A Magia que Para O Tempo escrita por Amigo Anônimo


Capítulo 3
III - Reencontro inesperadamente desagradável


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora.
Amanhã corrigirei os erros novamente (Estou com muita pressa)
Espero de gostem e obrigado pelos comentários, acompanhamentos e favoritos ^--^



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– Rima...
Voltando dois passos e procurando pelo salão de onde vinha aquela sensação familiar, Amu se decepcionou ao não ver o que queria, mas sim um rosto de um alguém que caminhava em sua direção.
– Perdida, minha querida? –Disse um homem de cabelos roxos e olhos castanhos, visíveis por conta dos pequenos buracos feitos para a visão na máscara. Aparentava ser um pouco mais velho e tinha mais estatura, comparado à rosada.
– Como? –Perguntou sem entender a aproximação repentina dele, e então logo concluindo que deveria ser mais um dos esnobes interessados em jovens como ela – Não, eu já estou de saída.
“Estranho. De onde veio essa mesma sensação de poder semelhante ao da Rima?”
Sem querer ficar ali por mais tempo, a moça se virou de costas para o homem de cabelos roxos e apressou o passo para que pudesse alcançar Ami e Yaya.
– "Perdida, minha querida?" –Yaya fez uma pose estranha e uma voz forçada, na tentativa de imitar uma masculina, assim que entraram na carruagem, já à caminho para casa.
Junto dessa fala veio uma risada que não pode ser contida pela parte de Ami e um olhar inicialmente surpreso, e posteriormente de desaprovação de Amu.
– Bem popular entre os rapazes, pois não?
– Yaya, não estou a fim de papo furado.
– Aliás, eu te vi por um instante fora do salão com alguém. Não pude ver o rosto e nem definir se era um conhecido. Era seu novo admirador secreto? –Juntando suas duas mãos, a ruiva fazia um bico e uma pose com o corpo levemente inclinado para lado, cutucando a rosada com o cotovelo na intenção de irritá-la mais.
– O qu... Yaya, tu estavas espionando-me?! –Ela se virou para Yaya, encarando-a incrédula. – Ah, não importa. Apenas pare de me observar com esses teus olhos gigantes interessados na vida dos outros antes que eu tire a tua visão junto com todos os teus outros sentidos.

– Tão adorável –Disse Ami em um tom carregado de ironia, merecendo risadas de Yaya.
– Não se pode mais vir acompanhada de um homem que já começais com as vossas fantasias –A rosada encostou a cabeça próximo da janela da carruagem, cruzando os braços.
– Que houve? Normalmente você não ficaria tão irritada –A garota com feição infantil desfez a sua careta e ajeitou a posição no banco.
– Apenas decepcionada. Não encontrei o que queria hoje.
– Mas tu também sentiste aquilo, não é mesmo? É um sinal, Amu. Significa que está próximo, ou até mesmo bem debaixo do nosso nariz.
– Sim... Eu senti.
– Então, tu não te preocupas. Estamos contigo.
Hinamori forçava um sorriso, querendo muito acreditar naquelas palavras, mas já sabia que quando a hora chegasse não haveria piedade ou misericórdia no mundo que fizesse ela repetir essas palavras novamente. Ela já sabia o que estava fazendo.
Já em casa onde todos dormiam, inclusive Amu, um estrondo vindo do primeiro andar despertou a rosada, a fazendo levantar rapidamente e pondo a caminhar para fora do quarto com passos cautelosos para não fazer barulho, tanto para não acordar ninguém como para não chamar a atenção do que estava lá fora.

Acostando-se à parede da sala e espreitando pela vidraça, a moça via uma criatura deformada, cor escura e com um olho grande e vermelho onde deveria ser a sua testa.
Procurando a sua possível arma, Amu encontrando uma faca na cozinha e correu já sem se preocupar muito se fazia barulho ou não, mas mesmo assim seus passos eram silenciosos. Abrindo a porta que dava acesso à área violentamente e se espantar com a criatura que já estava na sua frente à espera dela. Desviou-se de um ataque curvando o corpo e surgindo atrás do monstro, chutando-o para longe e correndo até ele, enfiando uma faca no seu olho antes mesmo que pudesse atacar novamente e logo após fazer isso, a criatura jorrou um pouco de sangue e se dissolveu.
Onee...-chan?
Virando-se para a irmã mais nova, Amu via um rosto apavorado encarando o sangue nas mãos e a faca que a rosada carregava.
– Ami... –A mais velha caminhava para se aproximar da imouto¹.
– Não! –Ela recuou. – Eu... Eu estou bem, ainda preciso me acostumar com isso.
Parando de andar e encarando a morena que evitava um contato visual, Hinamori Amu se aproximou apenas para pegar uma roupa que estava perto da porta e se virou de costas, se retirando dali sem muita pressa.
“Eu sei que esses demônios são bem normais, a onee-chan fazer isso para nos proteger, mas..."

