Scorpius suspirou e se virou para esposa.

- Você tem certeza? - ele perguntou e ela assentiu.

- Eu tenho que fazer isso, se não toda aquela história sempre irá rodear a minha cabeça.

- Qual, mama? - perguntou a criança loirinha, com apenas um ano e meio sentada em sua cadeirinha no banco de trás do carro.

- Um dia a mamãe te conta tudo, prometo - disse Rose sorrindo de forma doce para filha.

- Ela é perfeita - disse Scorpius olhando admirado para filha que já estava distraída novamente, Rose sorriu e olhou para ela também - Assim como você.

- Você nunca vai parar de me deixar sem graça - ela disse abaixando os olhos e ele passou os dedos pelo rosto delicado de Rose.

- Eu nunca vou cansar de ver suas bochechas coradas - ele falou e ela levantou os olhos para ele e então sorriu.

- Eu nunca vou deixar de te amar.

- Você é meu amor eterno. Para sempre, lembra? - ele disse sorrindo.

- Para sempre - concordou e respirou fundo - Elle e Luke estão nos esperando.

- Vamos lá, Magie e Alvo logo estarão aqui também - ele disse e ela assentiu e se virou para filha.

- Hey princesa, quer ver a tia Elle e o tio Luke? - perguntou e viu os olhinhos azuis da filha brilharem.

- Si! - disse sorrindo, ainda não sabia falar muito bem, mas era muito inteligente para sua idade.

- Então, vamos - Scorpius desceu do carro e pegou a filha no colo, enquanto Rose dava a volta para ficar ao seu lado, eles trocaram um olhar e se dirigiram para casa dos melhores amigos, agora casados, e tocaram a campainha.

- Rose! - gritou Elle assim que abriu a porta e puxou a ruiva com força para um abraço - Oi, Scorp! Cadê a princesinha mais linda do mundo? - perguntou ao se separar da Rose e Áries deu uma gargalhada sonora - Entrem!

Eles entraram e foram até a sala onde Luke os esperava.

- Fala aí, ruivinha! - ele disse abraçando Rose e a erguendo do chão com tal ato.

- Solte a minha esposa, Zabini - brincou Scorpius e Luke o abraçou também.

- Oi boneca - ele disse afinando a voz para falar com Áries que estendeu os bracinhos para ele pegá-la - Rose, você tem certeza de que quer fazer isso?

- Absoluta, eles são meus pais apesar de tudo e bom... que mal podem me fazer? Estão no St Mungus.

- Tudo bem, Magie e Alvo já estão chegando, acabaram de mandar um patrono, eles virão pela lareira e chegaram a qualquer minu.. - Luke foi cortado quando Alvo Potter surgiu em sua lareira.

- Oi pessoal! - ele disse sorrindo.

- Rose! - gritou Magie abraçando a amiga que não via a quase um ano, desde que Áries completou três meses mais ou menos e Magie recebeu a notícia de que estava grávida e tinha que ficar em repouso absoluto pois sua gravides era de risco.

- Ah, que saudade! E como vai o Tomy? - perguntou enquanto soltava a amiga.

- Está bem, Lilian está cuidando dele - disse Alvo.

- Antes ela do que o James, não é? - perguntou Rose brincando e todos riram.

- Rose, você tem mesmo certeza de que quer fazer isso? - perguntou Alvo e o clima voltou a ficar tenso, a ruiva abaixou a cabeça, todos estavam te perguntando isso - Você quase morreu e a culpa foi absolutamente deles!

- Eu sei, eu sei, é só que... eles são meus pais Al, como se sentiriam se fosse o pai de algum de vocês? Vocês não iriam querer vê-los, sei de todo o mal que eles me fizeram, sei que quase morri por minhas próprias mãos e grande parcela de culpa foi deles...

- Grande parcela? A parcela toda foi deles e eles nem sequer sentiram remorso! - disse Elle irritada.

- Tudo bem, mas ainda sim... eles estão quase morrendo pela própria loucura, entendem isso? Entendem como dói se sentir tão vulnerável e não saber como reverter isso? Eu não sentia isso a anos e não quero voltar a sentir, e agora, eu sei o que posso fazer, eu preciso vê-los, preciso me despedir, é a única forma de saber que realmente posso seguir em frente, completamente dessa vez - ela piscou os olhos algumas vezes para não chorar e então respirou fundo.

- Hey, está tudo bem - disse Scorpius a abraçando.

- Entendemos suas razões, Rô, só estamos com medo por você! - disse Magie.

- Scorpius vai estar esperando do lado de fora, se algo acontecer ele vai entrar, e vai ter um enfermeiro no quarto conosco.

- Tudo bem, não é como se alguém conseguisse tirar alguma coisa da sua cabeça - disse Alvo e ela sorriu para o primo.

- Vou ficar bem, prometo - ela disse encarando um por um e foi até a filha no colo de Luke - Hey princesa, você vai ficar brincando com seus tios um pouquinho, a mamãe e o papai tem que ir a um lugar, entende isso?

- Sí!- concordou e Rose deu um beijo no rosto da filha, Scorpius fez o mesmo e então encarou Rose.

- Você é impossível - ele disse e ela riu.

- Vamos terminar logo com isso - ela disse em seguida e eles aparataram em frente ao St Mungus.

Scorpius segurou a mão dela e fez com que Rose o encarasse.

- Eu vou estar aqui, não importa o que aconteça, eu vou estar aqui - ele disse e ela lhe deu um selinho.

- Obrigada - sussurrou e seguiram em direção ao hospital.

- Sr e Sra Weasley, por favor? - pediu a ruiva se aproximando do balcão.

- O nome de vocês - pediu a atendente.

