C.A.O.S - American escrita por Fansdesagas


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Esse cap foi escrito pela Belle. Espero que gostem :)



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Demorou para os olhos de John acostumarem-se com a baixa luminosidade. O navio havia atracado em uma praia. Se não fossem as circunstâncias, John poderia imaginar-se com Madison, caminhando pela areia. Mas, o que ele sentia por ela, afinal?

Não dava para entender nada do que acontecia, as pessoas estavam em pânico e não paravam de gritar. John tomou iniciativa e começou a descer do barco. Dale veio em seguida, depois Madison, o capitão e os outros. Pelo visto, pouca gente tinha escolhido se salvar.

Os pés de John encostaram-se à areia úmida e gelada, e ele se desequilibrou, enquanto via Dale ajudar Madison a descer.

Todos desceram do barco, atropelando-se, e começaram a correr na direção contrária da fumaça, e em direção a uma floresta um tanto quanto assustadora. As folhas das árvores estavam molhadas, o que indicava que havia chovido há pouco.

Correram floresta adentro por muito tempo, estava tudo muito escuro. A única fonte de luz era de duas lanternas que ele colocara dentro da mala algumas horas antes.

John olhou para trás e viu Madison agachada no chão, com a cabeça inclinada para baixo, o que achou muito estranho. Largou a liderança do grupo e foi até ela.

– Querida? Está tudo bem com você? – Ele queria parar de chamá-la assim, mas era um ato involuntário.

– Sim, John. Está tudo ótimo. Continue na liderança. Vou ficar bem, Dale está aqui para me ajudar. – A resposta dela não podia ter sido mais seca.

John queria parar e conversar, mas eles não tinham tempo para isso, a sobrevivência de todas aquelas pessoas estava na mão dele.

Madison segurou no braço de Dale e fez força para se levantar, John temia que estivesse machucada. Mas só estava cansada.

John afastou aqueles pensamentos da sua mente e continuou a correr.

O barulho dos passos preenchia o ar, ninguém falava nada.

Já fazia mais de horas que eles corriam, estavam todos muito cansados, então concordaram em parar. Sabiam que a fumaça havia ficado para trás, mas por precaução, resolveram se organizar em turnos. Montaram acampamento.

Fizeram uma fogueira, se sentaram em volta dela. O capitão logo iria servir todos.

– Eu não acredito que eu vou ter que comer mais disso!- Dale nunca perdia o senso de humor.

– Acho que seria uma boa ideia procurar por frutos. – Madison acobertou o amigo.

– Podem ir se quiser, eu ficarei aqui. É seguro, quente e tem comida. Arrisquem suas vidas por causa de caprichos! Vocês realmente são loucos! – O capitão tinha uma pontada de razão.

– Escute Papai Noel, não é só por que o mundo está acabando que eu deixarei de lado minha personalidade. Nunca comer a mesma coisa três vezes seguidas é o meu lema, e vou defender ele até a morte. – Dale dizia tudo isso brincando, mas falava sério.

John se impressionou com a determinação do amigo, e concordou em sair para buscar frutos com os dois. Não deixaria que nada acontecesse com Madison, não podia perdê-la outra vez. Nunca se perdoaria por isso.

Começaram a se afastar do acampamento, John tentava prestar o máximo de atenção no caminho, para conseguirem voltar depois. Mas era uma tarefa impossível, não havia diferença alguma entre as folhas. À medida que caminhavam, John tentava se aproximar de Madison, queria falar com ela, saber o que se passava na cabeça dela.

– Mad? – Chamou meio hesitante.

– Ah, oi. – foi a resposta dela.

– Iih, já vi que vocês tem muito que conversar, vou voltar pro acampamento. Essas plantas devem servir para melhorar o gosto daquilo. – Dale disse e logo após seguiu o caminho de volta.

– Pode me dizer o que está acontecendo, querida? – John começou.

– Então quer dizer que agora eu sou sua querida?!

– Você sempre foi, pelo que me contou.

– Exato, pelo que te contei. – ela fez uma pausa. - Esquece isso, tá? Não tô brava com você.

– Desculpa, mas não estou te entendendo. Uma hora estávamos quase nos beijando ao pôr-do-sol, e no momento seguinte você está me tratando como se eu fosse um completo desconhecido!

– Como se sente sendo tratado como um desconhecido? Não é nada legal, não é?

– Claro que não, mas você sabe que não tive a intenção de fazer isso com você. A culpa não foi minha. Foi su...- Se arrependeu muito de ter dito isso.

– EU SEI QUE FOI MINHA! Saia daqui John, já disse que não estou brava com você. Você é um idiota!

– Para com isso, Madison. Agora mais do que nunca devemos ficar juntos.

– Eu só... achei que você se lembraria de mim assim que me visse. Eu achei que você me amava! Achei que nunca teria que te lembrar da nossa história. – Ela começou a chorar.

– Não chore, meu amor. Eu vou me lembrar. É uma promessa. Farei de tudo para ver aquele sorriso que você me deu hoje, lá em cima do barco.

Madison amava aquele homem. Amava demais. Os olhos castanhos eram os seus favoritos no mundo todo. A única coisa que ela sentia no momento era o desejo de que ele sentisse o mesmo por ela. Ela precisava dele.

Se abraçaram. Como desejara ter beijado seus lábios quando estavam no topo do navio!

– Precisamos voltar. – Madison disse.

– Então vamos. Teremos que comer aquilo de um jeito ou de outro.

Fizeram o caminho da volta de mãos dadas.

Quando chegaram ao acampamento, sentaram de volta nos seus lugares e começaram a comer o que todos comiam.

– Está muito escuro, creio que assim que amanhecer vocês encontrarão seus tão desejados frutos. – Nick disse. Por um momento, John tinha se esquecido dele.

Dale praticamente devorava sua comida, ele disse que estava muito boa. John sabia que era arriscado comer plantas que ele nem sabia quais eram, mas preferiu não estragar a felicidade do garoto.

Quando terminaram de comer, todos foram dormir. Menos o capitão, e John. Eles ficariam com o primeiro turno.

– Boa noite, John. Boa sorte. - Madison se despediu.

– Boa noite, Madison. Obrigado.

A fogueira ainda ardia. John só reparou naquele momento que apenas dez pessoas se salvaram. É um número muito baixo. Ele se sentia culpado, queria ter arrastado as pessoas pelos cabelos para salvá-las. Perguntava-se o que teria acontecido com elas agora.

As pessoas haviam colocado colchonetes no chão, e John tinha certeza de que elas dormiam profundamente. Alguns sonhavam, falavam dormindo, se mexiam. Isso o assustava um pouco.

– Acho que temos uma longa noite pela frente. – o capitão disse.

– Muito longa.


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Notas finais do capítulo

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