Always Okay escrita por Dreamy


Capítulo 1
Isaac e Hazel - Um Amor Não Tão Improvável. . .


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Era uma cálida manhã de verão. Hazel se levantou de sua cama, sem forças para tomar o café da manhã. Escovou os dentes e desceu as escadas:

- Bom dia, gente – disse Hazel, meio desanimada

- Nossa, Frannie, – disse o pai de Hazel – até que ela se levantou cedo hoje!

- Mas tem sido assim desde a morte. . .

Frannie Lancaster, a mãe de Hazel, percebeu que aquele ainda era um assunto extremamente delicado para Hazel, então ela se calou.

Hazel fazia muita força para comer, mas não conseguia. Comeu um pedaço do bolo de cenoura que estava sobre a mesa, mas começou a ficar enjoada e foi vomitar. Michael, pai de Hazel foi socorrer a filha:

- Está tudo bem, filha?

- Me deixa em paz. . . – disse Hazel, tossindo um pouco

Hazel limpou a boca e saiu. Era a primeira vez que ela ia ao grupo de apoio desde a morte de Augustus, ou seja, há meses. Era também a primeira vez em que ia ao grupo sob iniciativa própria.

Chegou alguns minutos atrasada. Patrick falava a mesma coisa que nas outras palestras do grupo. Hazel olhou para Isaac, que era o melhor amigo de Augustus e agora um grande amigo seu também. O rapaz, que havia ficado cego desde que Gus ainda era vivo, já não sorria mais como antes. Estava tão triste quanto Hazel.

Patrick olhou para Hazel, que parecia não estar prestando atenção em nada. Ele chamou pela garota, que se irritou:

- Quer saber? Eu nem sei por que eu vim! Pra que um grupo que apoie pessoas com câncer? Todos aqui vão morrer! Eu, você, todos! Não adianta nos apoiar! Somos doentes, com os dias contados! O Gus estava feliz, saudável e a merda dessa doença o atacou e ele morreu! Acha mesmo que um de nós não será o próximo?

Hazel saiu da sala chorando bastante. Isaac correu até a amiga com sua bengala, procurando-a por toda parte:

- Isaac, não corra! – disse Hazel – Vai cair!

- Hazel, eu ouvi o barulho da porta fechando. Eu sabia que você tinha saído! Eu sou cego mas não sou burro! Você tem que passar por cima disso tudo, acha que o Gus, onde quer que ele esteja vai gostar de te ver assim?

- Não. Mas você tem que entender, Isaac! Eu amava o Gus, ele era tudo, o mundo! Ele foi o cara mais legal, mais especial que eu já conheci! Eu sei que o desejo dele de ser lembrado por todos no mundo não aconteceu, mas eu não conseguirei me esquecer dele nem quando eu morrer! Então, não tente me ajudar, porque não há ajuda!

Hazel saiu andando devagar, mancando um pouco. Isaac não via, mas sentia a aflição da amiga.

***

Hazel se lembrava dos últimos momentos vividos com Gus. Foi ao parque onde fizeram um piquenique, foi a cada rua em que andou com Gus. Até que ela foi até a casa dos pais dele.

Tocou a campainha. Quem abriu foi a mãe dele, que estava com uma aparência envelhecida e cansada:

- Hazel?! Você por aqui?

- Sim, senhora Waters. Vim fazer uma visita. Posso entrar?

- Sim.

- Cadê o senhor Waters?

- Está em uma viagem. Foi à Hamburgo, na Alemanha.

- Humm. . .

Hazel se sentou no sofá. Estava sem fôlego, pois havia andado muito. Suspirou um pouco. A senhora Waters lhe ofereceu um copo d’água. Ela aceitou.

- Mas por que a visita, Hazel?

Hazel não aguentou e abraçou fortemente a mãe de Gus, a ponto de chorar:

- Cada dia sem o Gus, parte de mim morre, senhora Waters! Eu estava pior do que ele, era para eu morrer primeiro, não ele.

- Querida, não diga isso. Eu também amo meu filho! Imagine como eu estou! Numa montanha russa de lágrimas que só desce.

- Eu sei. Deve estar numa situação pior que a minha. Mas sabe, quando ele se declarou apaixonado por mim, ele já sabia que ia morrer! Ele disse numa carta que sabia desde que eu fui internada! Mas não é justo! Eu estava a cada dia mais feliz, por que Deus teve que leva-lo?

A senhora Waters se comoveu com a menina e perguntou se ela queria ir ao quarto de Augustus. Hazel disse sim e em disparado desceu as escadas.

- Tudo do jeito que ele deixou, Hazel!