- Scorpius Malfoy e Rose Weas... Malfoy. Rose Malfoy - ela disse e suspirou a mulher assentiu e entregou dois crachás para eles.

- Segundo piso, primeiro corredor a esquerda, o Dr Ellion os aguarda.

- Obrigada - disse Scorpius e passou a mão na cintura de Rose enquanto percorriam o caminho até lá.

- Sr e Sra Malfoy? - perguntou um homem que aparentava ser novo, a não ser pelo cabelo grisalho.

- Sim.

- Por aqui - ele disse enquanto seguia pelo corredor e parava em frente a uma porta - Pronto para isso, Sra Malfoy? Eu sei que seu primeiro sobrenome é Weasley e que é a filha deles.

- Eu... estou pronta - ela afirmou e olhou para Scorpius, ele assentiu lhe transmitindo calma e ela seguiu o médico para dentro do quarto.

- Eu adoraria deixá-los a sós, mas... eu realmente não posso - ele disse com uma careta.

- Ah! Tudo bem, eu prefiro que alguém fique aqui - ela concordou e ele assentiu se sentando numa cadeira perto da porta, ela suspirou e se aproximou dos pais, estavam deitados em camas próximas, com espaço para duas mesinhas entre elas. As peles mais pálidas do que nunca, os cabelos sem vida, olheiras profundas e olhos vidrados - O que aconteceu com eles?

- Foi um trauma pós-guerra, eles, assim como Harry Potter tomavam remédios nos primeiros anos após a guerra, remédios para ajudar com o trauma, muitas pessoas precisaram de ajuda psicológica naqueles primeiros anos.

"Quando você nasceu, eles continuaram tomando, queriam se manter fortes por você. Harry já havia parado, pois tínhamos certeza que ele estava 100% e ele já tinha dois filhos, o que, acho eu, ajudou muito no tratamento. Seus pais eram mais difíceis, tinham crises quando você era pequena, talvez seja esse um dos principais motivos para a depressão que teve na adolescência. Mas, depois de quase dois anos que seu irmão nasceu, eles pararam de tomar os remédios, os médicos tentaram conversar e fazê-los compreender que deveriam continuar o tratamento, mas eles eram famosos,tinham cargos importantes no ministério e principalmente eram maiores de idade, não havia muito o que ser feito pra que eles continuassem com as pílulas. Quando Hugo foi para Hogwarts, sua mãe teve uma crise séria por ter dito adeus a seus dois filhos, então por quase um ano ela tomou novamente as pílulas, mas seu pai havia as ignorado completamente"

- Eu não sabia de nada disso - ela sussurrou e ele sorriu docemente para ela.

- Não tinha como saber, era só uma criança e não tinha culpa de nada. Seu pai passou a associar qualquer ex-comensal, ou seus filhos, a guerra e fazia de tudo para manter você e seu irmão o mais longe possível de qualquer um deles.

- Eu lembro.

- A sua mãe apenas concordava com ele, sem saber exatamente o que fazer, perdida novamente ao parar com as pílulas. E quando descobriu do seu relacionamento com um Malfoy, ele simplesmente enlouqueceu inteiramente, não havia como reverter. Sua mãe apenas concordava com tudo, pois não sabia mais o que era certo e errado. Quando você fugiu, eles não acreditaram e pensaram que o Sr Malfoy havia matado a Sra e se matado em seguida, aquilo era menos doloroso do que aceitar que você tinha fugido para ficar justamente com ele.

Rose desviou os olhos do médico e foi até os pais se sentando em uma cadeira entre a cama de ambos.

- Olá - ela disse e os dois pares de olhos se viraram para ela.

- É a nova psicóloga? Diga a esses bundas moles que quero sair daqui - disse Ronald e ela riu deixando lágrimas descerem por seus olhos, mesmo que ele não parecesse achar a menos graça.

- Gostaria de conversar sobre um assunto em especial, Rose Weasley, a filha de vocês - ela disse mordendo os lábios.

- O que quer saber? - perguntou ele de forma fria.

- O que aconteceu com ela?

- Malfoy a seduziu e a obrigou a ficar com ele, e depois quando ela finalmente colocou algum juízo na cabeça, ele a encontrou e a matou, e se matou em seguida - ele se aproximou mais dela, como se quisesse lhe dizer um segredo - Alguns acham que eles fugiram, mas é mentira, ele os matou e seu pai sumiu com os corpos para não deixar pistas.

- Foi o que aconteceu?

- Foi.

- E como ela era? - perguntou.

- Linda - disse Hermione e ela se virou para mãe, deixando que mais lágrimas rolassem por seu rosto - Ela era incrível.

- O que diriam a ela, se pudessem? - perguntou olhando de um para o outro.

- Diria que ela não teve culpa pelo o que o Malfoy fez, e que agora sua alma estava purificada - disse Ronald e então virou a cabeça para o lado, dando fim a conversa. Rose se virou para mãe:

- E você?

- Diria que uma parte de mim foi junto com ela, e que espero que ela esteja viva e feliz em algum lugar, não importa com quem - ela falou e Rose colocou a mão na boca para reprimir um soluço.

- Sra, o tempo acabou, eu sinto muito - disse o Dr e ela se virou para ele assustada, tinha esquecido completamente de que ele estava ali.

- Tudo bem - disse olhando para os pais novamente, secando o rosto e se levantando, mas foi obrigada a parar quando Hermione agarrou seu pulso.

- Você se parece tanto com ela, tanto que chega a doer - ela falou, os olhos cheios de lágrimas, assim como os da filha - Ela era perfeita, entende? Espero que tenha fugido e não morrido, mas não sei como provar. Eu vou morrer e no meu coração só desejo que ela me perdoe. Porque eu a amava - e dizendo isso caiu no sono.

- Eu te perdoo, mamãe, eu te perdoo e também te amo!