Guardados A Sete Chaves escrita por Jiinga


Capítulo 9
Pais e Mestres


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde pessoal! Finalmente um capítulo novo, e acho que o maior que escrevi até agora!
Queria agradecer ao pessoal dos grupos do Facebook porque recebi muitos novos acompanhamentos desde que comecei a divulgar a fic neles!
Nesse capítulo teremos algumas dicas sobre o mistério e o desenrolar da história, prestem atenção! hahaha
Espero que gostem ^.^



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O plano ocorreu muito melhor do que o esperado. O clone de Clarisse era igual a ela em todos os sentidos. Como era dia de prova, os alunos não estavam conversando muito entre si, e sim focados em seus livros e cadernos, então ninguém veio falar com Clarisse. Durante a prova, Bree ficou de olho no clone para caso ele começasse a desaparecer, mas nada do gênero ocorreu. Assim que acabou a prova, Bree esperou que o clone acabasse também para que eles saíssem juntos, e depois levou-o para o banheiro e destruiu a ilusão.

Como tudo havia dado certo e ninguém havia encrencado com Clarisse, ela decidiu voltar às aulas no dia seguinte, em parte porque estava se sentindo culpada por seus amigos estarem fazendo tanto por ela.

Após uma intensa semana de provas de todas as matérias, os alunos da LATT receberam um comunicado na sexta-feira à noite de que a primeira reunião de Pais e Mestres do semestre ocorreria no fim de semana seguinte.

– As famílias de vocês vão vir? – perguntou Astrid, depois de ler o e-mail em seu Padscreen em voz alta. Nele, a direção do colégio convocava as famílias dos alunos para uma reunião no sábado à noite, seguida de um jantar em um dos restaurantes da escola junto aos alunos.

– Na verdade, minha família é só minha mãe. – disse Lena e todos olharam para ela – Meu pai morreu há alguns anos e eu não tenho irmãos. – seus amigos ficaram apreensivos, sem saber o que dizer. Nunca se sabe o que dizer quando uma pessoa diz que perdeu alguém da família – Tudo bem, gente, não tem problema. Eu só não gosto de falar sobre isso, ok? Mas acho que minha mãe vem, sim, Londres não é muito longe daqui.

– Meus pais provavelmente não virão – disse Jo – Custa muito caro pra vir da Ibéria pra cá, já que a nossa moeda é tão desvalorizada. Eles não vão querer gastar o dinheiro que a escola dá numa viagem pra me ver, já vou prá lá no Natal.

– Os meus também provavelmente não virão. Nova Tóquio fica muito longe daqui. – comentou G.

– É, a República da Califórnia também. – disse Astrid.

– Meus pais provavelmente vão estar muito ocupados pra vir. – murmurou Clarisse, tristonha. Ela realmente queria que seus pais viessem, mas eles deviam ter uma reunião de negócios ou algo assim.

– Meus pais avisaram desde o começo que não viriam em nada da escola. – disse Meg – Eles disseram se eu realmente fazia tanta questão de estudar fora, que teria que lidar com qualquer coisa que acontecesse aqui sozinha.

– Eu vou ver com meus pais, mas não posso garantir nada. – disse Bree – Mas espera, nenhum de vocês tem irmãos? – todos negaram com a cabeça – Que coincidência, eu também não tenho.

– Parece que têm coincidências demais ligando a gente. – comentou Astrid.

– Mas isso pode ser uma coisa boa, não? – perguntou Jo – Quer dizer, eu acho bonito. Parece que foi o destino que juntou a gente.

– Acho que é um bom jeito de colocar as coisas. – comentou Lena.

A mãe de Lena, Theresa, acabou sendo a única a comparecer, pois os pais de Bree estavam viajando para a Austrália.

Um dos prédios de dormitórios da LATT que nunca eram usados foi destinado para as famílias que viessem para o jantar e a reunião. Por isso, na sexta-feira à tarde, logo depois da aula, Lena foi visitar sua mãe.

Theresa não havia mudado nada desde que havia deixado Lena na escola há mais de um mês. Tinha cabelos castanhos com mechas loiras na altura dos ombros e os olhos cansados por trabalhar mais do que devia. Quando Lena bateu na porta, ela abriu segurando seu moleskine.

– Mãe! – Lena abraçou-a imediatamente.

– Ah, filha que saudade! – elas se afastaram e Theresa segurou o rosto da filha para olhá-la direito – Você tá bem? A dor de cabeça daquele dia passou?

– Passou, mãe, eu tô bem sim.

Elas se afastaram e Lena sentou na cama. O quarto era praticamente igual ao seu, mas sem as decorações que ela havia incluído.

