E se eu não lembrar? escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 2
Lembrar é morrer


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem :3



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Ela morreu.
Não posso acreditar no que escuto, também não posso parar as imagens, lembranças, que correm desenfreadas por minha mente me deixando sem fôlego.
Aquela noite volta a minha mente de forma alucinosa e vejo me minha irmã deitada no chão da biblioteca, está escuro e eu posso sentir meu medo e o dela que parecem se misturar de uma forma única. Eu ouço passos.


–Julia corre. -Minha irmã diz

Ela está sangrando, meu Deus ela está sangrando.

–Julia ele chegou. -Ela sussurra

Minha próxima imagem é de dor e adrenalina enquanto eu atravesso a janela do terceiro andar indo direto pro chão.

Eu me sento na cama em um pulo surpreso enquanto o suor escorre livre pela minha testa, minhas respiração está ofegante e no escuro do quarto vazio e solitário do hospital eu me sento assustada. A dor latejante da minhas testa recomeça e eu aperto o botão para chamar alguma enfermeira que pudesse me dar algum tipo de analgésico, não demoro muito até que uma mulher não muito velha adentra o quarto, seus cabelos mognos estão presos em um rigoroso rabo de cavalo e suas vestes são completamente brancas enquanto ela caminha até mim com um copo de água e um sorriso no rosto.

–Tendo problemas para se acostumar senhorita Hathaway? -Ela pergunta, porém seu tom de voz parece acusatório

Ela me entrega duas pequenas pilulas de comprimido e eu as engulo sem hesitar junto a água.

–Eu não gosto de hospitais, eles fazem eu me sentir impotente. - Digo

A mulher balança a cabeça afirmando.

–Dou graças pelo medico me liberar depois de amanhã, logo logo poderei estar em casa. - Finalizo enquanto me deito novamente ajeitando as conversas.

A mulher pega o copo e sorri duramente enquanto olha para longe de mim.

–Fiquei sabendo de sua irmã, sinto muito. - Ela diz.

–Também sinto. - Suspiro profundamente afastando pensamento ilógicos enquanto completo a frase.- Mas logo logo, quem fez isso com ela vai pagar muito caro.

Os olhos da enfermeira se voltam para mim tão rapidamente que nunca achei que eles teriam saído realmente de minhas vistas.

–Procure por coisas que já passaram. - Ela diz

Seus olhos ainda encaram os meus quando eu respondo:

–É a minha irmã, farei isso por ela.

–Sei que perder alguém é doloroso, acredite eu sei, mas começar a procurar por respostas perdidas não é uma boa ideia.

Eu dou de ombros.

–Se ela tinha segredos e me contou, eu vou lembrar, mas se ela os escondeu de mim eu vou descobrir.

A mulher balança a cabeça descrente.

–Quem brinca com fogo, sempre acaba se queimando Rose.

Depois disso ela se retira do quarto me deixando ali sozinha com meus pensamentos confusos, o que ela quis dizer? provavelmente ela não sabia o que estava falando e era muito provável que nunca tivesse passado pelo que eu passei, então por que eu deveria ouvi-la?.

O sono veio rápido e ligeiro, mas infelizmente eu não pude escapar de mais alguns pesadelos que voltaram a me atormentar durante a noite, no final, ou melhor dizendo já de manhã eu me sentia uma lixo, completamente cansada e sem sombras de dúvida que eu tinha olheiras em meus olhos, mas pra quem ficou mais de setenta dias dormindo isso não era nada. Em algum momento entre um de meus cochilos nebulosos e meus abruptados despertares um enorme vaso de tulipas amarelas apareceu na comoda em frente a minha cama, era incrível como aquelas flores foram capaz de fornecer tal vida para um quarto tão solitário.Minha curiosidade me forçou a apertar novamente o botão dos enfermeiros apenas para saber quem as havia mandado. A enfermeira que veio dessa vez não foi a de cabelos mogno, mas sim um loira que tinha cara de mau morada e que me deu a resposta ignorantemente.

–Não sei quem enviou. - Ela disse

Eu respiro profundamente.

–Está dizendo que um desconhecido qualquer me mandou flores e alguém as trouxe para dentro do meu quarto? e se tivesse uma bomba dentro? - pergunto

A mulher rola os olhos.

–É claro que não era, eu as verifiquei quando o moço as entregou. - Ela diz rude

–Não acabou de falar que não sabia quem as tinha enviado? - Pergunto

–Foi um moço de uma floricultura aqui perto, mas ele não falou quem mandou as flores e muito menos se essa pessoa deixou um cartão. - Ela diz enquanto caminha pela porta.

–Certo. - Digo enquanto ela fecha a porta me deixando para trás com uma pulga atrás da orelha e maravilhosas tulipas amarelas.


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Notas finais do capítulo

Uhul! gostou? comenta que eu posto o próximo ainda HOJE!



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