Onix canyon - Interativa escrita por Scout caramel


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, aqui está! Boa leitura!



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Gengar flutuou, pairando sobre o ponto onde Alex agora se segurava, dependurada na crosta fina de rochas que sobrara onde Onix provavelmente havia escavado.

Abaixo de seus pés, o abismo escuro do túnel ameaçava traga-la para o desconhecido, quando Marge estendeu a mão, puxando-a. Ainda arfava, quando o ouviu suspirar: —Por favor, não me dá outro susto desses...— Alex sorriu um pouco, fazendo que não com a cabeça. Ao pisar em segurança outra vez, se virou, fitando a escuridão do buraco de volta. Marge a acompanhou, sem conter seu espanto:
—Por Arceus, que diabo é isso? Parece até que isso vai dar na Dimensão Distorcida... Se o barulho vem daí, pode ser que mais alguém tenha caído... Desce e dá uma olhada, Gengar! —Ele ordenou, e o Pokémon fantasma obedeceu, submergindo em meio às sombras. Demorou um pouco, mas retornou.
—Nossa, pelo tempo que ele levou, esse túnel não deve ter menos que um quilômetro de comprimento! Se ao menos o Dragonite estivesse em condições...
Alex não esperou mais, lançando a pokébola com o Pokémon do pai: —Vamos Daegal!—Então lançou um olhar a ele para acompanhá-la, mas Marge hesitou:
—Espera, e como ele vai saber quando parar antes da gente se espatifar lá embaixo? Tá um breu aí!
—Relaxa, ele tem um radar igual aos Zubats, vai dar certo.—respondeu, e o treinador de dragões logo se juntou a ela. Alex não pode deixar de comentar:
—Achava que você soubesse tudo sobre dragões... O Noivern é do tipo dragão...
—Acho que eu matei essa aula... Mas tá certo, eu posso ver um ao vivo agora...—Enquanto falavam, o grande Noivern abriu as asas de morcego, diminuindo a velocidade com que caíam túnel abaixo. Conforme desciam, nada podiam ver, exceto sentir o ar quente que se chocava contra Daegal e saía por entre suas asas aerodinâmicas. Alex e Marge seguravam firme no couro reptiliano dele. Ao sentir que estavam prestes a cair no solo, o Pokémon reagiu, batendo as asas e fazendo um pouso na terra.
—Viu? Deu tudo certo...
—Ih, olha só o seu cabelo! Nossa, tá parecendo um Furfrou gigante!
—O meu? Olha o seu!
—Acho melhor continuarmos...Nossa é muito escuro...Espera um pouco, como puder me esquecer!— E puxou a pokébola de Achilles da mochila.

Ao surgir, os aros e contornos coloridos do Umbreon brilharam com sua fosforescência natural, iluminando o caminho.
—Sério, tem alguma coisa que seus Pokémons não saibam fazer?— perguntou Marge, impressionado.


—Sim, o café da manhã.— Alex respondeu, e riram. —Vamos.

Seguiram por uma galeria de rochas e estalactites, que ia crescendo em tamanho à medida que avançavam.
—Olha o tamanho disso...Caraca.—Marge entortava o pescoço para trás, tentando enxergar toda a imensidão da caverna subterrânea. Ouviram o barulho dos zubats no topo, se acotovelando por espaço.
—Se eles se instalaram aí, é sinal de que isto aqui existe há bastante tempo. Deve ser aqui que ele dorme.—Alex observou, perplexa: —Mas não consigo entender o que foi aquilo que ouvimos...