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Adentrando em um canto vazio qualquer, Hinamori Amu se despia e se trocava apressadamente e logo retornava às ruas do reino que ainda não tinha muita iluminação do sol, pois estava no começo da manhã.
– Está frio... –Escutou alguém dizer com a voz trêmula, não temendo em entrar na vereda e abeirar-se do dono daquela voz, encontrando um garoto se escondendo em um beco desprovido de luz, uma criança com roupas já velhas e sujas, assim como sua pele que devia branca.
– Quem é?! –Ele se afastou e pegou um pedaço de pau ao seu lado, agarrando-o com as duas mãos.
– Não irei lhe fazer algum mal –A rapariga de cabelos rosados se aproximou um pouco mais, entretanto deixando um intervalo de espaço entre eles para que o garoto pudesse se acalmar.
– Não confio em tu! És alguma enviada do rei que veio para me buscar, não é? Saia! Recuso-me a servir aquele monstro! –O pequeno gritava bravamente, mas Amu pôde perceber que as mãos que segurava o pedaço de madeira estavam trêmulas.
Um momento de silêncio.

Hinamori olhou para os lados como algo tivesse chamado a atenção, fazendo com que a criança estranhasse.
Shh... –A moça colocou o dedo indicador próximo aos lábios. – Parece que estão se aproximando.
– O qu...?! Pff...! –O menino teve a boca calada por mãos macias, tendo o corpo encostado junto ao da garota que apoiava as costas na parede e procurava não produzir ruído. O mais novo percebeu o que a rosada queria dizer, vendo os guardas do rei passando por ali, provavelmente à procura de meninos como ele.
Se distanciando com cuidado para não pisar em nada que fizesse algum barulho chamativo, o menino encarou a moça, procurando os seus olhos mesmo na escuridão. Algo o assustou: Por um momento, pensou ter visto olhos de orbes douradas. Okay, até aí normal. Mas, o que realmente o fez ficar pasmo foi pensado ter visto um relógio a movimentar os ponteiros dentro do olho dela.
– Está tudo bem?
– Sim... –Fechou os olhos por certo tempo, até que sentisse que tinha voltado à realidade. – Moça, quem é você?
– Amu. Hinamori Amu. Meu nome não é de grande importância, o que realmente me preocupa é tu. Vamos, eu irei levar-te até a tua moradia, teus responsáveis devem estar a preocupar-se.
– Eu... Hmm... –Desviou o olhar para a parede, em busca de fazer com que a moça, que se dizia chamar Hinamori Amu, não percebesse que estava quase a soltar soluços e novamente chorar, porém dessa vez não se assegurava que iria fazer isso silenciosamente como da outra vez, na qual fez desse modo com o intuito de uma fuga silenciosa e despercebida.
– Tudo bem. Se não queres voltar, deixa-me ao menos cuidar de tu por essa noite, assim está bom?
Ele apenas afirmou com a cabeça. Fazer com que palavras saíssem de sua boca só deixaria mais claro o seu nervosismo, pois sua voz acabaria falhando.
Os barulhos vindos de dentro daquele pequeno local denunciavam que as pessoas daquela casa estavam acordadas.
Amu-chii! –A típica "festinha de boas vindas" da ruiva foi feita, com ela a envolver os braços no pescoço da rosada depois de quase pular nela. – Bem vinda de volta!
– Estou de volta. Yaya, me solta. Estás quase a derrubar-me no miúdo.
– "Miúdo"? –Yaya desfez o abraço e se curvou até ver de quem Amu se referia. – Oh, temos visita, que alegria! E o nome? –Esboçou um sorriso no rosto, se abaixando para ficar da altura da criança que antes estava um pouco assustada ao conhecer as pessoas com quem Hinamori convivia.
Huh? Visita? –Ami parou de limpar as verduras.
– Sim. Olhe só que fofo, Ami-nyah!
– S... Syo –Todos voltaram a atenção para o pequenino que tinha decidido finalmente falar.
– Oh, teu nome? –Ele balançou a cabeça em afirmação. – Ele não é realmente fofo, Ami-nyah?
Passando pela ruiva e pela criança, que estava quase mudando de idéia de ficar ali ao lado de certo alguém com um olhar de quem estava a admirar um novo brinquedo para cima dele, Amu puxou a orelha de Yaya, colocando a força suficiente para chamar a atenção da rapariga:
– Yaya, ele não é o teu boneco.
– Dói, Amu-chii! Ah... Mas, olhe. Ele é tão pequenino e delicado como tal.
– Não, Yaya.
Novamente uma pequena surpresa foi aprontada pela parte do garoto assim que se pôs a rir da situação.


