Apocalypse escrita por SuicideFish


Capítulo 2
Matthew


Notas iniciais do capítulo

Como algumas pessoas pediram, eu vou continuar com a fic. Não sei até quando, mas vou continuar.

Decidi mudar o nome dos capítulos para o pov da pessoa que vai narrar o capítulo. Por enquanto, pretendo narrar apenas nos povs da Megan e do Matthew (capítulos da Megan vão aparecer em breve). É isso ai, espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/574445/chapter/2

Acordei sentindo o peso de algo sobre meu peito. Olhei para os lados, tentando reconhecer o lugar em que estava, o que não adiantava muito já que minha visão estava borrada. Tentei levantar do chão, quando senti uma dor aguda em meu braço; tentei olhar para o lado, porém um pedaço de madeira cobria o local do ferimento. Respirei fundo. Minha visão havia voltado ao normal; agora conseguia ver o local direito, porém não conseguia reconhecê-lo.

Eu não sabia aonde estava.

Respirei fundo mais uma vez, tentando ignorar a dor em meu braço. Reuni todas as minhas forças, levantando alguns dos pedaços de madeira que cobriam meu corpo, lançando-os para o lado; consequentemente, os escombros emitiram um som alto enquanto rolavam pelos degraus de algo que eu julguei serem arquibancadas.

Levantei-me do chão, cambaleando ao ficar em pé. Apoiei a mão na parede próxima, mantendo o equilíbrio. Senti novamente uma forte pontada de dor, finalmente olhando para meu braço: havia três cortes profundos e sangrentos, um do lado do outro, como se algo tivesse me arranhado. Fechei os olhos, comprimindo o lábio, tentando suportar a dor. Ergui a cabeça, abrindo os olhos, finalmente analisando o lugar.

— O que diabos aconteceu? — Murmurei, olhando ao redor. Alguns corpos estavam jogados no chão, debaixo de restos do local. Uma parede estava destruída, dando espaço para o sol entrar. O teto estava praticamente pendendo.

— Tenho que sair daqui. — Foi a única coisa coerente que consegui pensar no momento. Realmente, não sabia aonde eu estava. Não sabia o que havia acontecido, mas ao ver o lugar, julguei que não foi algo bom. Olhei ao redor mais uma vez, prendendo o olhar em uma mochila cinza. Senti uma onda de eletricidade percorrer meu corpo, arrepiando-me, prendendo minha respiração por alguns segundos. Continuei com o olhar fixado na mochila, quando algo me veio à mente.

— Buster... Buster. Buster! — Disparei em direção à mochila, cambaleando entre os escombros. Assim que a apanhei , meu corpo paralisou. Ao lado da mochila, havia o corpo de uma menina. Não conseguia reconhecer o rosto, que estava desfigurado, mas reconheci as madeixas castanhas levemente encaracoladas. Senti outro arrepio percorrer meu corpo, a mesma sensação de antes. Recuei alguns passos, arqueando as sobrancelhas ao perceber de quem provavelmente pertencia o rosto desfigurado.

— Dianna? — Minha voz saiu num tom fraco, quase inaudível. Franzi a sobrancelha ao perceber que reconhecia a garota, comprimindo o lábio. Apertei a alça da mochila com força, recuando mais alguns passos, sentindo os escombros tocarem minha canela. Senti meus olhos se encherem de água; suspirei algumas vezes, balançando a cabeça para os lados. Não podia ser... ela nem estava na hora que...

Outro arrepio. Foi como se um raio tivesse atingido minha mente, e cenas voltassem a aparecer. Cenas vívidas. Lembro de ver pessoas correndo, gritando; vi uma menina loira sendo atacada por algo preto, e então um garoto a empurrando para trás. E o garoto...

De repente, voltei para a realidade. Ouvi um barulho ecoar pelo ginásio. Olhei para os lados, desesperando-me. Tentei ignorar a sensação estranha ao passar por cima do corpo da garota para mover-me, me esgueirando entre os escombros e a parede. Coloquei a mochila nas costas, descendo as arquibancadas rapidamente. Eu estava realmente em um ginásio. Eu...

Ouvi outro barulho. Talvez fossem os pedaços de madeira e cimento do ginásio caindo, porém não arrisquei olhar para trás. Segui em direção ao buraco aonde costumava ser uma parede, saindo para fora. Não olhei para trás; não podia olhar. Franzi a testa ao lembrar que estava com a mochila nas costas. Retirei-a do corpo e abri o zíper, checando o que havia dentro. Suspirei, aliviado ao ver uma garrafa de água, um livro escolar, uma muda de roupas que julgava ser um tipo de uniforme, e uma foto. Apanhei a foto, comprimindo o lábio ao analisá-la; nela, havia um pastor alemão de língua para fora, uma garota loira abraçando seu pescoço, sorrindo e... eu mesmo, do outro lado da foto, também sorrindo.

— B-Buster... Eu me lembro de você, amigão... — Continuei a olhar para a foto, sentindo um nó na garganta se formar. Passei o dedão sobre o cachorro, prendendo a respiração ao sentir outro arrepio pelo corpo.

— M-Megan? — Balbuciei o nome da garota inconscientemente, confuso, ainda olhando para a foto. Como saberia o nome dela? Eu nunca...

Arregalei os olhos ao notar que a garota loira da visão era a mesma da foto, e junto com ela, eu era o garoto. Não sabia como, nem por quê a reconheci; apenas sabia que conhecia seu rosto, e o rosto de Dianna. Não sabia quem ambas eram, ou por quê eu sabia o nome delas, ou por quê tive aquela visão, ou por quê eu... estava nela.

Nada mais era seguro ou compreensível naquele momento. Fechei a mochila, apanhando-a e a pondo nas costas, colocando a foto no bolso. Retirei a meia do tênis, enrolando-a no ferimento na tentativa de cobri-lo, causando uma pontada de dor.

— Seja lá o que fez isso comigo, realmente não me queria no meio. — Murmurei, suspirando. Cerrei os punhos, respirando fundo. Apenas sabia de uma coisa: eu estava sozinho agora.

E não sabia para onde ir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O capítulo não ficou tão grande quanto eu esperava, porém espero compensar nos próximos. Não esqueçam de comentar algo se gostaram. Críticas construtivas são bem vindas.