Sem aviso, Marge começou a cantarolar:
—As minas pira quando a gente, chega na balada... Num Charizard com um copinho de cachaça...
—Sshhh! Quer que o Onix venha, é isso que você quer?—Falou controlando a voz e impulso de dar uma voadora nele.
—Desculpa, ainda tô com adrenalina no corpo! Aquele pouso foi espetacular! Nossa, preciso de um Noivern na minha futura equipe de Dragões!
—Se é que você ainda não entendeu, eu estou aqui pra achar o meu pai! Se não vai ajudar, pelo menos não me atrapalhe!
—Desculpa. É que esse clima tenso tá me enervando. Vamos, eu vou te ajudar, deixa eu ver... Gengar, procure ver se tem mais alguém por aqui!—O Pokémon piscou seus olhos vermelhos, entendendo o comando e prosseguiu à frente deles, as orbes brilhando como lanternas. Marge olhou para ela: —Se tiver mais alguém aqui, ele vai saber. —Viram ele atravessar uma parede da caverna e depois voltar agitado.
—Calma, o que foi? Algum problema?
O Pokémon apontou para Alex. Ela logo entendeu o que ele queria dizer.
—Aiden, use Garras de ferro!—Alex ordenou, e o Charmeleon investiu as garras contra a parede rochosa, uma vez, outra e mais outra. Faíscas saltavam do atrito entre elas, mas as paredes não pareciam ceder.
—Espera, eu sei! Vai Glalie!—Lançou a pokébola, fazendo o Pokémon esférico aparecer, e ambos se esconderam atrás de uma rocha distante, enquanto Marge gritou:
—Explosão!
Um barulho alto repercutiu pela caverna, e com a fumaça ainda se assentando, Alex correu até a gruta recém- aberta, onde um homem jazia deitado.
—Pai!
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Julia encarava o entardecer da janela da cabana. Fazia já uma boa meia-hora que a filha do detetive e o rapaz do Dragonite haviam partido. Com Hikari no colo, escovava os cabelos lisos e castanhos da menina, fazendo trancinhas, enquanto perguntava a Edu, sentado numa cadeira ao lado:—Acha que eles vão ficar bem? Tá ficando tarde...

Edu, que polia a pokébola de Croconaw, olhou para fora de relance: —É.
—E se eles tiverem se perdido lá? E se o Onix pegou eles?
—É.—Ele disse simplesmente. Julia começava a se irritar: —Você está mesmo escutando, Edu?
—É, digo.... O que é que você estava dizendo?
—Hunf, nada!— Exclamou, deixando o pente na mesa. O senhor Sugimori apareceu do quarto, em seu passo lento até eles:
—Eu ouvi, menina e posso dizer que isso foi um grande erro... Se o Onix ainda estiver lá, não vai ter piedade nenhuma deles e nem de vocês se tentarem segui-los.—disse, enfático, saindo para o quintal. Lucy e Peter observavam, dando comida a Yujin e o Kingdra.
—Se não voltarem em meia-hora, podemos procura-los.—Lucy sugeriu. Pablo resmungou com os braços cruzados recostado na parede:
—Hunf, eles vieram aqui porque quiseram, não ficaram presos por acaso como nós. Eles que se virem, não tenho que ajudar.

Lucy franziu a sobrancelha, procurando uma seringa com insulina:—Como quiser, pode ficar aí com o senhor Sugimori então. Eu vou.—Falou, aplicando a injeção na barriga. Pablo permaneceu estoico, mas Julia encarou-a: —Não pode ir sozinha! Você só tem um Pokémon bom contra o Onix!

Hikari se levantou do colo de Julia, buscando sua mochila, e estendendo a ela:
—Pega, pode escolher um. Emprestado é claro.

Lucy sorriu, comovida: — Ah, Hikari, não vou fazer isso. Não quero me arriscar a perder um Pokémon seu depois de toda sorte que teve em reencontrá-los.

Peter se levantou, chamando Kingdra de volta pra pokébola: —Eu vou com você.

Não tenho nada a perder, e eu também quero sair daqui. Quem sabe eles não encontraram uma saída?

O sorriso de Lucy resplandeceu então, e ela pôs a mochila nos ombros:
—Obrigada, Peter! E você, Edu?

