Henrique acorda em um ambiente calmo e vazio. É uma clareira no meio da floresta. Seus olhos focam tudo e ele sente que um pouco dos seus ossos estão doendo. Ele se senta e vê que esta usando menos roupas do que na noite passada – alguém pegou sua calça jeans e a camiseta que ele usava por cima. Ele esta seminu e sua cabeça dói com as lembranças.

Rael Coelho interrompendo a conversa dele com Rafa Capoci, o garoto que o estava ajudando a planejar uma surpresa para sua namorada, Taffara Kauane. E depois, os dois brigando no chão e depois ele mesmo caindo.

Henrique olha para o alto e vê o alto do monte, confuso. Como conseguiu sobreviver a uma queda dessas? Foi milagre? Seus ossos continuam em perfeito estado, mas ele caiu – essa lembrança é clara e pode até mesmo persegui-lo pelo resto de sua vida.

E então ele olha para o lado e vê algo brilhando. Seu celular. Está cheio de ligações não atendidas, mas ele não vai responder nenhuma das chamadas.

Vai é fazer uma.

Ele disca o numero e sua Mãe atende o celular, pelo horário, já deve estar na casa do rancho do avô severo dele, Arthur.

– Filho? – a mãe guincha pelo telefone.

– Mãe, eu preciso da sua ajuda.

– No que? Filho, onde você se meteu?! Sua namorada ligou umas dez vezes para cá e...

– Mãe! – ele a interrompe secamente. – Dá pra fechar a boca e passar o celular para o meu irmão?

Pelo silencio do outro lado da linha, funcionou. A voz de seu irmão da mesma idade, mas não seu gêmeo, atende o celular.

– Henrique? – seu tom é inocente e confuso. – O que foi, irmão?

– Roberto – ele suspira e olha ao redor da mata. – Meu irmão, eu preciso da sua ajuda.

– Pra que? – Roberto é curioso.

– Só venha me ajudar – ele engasga um pouco. – Sofri um acidente e quero que você venha me buscar. Estou aqui, em Vallywood. Venha logo, estou a sua espera.