Bon Appetite escrita por Tom


Capítulo 19
Bon Appetite-Final


Notas iniciais do capítulo

Gente, realmente me dói dizer que acabou, mas sim, acabou, e quero agradecer imensamente a todos que leram, acompanharam, comentaram e recomendaram a história. Queria dizer que me fez bem escrever esta história, e que amei cada comentário, cada recomendação e cada visualização da história! Amo vocês! Continuem me acompanhando! Beijos e abraços



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Era finalmente o casamento de Cauã, todos os padrinhos estavam do lado de fora da igreja, esperando para entrar (inclusive eu e minha irmã), a mulher que entraria comigo na igreja estava bonita, muito bem arrumada, nem um fio de cabelo fora do lugar, talvez arrumada de mais, prima da noiva, provavelmente a pessoa que eu levaria pra casa mais ao final da noite.

Ao longo destes dez anos, tive alguns relacionamentos, nenhum deles deu certo, talvez não fosse para ser mesmo, mas pelo menos havia me formado em engenharia, trabalhando e morando sozinho, bom...Eu e um filhote da falecida Rudy, Thor.

Quanto aos meus amigos, Romano estava jogando no Brasília (Time de basquete local), morando junto com Milena, porém, não casados, ela estava no último ano de medicina na UnB. Samuel estava de casamento marcado com Isabelly, que por acaso estava grávida, de oito meses da pequena Júlia, ele havia seguido carreira militar e agora era bombeiro, ela era psicóloga, um casal que tinha tudo para dar errado, mas simplesmente dava certo. Juba e Rafael se casaram dois anos depois da formatura, mesmo sendo muito cedo, ele era policial militar e ela professora de história, o filho mais novo deles era Matheus de três meses e o mais velho, Marco, de cinco anos. Jô estava fazendo direito, também na UnB, estava bem resolvida e conseguiu o que queria, e no dia de hoje, estaria se casando com o meu irmão.

A minha família não mudou muito, minha mãe não estava frequentando muito o Bon Appetite, mas estava cuidando de tudo e fez questão de dar o buffet do casamento como presente, meu pai se aposentou e começou a ficar mais em casa, Marcela estava morando em São Paulo, cursando fotografia na USP, meu irmão foi embora de casa com vinte e dois anos, Rudy morreu, mas nos deixou dois presentes, Thor, que estava morando comigo, e Amora que era dos meus pais.

Quanto a Amanda, não soube muito dela desde aquela noite. Mas me disseram que ela havia se casado e agora era Bombeira, mais nada.

As vezes, eu pensava se ela tinha sido apenas um sonho, daqueles longos, que você não quer que acabe nunca, mas toda vez que eu caia em mim, via fatos que comprovam sua realidade. Amanda se foi, levando com ela o meu primeiro amor e trazendo a saudade de cada milésimo de segundo olhando para ela.

– Prontos?

O cerimonial falou.

Olhei para Jô que também iria ser madrinha.

– Prontissima.

Sorriu e segurou o braço para Rafael.

– Eu ainda não sei seu nome.

Disse dando o braço para o meu par.

– Flávia.

A mulher de olhos azuis cintilantes respondeu segurando meu braço.

– Ok, Flávia. Sou Caio.

– Irmão do noivo?

Sorriu.

– Sim.

Então as portas se abriram, revelando uma igreja repleta de convidados.

– Ai meu Deus...

Ela disse boquiaberta.

– O que?

– Está muito cheia!

– Relaxa.

Juba e Rafa entraram, éramos os próximos.

Ela suspirou.

– Não tem como.

– Tem sim.

Ri, apertei seu braço e entramos.

– Está lindo.

Disse assim que entramos.

– Está.

Olhei para todos os detalhes, como as pétalas de tulipas espalhadas no tapete vermelho, e as variadas cores de plantas que enfeitavam os dois lados do altar.

Mas a coisa mais engraçada, era o nervosismo de meu irmão.

Meus amigos estavam á direita, lá para o meio, como convidados da noiva, eles e mais muitas pessoas, talvez parentes, amigos da faculdade, tanto faz.

Os convidados do Noivo eram muitos, estavam á esquerda, muitos de meus parentes, meus primos distantes, tios e avós, claro que também muitos, mas muitos amigos de Cauã.

Nossos pais estavam ao lado de Cauã no altar. Minha mãe sorrindo de orelha a orelha, meu pai mantendo a pose de sério e meu irmão abobado olhando os padrinhos chegarem.

Me fez um sinal de beleza com uma das mãos, respondi com um de "ok" e pisquei.

Flávia e eu chegamos aos primeiros acentos, sentamos ao lado de Ana Júlia e Rafael, e bem ao nosso lado, Marcela e o outro padrinho.

– Ele está nervoso.

Marcela cochichou.

– Bastante, ansioso também.

Ela riu.

– Meu irmão está se casando!

Rimos e olhamos para frente. A primeira daminha chegava com uma plaquinha de "Lá vem a noiva".

Mais um tempo e a música da noiva começou a tocar, e foi nessa hora que todos viraram para a porta, menos eu, olhei para Cauã.

Assim que ouviu a música, meu irmão deu um pulo, ajeitou a coluna, e olhou para frente.

As portas se abriram.

Ele arqueou as sobrancelhas e seus olhos brilharam, focando apenas numa coisa.

Era só a música, os passos dela e a respiração acelerada dele.

– Meu Deus...

Ele silabou encantado dando um sorriso que revelava as palavras " eu te amo tanto".

Só vi Joanna quando ela chegou até o altar, realmente, linda, incomparavelmente linda. Hoje era o dia dela, não existia dama mais formosa.