O menino rejeitou a proposta no ato: —Eu vou ficar por aqui, a Julia está com o pé ruim e ela pode precisar de mim pra trazer um copo d’agua pra ela...
—Nossa, que cavalheiro...—debochou o ladrão de pokémons: —Perdeu sua coragem, foi?

Edu não engoliu o desaforo: —Cala a boca, Pablo.

Lucy e Peter se despediram. Vendo-se sozinhos, sem Sugimori por perto, Edu abriu o jogo com Pablo:
—Escuta, nós estamos desconfiados desse velho... Ele disse que só tinha pokémons extintos, mas que eu saiba, Blastoise e Eevee não pertencem a esse grupo...E você viu como ele ficou cabreiro quando me viu segurando elas.

Pablo franziu as sobrancelhas balançando lentamente a cabeça em compreensão: —Saquei... Faz o seguinte, não deixa a Julia e a Hikari sozinhas, protege e vigia elas; Eu fico de olho no velho.— Ele disse, saindo para o lado de fora.
Edu acenou com a cabeça, concordando, e foi para a sala, onde as duas descansavam. Senhor Sugimori tinha ido até o poço buscar mais água, e ele podia vê-lo da janela. O velho se virou, sorrindo um pouco, e pedindo que fosse ajudá-lo a puxar o balde. Edu se levantou temeroso da cadeira, olhou para Hikari e Julia por breves segundos e foi.
—Para o chá da tarde. Vocês parecem cansados...
—Batalhamos o dia todo... O senhor não está cansado?
—Eu sou um velho, estou sempre cansado. Isso, agora leve pra dentro, por favor... Com esse reumatismo, eu precisava da minha aposentadoria a tempos.—Entravam com o balde na cozinha onde Julia, Hikari e Pablo estavam. Enquanto ele falava, Edu notou um volume estranho na camisa do velho, perto do coração: —O que é isso? Tá inchado...
—Não toque, é só um marca passo. Veja. Eu tive um derrame há cinco anos, e me puseram isso. Agora eu sou meio máquina e meio homem.— Ele respondeu, rindo.
—Nossa. Dói?
—Não... Já estou acostumado. Com uma vida solitária como a minha, ter um coração de metal não é ruim.
—O senhor não tem família?— perguntou Julia
—Eu tenho um irmão. O nome dele é Satoshi. Nós trabalhávamos juntos. Agora ele tem família, ficou rico e casou com uma viúva rica. Não o vejo há tempos.

Julia suspirou: —Nossa, sinto muito. Eu sei como é não ter família, eu perdi meus pais e fiquei com meu tio, mas ele também morreu e eu tive que ir pra um abrigo. Como não aguentava mais ficar esperando ser adotada, eu fugi e encontrei o Edu e a avó dele. Pode-se dizer que eles me adotaram.

O senhorzinho sorriu, as dezenas de rugas em sua face erguendo-se como uma dobradura de papel: —É importante ter a família perto da gente. Nos sentimos protegidos, não é? —Eles concordaram. Sugimori continuou:—Às vezes sinto o Satoshi por perto, me observando. Eu sei que é estranho, mas é assim que eu sinto. Éramos muito ligados.

Edu sorriu, abraçando Julia: —Entendo o senhor, é difícil se separar de quem a gente gosta.

Julia aproveitou a deixa pra rirem: —Rá, o Edu já até disse que queria que reencarnássemos em um Doduo!

Senhor Sugimori realmente riu, e comentou: —Que engraçado, acho que ficariam ótimos como um Doduo...

Julia e Edu trocaram um olhar assustado entre si. O velho apenas sorriu, se virando:
—Vou servir o chá. Chamem o seu amigo.


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Notas finais do capítulo

Pois é, esse foi curtinho porque não deu pra fazer maior. É, eu não tenho mais desculpas esfarrapadas.... Sorry, faculdade voltando, férias acabando e fic ficando... Mas eu quero encerrar ela, e pretendo ir escrevendo no tempo que eu tiver pra isso, então fiquem ligados e até sexta que vem, para mais um emocionante capítulo de "Onix Canyon"!