Sempre te amei. escrita por AnaClaudiia


Capítulo 33
Alfredinho, doente?




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Por Eduarda

Abro meus olhos e vejo que já anoiteceu. Lucas está dormindo ao meu lado, fico o olhando e começo a rir... Ele faz um biquinho muito fofo quando dorme!

No fundo, sinto que o perdoei muito rápido. Ele não tinha o direito de me dizer aquilo... Mas é como Lucas disse, orgulho é inimigo do amor. Não vou ficar sofrendo atoa.

Deito minha cabeça novamente no travesseiro e olho de relance pro relógio: 23 horas. Meus filhos. Nós os esquecemos!

Dou um pulo e levanto da cama, e, enquanto procuro minhas roupas, acordo meu marido.
Du: Lucas, a gente esqueceu.. Acorda! Os bebes!

Ele se levanta da cama assustado e me pergunta ainda sonolento.
JL: Que foi Du? Eu falei que íamos buscar a noite...
Du: Acontece Lucas, que agora já são 23 horas! Sua mãe já deve estar dormindo, daqui a pouco é outro dia! Até a gente chegar na sua casa... Aff - Falo, terminando de vestir meu sutiã.

Lucas olha no relógio e fica surpreso.
JL: Cacete. - Diz indo buscar algumas roupas no closet - Minha mãe vai matar a gente!
Du: Ela já achava que somos irresponsáveis... Agora então! - Me sento na cama para vestir os sapatos e deixo uma lágrima cair - Que droga! Sou uma péssima mãe mesmo! Como pude esquecer eles?
JL: Caramba Du, não fica assim... - Diz, passando a mão por meus cabelos - A culpa não foi sua, tivemos um dia agitado, acabamos dormindo demais!
Du: Vamos logo então! - Falo me levantando da cama.

Pegamos a chave do carro de Lucas e vamos pra garagem.
JL: Ainda bem que eu te dei um carro né? - Diz se sentando no bando do carona e colocando o cinto - Senão a essa hora o meu que estaria lá perdido na frente da praia, e não teríamos como ir pra casa da minha mãe...
Du: Nada disso estaria acontecendo se você não fugisse toda vez que alguma coisa ruim acontece! Toda vez que você se magoa...
JL: Como se tu fizesse diferente! - Diz, me encarando.

Olho para Lucas e apesar do nervoso, não consigo deixar de rir. Ele tem razão, nós dois fazemos isso!

Acho que estou um pouco brava. Não com ele, mas sim comigo. Maria Marta com certeza vai nos questionar o motivo do nosso super atraso.... Não quero lhe falar sobre a reconciliação, não posso contar o motivo da briga. Ela com certeza vai pensar o pior de mim.

Ligo o carro e já saindo da garagem digo.
Du: Ontem sua mãe me fez um monte de perguntas, eu disse que quando buscasse os bebes explicaria... E agora? Eu falo o que? "Oi sogrinha... Então, me atrasei porque estava transando loucamente com seu filho.. Sabe como é, né? Mas não fica brava não, só estávamos nos reconciliando, é que brigamos sério hoje mais cedo! O Lucas me pegou beijando um cara ontem... Mas tá tudo tranquilo entre a gente, pode ficar na paz!"

Lucas, que estava olhando pela janela, volta seus olhos pra mim e diz rindo.
JL: Acho que se você contar assim, ela te mata!
Du: Pois é! Ainda mais agora... - Digo, me lembrando de uma conversa que tive com Marta ontem - Eu te contei que o chá da tarde que sua mãe foi tomar, era junto com a Priscila?
JL: Já era de se esperar! As duas sempre foram amiguinhas mesmo... Priscila gostava mais da minha mãe do que de mim!
Du: To preocupada Lucas, e se sua mãe inventar de querer juntar você com essa aí? Se ela fez isso com o Zé Pedro, pode fazer conosco...
JL: Relaxa Du, eu não sou o banana do meu irmão! E outra, eu te amo, nada vai me separar de você!