– Nossa, essa sua escola é enorme! Sabia que tinha sido uma boa ideia te trazer pra cá. Como você está indo na escola?

– Tirei dez em todas as provas, mas era de se esperar, não é? – ela levantou uma sobrancelha novamente – Se eu não tirasse dez tendo memória fotográfica, estaríamos perdidas.

– Você sabe o quanto me orgulho de você, né?

– Sei, mãe.

– Eu comprei um vestido lindo pra festa, quer ver?

– Pode ser.

Theresa encarou-a desconfiada.

– Tem certeza de que está tudo bem?

Não, não estava. Lena queria contar a ela sobre suas visões, e sobre os poderes das amigas. Porém, por mais que Theresa fosse sua mãe, Lena havia jurado manter segredo. Além disso, mesmo que sua mãe não fizesse nada de ruim, o segredo poderia colocá-la em perigo em algum momento. Ela lembrou-se de sua primeira visão. O sangue, a chuva, o moleskine...

– Sim, tá tudo bem. Eu só queria saber se meus amigos podem sentar com a gente na reunião e no jantar, os pais deles não puderam vir.

– Mas é claro que sim! Vou adorar conhecer seus amigos! Agora dá uma olhada no meu vestido!

***

A reunião de Pais e Mestres aconteceria no maior auditório da LATT, e todos os alunos estavam reunidos nele, alguns com familiares. Lena estava sentada na terceira fileira de cadeiras, entre sua mãe e Jo, com o resto da Elite.

No palco, estavam os professores responsáveis pelas áreas de Humanas, Exatas, Biológicas, Artes e Atividades Extracurriculares. Havia um lugar vazio no centro, onde o diretor Brenningham deveria sentar.

Uma vez que o salão ficou cheio, passaram-se apenas alguns minutos até que as luzes se apagassem e o diretor subisse ao palco com uma salva de palmas. Theresa, porém, não estava batendo palmas. Ela tinha os olhos arregalados e estava pálida, como se estivesse vendo um fantasma.

– Mãe, tá tudo bem? – perguntou Lena.

Theresa demorou para responder, como se estivesse avaliando a fundo se devia contar algo à filha ou não.

– Sim. Sim, está tudo bem, filha, eu só devo estar com pressão baixa.

– Quer ir à enfermaria?

– Não, tudo bem. Vai passar.

– Boa noite a todos, e aos familiares de nossos alunos, sejam bem-vindos à Liverpool Academy for Talented Teenagers. Meu nome é Joseph Brennigham, e sou o diretor da Instituição.

Mais uma salva de palmas.

Após sua introdução, o diretor narrou uma breve versão da história de como a LATT havia sido fundado por ele há dezessete anos, quando a economia da Bretanha havia alcançado seu auge. A escola não havia tido tanto sucesso nos primeiros dois anos, mas em 3011 ele havia criado o sistema de seleção de alunos e investido pesadamente em propaganda, garantindo à LATT o título de melhor escola do mundo.

Em seguida, ele apresentou os professores que estavam no palco e explicou um pouco sobre cada área. Sobre como a área de Humanas permitia aos alunos escolher um foco em comunicação ou em pedagogia no último ano, sobre como a área de Exatas possuía aulas opcionais a partir do terceiro ano para aqueles que quisessem focar em engenharia, física ou química, e sobre como a área de Biológicas abria espaço para diversos projetos de pesquisa e garantia uma formação o suficiente para que se tornassem médicos. Ele falou também da área de Artes e de como os formandos que tivessem se dedicado bastante durante o colegial eram altamente reconhecidos no mercado. Por fim, mencionou a importância das Atividades Extracurriculares para o desenvolvimento e aprimoramento dos diversos talentos dos alunos.

Como as provas haviam sido na semana anterior e as notas haviam sido entregues naquela semana, o diretor também elogiou o alto desempenho de todos os alunos, o que arrancou mais palmas da plateia.

Por fim, ele citou a viagem de formatura do quarto ano para a Austrália – um tópico que seria discutido numa futura reunião apenas com os pais desses alunos – e anunciou o projeto de construção de um novo centro de pesquisas no campus, o que agradou a maior parte dos pais.

Uma vez encerrada a reunião, os alunos e seus familiares seguiram para o prédio dos restaurantes. A Elite do primeiro ano sentou-se toda na mesa de Lena, e ela agradeceu mentalmente por não ter sobrado lugar para Adam, pois Clarisse com certeza insistiria para que ele se sentasse com eles.

