–Rose você não pode fazer isso! - Grita Raquel

Eu dou as costas para minha irmã caçula e continuo a dobrar minhas roupas as colocando em uma mochila.

–Você não me deu opção Raquel. - Eu digo, minha voz forte e firme

Eu me viro.

–O que você está fazendo não é nada legal. - Digo

–Eu vou melhorar, prometo. - Insisti Raquel

Eu me viro e encaro os olhos escuros de minha irmã que me encaram suplicantes.

–Você prometeu que não faria mais isso a primeira vez que fez, e veja onde paramos.

Os olhos de minha irmã de enchem de lágrimas.

–Não tente me manipular eu não caio mais nessa.

Ele se vira zangada.

–Por que tudo sempre tem que ser do seu jeito? -Ela pergunta

–Por que entre nós duas a única que parece pensar racionalmente agora sou eu.

–Você vai se arrepender por isso. - Ela fala em tom de ameaça

Eu dou de ombros.

–Vai contar pro diretor? ha, espera! vai pedir ajuda pro Dimitri? seu professor que te deu um chute na bunda?

Eu rio sem vontade de uma piada sem graça enquanto observo o rosto de minha irmã passar de vermelho a roxo em poucos segundos, é tão rápido que eu nem mesmo consigo capturar o movimento, no entanto, sua mão acerta o lado direito de minha bochecha fazendo em me curvar coim a ardência. Eu não sei o que acontece mas minhas mãos já voaram em sua direção e eu a empurrei tão forte que a mesma bateu as costas fortemente na parede oposta do quarto.

–Como-como você fez isso? - Ela pergunta um pouco assustada

Ainda com a mão no rosto e surpresa com a sua agressividade eu grito:

–Sai do meu quarto agora!

A mesma não pestaneja ao sair fazendo isso rapidamente e logo me vejo com as mãos na cabeça dizendo "o que eu estou fazendo"?

Na manhã seguinte meu corpo parece tenso e cansado e as imagens reveladoras de um passado temporariamente esquecido refletiam meus gestos em todas as direções.

–Hey você está bem? - Pergunta Lissa parando ao meu lado no corredor

Eu respiro profundamente afirmando com a cabeça.

–Você parece tipo em alerta, como se estivesse esperando algo acontecer. -Ela comenta

Eu dou de ombros.

–Só estou um pouco cansada. - Comento

Nesse instante um Christian sorridente aparece ao lado de Lissa e eu enrugo minha sobrancelha.

–Vocês vão matar aula de novo? - Pergunto

Lissa me olha preocupada enquanto Christian não tira o sorriso do rosto.

–Não.

–Mentira.

Exatamente vamos matar aula. - Diz Christian

–Lissa! estamos no último bimestre. - Brigo

Lissa dá de ombros.

–Eu já passei. -Ela diz. - Você vai ficar bem se eu for? - Ela pergunta preocupada

Eu rolo os olhos.

–Claro que sim, vá se divertir. - Digo

Sorrindo ela me abraça apertadamente e vai, o sinal toca alto de mais para meus ouvidos e eu caminho mas percebo que estou indo para o lado errado quando paro de frente a biblioteca da escola, eu engulo em seco enquanto dou a volta para ir a sala de aula quando escuto "Você prometeu", poderia ser minha fértil imaginação projetando a voz idêntica sussurrada de minha irmã mas quando eu tentei abrir a porta para minha decepção a mesma estava trancada.

–Droga.

Alguém caminha em minha direção no corredor, na verdade duas pessoas caminham e eu corro em direção a dobrada do corredor, quando chegam mais próximo posso ouvir o que conversam.

–Então senhorita Belikov essa aqui é a biblioteca. - Diz o diretor

Senhorita belikov?

– Sim sim, meu irmão me falou tanto sobre essa biblioteca. - Ela diz

Eu me estico sobre a parede vendo a mesma careca do diretor e um lindo punhados de cabelos loiros se mexendo animadamente.

–Podemos ver lá dentro? - Ela pergunta

–É uma area interditada. - Diz o diretor

A garota dá de ombros como se não se importasse.

–Acabei de chegar, isso significa que nunca poderia realmente saber como era a biblioteca da escola? - Ela pergunta

O diretor solta um pequeno bufo enquanto tira a chave de seu bolso traseiro e abre a porta que nunca costumava ficar trancada.

A garota loira bate palmas animadas enquanto coloca o rosto para dentro e fala alguma coisa que não consigo entender mas logo ela vira o rosto em minha direção e eu me escondo.

–Algum problema? - Ouço o diretor pergunta

–Eu realmente gosto da arquitetura dessa escola. - Ela diz parecendo admirada

Eu pisco tentando entender o que ela estava fazendo. Quando eles vão embora eu finalmente saio de meu esconderijo finalmente decidindo deixar de tanta doidisse e voltar a minha sala de aula mais isso se torna impossivel quando noto que algo está diferente: A porta da biblioteca está aberta.