Memory Of a Life escrita por yin-yang


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Bom, essa fic é dedicada especialmente a um amigo meu, que completou 16 anos no último dia do ano. Sim, é verdade. Seria muito interessante se lessem a esta fic com a música "Natsu Love" de Juliet; sério, dá uma ênfase maior na história. Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/57433/chapter/1

    Era uma manhã serena de verão em uma cidade litorânea nipônica; era temporada de excursão, principalmente juvenil, a qual uma boa parte da população vai às praias se divertir e aproveitar o calor, uma vez que Japão é um país de clima temperado com invernos rigorosos; podia-se ver pessoas caminhando pelas areias ainda úmidas e o belo amanhecer. Entre elas estava uma jovem de cabelos castanhos longos, com uma veste leve, típico da estação; de estatura baixa para a idade e um semblante sem imperfeições. Aquela era a garota que, duas vezes, já havia salvo o mundo. Hikari. Haviam se passado vários anos depois do último incidente que envolvesse Digital Word e o Mundo Real - agora, com vinte e dois anos, estava ela lá, aproveitando a vida. Sentia saudades de seus amigos, pois o tempo os fizeram se separar; cada um seguiu seus próprios caminhos.
Olhou em seu relógio de pulso e viu que ainda eram sete horas. Aos poucos, ela parava de andar e ficava de frente para o mar, olhando e admirando a beleza oceânica que era tingida de tons púrpura.

Roxo.

Era uma cor que lembrava um amigo um tanto próximo, porém distante ao mesmo tempo: Ken. Quando ainda adolescente, era com quem conversava e que se sentia bem; fora quem lhe protegia contecesse o que tivesse que acontecer. Lembra como se fosse ontem o dia em que Takeru havia a iludido. Fora Ken que a estendeu a mão e a confortou, dizendo suas suaves palavras. Era impossível imaginar que aquele garoto um dia já desejou a destruição do mundo. Talvez, agora, não pudesse mais odiá-lo; Talvez já sentisse algo maior que amizade. Mas, agora, talvez não passasse de meras boas lembranças.

    Aproximou-se à beira do mar e deixou que as ondas alcançassem seus pés descalços. Levou o seu olhar junto daquele ritmo e avistou uma concha laranjada, que ainda possuía suas duas partes. Abaixou-se para pegá-la e, ao tê-la em mãos, direcionou o olhar ao objeto. Sua expressão ficou nostálgica, quando ouviu, detrás, uma voz um tanto familiar.

– Hikari?  Aquela suave e, ao mesmo tempo, firme voz de um rapaz soou aos aparelhos auditivos da moça.
Ao ajeitar seus cabelos bagunçados pela brisa, Hikari lentamente virou-se a colocar a concha em seu bolso. Seu olhar direcionava-se da areia ao moço que por pouco não conseguiu reconhecer.
– Quanto tempo não a vejo.  Disse o jovem japonês de cabelos negros, alto. Espero que eu não te veja mais triste como antes.
–... Ken? – Sorriu ela, correndo em direção do mesmo, abraçado-o. Nossa, muito tempo mesmo.
    Agora, sentados juntos a uma rocha, ambos conversavam sobre coisas da vida atual que levavam; coisas dos amigos, coisas do emprego, enfim. Delicada e atentamente, a jovem ouvia o que o amigo tinha a dizer. Sorria a todo instante que ele a olhava.
– Eu tinha ido na sua antiga casa, mas então seus pais me disseram que você tinha se mudado.
– Aham. Não sei, mas acho que queria viver.
– Viver?
– É. Conhecer lugares novos, pessoas novas, sabe? Eu tentei te ligar, mas a agência de telefonia dizia que o número era inexistente..
– Verdade, tinha trocado de celular, desculpa.  Sorriu ele em uma tentativa de perdão.
A garota retribuiu o sorriso, soltando uma pequena risada. Olhava ao redor e via que, mesmo já tivesse se passado algumas horas, a praia ainda tinha pouco movimento. Em seguida, olhou para o horizonte avistando o suposto fim de sua visão oceânica.
– Sabe, esses tempos atrás, eu estive me lembrando de quando éramos adolescente.. – Dizia ela, retirando lentamente de seu bolso.
– Como se tivesse passado tanto tempo assim. Ironizou o garoto.
– E, sabe, Ken, acho que eu tenho qu- Fora interrompida por um pensamento ou uma lembrança de Ken.
– Ah, Hikari. Quase ia me esquecendo já, heh. Lembra da Miyako?
– Aham. Respondeu ela, com um sorriso tímido.
– Então, preciso contar uma novidade pra você. Eu e ela vamos nos casar.

    Paralisou-se. Hikari, por um momento, não soube disfarçar o choque que havia tomado; sua expressão mudou para uma um tanto desapontada. Em seguida, tentou sorrir, um tanto convincentemente.
– Casar..?
– Aham. E eu faço questão de você estar lá no dia.
Sorriu novamente, um tanto infeliz.
– Bom.. er.. Que bom, não é mesmo? Muito obrigada pela consideração, Ken.
–... Mas, então, o que você ia me falar? Desculpa ter te interrompido aquela hora.
– Não tem problema.  Guardava ela a concha que pensou dar a metade para ele. Suas expectativas haviam ido embora. Abaixou a cabeça junto com o olhar e ajeitou novamente o cabelo. Ah, não era nada de importante não.
Levantou-se ela e desceu daquela rocha a qual estava sentada. Tornou a olhá-lo e novamente sorriu.
– Bom, Ken, tenho que ir trabalhar agora.
– Já?
– Aham. Mentiu. Bom, de qualquer forma, foi bom te ver de novo.
– Heh, igualmente. Sorriu de volta sem ao menos tê-la compreendido muito bem.
A moça então caminhava de volta para a casa, quando parou e voltou a olhá-lo.
– E.. Espero que seja feliz.
    Assim, então, voltava a andar sem olhar para trás, deixando, sem querer, a metade da concha, que havia sido dedicada a Ken, cair por entre o caminho.
 

...E que posteriormente o mesmo encontrou e a guardou sem ao menos saber da história.
 




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews, por favor.