Hallelujah escrita por Aphrodite Laclair


Capítulo 1
And from your lips she drew the hallelujah


Notas iniciais do capítulo

raiza, essa é a segunda de três fics que eu tô fazendo pra você. ♥ eu estou colocando minha alma nesse projeto, e tá sendo muito legal! espero que você possa gostar dessa sanmar singelíssima que eu escrevi. ♥
ah e eu escrevi ouvindo a opus no.12 do dustin o'halloran, que pode ser encontrada nesse link: https://www.youtube.com/watch?v=q0jDDKn5gJc eu acho que combina bastante com o clima da fic, então recomendo ler ouvindo. ^_^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/574404/chapter/1

Hallelujah

.

You saw her bathing on the roof

Her beauty and the moonlight overthrew ya

She tied you to her kitchen chair

She broke your throne and she cut your hair

And from your lips she drew the hallelujah

Hallelujah — Jeff Buckley

.

O reflexo de Margaery permanece, imutável, eternamente sedimentado, no espelho pelo qual ela passou mil eras atrás. É como um sonho, lentamente afundando nas águas frias do esquecimento, um instante entre abrir os olhos e acordar. Sansa consegue vê-la, mas nunca tocá-la — a luz do sol entra pela janela, tropeça em alguma coisa legal e divertida, um sonho bom envolvendo vidas inteiras calmamente fazendo fotossíntese, ilumina a poeira do quarto que fica como vagalumes flutuando e então ela acorda. Margaery nunca fica até de manhã, o lado na cama que já foi dela continua frio e vazio. É como se ela estivesse morta. O som de piano é sempre um requiém, a sensação incômoda de dejà-vu.

Houve um tempo perdido no passar dos anos em que Sansa escovava seus longos cabelos ruivos em frente a esse mesmo espelho onde Margaery agora habita. Sua lembrança. E então Sansa penteava e penteava até ele cair macio e brilhante, esperando alguém vir salvá-la daquela torre alta. A verdade é que ninguém nunca apareceu, e Sansa jogou seus próprios cabelos e desceu por eles, correndo descalça na floresta tentando achar algum lugar ao sol onde ela poderia, para sempre, viver em paz.

E foi nesse caminho de pedras que machucavam seus pés que ela conheceu Margaery. Ela era como uma estrela cadente, rápida e brilhante, uma áurea etérea colorindo tudo que ela tocava com um cinzento de sonho. E então elas deram as mãos e correram na campina, e nadaram em rios de águas que eram como o céu, e olharam as nuvens procurando aquelas que tinham formato de alegria.

Mas Margaery se foi e Sansa voltou para sua torre, sozinha mais uma vez, e chorou rios que alagaram mundos inteiros, e então adormeceu novamente na sua cama de grama onde esperou, esperou, esperou Margaery voltar. Seu reflexo no espelho.

Apenas as cicatrizes nos pés e o cheiro de riso em suas narinas lhe lembram de um momento onde foi feliz — além das fronteiras de seu palácio-prisão, nunca mais uma prisioneira.

(é só quando sansa acorda que percebe que esteve chorando durante todo o tempo)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hallelujah" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.