Tiro meus olhos da rua e os fixos em Lucas. Sei que o que ele diz é verdade, ele já provou que me ama. Não consigo evitar um sorriso!
Du: Em você eu confio, o problema é sua mãe... Ela não desiste até conseguir o que quer!
JL: Mas Du, a Priscila tá falida. Pobre por pobre, ela deve preferir você... Um divórcio a menos na família!
Du: Até que você tem razão - Falo, rindo - Uma família tradicional como a nossa, não pode ter divórcios...
JL: Ai que bonitinho...
Du: O que? - Digo sem entender.
JL: Você dizendo "Uma família tradicional como a NOSSA" Gostei de ouvir isso! Que a minha família também é a sua...
Du: Que bobeira, eu já devo ter dito isso milhares de vezes!
JL: É que eu acho fofo! - Diz, tentando me beijar.
Du: Tá louco Lucas? Assim eu bato com o carro! - Falo, me desviando de seus beijos.
JL: Tá certo, nossos filhos estão muito novos pra se tornarem órfãos... Mas acelera aí! O quanto antes chegarmos melhor!

Dirijo até a casa dos Medeiros e quando já estamos nos aproximando do prédio, podemos ver que as luzes do apartamento estão acesas.
Du: Caramba.. Eles não dormiram ainda!
JL: Devem estar nos esperando. Se prepara, vamos ouvir muito da minha mãe!

Estaciono o carro na antiga vaga de Lucas na garagem e logo vamos para o elevador.

Tocamos a campainha e Silviano nos atende.
S: Graças a Deus chegaram! Liguei pra casa de vocês 1 milhão de vezes... Só dava ocupado!
JL: Poxa, eu devo ter deixado fora do gancho... Foi mal pelo atraso, a gente acabou dormindo! - diz já entrando na casa - Dona Marta está muito furiosa?
S: Ela até estava, mas esse sentimento foi substituído por preocupação!
Du: Como assim? Preocupação com a gente? Ou.. - Digo, começando a ficar com medo. Silviano está estranho. Alguma coisa aconteceu!
JL: Silviano, cadê nossos filhos? Estão no meu quarto?
S: A pequena Marta está, Clara cuida dela nesse instante... Mas Alfredinho el..
Du: O que aconteceu com o meu filho, cadê ele? - Meu coração acelera, já estou ficando desesperada.
S: Ele começou a ter febre e Marta achou melhor leva-lo ao médico!

Fico estática por alguns segundos. Não posso acreditar, meu filho, doente. Corro para chamar o elevador, os segundos que ele demora pra chegar até meu andar parecem uma eternidade.

Quando o cubículo de metal finalmente chega, entro rapidamente.

As portas estão quase se fechando, quando Lucas me grita.
JL: Segura a porta! Me espera.

Coloco a mão na saída do elevador e assim impeço que as portas se fechem.
Du: Que droga Lucas, vamos logo! - Digo já chorando.
JL: Eu estava perguntando em que hospital ele está.. Ou você quer rodar a cidade inteira a procura dele?
Du: Não sei, só quero chegar rápido! Mas e aí, onde sua mãe levou ele?
JL: No mesmo hospital que você deu a luz!

Assim que o elevador chega na garagem, nós dois vamos em disparada pro carro. Eu até tentei ir dirigindo, mas Lucas não permitiu. Estou nervosa demais pra isso!
Du: Será que ele está bem? - Digo chorando.
JL: Ta sim Du, notícia ruim chega rápido!
Du: Chega como? Não trouxemos celular, você até estragou o seu... Não teria como nos avisar, sabe lá Deus o que está acontecendo com ele!
JL: Porra, Du! Assim você me deixa mais preocupado ainda. Vamos ter pensamento positivo!

Nos direcionamos para o hospital em uma velocidade absurda. Nem brigo com Lucas, por mim aquele carro podia passar dos 300 km por hora, a única coisa que quero é chegar logo!

