O Violinista. escrita por Steacy


Capítulo 2
Tão determinado...


Notas iniciais do capítulo

Sim, faz muuuuuito tempo que eu não posto nesta fic, mas hoje decidi voltar com este capítulo, escrito de forma diferente do segundo capítulo que eu havia excluído antes.
Perdoem-me pela demora, mas não sei se vou voltar a postar realmente ou se vou postar só mais esse capítulo.
De qualquer forma, espero que gostem! :)



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— Ally! Não esperava te ver por aqui - disse-me Austin. - Quero dizer... Nesta parte da cidade. Mas enfim, algum pedido? 

— Na verdade, eu passo muito por aqui... - respondi. - E, sim, um sorvete de morango, por favor. 

Ele assentiu e sem muita pressa, devido à tranquila movimentação da loja, entregou-me o pedido. 

Agradeci. 

— Mas o que tem este lado da cidade? - indaguei, voltando a pensar no que ele dissera. 

— Hm... Nada demais - respondeu simplesmente. 

— Eu já morei por aqui, sempre foi tranquilo... 

— Quando morou aqui? Em 1950? - Austin zombou. 

Ignorei a pergunta. 

— E você mora aqui há quanto tempo? - perguntei.

— Desde o dia 22 de abril de 2010, há exatamente quatro anos atrás - respondeu-me, sorrindo. Até achei engraçado sua resposta tão específica. 

— Woah! Um dia antes eu havia me mudado para onde eu mor atualmente. 

— Bem... Parece que ainda temos muitos assuntos para conversar. Que tal um encontro para nos conhecermos melhor? - Arqueei as sobrancelhas. - Apenas para nos conhecermos melhor, eu prometo! Afinal, eu serei seu professor - ele completou com um sorriso, parecendo empolgado. 

Depois de eu ter aceitado ir à casa de um estranho, por que não ter um encontro com ele? 

— Acho que por mim tudo bem. 

— Talvez você não saiba, mas um pouco mais em frente há um jardim. E como eu estou dizendo agora, meu horário de trabalho acabou. Já podemos ir. 

Austin segurou minha mão e me levou até lá. Normalmente, eu tentaria quebrar a mão de algum desconhecido que já se sentisse com tanta liberdade, mas com Austin parecia ser diferente, algo difícil de explicar. 

— Aqui é legal, não é? - comentou, assim que chegamos. 

E sim, ele estava certo. O lugar era realmente lindo! Um jardim repleto de flores e outros tipos de plantas, das quais, algumas, eu não sabia nada sobre. 

— Sim, é um lugar muito bonito - respondi encantada. 

Austin sorriu, parecendo satisfeito. De repente, começou a me encarar como se eu fosse a pessoa mais interessante o mundo e disse: 

— Diga-me algo sobre você - sugeriu. 

— Como o quê? 

— Podemos começar com coisas mais simples, como por exemplo... Qual é a sua idade? 

— Dezesseis - respondi. - E você? 

— Dezessete. Com quem você mora? 

— Isso é uma entrevista? - Senti meu rosto queimar por um instante. - Qual é a relevância da sua pergunta? - perguntei tristemente. No momento, era um pouco doloroso mencionar minha nova família. 

Austin pareceu compreender e deu a si mesmo a vez de responder. 

— Me desculpa. Eu moro com a minha mãe, o meu pai e tenho quatro irmãos, Andie, Alex, Jason e Tyler e uma irmã, Aubrey 

— Parece ser bem divertido! – Tentei ser simpática. 

— É sim. Tirando o fato de eu dividir o quarto com dois bagunceiros de treze anos – Austin disse, divertido – Daqui a pouco, nós podemos ir até a minha casa e eu lhes apresento, tudo bem? 

— E se passearmos por aqui um pouco? - propus, afinal, era um lugar muito lindo para termos vindo em vão. 

— Claro! 

