E se eu não lembrar? escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 6
Ei,eu posso te ver!




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–Por favor abram o caderno 1 de biologia na página 310. - Institui Dimitri enquanto se senta na mesa dos professores.

Eu arrasto meus olhos por toda a sala procurando por Lissa e me decepciono ao não encontra-la , por fim desisto e meus olhos acabam caindo sobre meu professor e eu juro, ele era bonito demais para ser um professor, ele não parecia se adequar corretamente aquela mesa, ele não parecia ter vinte e seis anos como Lissa me falara ontem de noite e ele não me parecia estranho, muitas coisas me deixavam confusa em relação a ele principalmente saber que ele tinha um pleno contato com minha irmã. Eu balanço a cabeça desviando propositalmente minha atenção para a janela quando a vejo, um grito incoerente sai por minha garganta.

Raquel está ali, parada, vestida de branco com um sorriso maldoso nos lábios, ela acena pra mim logo antes de me mostrar o dedo médio, eu estou tão confusa que acabo me desequilibrando e caindo da cadeira provocando olhares e risadas assustadas.

–Sai daqui! - é tudo o que consigo gritar para minha irmã. - Você morreu!

Mas quando eu levanto os olhos ela ainda está me encarando com um sorriso maldoso que chega a gelar a minha espinha.

–Com quem você está falando Rose? - Ouço a voz do professor um pouco mais próxima.

Respire, ordeno a mim mesma "ela não é real."

–Rose? -Dimitri me chama de novo

Eu fecho os olhos, realmente aperto meus olhos para não vê-la e tento controlar minha respiração um pouco antes de ouvir seu sussurro em meu ouvido.

"Você está jogando o jogo errado, Rose"

Sua mesma voz, gelada e sem vida que me causou o pior dos medos mais sentidos, ela desapareceu, e Dimitri está me rebocando para fora da sala de aula,eu tento me soltar mais seu aperto de ferro me prende tão bem que desisto, ele diz algo para classe que faz todos se calarem , mas eu não presto atenção, o que foi que eu vi?

O caminho pelo o qual o professor me leva vai em direção a enfermaria da escola, eu sabia esse caminho porque semanas antes eu havia ficado doente e Dimitri havia me rebocado da mesma forma para a enfermaria, o que? minha cabeça estava dando mil voltas de uma vez só enquanto uma lembrança me atingia com força, uma lembrança de antes do acidente.

–Aguente mais um pouco Rose. - Dimitri disse enquanto praticamente me carregava pelos corredores.

–Eu estou bem. - Digo aos sussurros alto o suficiente para professor Dimitri escutar. - Estou bem professor.

–Não me chame de professor. - Ele diz

Eu suspiro profundamente enquanto tento colocar um pé após o outro.

–Por que? - pergunto

–Por que ser professor nunca esteve nos meus planos. Essa é a última coisa que me lembro.

–Para! - Digo voltando a real e aumentando a voz. - Para agora!

Professor Dimitri para imediatamente me colocando em um dos bancos ali disponíveis no corredor.

–O que você tinha com minha irmã? - Pergunto levantando meus olhos para ele

Uma ruga de preocupação se forma em sua testa.

–Não sei do que você está falando Rose. - Ele diz

Droga - eu penso- ele vai tentar mentir.

–Rose, preciso saber o que você viu na sala de aula. - Pede Dimitri sério de mais

Eu olho para os dois lados do corredor como se Raquel fosse aparecer a qualquer momento e tremo só de pensar em vê-la novamente, isso não era tipico de mim, eu amava a minha irmã mas por que a presença dela me assustava tanto? seria sua expressão facial que estava diferente? ou o fato dela estar morta e eu a estar vendo?

–Se eu contar você vai me achar maluca. - Digo sem o encarar

–Experimente. - Ele diz

–Prefiro não arriscar. - Digo

Dimitri bufa irritado.

–Desculpe professor não tem nada a ver com você. - Digo, mesmo sentindo que Dimitri tinha sim algo a ver com isso.

–Me chame só de Dimitri, era como você me chamava antes do acidente. - Ele diz enquanto passa suas mãos pelo cabelo preto.

–Nós dois eramos amigos? - Pergunto.

Dimitri balança a cabeça.

–Acho melhor você ir para o seu dormitório, foi um longo primeiro dia e você merece descansar. Eu acompanho você. - Ele diz

Eu balanço a cabeça negando.

–Não precisa, eu vou sozinha.- Digo virando as costas e caminhando para longe dali sentindo seu olhar sobre minhas costas.


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