Can we talk about love?; escrita por chariotkkun


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Soo~ Parabéns, Giovanna! Espero que goste e- FELIZ NIVER NIVER, de novo.q



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Aquela noite estava estranhamente fria. Nova Iorque não costumava ser tão fria, e mesmo assim os cidadãos continuavam correndo de um lado para o outro. Com certeza eram os atrasados. Pra que? Ahh, para o Natal. A maioria deles deixou para o último momento para comprar os presentes para seus filhos ou parentes.

Estranhamente, Stark não estava na rua naquela noite. Não estava em alguma festa, ou com mulheres em seu quarto. O que vinha deixando de acontecer, pelo menos, há uns três meses. Já não tinha mais escândalos sobre seu lado mulherengo, mesmo que isso tenha se tornado tão chato de colocar em revistas e jornais considerando a frequência dos acontecimentos.

Seu segredo não havia sido descoberto, mas havia alguém que com certeza sabia sobre aquilo. Steve Rogers. Ele vinha vivendo com o renomado homem desde o início do ano, para que aprendesse sobre a tal tecnologia do tempo atual. Não era de seu agrado, mas uma vez que seria útil em seu trabalho, ele aceitou fazer. Mesmo que tivesse que conviver com ele.

Voltando para o assunto Natal, festas e rua, quem estava batendo pernas era, justamente, quem menos se espera. A dupla havia tido, mais uma vez, uma briga e vinham se evitando há algum tempo. Não se cumprimentavam pela manhã, mal se olhavam. Não faziam as refeições juntos – habito estranhamente adquirido depois da chegada de Rogers, que inicialmente usara como somente uma estratégia para que se dessem melhor.

Era somente trabalho e cama, e nem mesmo era mais no mesmo quarto. Ah, sim! Acho que deixei passar o fato de que, o culpado pelos votos de castidade de Stark era ninguém menos que Steve Rogers, o Capitão América.

O motivo da briga é óbvio, ou melhor, de quem partira. Tony, mais uma vez, extrapolou com sua arrogância. E a cena agora lhe vinha à mente, enquanto ele fazia nada além de olhar suas obras.

Era tarde da noite quando Steve apareceu de repente na oficina. Acordou com alguns barulhos, mas nem por isso estava irritado, na verdade perguntava-se se ele estava tendo dificuldade para dormir ainda.

— Tony, já é tarde... Por que não vai dormir? — O loiro perguntou depois de duas tentativas de digitar a senha, e somente na última ter tido sucesso, e entrar no lugar que surpreendentemente estava arrumado.

— Hmm, pois é, diferente de você eu tenho trabalho a fazer, Capitão. — A resposta veio ácida e de maneira inesperada. Rogers jamais imaginaria que àquela altura do campeonato ele ainda lhe trataria de forma rude e colocaria seus princípios fora de jogo.

— Do que está falando, Tony? Assim como você eu tenho trabalho a fazer. — Disse-lhe ingênuo, procurando entender o motivo de tal acidez.

— Que seja, não me interessa. Eu só preciso terminar isso aqui, e parece que tem um obstáculo. Olha só! Esse obstáculo é você, agora poderia sair? — Parando o que fazia, Stark olhou-o com desdém e apoiou as mãos na mesa.

Incrédulo, o loiro não tardou em fitá-lo como se perguntasse se aquilo era realmente sério, mas, desistente, sacudiu a cabeça negativamente e suspirou levemente melancólico. — Eu não sei por que ainda me preocupo, sabe. — Completou, abandonando o local de trabalho alheio.

Só depois de ter feito é que o Stark notara quão tolo havia sido. Estava tão estressado e frustrado, a síndrome do pânico não lhe ajudava e para piorar suas noites de sono eram terríveis. Ele podia contar nos dedos quantas horas havia dormido naquela semana, e mesmo juntando tudo ainda eram poucas.

Agora se encontrava incapaz de fazer um pedido de desculpas apropriado, e dessa vez não era por conta de orgulho ou dignidade. E sim por falta de experiência ou simplesmente não conseguir. Dar voltas na oficina e olhar seus trabalhos era sempre bom, o fazia se orgulhar de si mesmo, pelo menos por alguns minutos.

Mas já estava ali há horas. Tanto que pegou café e uma cadeira mais confortável, para que ficasse sentado e olhasse o que construiu e tentasse encontrar a si próprio. Seus olhos passeavam cada pequeno canto e detalhe daquela sala, esperando encontrar o defeito ou problema. Mas nada, estava tudo em perfeito estado como gostaria que estivesse. E foi aí que, parando para pensar, não encontraria defeito caso não tivesse um espelho.

