Minhas mão dão uma pequena tremidinha em nervosismo quando Dimitri aponta com sua cabeça um lugar mais afastado da população para que possamos conversar.

–O que foi? - pergunto me virando assim que noto o quanto já estamos afastados.

–Você por acaso quer morrer? - Ele pergunta rude

–Não entendi sua pergunta. - Digo

Seu rosto parece se inflamar em raiva.

–Você está procurando respostas para questões que não deveriam ser respondidas.

Eu balanço a cabeça.

–Eu sei que há algo mais, a morte de minha ir-

–Não tem nada a ver com Raquel!

–Tem tudo a ver com ela, e você sabe disso tanto quanto eu, sabe que mataram ela para que ela não pudesse invocar seus poderes.

Dimitri segura meu braço rudemente.

–-O que você sabe sobre isso?

Eu tento me soltar de seu braço mas o mesmo me prende tão forte que isso se torna inútil.

–Me solta. -Digo

–Rose para de procurar sobre isso, você vai acabar encontrando respostas que não vai gostar.

–Tarde demais, ele já me encontrou. -Digo em um sussurro enquanto desvio de seu olhar penetrante.

–O que?

–O assassino de Raquel, você sabe quem a matou? -Pergunto voltando a encarar seus olhos.

Ele balança a cabeça enquanto o aperto em meu braço afrouxa.

–Sinto muito. - Ele diz - Ainda não descobri isso.

– O que ele quer comigo?

Os olhos de Dimitri se dilatam proporcionalmente enquanto ele procura alguma brincadeira em meus olhos que agora estão sérios.

–Ele falou com você?

Eu rio sem humor.

–Ele invadiu o meu quarto.

Dimitri solta o meu braço abruptadamente e quando percebo ele anda de um lado para o outro.

–A bagunça, os gritos que Felicity escutou, a lampada queimada. Você não estava tento um surto, você estava sendo atacada. - Constata ele ainda sem olhar para mim. - Por que não me contou?

–Por que isso é problema meu, não seu!

Dimitri caminha a passos largos até mim e quando penso que ele vai fazer algo o mesmo simplismente toca minha face com sua mão.

–Se você está envolvida, isso com certeza me torna um peão do jogo.

–Não entendo o que você está falando. -Digo

Suas duas mãos vão para meu rosto.

–Temos que ir.

Ele me solta muito depressa o que faz eu me sentir como se alguma parte de mim tivesse se dissolvido rapidamente, aquilo era tão estranho que eu me senti vulneravelmente fraca.

–Sim, eu já ia para meu quarto mesmo. - Digo me virando pronta para seguir e esquecer o que houve, no entanto, o braço de Dimitri me para.

–Não, quis dizer ir embora, já deu por aqui sua identidade e seu local de estadia foi comprometido.

–O que? vocês não está fazendo muito sentido agora.

–Você está correndo perigo Rose, e eu vou te tirar daqui.

–Eu não posso ir embora! - Exclamo um pouco exaltada

–Nós vamos, é para sua segurança, a não ser que você queira parar em um caixão como sua irmã.

Eu engulo em seco.

–Vá para seu quarto, encha uma mochila com as coisas que você mais precisar. Saimos em uma hora.

–Você está louco? -Pergunto me afastando

Dimitri se aproxima

–Se você tem alguma pouco fé em mim, acredite, isso é pra nossa própria sobrevivência.

Minha mente não focou apenas em uma mão apertando levemente e carinhosamente a minha, mas se focou também no que a palavra "Nós" estava significando ali.

–As lendas, os mitos, são tudo verdade não é? -Pergunto

Parte de mim já sabia a resposta, eu nunca fui uma pessoa que negava os fatos e muito menos uma amante da ciência que sempre tinha uma resposta para tudo, eu apenas acreditava no que minha mente me proporcionava como resposta, e isso sempre bastava.