Quando finalmente chegamos, meu marido estaciona o carro de qualquer jeito e corremos para a recepção do hospital. Uma mulher aparentando seus 40 e poucos anos nos atende.
R: Pois não? - Diz, calmamente!
Du: Meu filho? Cadê? - Já estou à beira de colapso.
JL: O nome dele é José Alfredo Neto!

Após consultar em seu computador, elas nos diz:
R: Ele deu entrada sim.. Está fazendo exames!
Du: Eu quero vê-lo! Agora! - Digo enxugando minhas lágrimas.
R: Desculpe, mas ele já está com a avó. Só uma pessoa pode acompanha-lo.

Vocês podem esperar ali - Fala, apontando para um sofá - Assim que eu tiver notícias aviso vocês...
Du: Eu sou a mãe dele! Tenho direito de acompanha-lo. Ele é só um bebe!
R: Senhora... Assim que puder permitirei a entrada de vocês! Se calme!

Me acalmar... Minha vontade nesse instante é voar no pescoço dessa mulher. Como pode ficar tão tranquila vendo meu desespero?

Entretanto, apesar da raiva, resolvo seguir seu conselho. Por mais que eu ainda queira invadir aquele hospital à procura de meu filho, sei que isso não vai adiantar.

Lucas se senta ao meu lado e logo coloca seus braços envolta do meu corpo.
Tendo pensar positivo. Lucas tem razão, não deve ser nada. Crianças costuma ter febre...

Não sei o que acontece, só a ideia de que ele deve estar sofrendo já me faz sentir uma dor gigantesca no peito. Estou com o coração apertado!

Saio dos abraços de Lucas e ao olha-lo percebo que ele não está tão preocupado. Pelo menos não aparenta...
Du: Como você consegue ficar tranquilo?
JL: E quem disse que eu estou tranquilo, Eduarda? Só não estou desesperado, não posso ficar! Preciso estar firme pra segurar a sua barra...

Meu marido sabe que se ele estiver mal, eu ficaria pior. Preciso da sua calma para me confortar. O abraço novamente, e ele me aperta junto ao seu peito. Ficamos assim por alguns longos minutos, até que finalmente a recepcionista nos chama.
R: Terminaram de fazer os exames, agora ele já está no quarto. Vocês podem entrar!

Um enfermeiro nos guia até uma porta, e quando a abro encontro Maria Marta com meu filho nos braços.
Du: Ele tá bem? - Digo pegando Alfredinho.

Eu o abraço e começo a chorar. Tive medo de não vê-lo mais!
MM: Está bem sim, o pediatra já passou um remédinho para ele e a febre abaixou.. Os exames não mostraram nada!
JL: Graças a Deus!

Olho pra João Lucas e ele está chorando. É de alívio!
Du: Mas o que ele teve, em? - Digo colocando meu filho nos braços do pai.
MM: Nada de grave, bebes pequenos tem febre mesmo... Eu o trouxe porque fiquei preocupada, as crianças estavam sob minha responsabilidade!
JL: Obrigada, mãe! - Diz, ainda com lágrimas nos olhos.
MM: Agora vocês tem que me explicar o motivo, o porquê de não terem buscado eles... Ah, e a Eduarda ainda não me disse qual a razão de ter dormido em minha casa.
JL: Mãe, é uma longa história... Agora não dá, outro dia a gente te conta!
MM: Outro dia... Tudo bem, passo na casa de vocês! - Marta pega sua bolsa e vai em direção a saída - Ele tem alta amanhã cedo! Quem vem comigo, e quem fica com ele?
Du: Como assim?
MM: Ué, vão deixar a Marta sozinha de novo? Ela vai esquecer que tem pais...
Du: Meu Deus, somos os piores pais do mundo! Tinha me esquecido da Martinha...
JL: Eu vou ficar com ela, você cuida do Alfredo! - Diz me dando um rápido selinho - Não fica triste, tá? Amanhã tudo volta ao normal... Nós quatro, na nossa casa, felizes e juntos!
Du: Jura? - Digo o abraçando.
JL: Juro! Ta tudo bem já... Ele tá bem, a Matinha tá bem! Nós estamos bem... - Diz me beijando.
MM: Será que dá pra parar com essa melação? Tenho que ir embora, estou morrendo de sono!

