A Verdade contada por Foxy escrita por Lucky


Capítulo 1
Eu te Encontrarei de Novo. Algum dia...


Notas iniciais do capítulo

Pode estar um pouco confuso, mas espero que gostem :3



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Autor POV

Foxy. O velho capitão Foxy. O grande pirata que já viveu tantas aventuras, hoje, está cercado de poeira, enferrujado, cercado de insetos (alguns que nem conhece), numa sala de serviço sendo considerado um brinquedo quebrado, esperando o conserto que nunca vai receber. Roubaram-lhe a vida; e sofre até hoje por isso. "Provavelmente, morrerei logo, naquelas condições precárias - pensou ele em silêncio enquanto algumas baratas rodiavam seu furo no peito- Bom, já que logo vou bater as botas, vou remecher no meu baú de lembranças. Lembranças... de quando ainda tinha uma vida".

Vida. Uma coisa que ele não tem há muito tempo. Ele não mais vive, apenas, sobrevive.

Então ele lembrou: Lembrou de quando tinha seis anos, e a promessa que tinha feito com aquela menina... Onde será que ela está agora? O trato foi que: eles se encontrariam de novo, algum dia. "Agora percebo que nosso trato nunca vai se realizar" pensou ele.

Naquela época, Foxy... Ou melhor, Jack, tinha seis anos e era um menino solitário. Sofria bulling por ter cabelos ruivos. E assim viveu, até aquela menina entrar na creche: uma menina loira com olhos verdes cabelos curtos e loiros num tom tão claro que parecia branco que ia até o ombro. Ela o protegeu dizendo:

_E daí que ele é ruivo? Pelo que eu saiba, ele ainda é um ser humano, certo?

O resto dos meninos ficou quieto, até Jack, o menino que sofria bulling olhou surpreso pra ela.

_ Eu, particularmente - continuou - acho lindo esse cabelo rente ao vento.

Depois disso, ela fez uma coisa que todos em volta ficaram surpresos: ela o beijou na bochecha, o que fez com que Jack e a menina corassem.

_Venha - ela esticou a mão para Jack - vamos brincar.

Na época, ela era a única amiga de Jack. Eles faziam tudo juntos: desde sentar junto na cantina até esperar os pais sentados no banquinho. Essa foi a primeira experiência boa para Jack, pois finalmente ele tinha uma vida, uma vida feliz. Com aquela menininha, cujo mais tarde descobriu que o nome é Tiffany.

Havia se passado um ano, mais ou menos, com os dois vivendo assim. Até que um dia, Tiffy precisou de ir embora, pois se mudaria para uma cidade muito longe. Seu trem partiria logo. Mas, antes de ir, eles se encontraram na ferrovia de trem, cujo ela iria embora, e fizeram uma promessa; a promessa de que ele um dia, se reencontrariam. Eles uniarm os dedinhos e disseram ao mesmo tempo:

_Nos encontraremos de novo!

Nisso, a mãe dela chegou, e a puxou pela mão até o trem.

_Tchau Tiffy! - gritou Jack quase chorando.

Depois disso, Jack voltou a sofrer bulling, mas dessa vez, por não ter amigos e ser "solitário". "Como ter amigos se todos me odeiam?" pensava ele, mas não podia falar o que pensava, ou então, apanharia.

Jack contou pra mãe, que reclamou na diretoria, mas não fizeram nada a respeito. Sim, ele já tentou mudar de escola, mas não dava certo: todo lugar que ia, era a mesma coisa:

_Além de solitário, tem esse cabelo horrivel. Agora entendo porque não tem amigos.

Jack já chegou a fraturar uma costela quando ainda era criança, como consequência de dizer o que sentia.

_Também sou um ser humano - gritou ele - não tenho culpa de nascer com esse cabelo! Aliás, como vou ter amigos se todos me-

Ele foi interrompido por um chute nas costas, tão forte que por pouco não atingiu a medula espinhal. Ele foi levado ao hospital, teve de operar, o que custou uma fortuna para a mãe de Jack. Por isso, Jack passou a morar na casa da Tia, pois a mãe começou a trabalhar em período integral para pagar as dívidas que tinha com o hospital. Mas essa tia, batia no menino por qualquer motivo, o que causou várias cicatrizes; a mais dolorosa foi em seu peito, que foi recebida quando ele quebrou acidentalmente um vaso de porcelana, e a tia lhe bateu com chicote.

E assim, ele viveu, durante 10 anos: sofrendo bulling na escola, apanhando no lugar que deveria ser sua casa. Com 17 anos, ele fugiu da casa da tia, se transfiriu para uma escola pública e passou a morar numa casa abandonada há pouco tempo. A mãe passava agora o dia inteiro rezando para que seu filho esteja bem, e feliz. Por um tempo, as preces funcionaram, mas depois, elas não foram atendidas.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? ~Lucky