Era incrível como nos deslocamos rápido, após receber o bilhete liguei para John e para Roy. Eles não conseguiram acreditar em mim, então pedi para que eles fossem ao endereço no QG reserva. Suspirei ao olhar a mochila que eu levava, sabia que era provável que Oliver não tivesse uma roupa, então estava levando uma troca de roupa que havia pegado na caverna. Eu deveria estar feliz, mas sentia um frio na barriga, algo não estava certo e eu tinha quase certeza que era sobre a estadia de Oliver na cidade.

Quando cheguei na frente do local me deparei com os meus meninos, entramos os três juntos. Por mais que Roy tivesse passado menos tempo na Equipe Arrow, ele foi o que mais ficara calado quando descobrimos o acontecido, como se tivesse perdido tudo o que ele era. E isso fez com que nos uníssemos mais. Paramos ao ver Oliver em pé, em nossa frente, a dez passos de distancia. A mochila já não estava mais em minha mão, tinha deixado ela cair assim que meus olhos se encontraram com o dele.

John foi o primeiro a se movimentar em direção a ele, eles se abraçaram e começaram a conversar sobre algo. Roy foi logo depois e ficaram os três ali, conversando e se olhando. Eu não havia percebido que estava parada, que estava em choque. Meus olhos umedeceram no momento em que o vi. Ele deu um passo para frente me olhando, suspirou e abriu a boca para falar algo, porém antes que qualquer coisa pudesse ser falada corri em sua direção e o abracei. Por semanas eu imaginava aquele momento, mas não conseguia imaginar os sentimentos que viriam à tona. Amor, felicidade, crença e a cima de tudo alivio. Ele estava ali, na minha frente. E estava vivo.

Me distanciei dele e o olhei, ele ainda estava somente com a calça e havia um corte em sua barriga, olhei seu braço e havia outro corte em seu pulso. Suspirei e tomei um ar.

– Eu trouxe uma troca de roupa para você.

– Obrigado Felicity. – Ele falava enquanto coloca a mão no meu rosto e me puxava para perto de novo. Percebi que John e Roy tinham ido andar, para nos dar um espaço.

– Oliver... Eu achei que você tinha morrido, que eu nunca mais te veria de novo. Te procurei em todas as câmeras, imagens, vôos... Era como se você realmente tivesse me deixado... Tivesse nos deixado. – Eu soltei antes de perceber qualquer coisa. – Eu senti tanto medo, porque você saiu sem que eu tivesse coragem de falar, sem que eu respondesse. E eu me senti tão... Brava. Não com você, comigo mesma...

– Felicity, você pode me falar agora.

– Eu também amo você Oliver.

Ele deu um meio sorriso e colou seus lábios nos meus. Não foi um beijo como no hospital, era como se ele não pudesse estar ali. Mas estava. Para nos mostrar que estava vivo. Distanciamos-nos e eu suspirei, mais uma vez. Peguei a mochila e entreguei a ele, ele saiu de perto de mim e os rapazes chegaram. John me abraçou e logo após ele Roy passou seu braço por meus ombros e puxando pra perto dele, como se fosse sua irmã.

Oliver voltou com a roupa trocada. Ele estava com o cabelo um pouco comprido e a barba por fazer, seu olhar estava perdido. Queria nos dizer algo, mas parecia não ter coragem.

– Eu não poderei voltar agora. – Ele deu sua sentença, que fez meu corpo tremer. – Eu sobrevivi a batalha, porém Ra’s Al Ghul também sobreviveu. Eu fui salvo por um amigo e ele me levou ao Poço de Lazaro que...

– Nós sabemos o que é, John conseguiu uma pista e estávamos tentando analisar tudo. – Soltou Roy, que ainda me abraçava, me dando apoio enquanto Ollie soltava aquelas palavras.

– Então sabem que é a arma que faz Al Ghul ser invencível, eu preciso derrotá-lo e fazer com que ninguém da Liga jamais saiba onde seu corpo foi parar. Para que assim a dívida seja paga. Se eu ficar aqui, voltar como o Arqueiro ou como Oliver Queen... Se eu colocar meus pés na cidade e ser visto por qualquer pessoa que pode me delatar. Eles voltarão. É preciso que eu termine a luta, que eu vença as batalhas que serão impostas a mim. – Ele suspirou e parou com seu olhar para mim. – Voltei porque precisava que soubessem que eu estou vivo, que eu voltarei.

– Você não pode derrota-lo na primeira vez, o que o faz pensar que derrotará ele agora? E todas as batalhas que serão impostas a você? – Perguntou John, em um tom de repreensão.

– Porque eu achei que lutava somente por Thea, por ela ser minha única família. Mas eu não poderia estar mais enganado. Vocês são minha família, ela é minha família... Barry, Laurel... Eu luto por todos vocês. – Oliver declarou e me olhou. – Eu não sabia até quase morrer. Eu vi minha mãe, vi meu pai, vi a Thea... – Então ele se aproximou de mim e encostou em meu braço, fazendo Roy me soltar de seu abraço. – Eu vi você Felicity. Você foi o meu último pensamento. Por isso eu voltei. É por isso que eu quero lutar.

‘‘Minha vida nunca vai ser segura para você, você sempre irá correr riscos. Mas não sou eu quem escolho. É você. E se você escolher ficar ao meu lado, após tudo, então eu farei o meu máximo para te proteger. Porque você, John, Roy e Thea são minha família. E eu luto por vocês, mas percebi que vocês três lutam por mim e permanecerão aqui. Eu sou extremamente grato por isso, e por eu ser grato irei à batalha, irei atrás de Ra’s Al Ghul e poderei voltar para cá. Para vocês’’.

Eu suspirei e agarrei-o de novo. Beijei seu rosto e me distanciei, olhando para ele e dando um pequeno sorriso. Os outros dois rapazes o abraçaram e John tomou a frente.

– Não diremos a ninguém que você está vivo ainda, esperaremos você voltar. E enquanto você estiver fora, iremos fazer o que fazemos de melhor: proteger a cidade, em nome do Arqueiro.

Oliver sorriu para ele e me tomou em seus braços de novo. Sussurrou que me amava e eu retribui o sussurro, ele sorriu e me soltou.

– Eu voltarei.

Pegou a mochila que eu havia levado, pois havia ali outra troca de roupa, seus cartões e também um celular. Roy havia levado uma arma e entregou a Ollie, eles se olharam e Oliver logo havia desaparecido.

Mas ele estava vivo. E iria voltar para nós mais uma vez. Iria voltar para mim. E eu tinha a confiança de que ele manteria sua palavra.