– Vocês ouviram aquilo sobre o novo centro de pesquisas? Isso vai ser incrível! – comentou Astrid e comeu um pedaço de seu salmão – Disseram que vai ser melhor que o de Nova Londres, e eles descobriram a cura do câncer lá!

– E aquela viagem do quarto ano pra Austrália... Não vejo a hora de chegarmos lá! – disse Clarisse.

Todos pareciam empolgados, menos a mãe de Lena, que brincava com a comida em seu prato.

– Mãe, tá tudo bem? Você ainda não melhorou?

– O quê? Ah, está tudo bem, sim, filha, eu só estou sem fome. Vocês têm razão, meninas, essas coisas parecem muito legais!

Eles haviam acabado de comer quando alguém se aproximou da mesa. O diretor Brenningham parecia satisfeito após seu jantar, e chamou a atenção deles ao aparecer de repente na mesa. A mãe de Lena estava pálida.

– Como vão meus jovens alunos da Elite do primeiro ano? Gostaram da reunião?

Todos assentiram.

– Estou muito ansiosa pelo centro de pesquisa! – comentou Astrid.

– Que ótimo! Como vai a saúde? Não tivemos mais nenhum desmaio? – ele olhou para Meg e ela negou com a cabeça, corando. Então, ele virou-se para Clarisse – E você deve ser Clarisse Le Blanc. Meu filho falou muito sobre você.

Clarisse corou, sem saber o que dizer.

– Boa noite, diretor Brenningham. – disse Theresa e ele pareceu de repente notar a presença dela na mesa.

– Theresa Mason. – do diretor sorriu – Peço perdão, não a havia reconhecido. Faz tanto tempo.

Lena encarou a situação, confusa. Sua mãe e o diretor Brenningham se conheciam? Seus amigos olharam para ela, curiosos, mas seu olhar denunciava que ela também não tinha ideia do que estava acontecendo.

– Vejo que a escola está se saindo muito bem. Você deve estar animado com esse centro de pesquisa, já que sempre gostou tanto de pesquisas. – ela sorriu maliciosamente, como se desafiando o diretor sobre algo que só ele sabia.

– Você sempre teve uma memória muito boa, não é mesmo, Theresa? Sabemos de onde a Lena herdou o talento dela. – ele sorriu como se não tivesse sido nem um pouco afetado pela pergunta – Espero que todos tenham gostado do jantar, mas peço desculpas, pois preciso me retirar. Tenham uma boa noite.

O diretor se afastou da mesa, e Theresa continuou fuzilando-o com os olhos.

– ... Mãe? – murmurou Lena.

– Agora não, Lena. – Theresa respondeu naquele tom que Lena sabia que não devia questionar, pois tratava-se de um assunto que ela não podia discutir em público.

Ela assentiu, e nenhum dos outros ousou tocar no assunto durante o resto do jantar.

***

– O que foi aquilo? – perguntou Lena quando ela e a mãe chegaram no quarto de Theresa – Você e o diretor Brenningham se conhecem?

– Sim, eu o conheci há muito tempo, numa situação muito desconfortável. Não sabia que ele era o diretor da LATT, se não nunca teria insistido pra você vir pra cá.

Lena hesitou. Seja o que for que havia acontecido entre os dois, deveria ter sido muito ruim para que sua mãe mudasse de ideia sobre mandá-la para a LATT.

– O que houve?

Theresa olhou para a filha, prestes a dizer algo, mas mudou de ideia.

– É realmente melhor você não saber, Le. Acredite. – as duas ficaram em silêncio por um instante – Mas do que ele estava falando? Algum amigo seu desmaiou?

– Sim, a Meg. Ela estava dançando há algumas semanas, sentiu uma dor no peito e desmaiou. O diretor estava passando pela enfermaria na hora e passou pra ver como ela estava.

Theresa encarou-a com uma expressão enojada, como se achasse revoltante o fato de o diretor ter ido visitar Meg.

– E aquela sua amiga, a Clarisse. Ela está namorando o filho dele?

– É, o Adam. Não sei se eles estão na morando, na verdade, acho que só estão ficando. Mas eu não gosto dele.

Theresa pareceu pensar bastante sobre o que devia dizer em seguida, e então sentou-se em sua cama.

– Lena, vocês precisam ficar longe daqueles dois. Eu não conheço esse Adam, mas se ele é filho do Brenningham, não é coisa boa também. Tome cuidado com o diretor, ok?

– Mas... Por quê?

– Eu realmente não posso te dizer, mas você precisa confiar em mim. Por favor.

Lena engoliu em seco.

– Tudo bem.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam?
Deixo vocês com uma pergunta: por enquanto, qual o personagem favorito de vocês?
Beijos e até o próximo capítulo!