Eu e Lucas rimos. Mas Marta tem razão, já é tarde, Lucas tem que ir.
JL: Venho buscar vocês dois amanhã cedo! - Diz me dando um selinho de despedida.

Me sento em um pequeno sofá e com meu filho nos braços começo a nina-lo. Fico o olhando, reparado em cada traço de seu rosto... Não consigo mais viver sem ele, sem a Marta, sem Lucas... Hoje minha vida se resume a 3 pessoas!

A noite demora a passar. Enquanto meu filho dorme tranquilamente, eu não consigo pregar o olho. A todo instante confiro se ele está bem.

Quando finalmente amanhece, o pediatra vem o consultar.
Dr: E então, como ele passou a noite? - Diz conferindo sua temperatura.
Du: Ele dormiu praticamente a noite inteira... Eu já dei de mamar hoje cedo!
Dr: Ele não está com febre - Diz conferindo o termômetro - Acho que ele pode ir pra casa sim, mas se voltar a ter febre, o traga pra novos exames!
Du: Sim, Doutor! - Digo animada.
Dr: Em alguns minutos trago a alta dele!

Assim que o médico sai, a porta se abre novamente. É meu marido.
JL: Bom dia! - Diz me dando um beijo - E como nosso garotão passou a noite?
Du: Muito bem. Já recebeu alta... E a nossa princesinha? Como passou?
JL: Passou bem... Mas está morrendo de saudades da mamãe!
Du: Ai, cadê ela? Também to com saudades...
JL: Já está em casa, com meu pai! Ele ficou super preocupado com o Alfredinho!

Ficamos esperando nossa alta, e assim que ela chega vamos para o carro.

É Lucas quem dirige. Eu estou morrendo de sono, cochilando pelos cantos.Quando chegamos em casa, somos logo recebidos por meu sogro. Ele realmente estava preocupado.

Depois de brincar com o avô, levo Alfredo para seu quarto. O coloco no berço e vou olhar minha filha. Martinha dorme tranquilamente.
Du: Ela não parece estar com saudades.. - Digo para Lucas que está ao meu lado.
JL: Ah, claro que está - Diz me abraçando. - Mas não é só ela não!

Lucas me beija calorosamente, mas eu logo o interrompo.
Du: Nem vem, hoje eu sou dos meus filhos!
JL: Não pode nem uns beijinhos?
Du: Hm.. Vou pensar no seu caso! - Digo rindo - Agora eu vou tomar um banho pra tirar esse cheiro de hospital... Você pode fazer o mesmo com o Alfredinho?
JL: Claro!

Vou para minha suite e após tirar minha roupa, entro debaixo do chuveiro. Uma ducha morna é tudo que preciso agora.

Quando saio do banho, visto uma roupa bem confortável e vou até o quarto de nossos filhos. Lucas já esta trocando Alfredo.
JL: Nosso meninão já esta todo cheiroso! - Diz se abaixando e dando um beijo em sua barriga.

Ajudo Lucas a terminar de vestir nosso bebe e depois, quando ele dorme, vamos para nosso quarto.
Du: Eu to acabada. Morrendo de sono...

Lucas pega em minha mão, e me arrasta pra cama.
JL: Vem cá! - Diz me puxando para perto dele
Du: Ai Lucas, to cansadona... Não vai rolar hoje!
JL: Eu sei Du, eu não penso só nisso. Só quero que você durma aqui comigo, até eles acordarem!

Me aconchego no peito de Lucas, e ouvindo o barulho de seu coração adormeço.

Tudo está tranquilo agora. Tudo está no seu devido lugar: Meus filhos saudáveis em seu quarto e eu perto do meu amor.


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