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Com o passar de uma noite inesperadamente divertida, que na opinião de Syo tinha se passado muito rápida, já pela tarde do outro dia Amu estava a dar mais outro banho nele.
– Syo, eu gostaria que você me levasse aos teus familiares. É necessário que eu fale com eles, espero que tu entendas.
– Tudo bem. –Era visível que o desânimo tinha retornado ao menino, mas ao menos Amu pôde, enfim, convencê-lo de voltar para casa.
O menino se vestiu com suas roupas novas, dadas como presente, e saiu acompanhado de Amu. Yaya até gostaria de ir, mas tinha um compromisso marcado e Ami tinha que cuidar da colheita e dar um banho em certo animal doméstico.
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– Syo, fique atrás de mim. –Disse Amu em um tom de aviso, pois via à distancia guardas do castelo na vila, onde Syo dizia ser o local da sua casa.
A jovem se aproximou calmamente, ainda mantendo a postura natural, mas com um ar mais sério que antes.
– Senhorita, aqui é uma área restrita. Estamos limpando tudo por aqui. –Um guarda impediu a passagem de Amu.
– Estou a procura de conhecidos. –Explicou. – Poderia me explicar o que foi que ocorreu aqui?
– São assuntos confidenciais. Sinto muito, mas não lhe devo explicações.
– Deve. –Respondeu. – Eu estou procurando duas pessoas, é tão difícil assim falar onde estão? Quero saber, tenho o direito de saber! Não me importa os teus planos com o rei, apenas me diga onde estão os moradores dessa vila.
– Ora, mas...! –O homem já ia quase agredindo fisicamente a moça que insistia em discutir e começava a provocar mais, quando um rapaz o impediu. A moça reconheceu o moreno sem precisar forçar a memória. A imagem mais conhecida e popular no reino era fácil de lembrar, pois era um assunto diariamente tratado.
– Peço-lhe que não tenha a ousadia de levantar a mão à uma dama, apesar de que já deveria saber disso sem eu lembrar-te. –Ikuto interveio, largando o pulso do homem.
– Perdoe-me –O guarda curvou-se. –, Mas essa garota está a passar dos limites, ela estava em busca de informações dos habitantes da vila e... –Viu uma criança a se encolher atrás da rosada, agarrando a roupa dela. – Olhe! Deve ser um deles!
O moreno observou a criança e trocou olhares com Amu, quando seus olhos chamaram a atenção dele, pois eram dourados tais como o da garota que, por vezes, passava em sua mente. Tinha ficado sem reação por um tempo, porém logo recuperou a consciência e se pôs a falar:
– Essa criança deve vir conosco.
– Não deixarei que o levem! –Ela segurou firmemente a mão de Syo, determinada a nunca soltá-la.
– Por favor, não complique as coisas. É uma ordem do rei.
– Pouco me importa "o rei". Ele ficará comigo!
Franzindo as sobrancelhas, Ikuto fez um gesto com a mão, chamando os guardas.
– Estamos apenas tentando ajudar, poderia ao menos compreender isso? –Falou para a rosada que se debatia com os guardas que a seguravam.
Hinamori encarou o moreno de cabelos azulados com desgosto, diferente daquela noite, sentia-se fervendo por causa daquele garoto. Com a fala anterior, ela soltou uma risada de ironia e já não hesitou mais em ter cuidado com as palavras:
– Ajudar, O.K. Não vejo ajuda alguma vinda da parte de vocês! –Um guarda pegou Syo pelo braço e o levou para dentro da carruagem, este que já tinha uma expressão de pavor estampada no rosto, não melhorando o humor da rosada. – Solte-o! Solte-o agora!
– Quieta! –O guarda que a segurava pela esquerda ordenou, e logo após a soltou assim como o da direita, logo que o príncipe pediu para que a soltassem.
Se agachando na frente da garota que estava com a cabeça baixa, esta que pensava seriamente em avançar no príncipe, ele estendeu a mão à ela, mantendo-se calmo e paciente:
– Por favor, tente me compreender.
Tch, não estou interessada em compreender a droga dos motivos que o leva a fazer isso. –A moça, já sem pensar em nas conseqüências de seus atos, bateu na mão que a oferecia ajuda.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, mandarei o próximo capítulo e a imagem de como seria o Syo assim que puder.



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