–O que você disse? -Dimitri pergunta enquanto percebo seus olhos se dilatarem em preocupação.

–Ele matou minha irmã, ele quer me matar também. - Digo surpresa demais de como tudo aquilo saiu de uma forma tão gelada e robotica.

–Rose, dá onde você tirou isso?

Eu pisco meus olhos sem responder.

–Rose onde você ouviu sobre isso? - Dimitri pergunta aflito

–O que minha irmã estava escondendo de mim? - Pergunto voltando a encarar seus demasiados olhos escuros buscando alguma compreensão.

Dimitri e eu nos sobresaltamos quando a porta é aberta abruptadamente e sua mão voa para longe de mim, assim como ele mesmo enquanto minha mãe entra no quarto preocupada.

–Oh Rose, o que você estava pensando? - Minha mãe pergunta aflita

–Eu só fui dar uma volta na escola.

–Encontramos ela desmaiada no corredor leste. -Diz Dimitri

Eu enrugo minhas sobrancelhas.

–Onde fica o corredor leste? - Pergunta minha mãe confusa

–Corredor da biblioteca. - Respondo ainda sem entender.

Dimitri assente positivamente.

–Você me encontrou no corredor? - Pergunto desconfiada

Dimitri balança a cabeça.

–Você estava jogada no chão, agora tenho que ir nos vemos depois Rosemarie- diz Dimitri saindo pela porta.

Mesmo preocupada minha mãe sorri de lado

–Seu professor é uma gracinha. - Comenta ela me fazendo rir

–Mãe! - repreendo

Minha mãe ri.

–É esse tipo de coisas que as mães costumam falar. - Ela diz bem humorda

Eu sorrio.

–Por favor, sempre seja assim ok? nunca mude.

Minha mãe sorri.

–Enquanto você estiver aqui minha filha, sempre serei assim, eu prometo.

Sorrio mas algo em suas palavras me fez desejar não ter feito tal pedido, Dimitri era ótimo galanteador, no entanto, estava se saindo um péssimo mentiroso e algo dentro de mim falava que ele sabia mais do que estava dizendo, poderia ser loucura de minha mente, projeções de meu subconciente ou até mesmo neuras de alguém traumatizado, mas alguma coisa estava acontecendo e eu tinha que descobrir antes que fosse tarde demais.

–Hum, mãe, antes do acidente você conversou muito com a Raquel?

Minha mãe sorri enquanto se senta na beirada da cama.

–Sua irmã me ligava toda a semana pra falar o que acontecia na escola, no entanto...

–No entanto o que mãe?

–As últimas vezes que ela me ligou ela estava estranha.

–Estranha como?

–Muitas pessoas disseram que era coisa da minha cabeça, que ela continuava a mesma, mas sabe aquele sentimento de mãe? algo estava errado.

–Sobre o que vocês conversavam? - Pergunto

–Sua irmã estava bem interessada na história antiga da familia de seu pai.

–A familia de papai tem uma história?

–Claro que sim, eu costumava contar isso pra vocês quando eram pequenininhas, sua irmã amava essa história- Diz minha mãe pensativa.

Eu respiro fundo.

–Você pode me contar?

–Claro.