Ao chegar no altar, o pai dela deu um beijo em sua testa e a entregou para o meu irmão.

Nunca vi um sorriso daqueles, um olhar daqueles...Não era um olhar qualquer, naquele momento era só paixão, nada mais, era o sentimento bruto, sem nenhuma lapidação.

Sorri.

– Quero que o Guillermo me olhe como o Cauã olha para Joanna.

Minha irmã riu.

– Ele olha.

Informei.

Mesmo com a volta de Guillermo para a Espanha, minha irmã e ele mantinham um relacionamento a distância, mas se viam todos os meses por uma semana, ou ela ia, ou ele vinha.

– Jura?

– Sim Cela.

Rimos.

– Caio você está namorando?

Olhei sério para a minha irmã.

– Podemos prestar atenção na cerimônia de casamento do nosso irmão?

Ela arqueou as sombrancelhas.

– Isso é um não. - Riu - Vai ficar pra Títio Caio!

Riu mais.

– Ahn, por favor...

Fiz uma careta.

Eu não gostava da cerimônia de casamento, achava chata, as únicas partes que prestei atenção foram poucas, a entrega das aliaças, a parte que diz respeito aos padrinhos e na saída.

Da igreja, fomos para a recepção...Não sei porque chamavam de recepção, era uma festa! Uma festa enorme!

Não sei se já ouviram falar, mas em toda festa de casamento, existe uma mesa, chamada de "mesa real", que é onde ficam os noivos, os pais dos noivos e os irmãos deles.

É claro que esta mesa estava enorme, porque Juba e Rafa levaram os filhos, o pai da noiva levou a esposa dele, a mãe da noiva levou o marido dela e Marcela não quis se separar de Guillermo. Então, no total, na mesa real haviam quatorze pessoas e meia, contando com o neném de colo de Juba.

A mesa com o bolo de casamento estava maravilhosamente deliciosa. Meu irmão não deixou o lado infantil para escolher o cardápio. Tinha brigadeiro sim e beijinho também.

Já na mesa há um tempo, resolvi me levantar e ir pegar um crepe, não havia ninguém lá mesmo...Ninguém além dos pais e pares da noiva discutindo.

Fui para a fila, estava longa.

– Caio Lobato!

Romano me abraçou.

– Gabriel Romano!

– Como você está? Me disseram que vai ficar pra titio.

– Cala a boca Romano.

Ri.

– Amanhã a Milena vai fazer um churrasco, topa ir?

– Não perderia por nada.

Sorri.

– Vai lá na mesa pra a gente papear um pouco, sumiu essas semanas!

– Claro Gabriel, rs, vou só...Pegar comida.

Ele se virou e começou a andar, então parou.

– Ah! - Levantou um dedo - Caio...Tem uma pessoa nos convidados que deveria procurar.

Inspirei bem fundo, e olhei para frente. Dando de cara com uma moça bonita, de cabelos escuros até os ombros e maquiagem não muito forte.

– Caio!

Falou com surpresa dando um sorriso inconfundível e abrindo os braços.

– A-Amamda?

Dei o abraço nela.

– Você está tão diferente! Deixou a barba crescer e tudo mais...

Riu.

– O seu cabelo não...

– É, decidi entrar pros bombeiros, loucura!

Riu fazendo um gesto de enlouquecida.

– Eu tô numa...Empresa.

Sorri, sem vontade e olhei para ela.

– Você está bem?

Mas que pergunta era aquela?!Ela sumia, acabava com a minha adolescência e depois me perguntava se eu estava bem?!

– Estou ótimo, quem diria, no casamento da última pessoa que eu poderia imaginar como mulher de meu irmão. E você?

Ela pareceu constrangida.

– Caio...Eu não sei se guardou recentimentos pelo que eu te fiz, mas eu queria uma coisa séria, sacou? Me desculpa.

– Bom, você conseguiu! - Sorri - Olha, está casada, deve ter um filho, era seu sonho, né?

Sorri. Ela permanecia constrangida olhando para baixo.

– Divorciada e não, não tenho filhos, muito menos o que eu quero.

Eu congelei, parei para pensar no que disse.

– Eu sinto muito.

– Acredito...

– Quer...Conversar em outro lugar?

Amanda me olhou, com aquele olhar de antigamente, olhar de "alguém me entende" que ela dava.

Saímos da fila e andamos em direção ao lado de fora da festa, onde havia um banquinho.

– Continua com as suas poesias?

– Não, rs, não tenho tempo. E os seus desenhos?

– Continuam sendo feitos.

Olhou para o alto.

– O que vê?

– O universo.

Riu.

– Fumou algo antes de vir pra cá?

Brinquei.

– Não mesmo.

Riu.

– Tem quanto tempo que terminou o casamento?

– Três meses.

Minha mão estava na minha coxa.

– Eu não sei o que dizer.

– Ele tinha uma amante, sabia?

Riu.

– Era só mais um babaca.

– Manda...

– O único cara que não era babaca que estava comigo era você, por que eu não quis esperar o seu tempo?! Eu podia ser bem mais feliz se não tivesse sido tão apressada, Caio, eu sinto muito, muito mesmo!

Ela quase chorou.

– Amanda...

– É sério Caio! Eu podia ser muito, mas muito mais feliz, com você...Podia estar vivendo os meus sonhos e...

– Amanda para!

Ela se assustou e se ajeitou na cadeira.

– O que foi?

– Tem uma coisa, que eu devia ter dito há uns nove ou dez anos atrás, assim que tive noção que minha vida sem você não teria menor graça.

– E quando foi isso?

– Assim que você me disse "prazer".

Ela parou e sorriu.

– Caio eu...

– Amanda, eu devia mesmo ter dito isso antes...Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

Obrigada gente



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