Sempre te amei. escrita por AnaClaudiia


Capítulo 42
No hospital


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! :D



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Por João Lucas

"Onde estou?" Penso assim que volto a consciência. Minha cabeça dói, mas nem tanto quanto o resto do meu corpo... Tento me mexer, mas o único movimento que faço, aumenta minha dor consideravelmente.

Estou fraco, minha cabeça gira. Não consigo manter os olhos abertos! Devo estar sedado...

Faço força para me concentrar e consigo me lembrar do que aconteceu:

"Eu e Eduarda brigamos. Fiquei com muita raiva e decidi sair um pouco de casa. Queria conversar, pedir um conselho a alguém... Meu pai estava na Ísis, então resolvi ir até lá. No caminho, dirigia em alta velocidade, mas nada fora do sério. Tudo estava bem, uma música tocava no rádio, a rua estava quase sem carros... De repente, um automóvel vem em minha direção. O motorista estava tentando podar um caminhão e invadiu a minha pista.

Lembro de tentar desviar, mas não tive sucesso. O veículo acertou meu carro fortemente, me fazendo capotar.

Me sentia dentro de um brinquedo de parques de diversões, mas claro, sem achar a menor graça. Enquanto meu automóvel capotava, fiquei consciente por alguns segundos. Senti uma dor terrível na altura das costelas, e depois tudo escureceu."

Foi isso!

Fico feliz ao lembrar de tudo. Não que seja um lembrança boa, mas uma amnésia agora é tudo que não quero.Escuto o barulho de uma porta se abrindo, e logo ouço passos vindo em minha direção. Não abro os olhos, não tento ver quem é. Já sei de quem se trata! Conheço até seu jeito de andar, o barulho que seus sapatos fazem ao tocar o chão.
Du: Meu amor... - Ela está chorando. Consigo perceber por sua voz. - Fica bem por favor!

Sinto sua mão tocando a minha e, penso em fazer força para aperta-la. Não consigo.

Mas que droga! Se eu não estivesse sentindo meu corpo e as mão de Du, já ia achar que estou tetraplégico. Mas não, eu os sinto. O que não consigo é ter forças para me mexer, ou fazer qualquer esforço. Estou muito fraco.

Talvez eu precise de tempo para me recuperar... Tentarei dormir!

(horas depois...)

Quando acordo novamente, ainda sinto a mão de Eduarda segurando a minha. Ou eu dormi apenas por alguns minutos, ou ela ficou aqui comigo nessa mesma posição por horas. Provavelmente a segunda opção!

Eu estava certo sobre minha teoria. Acordo bem melhor... Ainda não tenho condições de pular o carnaval, mas já tenho forças o suficiente para apertar a mão de minha esposa.

E é isso que faço.
Du: Lucas?! - Diz, parecendo se assustar com meu toque. - Você ta me ouvindo, tu tá bem?

Abro meus olhos lentamente e vejo Eduarda me encarando. Ela tem lágrimas no rosto e seus olhos estão inchados de tanto chorar... Seus cabelos vermelho sangue estão amarrados em um leve coque que já está se desmanchando. Ela veste uma blusa meia manga, que deixa uma parte de seus braços nus, revelando um curativo em um deles.

Não consegui evitar um leve sorriso ao olha-la. Ela também sorri, e se debruça sobre meu corpo para me abraçar.

Por mais que ame sentir seu corpo no meu, dessa vez quero que ela se afaste o mais rápido possível. Solto um gemido de dor e, Du se levanta rapidamente.
Du: Meu Deus! Desculpa, foi mal, eu esqueci! - Fala, assim que se afasta.
JL: Tudo bem... - Minha voz reluta a sair. Digo tudo pausadamente.
Du: Eu pensei que nunca mais ia escutar sua voz! - Ela está chorando novamente.
JL: Você não vai se livrar de mim assim tão fácil - As palavras ainda saem com dificuldade, mas fico feliz em conseguir completar uma frase.
Du: Eu não quero me livrar de você nunca. Tu é o melhor de mim, eu te amo, tá?! - Fala, colocando suas mãos em meu rosto e me dando um selinho. - Me senti tão culpada. Se você morresse, eu ia morrer junto!
JL: Você me beijou? - Pergunto.
Du: Beijei... Por quê? Doeu? Foi mal eu...
JL: Não, não doeu... Mas esse beijo significa que você me perdoou?
Du: Significa que eu não consigo viver sem você, e, mesmo que tu pise na bola comigo, nunca vou ficar chateada contigo por muito tempo... Muito menos te ver sofrer e não sentir nada!
JL: E isso significa que você me perdoou? - Repito a pergunta, dessa vez com um sorriso nos lábios.
Du: Sim... Eu te perdoei! - Fala, e me dá um delicado beijo na boca. - Mas não se acostuma, eu não sei se consigo te perdoar novamente! Não me faça de idiota de novo...
JL: Não vai acontecer nunca mais, eu juro meu amor! - Lágrimas descem de meu rosto e Eduarda as enxuga com seus dedos delicadamente. - Sabe, nunca fiquei tão feliz em estar todo quebrado...

Du sorri, e pegando na minha mão diz.
Du: E eu nunca estive tão desesperada quanto nessas últimas horas...
JL: Se esse acidente serviu pra você me perdoar, até que não foi tão ruim assim!
Du: Foi péssimo... Você ta todo quebrado! - Ela sorri. - Eu ia acabar de perdoando de qualquer jeito, só não queria dar o braço a torcer.

