White Lies escrita por M M


Capítulo 2
Capitulo 1 – Pureza.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/574575/chapter/2

A grande ocasião da noite! Um jantar. Reunindo as famílias Brehelt, Greendish e Diederich! Umas das três grandes casas dos duques.

O motivo?

Negócios.

E, casamento arranjado.

A família Brehelt queria juntar sua filha Elsie Brehelt com Joan Diederich.

Elsie descia as escadas em direção a uma grande mesa que fora posta no salão principal, para a reunião das quatro famílias.

Seu lindo vestido verde havia ficado perfeitamente bem nela.

Jaclyn Greendish, que exibia seu, exagerado, vestido rosa, admirava o vestido de Elsie com certa inveja.

Joan apenas riu baixo ao perceber o olhar fuzilante de Jaclyn contra Elsie.

A herdeira da família Brehelt se sentou em seu lugar na mesa. Em frente a Joan. Com Jaclyn em sua diagonal.

Joan era um típico garoto rico mimado.

Ele era loiro. Olhos verdes. Forte. Alto. Muito alto.

Jaclyn era magra e muito! Cabelos meio castanho e meio loiro. Olhos castanhos.

Era cômico em pensar que quando crianças, eles eram o tão maravilhoso trio de prata das cinco grandes casas dos duques! E hoje em dia praticamente se olharem como se fossem estranhos.

– Seu vestido esta bonito, Elsie. – murmurou Jaclyn a contra gosto.

– Obrigada, Jaclyn. O seu esta... Respeitável. – murmurou de volta.

Joan não pôde deixar de sorrir de orelha a orelha.

O jantar começou tranquilo.

Conversas sobre negócios.

Preparativos para o casamento arranjado. (Assunto cuja Jaclyn recusava-se prestar atenção.)

Sr. e Sra. Diederich comentavam animados com Sra. Brehelt sobre o casamento! Já Bronwen comentavam sobre negócios com a família Greendish. Ambos eram afiliados.

A noite terminou com o ultimo brinde, “boa noites” repetitivamente, despedidas, e beijos na bochecha. Por fim, o barulho das rodas da carruagem.

Elsie deitou cansada em sua cama, já vestida com o pijama, depois de ter tomado um banho relaxante. Suspirando. Odiava tudo aquilo. Odiava todas essas mascaras, todas essas fantasias. Ela queria um mundo só para ela.

Assim ela adormeceu. Começaria o dia com aula de piano. Sua segunda aula preferida, depois da aula de desenho.

~*~*~

O som doce, melodioso, do piano ecoava pelos corredores da mansão. Uma melodia delicada, pura. Tocada pela nossa querida Elsie.

Alene batia palmas, emocionada, depois que acabou a musica. A professora, Felicity, batia palmas, sorrindo fraco.

– Você esta indo muito bem, Elsie. Você esta cada vez melhor no piano. – a professora sorriu, parando de bater palmas.

– Que orgulho! - a mãe disse entusiasmada.

Elsie apenas sorriu.

Já estava no fim da aula de piano. Próxima aula, literatura. Ela gostava. Assim como piano e desenho. Mas ai chegava a aula de costura e depois de contas! Ela odiava isso!

Mas ela sempre soube que a imagem da mulher é de pureza. Ser submissa. Passiva. Delicada. Como pedras brutas que seriam lapidadas de acordo com as normas rígidas de educação! Eram transformadas em verdadeiras jóias! Que brilhavam nos bailes atraindo atenção para si!

Elsie não gostava desse tipo de hipocrisia.

Elsie não queria nada disso para si.

Ela não seria casar. Não queria ser submissa. Ela não queria ser delicada.

Ela queria ser ela mesma.

Mas, convenhamos, todos nos sabemos que, nessa época, é tudo baseado de mentiras brancas.

Mentiras brancas para criar uma nova mascara sobre si. Para agradar os outros. Para ser quem você não é.

A sociedade é constituída disso.

Elsie tomava seu chá da tarde em paz. Sozinha. No jardim. Gostava dessa calma. Só assim ela ficava em paz depois de um dia inteiro de aulas, que ela julgava serem inúteis.

Bateu a xícara com brutalidade sobre o pires.

– Elsie! - sua mãe, que se aproximava dela, ao ouvir, e ver, tal coisa, pareceu indignada. – Que tipo de comportamento é esse? – suspirou. – Você tem que bater a xícara delicadamente, sem fazer muito barulho, contra o pires!

– Sim, mamãe. Desculpa, mamãe. – suspirou.

– Enfim... Você sabe que seu casamento esta marcado para daqui a dois meses...

– Mamãe.

– E precisamos preparar tudo antecipadamente! Pode acontecer algum imprevisto! E seria vergonhoso decepcionar a família Diederich assim...

– Mamãe.

– Eu só quero dizer, Elsie... Que você tem que...

– Mamãe!

O silencio reinou. E Alene encarou a filha indignada.

– Elsie! - levantou bruscamente. – O que... Que modos... Você não pode interromper a sua mãe! Isso é contra as regras!

– Desculpa, mamãe. Não repetirei esse abominável erro novamente. – revirou o olhar. – Eu sou queria dizer que eu não quero me casar, mamãe.

– Como você não quer se casar?

– Eu não quero me casar com Joan. – a filha levantou. Ficando frente a frente com a mãe. – Eu não amo ele.

– ...

– Joan... Ele não é o rapaz certo pra mim, mamãe. Eu queria poder escolher com quem eu fosse casar!

– Elsie! - a mãe foi curta e ríspida. Segurou o pulso da filha com força, a puxando bruscamente. – Você não tem esse direito de querer desobedecer seus pais, Elsie! Você vai se casar com Joan sim! – soltou a mesma, a empurrando pra traz. Se dirigindo pra fora do jardim, com uma falsa calma.

Sua filha a encarava saindo do jardim, assustada e de olhos arregalados. Cerrou os punhos.

– Símbolo de pureza, é? – murmurou, sentando-se na cadeira novamente, e bebericando seu chá. Emburrada. – Acho que perdi a fome. – se levantou, saindo. Dando lugar para que Poppy pegasse sua xícara e pires,e levasse pra cozinha.

Alene subia as escadas, e se dirigia aos seus aposentos. Ao chegar no mesmo, trancou as portas e se pôs a berrar contra os travesseiros.

Como se ela fosse uma criança. Uma criança mimada.

Era humilhante.

Era desgastante.

Sua filha não sabia quanto trabalho ela havia feito para esse casamento dar certo desde que eles tinham apenas seis anos. Para ela chegar e simplesmente dizer que não vai se casar!

Sua filha deveria ser a mais respeitável, a mais pura, delicada, das garotas das famílias dos duques. A mais bonita. Por que ela não fazia nem um esforço para que tal coisa acontecesse? Oh, se fosse ela, Alene. Ela estaria estudando, fazendo de tudo, para que ela fosse tal símbolo! Era vergonhoso! Talvez as outras mulheres e filhas segredassem entre si palavras maldosas contra ela e sua filha.

Culpa de uma teimosia inútil.

Pureza.

Apenas isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "White Lies" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.