Deixou que um suspiro também preenchesse o local, e por tal distração assustou-se quando ouviu a porta abrir-se. Tony se levantou e virou para fitar a figura de Steve parada, com algumas sacolas em uma mão e algo que seria como um travesseiro para colocar em volta do pescoço na outra.

— Dessa vez eu acertei na primeira vez. — Disse-lhe como se fosse motivo de orgulho, caminhando para perto de um dos balcões dali e colocando as sacolas sobre eles. Suspirou cansado, o loiro, pensando por onde começar. — Eu... Comprei isso, talvez te ajude a dormir. — Disse balançando o projeto de travesseiro com a destra.

— Ahn, não, na verdade isso só serve para viagens. — Tony o corrigiu, sem nem uma expressão no rosto exatamente. — Ah, mas obrigado mesmo assim, talvez seja útil e eu o use quando estiver dentro da armadura.

O loiro pendeu a cabeça levemente para o lado, comprovando que aquilo não havia sido a melhor coisa que ele dissera.

— Tudo bem, isso foi péssimo, me desculpe. — Ele olhou para os lados, após passar a mão pelo rosto e abrir os braços. — Me desculpe por ser um completo babaca. Tá bom? Eu realmente não sei o que está acontecendo, mas é. Não sou bom com desculpas e não reconheço o trabalho dos outros. Satisfeito, Capitão? Eu digo. Admito o quanto fui idiota. — Concluiu cruzando os braços e dando alguns passos sem rumo pela sala.

Os segundos seguintes se passaram em silêncio, mas Steve o quebrou com um riso baixo. — Bom, pelo menos você não é o único a concordar com isso. — Os olhos azulados foram capazes de enxergar a face insatisfeita do moreno mesmo este estando distante, e ele sorriu com isso. — Sabe, Tony. Eu não sei como ajudar, mas se você não deixar eu vou saber menos ainda. Apesar de tudo, bem... Nós... Estamos juntos? Eu não sei, acho que isso faz parte, querer ajudar o outro. Então, me deixe tentar.

O pedido soou baixo, e apesar daquelas coisas serem constrangedoras de se dizer o Capitão não recuou nem um passo. Tal firmeza sempre abalara o Stark, que nunca sabia como reagir àquilo da forma correta. Ele ainda não sabia o que fazer, mas foi até a frente do companheiro, ficando separado deste somente pelo balcão. Stark olhou para as sacolas vendo somente de relance em seu interior, e concluiu serem ingredientes para um jantar especial. Ele olhou também para o travesseiro, e segurou-o e o amaciou.

— Você nunca vai parar de me surpreender, não é? — Foi o que disse, e tinha quase certeza que o mais velho tinha uma expressão de completa surpresa em seu rosto. — Ah, não importa o que diga, eu nunca repetirei isso. Foi azar seu não ter gravado na primeira vez. — Os passos o levaram para o outro lado do balcão, o deixando de frente para o loiro, de mesmo modo que expunha tamanha diferença de altura.

— Você... Quer fazer o jantar agora? — Perguntou constrangido, o Capitão, estar tão próximo do mais jovem ainda lhe era estranho.

— Ah, não, eu quero jantar outra coisa. — Zombou o moreno, sabendo que aquele tipo de metáfora o fazia ficar sem jeito. Contudo antes que ele desviasse o rosto, o mais baixo segurou-lhe a jaqueta e o puxou para baixo, selando os lábios aos dele. Sem pressa, sabia que daquele jeito o conquistaria mais rápido.

Mesmo que nunca fosse aprender a fazer adequadamente um pedido de desculpas, mesmo que talvez nunca perdesse sua personalidade arrogante, e mesmo que sempre fizesse tudo errado, Stark não queria pensar nisso. Não queria pensar que um dia poderia perder o companheiro que o vinha colocando nos trilhos.

Apesar de tudo ele sentia que, de alguma maneira, eles eram mais do que amantes ou qualquer adjetivo superficial que os rotulava. Ele nunca foi poético ou parou para pensar sobre a vida, mas ele tinha alguém para fazer isso por ele. Enquanto o trabalho de dar emoção à relação, ficava para ele. Por isso que, por Steve Rogers e para Steve Rogers, Tony sempre estaria em fase de mudança.

E o mesmo era para o Capitão América, que mesmo que não deixasse de lado seus ideais, era como se algo, ou melhor, alguém, tivesse se igualado a isso. Tivesse ganhado importância tanto quanto a segurança de seu povo.

Por mais clichê que soe definitivamente um completava o outro. Ou melhor, o defeito de um completava o defeito do outro, e o mesmo com as qualidades. E isso não precisava ser dito em palavras gentis, afinal dentro de quatro paredes a verdade ficava nua e crua para que ambos desejassem, secretamente, nunca se separarem.


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