Sorriu para ela e fico em silêncio por alguns minutos. Quando falo minhas costelas doem... Mas tudo bem, quando respiro acontece o mesmo.

Um dos meus braços está engessado, certamente quebrado, o outro, está recebendo sangue por alguns tubinhos. Devo ter precisado de uma transfusão.

Olho para Eduarda e percebo que só ela está no quarto.
JL: Minha família não apareceu? - Pergunto.
Du: Claro que sim... Mas seus irmãos foram pra casa e sua mãe desceu pra comer alguma coisa! Os médicos tinham dito que você não acordava hoje.
JL: Eu sou mais forte do que eles pensaram. - Sorriu.
Du: É o meu sangue que é forte! - Diz sorrindo também. - Só foi você receber ele que já começou a melhorar!

Olho para o lado e vejo um pacote de sangue com o escrito "O-". Ele tem pequenos tubos que seguem até meu braço e entram em minhas veias.
JL: Foi você que me doou? - Digo ainda olhando para o inscrito O-.
Du: Eu nunca fiquei tão feliz em ter um tipo sanguíneo universal! - Sorri. - Fui a primeira a chegar, estavam sem estoque no hospital, e como O- pode doar pra A...
JL: Obrigada! - Digo, encarando seus olhos, emocionado. - Você salvou minha vida!
Du: De certa forma, eu também salvei a minha! Não dá mais pra viver sem você, Lucas...
JL: Se eu tivesse forças, ia te agarrar aqui mesmo, nesse hospital!
Du: Seria uma bela forma de agradecer. - Diz, rindo. - Mas fica tranquilo, daqui a pouco você melhora... Recebeu o melhor sangue de todos!
JL: Vai ficar metida agora, é? Se você precisar, espero que nunca, eu te devolvo ele...
Du: Devolver o que? O sangue?! - Eduarda está feliz, não consegue tirar o sorriso do rosto. É bom saber que o motivo sou eu. - Você faltou em todas as aulas de biologia, garoto? Só posso receber sangue do tipo O.
JL: É, eu sei... Só tava brincando. - Disfarço.
Du: Aham, sei.

Eduarda começa a fazer carinho em meu rosto e isso me trás uma grande paz.
JL: Eu estou com algum machucado na cara? - Pergunto.
Du: Só com um corte bem pequeno perto da sobrancelha.. Por quê?
JL: Só queria saber se to bonitão ainda...
Du: Lindo, gostoso e maravilhoso... Como sempre!
JL: Quanto elogio! Assim vou querer ficar doente sempre.
Du: Credo! Vira essa boca pra lá. Não quero passar perto de um hospital tão cedo... Temos vindo muito aqui! Acho melhor a gente se benzer...

Riu do que ela diz, mas logo paro. Adivinha? Isso também faz doer meu corpo!
JL: Du, que horas são?

Eduarda olha no relógio e responde.
Du: Falta 10 minutos pras 22:00
JL: Você sabe se todo mundo já sabe do meu acidente?
Du: Acho que sim. O Blog do Téo noticiou!
JL: Mas e o meu pai?
MM: O que tem o seu pai? - É Maria Marta quem fala. Não ouvi ela entrar.
JL: É que meu pa...
Du: Ele ta delirando! - Fala na minha frente. - Deve ser os remédios...

Fico em silêncio. A desculpa que Du inventou é bem melhor que a minha... Quer dizer, eu não tinha uma desculpa. Ia começar a gaguejar e ela iria acabar entendendo que tem alguma coisa errada.

Minha mãe se aproxima de mim, e se abaixa pra me dar um abraço.
Du: Não, não... As costelas quebradas! - Diz antes que Marta coloque seu corpo sobre o meu.
MM: Havia me esquecido... - Diz se erguendo novamente. - É a empolgação de ver ele bem.

Minha mãe beija minha testa e eu lhe lanço um olhar de carinho. Ela se vira para Eduarda e começa a conversar.

Elas falam de mim. Maria Marta acarícia minha cabeça e Eduarda ainda segura minha mão. É bom ter as duas aqui. As mulheres que mais amo na vida. Claro que está faltando Martinha, mas sei que ela e o irmão estão em casa bem cuidados!

A única coisa boa de ficar doente é isso. As pessoas que amamos e que nos amam também ficam a nosso lado nos dando carinho.

Pelo que escuto, as horas esperando notícias minhas as deixaram mais próximas. Eduarda e Marta parecem amigas conversando. Escuto algumas tímidas risadas saindo de suas bocas.

Estou com algumas costelas e braço quebrados, com escoriações por todo corpo, mas ainda assim, tenho que agradecer por esse dia.

Podia estar morto agora. O acidente foi bem sério, no entanto, estou bem. Me recuperando, e totalmente lúcido. Tenho certeza que sairei desse hospital logo, e que minha vida com Eduarda voltará a ser a mesma.

Penso em nós dois, nos nossos filhos... Meu pai escondido em algum canto da casa, enquanto minha mãe nos visita. Esse é um bom pensamento, até me faz sorrir.

E é com essas coisas boas passando por minha mente, que adormeço.


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Notas finais do capítulo

Pensei em deixar ele muito mal, entre a vida e a morte... BUT, fiquei com peninha da Du e decidi que tudo vai dar certo logo hahaha Deixa eles serem felizes um pouco... ( só um pouco)