Levantamo-nos e demos algumas voltas pelo jardim. Havia bastante para ver, principalmente flores, mas também havia muitas árvores. A parte ruim foi que ainda faltava muito para ver e pouco tempo, assim, Austin logo avisou que já era hora de irmos à sua casa. Eu concordei e fomos a pé mesmo. 

Ao chegarmos, fiquei surpresa ao perceber que a casa de Austin era exatamente em frente à minha antiga casa. E era uma casinha extremamente fofa – suas paredes eram de um tom clarinho de verde; as janelas brancas, assim como a porta e o quintal com um espaço bem-aproveitado por uma árvore enorme com um balanço sustentado por uma corda presa num galho. Ah, e a casa também não parecia ser tão grande, assim ela me pareceu apertada para uma família tão grande quanto Austin descreveu, mas poderia ser só impressão minha. 

E era! Quando entramos, eu vi que a casa era bem espaçosa, na verdade. Na sala de estar, que era onde estávamos, havia um sofá bem largo e quatro poltronas, organizadas duas em cada lado.  

Não demorou muito para eu ver dois meninos idênticos em aparência – ambos loiros como o Austin - correndo pela sala com uma bola de vôlei. Austin os chamou: 

— Jason, Tyler! – Eles pararam e prestaram atenção – Quero que conheçam a Ally. E Ally, quero que conheça o Jason e o Tyler. 

Um dos meninos se aproximou. 

— Eu sou o Jason - apresentou-se e apertou a minha mão com cautela - Aquele é o meu irmão Tyler - disse apontando para o irmão que, por sua vez ficou calado - É um prazer te conhecer, Ally. 

— O prazer é todo meu, Jason - respondi. 

Antes que eu pudesse falar com o Tyler, ele já havia ido embora e Jason foi atrás dele. Decidi ignorar isso, e Austin e eu continuamos andando pela casa até a cozinha onde encontramos uma menininha de uns oito anos sentada num banquinho em frente a um balcão.  

— Aubrey, quero que conheça a Ally – Austin chamou atenção da menina, apresentando-me. 

Aubrey olhou rapidamente, disse um “oi” meio tímido e voltou o olhar para o que estava fazendo. Antes que fôssemos embora, ela anunciou com uma voz manhosa: 

— Estou com taaaanta fome! 

— Aubrey, você já comeu! 

Diante do que Austin disse, a menina não disse mais nada e simplesmente saiu com um jeito emburrado. 

Seguindo nosso pequeno tour, enquanto passávamos pelo - segundo o que Austin disse - corredor dos quartos, um rapaz alto e moreno, mas bem parecido com Austin, deu uma tapinha na testa do irmão e se virou para mim dizendo "cuidado, hein!". Se eu dissesse que não fiquei com medo, estaria mentindo.  

"Que família estranha", pensei. 

— Bem - Austin começou -, agora que já conhece todos os meus irmãos, podemos começar a aula? 

— Aula? - perguntei antes de me lembrar o motivo de estar onde eu estava. 

Rapidamente me lembrei o que eu estava fazendo na casa de um rapaz que mal tinha conhecido: aulas de violino! Eu estava tendo uma experiência tão estranha que eu havia até me esquecido o porquê. Sem tardar muito pensando nisso, respondi o que me veio no momento: 

— Não tenho mais tanta certeza disso. 

— Como assim? – Espantou-se. 

— Quero dizer, isso tudo aconteceu tão rápido. Nós mal nos conhecemos! – eu disse, fazendo Austin parecer contrariado. 

— Mas... Ally, eu te apresentei à minha família. Isso não nos torna próximos? – ele disse e, então, refletiu um pouco suas próprias palavras. – É disso que você precisa, não é? Precisa me conhecer e nós podemos fazer isso, concorda? 

— Claro, podemos tentar. 

Nunca em minha vida havia conhecido alguém tão esforçado, tão disposto, tão autêntico ou tão bonito quanto Austin. Aquele violinista que eu havia conhecido por acaso parecia tão determinado a me conhecer que eu simplesmente não pude rejeitá-lo. Não que eu quisesse. 


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Notas finais do capítulo

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