir reto que você acha um! Agora vaza!
F: Olha o jeito que você fala comigo garota, ta com saudades das surras que tu levava quando era criança?!
Du: Se você encostar um dedo em mim, eu te coloco na cadeia! E como tu não é réu primário...

Meu pai vai até o sofá e se senta nele, olha pra mim e começa a falar.
F: To devendo 10 mil reais pra uns cara bem barra pesada aí... Me arrajna essa grana que eu te deixo em paz!
DU: Eu não tenho dinheiro...
F: Como não tem, olha pra essa casa?! Uma beleza...
Du: Eu não vou te dar um centavo!

Meu pai se levanta do sofá, vem até a mim e, chegando mais perto diz:
F: Garota, eu não me despenquei lá da minha casa até aqui pra sair de mãos abanando. - Grita. - Não sou obrigada a olhar pra essa sua cara horrorosa e não ganhar nada entroca! Anda logo e faz um cheque!
JL: Não fala assim com a minha esposa! - Grita Lucas do alto da escada. - A sua sorte é que eu to todo quebrado, porque se eu tivesse bem, tu ia levar umas boas porradas!
F: Fala baixo comigo seu marginal.

Lucas que estava só de calças e sem camisa, desce as escadas lentamente, e eu vou ajuda-lo.
F: Eu vi nos jornais que você sofreu um acidente... - Diz nos olhando. - Que azar em Eduarda? Por pouco você não herdou uma bolada!
Du: Cala boca! - Digo deixando lágrimas cair. Elas até que demoraram a aparecer...
F: Você que é o dono da grana né cara? Então, me faz um cheque de 10 mil aí, que eu vou embora!

Lucas olha para mim, como se perguntasse "Faço isso?" e eu balanço a cabeça negativamente.
JL: Você não vai tirar nada da gente, nem um tostão. Cai fora ou ligamos agora pra polícia!
Du: Vai embora daqui e não volta nunca mais!
F: Eu preciso desse dinheiro, to devendo pra gente barra pesada! Minha filha, por favor...
Du: Agora eu sou sua filha né? - Falo enxugando meu rosto. - Quando eu era criança, e você nem olhava na minha cara, eu queria escutar isso... Sinto muito, mas tu que resolva seus problemas sozinhos!

Fábio olha pra mim com muito ódio e se vira para ir em direção a porta.

Quando ele está a um passo da saída, olha pra nós dois novamente, e fala:
F: Um dia você vai precisar de mim Eduarda, e nesse dia eu vou ter MUITO prazer em dizer não! Passem muito mal... - Ele sai e bate a porta com força.
JL: Que cara nojento...
Du: É muito cara de pau! Ele praticamente expulsou a gente da casa dele quando fomos lá, e agora vem aqui pedindo dinheiro...
JL: Você ta bem? - Diz me olhando.
Du: Eu estou, mas e você? Como conseguiu se vestir e vir até aqui sozinho?
JL: Quando eu ouvi a voz desse cara gritando com você, não pensei em mais nada. Queria chegar aqui o mais rápido possível! Nem senti dor. Só vontade de te ajudar!

Dou um leve abraço em Lucas, sem aperta-lo, e fico sentindo o cheiro de seu corpo... Isso me acalma.

Subimos novamente pro quarto e, eu ao deixar Lucas na cama, vou dar uma olhada em meus filhos. Tento brincar com eles, me distrair um pouco, mas não consigo.

Estou angustiada, não sei porque!

Dizem que praga jogada pelos pais pega, e eu me estremeço toda só de lembrar do que o meu me disse "Um dia você vai precisar de mim Eduarda, e nesse dia eu vou ter MUITO prazer em dizer não!".

Balanço a cabeça negativamente, tentando tirar esses pensamentos ruins da mente, e começo a pensar em coisas boas.

Tudo está bem, as mil maravilhas... Não vai acontecer nada, não tem como!

Me convenço disso e sorriu ao olhar meus filhos. Os próximos meses serão felizes, tenho certeza disso... E espero que o resto do ano também continue assim!


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Notas finais do capítulo

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