Guardados A Sete Chaves escrita por Jiinga


Capítulo 7
Poderes/ Habilidades Especiais


Notas iniciais do capítulo

E aí, pessoal, o que estão achando? Desculpa demorar tanto pra postar o novo capítulo hehe



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– Ok, acho que tudo bem. – disse Bree. Ela fechou os olhos e mentalizou o controle do video-game em sua mão, como havia feito com o sabonete. A cor, a textura, os botões... Quando ela abriu os olhos, o controle estava em sua mão, e seus amigos estavam boquiabertos.

– Como você fez isso? – exclamou Lena saltando em sua direção. Bree imediatamente afastou-se dela.

– Não encoste, senão ele vai desaparecer.

– O que é isso? Um holograma? – perguntou G.

– Claro que não, não tem nada em volta para criar o holograma. – disse Astrid.

– Então como isso aconteceu? – insistiu ele.

– Eu criei isso. – disse Bree – É uma ilusão. – ela tocou o controle em sua mão e ele desapareceu no ar.

– E como foi que você fez isso? – perguntou Meg.

– Eu... Eu não tenho ideia. Mas foi o que aconteceu na noite do meu aniversário. Quando eu acordei, meu quarto estava cheio de monstros, provavelmente tirados dos meus sonhos, e quando eu os toquei eles desapareceram. Isso foi justamente quando vocês entraram no quarto.

– Sinto muito. – disse Lena, mordendo o lábio.

– Isso quer dizer que você tem poderes agora? – perguntou G.

– Não acho que possamos chamar de “poderes”... Parece um pouco extremo. – disse Astrid.

– Não é como se você não tivesse habilidades estranhas também. – interveio Lena e Astrid olhou confusa para ela.

– Como assim?

– Naquele dia depois da festa, você não simplesmente cuidou do meu tornozelo, você curou ele. Eu vi seus olhos brilharem de um jeito estranho enquanto você falava comigo.

– Que história é essa, Lena? – Astrid parecia estar ofendida – Eu simplesmente cuidei do seu machucado e você melhorou porque eu sou uma boa média. Eu entrei aqui por isso, lembra? Ou será que não foi você que curou seu pé com uma habilidade mágica de recuperação?

Todos a encararam, pasmos com a grosseria repentina. Foi Adam quem falou:

– Não é necessariamente mágica. Pode ser só uma espécie de habilidade desenvolvida a partir do talento de vocês. Talvez só não tenhamos visto nada assim até agora porque ninguém havia desenvolvido tanto essas habilidades.

Era uma possibilidade, mas todos sabiam que era simples demais para descrever o que eles haviam acabado de ver na mão de Bree.

– Talvez realmente fosse melhor você ir embora. – murmurou Jo para Adam.

Clarisse fuzilou-a com os olhos, mas segurou Adam pela mão e foi com ele até a porta.

– Sinto muito. – ela murmurou.

– Sem problemas. – ele beijou-a na bochecha e entrou no elevador.

Clarisse se virou para seus amigos.

– Satisfeitos?

– Desculpa. – disse Jo – É só que... Eu realmente acho que devíamos manter isso só entre nós.

– Pois é, nos filmes sempre dizem para manter aberrações em segredo. – comentou G.

– Eu não sou uma aberração! – exclamou Bree, mas G. estava rindo.

– É sério, o que vamos fazer quanto a isso? – perguntou Jo.

– Precisamos mesmo fazer alguma coisa? – perguntou Meg – Não é como se a Bree fosse começar a usar os poderes dela contra nós.

– Não são “poderes”. – insistiu Astrid – Mas seja o que for, você pode não saber controlar e isso pode ser um problema.

– Eu não acho que vão ser um problema. As ilusões desaparecem quando tocamos nelas. – disse Bree.

– É, nisso você tem razão. – concordou Astrid – Bem, não vamos fazer nada por enquanto, mas vamos tentar manter segredo, ok? O G. podia estar brincando, mas ele tem razão. Não é bom divulgarmos coisas fora do comum.

Todos assentiram.

– Será que todos vamos começar a desenvolver... Er... Habilidades especiais? – perguntou Meg e Lena mordeu o lábio, lembrando-se de seus sonhos.

– Se sim, eu vou querer ter algo bem daora. Tipo invisibilidade! – comentou G. e todos riram.

– Ou poder comer sem engordar! – acrescentou Jo.

– Seja o que for, vamos informar uns aos outros se acontecer alguma coisa, ok? – falou Astrid e todos assentiram.