Hazel sentou na cama dele e cheirou-a com força, vendo se conseguia sentir o cheiro de Gus. Ela se espalhou na cama dele e gritou:

- Volta, Gus, volta!

Hazel desmaiou. A senhora Waters entrou em desespero e ligou para os pais da jovem.

Hazel acordou no hospital, tossindo e com um pouco de dificuldade para respirar. Ela percebeu que aquela cena era idêntica a que ela tinha 13 anos e foi diagnosticada. Internada, os pais chorando.

- Onde eu estou?

- No hospital, Hazel. – disse Michael

- Pai, eu não lembro de nada!

- Sabe que não pode fazer muito esforço físico!

Hazel não estava com vontade de ouvir os sermões da mãe, então fechou os olhos e dormiu. Teve alta no dia seguinte.

Quando foi para casa, teve alucinações. Imaginou o espírito de Augustus em sua frente, sorrindo com um buquê de flores:

- Gus?! Você voltou?

Os pais de Hazel se assustaram. Ela imaginava Gus em sua frente. Frannie foi conter a filha:

- O que está acontecendo, meu anjo?

- Não vê, mãe? O Augustus voltou, está aqui na nossa frente. Mas por que ele não me responde?

- Filha, o Gus não está aqui! Ele está morto.

- Então eu tenho que morrer também. Mas não preciso nem apelar, desde que o meu câncer surgiu eu estou condenada a morrer! Seria melhor do que passar por tudo isso. . .

Frannie levou a filha ao seu quarto e a pôs na cama:

- Deite um pouco filha. Um pouco de sono lhe fará bem!

Hazel dormiu e sonhou com sua viagem a Amsterdã, quando foi com Gus até a casa de Peter van Houten e percebeu que o autor de seu livro preferido na verdade era um total babaca!

Lembrou de quando beijou Gus pela primeira vez e quando os dois transaram pela primeira vez.

“– Eu tenho medo de ser esquecido.” (frase de Augustus Waters – A Culpa é Das Estrelas)

DIAS DEPOIS. . .

Fazia dias que Hazel não saía de casa. Suas mãos estavam desoxigenadas, frias, seu corpo estava trêmulo, seu rosto bem abatido.

Decidiu sair para tomar um vento. Observou Isaac, que com o auxílio de sua bengala, caminhava pela calçada. Hazel decidiu falar com o amigo:

- Oi, Isaac.

- Hazel! Que bela surpresa! Não falo com você há dias! Está me evitando?

- Que isso, Isaac! Estive um pouco doente, aliás, como sempre!

- Humm. . . Que tal darmos uma volta?

- Pode ser.

Isaac e Hazel caminharam até a praça onde Hazel e Gus fizeram um piquenique. Eles se sentaram e conversaram:

- E aí, Isaac? O que tem feito?

- Minha vida em uma palavra: uma merda! Não aguento mais essa cegueira! Nenhuma garota quer me namorar e depois que o Augustus morreu, eu não tenho mais amigos.

- A minha vida não é muito diferente da sua. Não pense que é uma delícia enxergar o mundo quando se está com os dias contados. Você não era cego, então deve saber disso.

- Sabe, Hazel. Eu sei o quanto você gosta do Gus ainda, mas sabe, eu sei que seria a maior traição que um amigo pode fazer ao outro, mas desde que ele era vivo eu comecei a gostar de você.

Hazel se sentiu surpresa. Como se estivesse cavalgando e de repente, o cavalo te derrubasse no chão. Ela pegou na mão de Isaac e disse:

- Não dá, Isaac. Não agora pelo menos. . . Talvez o Gus nunca saia das minhas memórias, ou talvez até saia, mas não agora. Procure alguém que te ame de verdade.

- Se eu encontrasse, Hazel. Mas eu não acho ninguém. Nós não podemos sequer tentar?

- Podemos.

Hazel se despediu de Isaac e saiu andando. Ela não gostava de Isaac, quer dizer, somente como amigo. Mas talvez um novo amor fosse bom para parar de pensar tanto em Gus.

Hazel saiu correndo atrás de Isaac, que ouviu passos:

- Hazel, é você?

Hazel chegou perto dele e o beijou rapidamente:

- Agora, o que eu sinto por você é só um carinho, mas quem sabe não possa ser bom para mim? Quem sabe o Gus não queira isso? Talvez eu venha amar você. Okay?

- Okay.

“Me apaixonei do mesmo jeito que alguém cai no sono: Gradativamente e de repente, de uma hora para outra” (Frase de Hazel Grace Lancaster – A Culpa é das Estrelas)


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