***

Lena estava terminando de pendurar os mini-leds na parede de seu quarto, deixando-o parecido com uma árvore de natal, quando alguém bateu na porta. Ela finalmente havia acabado de arrumar seu quarto, finalmente fazendo com que lembrasse o antigo. Ela desceu da cama e abriu a porta, deparando-se com Jo.

– Você tá ocupada? – perguntou a amiga.

– Não mais. Pode entrar. – Lena afastou-se e deixou que Jo entrasse.

– Nossa, seu quarto ficou muito bonito!

– Valeu. Pode sentar se quiser. – ela sentou-se em sua cama e Jo juntou-se a ela – O que te traz aqui?

– Eu preciso te perguntar uma coisa. – Lena assentiu, indicando para que ela continuasse – Por que você encrencou tanto com o Adam de repente?

Lena desviou o olhar.

– Você vai acreditar se eu contar?

– Eu acreditei da outra vez, não?

– Bom... Eu tive outro sonho estranho. Nele, a Bree estava presa em um lugar estranho e o Adam parecia estar torturando ela. Quero dizer, eu sei que foi estranho e provavelmente foi só um sonho mesmo, eu só devo ter associado coisas do meu dia-a-dia, é super normal. Mas não pareceu só um sonho. Eu tive a mesma sensação de quando sonhei com você no meu primeiro dia aqui. E bem... Nós só sonhamos com coisas e pessoas que já vimos antes, não tem como ter sido só um sonho, não é?

– Hum... Você tem memória fotográfica, tem certeza de que não me viu em nenhum lugar? Eu já apareci em várias revistas e programas de TV com meus concertos.

– Tenho. Eu lembraria do seu rosto quando acordei, se fosse esse o caso, e não teria achado tão estranho.

– Ah entendi... – ela desviou olhar – Você acha que... É uma habilidade como as ilusões da Bree e aparentemente a habilidade de cura da Astrid?

– São poderes. – ela insistiu, com um sorriso – Mas eu não sei. Se for... Poderiam ser premonições?

– É o que parece mais provável.

– Se for... Eu realmente espero que não sejam. Os dois sonhos foram terríveis.

– Bom, mas não vamos ter certeza até você sonhar com algo mais próximo e a gente possa provar que aconteceu, certo?

– Certo. Você se importa em manter isso só entre nós até lá? Quer dizer, se chegarmos lá.

– Tudo bem. – disse Jo com um sorriso.

***

Durante uma semana, ninguém mais tocou no assunto dos poderes (ou habilidades especiais). Durante uma semana, nenhum outro incidente ocorreu e nem Bree nem Astrid tentaram praticar suas supostas habilidades. Era quase como se todos quisessem esquecer o que havia acontecido. Mas algumas coisas não podem ser esquecidas, e em uma semana eles descobririam isso.

Bree e Clarisse estavam no treino de vôlei. A relação de Clarisse com as outras garotas do time havia melhorado bastante desde o primeiro dia de aula e ela agora era quase aceita pelo time, mas ainda recebia alguns olhares irritados quando marcava um ponto difícil demais.

Naquele sábado, Bree estava no time oposto do de Clarisse e era a vez de ela sacar a bola. Essa era a parte mais difícil para Bree, que era muito baixinha e não tinha os braços exatamente fortes. Ela fechou os olhos e respirou fundo. Após balançar os braços algumas vezes, acertou a bola, e milagrosamente, encaixou seu punho nela do melhor jeito possível.

A bola voou vários metros no ar, como às vezes acontecia quando Bree sacava. Essa era ela, ou errava até ser substituída e perder a posse da bola para o time adversário, ou batia forte demais e a bola ia pra fora.

Mas aquela bola não iria pra fora.

Clarisse sabia disso desde o momento em que o punho de Bree bateu na bola. Fazia parte de suas habilidades com esportes. Ela fez os cálculos com a mente. A bola cairia bem ao fundo da quadra, mas o ponto seria marcado. Se ela saltasse alto o suficiente, conseguiria rebater num ângulo em que a bola cairia no ponto cego do time adversário, e elas marcariam o ponto.

Mantendo isso em mente, Clarisse saltou no ar. Ela golpeou a bola em cheio, marcando o ponto perfeitamente como havia planejado. Acontece que, após saltar, ela não desceu. Clarisse continuou flutuando no ar, e só percebeu isso quando abriu os olhos e viu todos os rostos assustados encarando-a.


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